Confira as mudanças que agitaram no últimos dias as redações de São Paulo (Capital e Interior), Rio de Janeiro, Distrito Federal, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Ceará. São Paulo Marcelo Teixeira deixou o comando da editoria de Commodities & Energia do serviço em português da Reuters, que criou em 2003 e comandou desde então, e aceitou proposta para ocupar uma nova vaga aberta pelo Point Carbon News, serviço especializado da agência em que passa a atuar como correspondente para a América Latina, baseado em São Paulo. Ali responde pela cobertura de temas como mercado de carbono (projetos que geram créditos de carbono, negócios de compra e venda desses créditos), emissões de gases do efeito estufa (iniciativas para redução de emissões, inventários sobre emissões em grandes empresas e projetos industriais nessa área) e assuntos ligados às mudanças climáticas. Os contatos de Marcelo são marcelo.teixeira@thomsonreuters.com e 11-5644-7707 / 8160-4165. Edgard Alves começou no último dia 4/2 como colunista no caderno de Esporte da Folha de S.Paulo. Profissional do segmento desde 1971, escreve sobre temas olímpicos aos sábados. Edgard foi repórter e chefe de Reportagem do caderno, tendo participado das coberturas dos Jogos Olímpicos de Montréal (1976), Moscou (1980), Atlanta (1996), Sydney (2000), Atenas (2004) e Pequim (2008), além dos Pan-Americanos de San Juan (1979), Havana (1991), Mar del Plata (1995) e Rio (2007). Bruno Ferrari começou na reportagem de tecnologia de Exame, voltando assim à Editora Abril, de onde saíra da reportagem de Info em 2009 para cobrir tec em Época. Entra como repórter, no lugar de André Faust, que vai estudar na Alemanha a partir de março. Acompanhando a mudança, Fabiane Stefano passa de repórter de Brasil a editora de Negócios Globais. No lugar de Bruno em Época entra Rafael Barifouse, ex-repórter de Época Negócios, que desde novembro era editor-assistente de Época São Paulo, cargo que permanece vago. Para a reportagem de Época São Paulo chega Fernanda Nascimento. Filha de Marco Nascimento, editor-executivo de Jornalismo da TV Record, Fernanda trabalhava como repórter da coluna de Augusto Nunes na Veja.com. Ela ocupa a vaga deixada por Eduardo Duarte Zanelato, que foi para o Meio&Mensagem. Ainda na Editora Globo, Renata Signore começou como designer em Crescer; a estagiária Raquel Temistocles foi promovida à reportagem de Monet; e Silvana Martins virou editora-assistente de Arte na Marie Claire. Ana Carolina Rodrigues, que até recentemente fazia a coluna Entre a Gente do Jornal da Tarde, foi para um projeto sigiloso da Turner Brasil, parte do grupo Time Warner. A empresa é responsável por mais de uma dezena de canais de tevê paga, como CNN, TruTV e Cartoon Network. São Paulo ? Interior Sérgio Vieira foi nomeado diretor de Redação do Diário do Grande ABC no lugar de Lola Nicolas, que deixou a empresa em dezembro. Vieira era editor-chefe e vinha dirigindo o jornal interinamente. A editora-executiva Maira Cibele assumiu como editora-chefe da Folha da Região, em Araçatuba (SP), no lugar de Milton Rodrigues. Para seu lugar foi promovido Arnon Gomes, que passa a dividir a função com José Marcos Taveira. Milton voltou a Rio Preto, de onde havia saído como editor-chefe do Diário da Região, agora como editor de Cidades. Depois de dois anos como responsável pela edição de Artes do Metro Campinas, Sandro Mantovani assumiu a Direção de Arte e Projetos Especiais do Jornal de Jundiaí. Mantovani atuou por 18 anos na extinta Gazeta Mercantil, onde também foi editor de Arte, e teve passagem por IstoÉ Dinheiro. Seus novos contatos são smantova@uol.com.br e 11-2136-6049. Rio de Janeiro Rodrigo Bueno, que desde 1995 integra o caderno de Esportes da Folha de S.Paulo, inicialmente como repórter e mais tarde como comentarista, mudou recentemente para o Rio, para assumir como um dos novos comentaristas da Fox Sports Brasil. Deixa, assim, a ESPN, onde também atuava como comentarista, mas não a Folha, passando a produzir reportagens e sua coluna a partir da capital fluminense. Carlos Henrique Braz (Cajê) muda de posto na Veja Rio. Depois de quatro anos, deixa o roteiro de Exposições e passa para Teatro e Dança. Em seu lugar assume Rafael Teixeira (rafael.teixeira@abril.com.br). Distrito Federal Chegam à CBN Vanessa Silvestre, para substituir Luciana Cardoso, e Rui Conde, para a vaga de Ricardo Moreira. Meire Bertotti, chefe de Reportagem da tarde, está temporariamente coordenando a equipe, no lugar de Edleusa Macedo, que saiu de licença. Minas Gerais Anderson Rocha deixou a editoria de Informática do Estado de Minas e foi para O Tempo Online. Depois de deixar a coluna Gente Fina da Revista Encontro, Carol Godoi desliga-se em definitivo da publicação, em que esteve por seis anos, e vai se dedicar ao seu blog. Paulo Navarro estreia na próxima semana ?pílulas? sociais em bate-bola com Luiz Fernando Rocha na BandNews FM, diariamente, entre 10h20 e 10h30, logo após o quadro de José Simão. Navarro também está nos jornais O Tempo e Pampulha, revistas Season e Encontro, e nas tevês Band Minas e BH News. Fabily Rodrigues edita os jornais Planalto em Foco, Ouro Preto em Foco e Jaraguá em Foco, publicações de bairro que circulam mensalmente com tiragem de 10 mil exemplares cada e notícias regionais. As reportagens são de Ana Izaura Duarte e Glenda Magalhães. Todos recebem sugestões de pauta no jaraguaemfoco@gmail.com. Na região da Pampulha, quem edita o Jornal Interessa é Fabiana Senna. Mensal, traz reportagens sobre temas variados, com foco em notícias de interesse público. Sugestões de pauta para fabiana@jornalinteressa.com.br. Hulda Rode (huldarode@gmail.com) responde pela revista Vitrine Minas, que circula há quatro anos em Belo Horizonte e na região do Vale do Aço com matérias de economia, saúde, turismo e comportamento. A tiragem é de três mil exemplares. Rio Grande do Sul Com a mudança do ex-vice presidente da RBS no Rio Grande do Sul Geraldo Corrêa para São Paulo, onde assumiu como presidente e sócio do setor de Agronegócios da RBS, o Canal Rural começou a reforçar sua equipe na capital paulista. Desde esta 2ª.feira (13/2) já estão por lá duas profissionais gaúchas: Maíra Bittencourt, que atua como editora, e a produtora Cristiane Viegas. Não há previsão de quantos profissionais serão transferidos (são cerca de 30 em Porto Alegre). Na próxima semana, começarão a ser divulgadas as mudanças e novidades do Canal Rural. Depois de Luciano Calheiros, ex-RBS, ir para a Fox Sports, no Rio de Janeiro, mais um repórter deixa o Rio Grande do Sul: Felipe Bueno, que estava na RBS havia quatro anos, foi contratado pela Band de São Paulo. Ceará Após uma temporada em Portugal, Cláudio Canadá está de volta a Fortaleza e acerta seu retorno à Rádio Verdes Mares AM.
O Povo abre espaço cultural
O jornal O Povo (CE) comemora 84 anos de fundação com inauguração do Espaço O Povo de Cultura & Arte, que receberá, entre outras atividades, programação dedicada a diferentes linguagens artísticas, cursos de formação na área e debates sobre temas ligados às pautas jornalísticas. O ex-presidente da empresa Demócrito Dummar é o principal homenageado do espaço, que leva seu nome na sala O Olhar do Trovador, cuja inauguração recebeu a abertura de uma exposição com obras em homenagem a ele, além de peças de cerâmica indígena. Regina Ribeiro, responsável pela programação, planeja produzir rodas de bate-papo, pocket shows e um estreito diálogo com as redações jornalísticas do grupo de comunicação, além de debates sobre temas polêmicos e conversas sobre os bastidores de reportagens. Outra prioridade, segundo ela, será a realização de cursos de formação na área de cultura e arte: ?Hoje, se eu quiser fazer um curso de produção cultural, tenho que sair de Fortaleza. A cidade precisa desse tipo de formação. Queremos ser uma referência nessa área?. A curadora Lúcia Galvão informa que a ideia é também fazer uma exposição a cada quatro meses: ?Essa primeira é uma parte mínima do acervo do jornal. Mas devemos abrir outra depois com mais peças de arte indígena?. O espaço fica na sede de O Povo (av. Aguanambi, 282).
Memórias da Redação – Surpresa desagradável
A história desta semana é novamente uma colaboração de Sandro Villar (sandro.villar@hotmail.com), correspondente do Estadão em Presidente Prudente. Surpresa desagradávelTem sujeito que não pode ver um rabo de saia que logo dá um jeito de se aproximar da mulher sem medir as consequências. Um cara assanhado ? ou tarado mesmo ?, quando se trata de saia, só dispensa padre e escocês. Mas, dependendo do modelo da batina e da saia, padre e escocês também correm risco. Um famoso colunista de jornal tinha fama de Casanova, embora já fosse Casavelha. Sabem como é: a idade chega para todos, exceto para a Vera Fischer. Seu nome e o veículo serão preservados por motivos óbvios. Ele ? o colunista em questão ? não podia ver mulher, ficava ouriçado e partia para a conquista. Como aquela vez no centro de São Paulo, depois de almoçar com diretores do jornal onde escrevia e onde desfrutava de enorme prestígio. Encurtando conversa: o nosso herói tinha um Ibope alto, quer dizer, era muito lido pelos leitores. Depois do almoço num restaurante chique da avenida São Luiz, que não sei se ainda existe, Dodô (chamemo-lo assim) se despediu dos diretores e foi dar uma volta pelo centro para fazer a digestão. Logo depois de entrar na avenida Ipiranga, deu de cara com uma baita loira, tipo Kim Novak, para os mais velhos, ou tipo Kim Bassinger, para a moçada contemporânea. Comparações não interessam muito nessa narrativa, mas que a mulher era de fechar o comércio e a indústria lá isso era. Ou mais que isso: era dessas de fazer rei abdicar e pastor abandonar o púlpito. Não só Dodô como também qualquer homem, seja metrossexual ou centimetrossexual (já tem isso?), tentaria conquistar a loira em questão. Como não era bobo nem nada, ele percebeu que ela, apesar de não ser gandula, tinha dado bola e a maior trela. ?Essa está no papo?, deve ter pensado. Dodô se aproximou, puxou conversa e, papo vai papo vem, confirmou que a moça estava mesmo no papo. A mulher não fazia o gênero loira burra. Ao contrário, ela sabia das coisas e estava por dentro dos acontecimentos. Ficou encantada quando Dodô se identificou e, para espanto dele, ela o lia no jornal. Na verdade, o colunista conheceu uma fã de carteirinha, o que facilitou a conquista. Depois de uns dez minutos de prosa, ele fez a proposta nada indecente. Convidou-a para passar umas horas num drive-in que ficava em Interlagos. E aqui cabe um esclarecimento necessário: naquela época ainda não havia motéis em São Paulo, e conquistador que não tinha apartamento levava a mulher ao drive-in. Com o ?sim? dela, concordando com o chamado hoje em dia de sexo consensual, Dodô ligou o carro e lá foi o casal desfrutar de umas horas de prazer. Assim que entrou no drive-in, Dodô esclareceu à moça que não podia ficar a tarde toda com ela, já que precisava voltar ao jornal para escrever o artigo do dia seguinte. Aí veio a atendente e colocou, em cada porta do carro, as bandejas dos drinques e salgadinhos. E depois? Bem, aí a cuíca começou a roncar. Houve as preliminares de praxe, com mil beijos (está bem, deixo por 999) e amassos. Mas, na hora do pega pra capar, Dodô teve uma surpresa desagradável, assim como os americanos tiveram em Falujah, no Iraque. Ao pôr a mão na Zona do Agrião, ele apalpou um ?taco? ou uma ?caixa de câmbio?, se vocês preferem tais epítetos para o bilau. Em suma, meus cupinchas: a ?mulher? era um travesti. Transtornado, fora de si, ele enxotou o travesti, deu ré e saiu em disparada do drive-in sem pagar a conta. Só que, ao passar pela avenida Interlagos, notou que os transeuntes olhavam para o carro e davam sonoras gargalhadas. É que, na confusão, Dodô se esqueceu de retirar as bandejas e, com o equipamento, o automóvel parecia um avião prestes a decolar. Só depois de andar um bom trecho é que ele percebeu a mancada. Parou o carro, jogou as bandejas fora e foi para o jornal. Contou o episódio a um primo e, segundo o parente, Dodô está menos assanhado, mesmo que dele se aproxime uma loiraça, como aquela da avenida Ipiranga. Afinal, as aparências enganam e ?ela? pode ser ele, que ainda não fez operação para mudar de sexo.
Novo plano de trabalho busca maior autonomia financeira para EBC
O Conselho Curador da EBC aprovou no último dia 8/2 o plano de trabalho para 2012, elaborado pela Diretoria Executiva da empresa, que busca maior autonomia financeira da EBC. O texto estabelece prioridades da instituição para o ano, como o fortalecimento da rede pública de televisão, a busca por maior autonomia financeira, a qualificação da programação e o aumento de alcance e audiência dos veículos da EBC.
No encontro, o presidente Nelson Breve convidou o Conselho a participar do planejamento estratégico da empresa, que apontará ações, metas e objetivos a médio e longo prazo. Foi destacada a importância de se buscar uma cobertura consistente e multimídia da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, em 20/6, a exemplo da realizada durante o Fórum Social Temático, em Porto Alegre.
O Conselho também aprovou a criação de uma comissão para pleitear no Ministério do Planejamento que a EBC seja poupada de grandes cortes orçamentários em 2012 a fim de não prejudicar a produção da empresa. Durante a reunião, dois novos conselheiros foram empossados: o novo titular do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, assumiu a vaga deixada pelo atual ministro da Educação, Aloizio Mercadante; e o maestro e compositor Wagner Tiso entrou na vaga antes ocupada pelo advogado José Paulo Cavalcanti.
A próxima reunião do Conselho está marcada para 14/3, em Brasília.
Emerson Penha é anunciado como correspondente da EBC na África
O novo correspondente da EBC na África é Emerson Penha. Ele estreou nesta 2ª. feira (13/2), no Repórter Brasil, desde Maputo (Moçambique), onde está sediada a equipe da empresa. Emerson vai produzir conteúdo para telejornais, programas jornalísticos, para a Agência Brasil e para as rádios do grupo. Com a nomeação dele, a EBC volta a ser a única empresa de comunicação brasileira a ter um correspondente fixo no continente africano.
?Gafe? em blog automotivo esquenta setor
Um dos assuntos mais comentados entre jornalistas e leitores da mídia automotiva nesta semana foi a matéria publicada no blog Notícias Automotivas que acusava profissionais da imprensa especializada de receberem valores para falar bem das motos Dafra. Segundo a nota, a empresa encomendava matérias a diversas publicações. O assunto veio a público a partir de arquivos à disposição para download no site da Dafra com informações de valores relativos a matérias publicadas em veículos de comunicação. Um leitor concluiu que os preços se referiam a um suposto cachê pago a jornalistas, e sua tese levou o blog a publicar a matéria Imprensa especializada recebe cachês gordos para falar bem das motos da Dafra. O NA julgou que o conteúdo dos arquivos confirmava a prática do pagamento de matérias, quando na verdade mostrava o trabalho de clipping da assessoria de imprensa, que informava ao cliente quanto teoricamente custariam em formato de anúncios os espaços conquistados por elas. O post foi apagado logo depois de ser publicado. Na sequência, o blog publicou uma nota se retratando com a Dafra. Leo Nishihata (editor do Jalopnik Brasil) chegou a publicar um artigo intitulado Caso entre NA e Dafra expõe responsabilidades e deveres do jornalismo automotivo sobre a polêmica. Repercussão ? Até esta 6ª.feira, havia, somente no Jalopnik, mais de 220 comentários de leitores criticando a ação do NA; na Dy Jay Sala de Imprensa, no Facebook, outros 35 discutiam. Sobre a repercussão, Nishihata disse: “O erro colocou em dúvida a credibilidade do trabalho dos profissionais, já que divulgou links para os pdfs com as matérias assinadas. Além disso, expôs de forma negativa os veículos de comunicação e, principalmente os sites, geralmente excluídos por boa parte das assessorias de imprensa das marcas na hora de conseguir um carro para avaliação. Tudo isso, acaba respingando no trabalho sério e feito de forma idônea pelos profissionais da área?. E acrescentou: ?Nossos leitores são formadores de opinião e acreditam no conteúdo que produzimos. Essa credibilidade e a audiência crescente de leitura precisam ser compreendidas pelas fábricas. Erros como esse podem contribuir para um descaso ainda maior?.
A luta de Lúcio Flávio Pinto para extinguir condenação

Sob a alegação de erros formais na formação do agravo, o presidente do STJ Ari Pargendler negou no último dia 7/2 seguimento ao recurso especial pelo qual Lúcio Flávio Pinto, do Jornal Pessoal, de Belém, tenta extinguir uma condenação por ofensa moral ao falecido empresário Cecílio do Rego Almeida, dono da Construtora C. R. Almeida.
Em 1999, Lúcio denunciou que Cecílio havia se apropriado de quase cinco milhões de hectares de terras no vale do rio Xingu, no Pará, além de minérios e outros recursos naturais. Embora a Polícia Federal tenha comprovado o crime (não prendeu o empresário porque a pena prescreveu), Lúcio foi condenado a pagar a Cecílio indenização de 8 mil reais (em valores da época), que, corrigidos, sofrerão aumento considerável.
Em nota que distribuiu nesta 2ª.feira (13/2) historiando o caso, diz ele: “Mesmo tendo provado tudo que afirmei fui condenado. A cabulosa sentença de 1º grau foi confirmada pelo tribunal, embora a ação tenha sido abandonada desde que Cecílio do Rego Almeida morreu, em 2008. Depois de enfrentar todas as dificuldades possíveis, meus recursos finalmente subiram a Brasília em dezembro do ano passado. O recurso especial seguiu para o presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministro Ari Pargendler, graças ao agravo de instrumento que impetrei (o Tribunal do Pará rejeitou o primeiro agravo; sobre o segundo já nada mais podia fazer). Mas o presidente do STJ, em despacho do último dia 7, negou seguimento ao recurso especial. Alegou erros formais na formação do agravo: falta cópia do inteiro teor do acórdão recorrido, do inteiro teor do acórdão proferido nos embargos de declaração e do comprovante do pagamento das custas do recurso especial e do porte de retorno e remessa dos autos?. A falta de todos os documentos apontada pelo presidente do STJ me causou enorme surpresa. Vou tentar esclarecer a situação, sabendo das minhas limitações. Não tenho dinheiro para sustentar uma representação desse porte. Muito menos para arcar com a indenização. (…) Decidi escrever esta nota não para pressionar alguém. Não quero extrapolar dos meus direitos. Decisão judicial cumpre-se ou dela se recorre. Se tantos erros formais foram realmente cometidos no preparo do agravo, o que me surpreendeu e causou perplexidade, paciência: vou pagar por um erro que impedirá o julgador de apreciar todo o meu extenso e profundo direito, demonstrado à exaustão nas centenas de páginas dos autos do processo. Terei que ir atrás da solidariedade dos meus leitores e dos que me apoiam para enfrentar mais um momento difícil na minha carreira de jornalista, com quase meio século de duração. Espero contar com a atenção das pessoas que ainda não desistiram de se empenhar por um país decente”.
O Jornal Pessoal, que Lúcio Flávio edita há quase 20 anos, é uma publicação quinzenal produzida individualmente, da apuração à edição, e sem publicidade. Lúcio trabalhou, entre outros, em Realidade, Correio da Manhã e por muitos anos no Estadão, onde foi principal repórter da região e coordenador geral da cobertura dos correspondentes da Amazônia. Também teve atividades acadêmicas e deu cursos sobre a Amazônia em universidades dos Estados Unidos e da Europa.
JÁ deve voltar com participação de leitores
Elmar Bones da Costa, fundador do JÁ, periódico que teve suas atividades interrompidas depois de 26 anos, está otimista com a perspectiva de seu retorno a partir de uma novidade: a criação do Conselho de Leitores, com participação ativa no veículo. A ideia é que eles sugiram pautas e até colaborem na edição. Elmar vai propor a criação da Comissão Provisória que atuará como consultoria. Por enquanto, um advogado e um contador elaboram a forma ideal para adequar o contrato social que reunirá jornalistas e leitores nessa parceria inédita.
O repúdio aos assassinatos de Mario Randolfo e Paulo Rocaro
Foram inúmeras as manifestações de repúdio, no Brasil e no exterior, aos assassinatos, em menos de uma semana, de Mario Randolfo Marques Lopes e Paulo Rocaro (Paulo Roberto Cardoso Rodrigues), respectivamente em Barra do Piraí (RJ) e em Ponta Porã (MS). Mario, de 50 anos, foi morto em 9/2 com um tiro na cabeça junto com sua companheira, Maria Aparecida Guimarães. O casal foi sequestrado no Centro da cidade e levado a um local de pouco movimento, onde foi executado. Editor do site Vassouras na Net, no qual criticava personalidades influentes na região, ele já havia sido vítima de tentativa de homicídio em julho do ano passado, quando levou três tiros em sua casa, no Centro de Vassouras.
Paulo, que editava o Jornal da Praça (diário local impresso) e dirigia o site Mercosul News, foi vítima de um atentado no domingo (12/2), por volta das 23h30. Dois pistoleiros que estavam em uma motocicleta dispararam mais de 12 tiros de pistola 9 mm contra seu carro, cinco dos quais o acertaram. Ele não resistiu aos ferimentos e faleceu no Hospital Regional de Ponta Porã por volta das 4h20 desta 2ª.feira. Em nota oficial, embora afirme acreditar na elucidação dos crimes pelas autoridades locais, a Fenaj cobra do Ministério da Justiça iniciativas para reforço das investigações e rápida apuração das responsabilidades, lembrando que nos relatórios anuais que produz sobre violências cometidas contra jornalistas no Brasil, políticos regionais ou nacionais sempre figuram entre os principais agressores. Isso se confirmou no relatório Violência e Liberdade de Imprensa no Brasil, relativo a 2010, e certamente o mesmo ocorrerá no relatório que a Federação está elaborando sobre as agressões cometidas contra jornalistas no ano passado.
Igualmente, no relatório da FIJ relativo a 2011, o Brasil aparece entre os países com mais registros de morte de profissionais de comunicação. Tais dados, infelizmente reforçados pelo assassinato dos colegas Mario Randolfo Marques Lopes e Paulo Roberto Cardoso Rodrigues neste início de 2012, exigem medidas mais enérgicas, especialmente do Governo Federal e do Congresso Nacional, para constranger a impunidade.
A entidade encerra a nota informando que no último dia 8/2 sua Executiva discutiu com o deputado federal e delegado da PF Protógenes Queiróz iniciativas para ampliar o debate sobre o Projeto de Lei 1078/11, que propõe a federalização da apuração de crimes contra jornalistas: “Avançar para uma rápida tramitação e aprovação de tal proposta, diante dos dois recentes casos de violência contra profissionais de imprensa, hoje se impõe não como um desejo corporativo, mas como uma necessidade premente de um país que realmente reconheça na liberdade de imprensa um pilar fundamental para o efetivo exercício da cidadania e da democracia”.
Fox Sports negocia com Record, diz Folha
O imbroglio envolvendo as transmissões Fox Sports no Brasil teve um novo capítulo no último dia 9 de fevereiro. A coluna de Keila Jimenez, na Folha, publicou que a Record procurou o canal pago para negociar os direitos de transmissão dos Jogos Pan-americanos de 2015 e de 2019. Segundo Keila, as conversas entre as emissoras poderia fazer a Fox repassar, mais adiante, os direitos da Copa Libertadores da América, que detém na tevê fechada, para a Record, na tevê aberta, ?basta esperar o contrato com a Globo terminar”, sinaliza. A Fox Sport, porém, disse por meio de sua assessoria que desconhece tais negociações. Permanece, de qualquer forma, a luta do canal para se inserir no mercado brasileiro. A Fox começou oficialmente uma campanha para que os telespectadores exijam de suas operadoras a retransmissão do sinal. Na página Eu Quero Fox Sports o canal fornece os telefones e sites de NET, Sky e Via Embratel, operadoras que ainda não têm a emissora em suas grades, para que os interessados entrem em contato. Mesmo assim, a Fox vem produzindo conteúdo desde 5 de fevereiro. Nesta 3ª.feira (14/2) estava previsto o início da transmissão por outras sete operadoras: TVA, Telefônica TV Digital, Oi TV, CTBC, RCA, Neo TV e Nossa TV, atingindo 1,3 milhão de assinantes, segundo a assessoria. No dia 10/2, a mesma Keila informou que a Globo News prepara para julho, durante as férias do Manhattan Connection, um programa que mostra o cotidiano de jornalistas que trabalham no exterior. Clube dos Correspondentes estará sob o comando de Leila Sterenberg.
Publicação de grampos é ilegal, diz Carlos Chaparro
A divulgação do áudio de telefonemas entre policiais em greve na Bahia pelo Jornal Nacional do último dia 8/2 gerou uma polêmica à parte do conteúdo em si. Como se tratava de material que compromete judicialmente parte da própria força judiciária, os PMs retaliaram os jornalistas que participavam da cobertura do caso, bloqueando seu acesso às assembleias e reuniões, proibindo a divulgação de imagens dos grevistas e até ofendendo verbalmente a imprensa. O que pode parecer falta de bom senso ou até abuso por parte dos policiais é, segundo o professor Carlos Chaparro, uma reinvindicação justa dos envolvidos. Segundo texto publicado em seu blog O Xis da Questão em 11 de fevereiro (mesmo dia do fim da greve), é crime divulgar conversas grampeadas. Chaparro cita a Constituição que, no Artigo V, prevê a interceptação de comunicação privativa somente para fins de ?investigação criminal ou instrução processual penal?, com devida autorização. ?Quando se faz a divulgação (inclusive e principalmente pela via jornalística) de conversas telefônicas interceptadas, o que está em jogo, portanto, não são embates político-partidários, mas um direito fundamental de cidadania?, escreve o professor. Ele ainda acrescenta que a lei 9.296, de 24 de julho de 1996, e o Código Penal regulamentam esse direito e destaca os pontos desses textos que deveriam ser estudados pelos jornalistas. Interpretação parecida teve o Tribunal Constitucional espanhol em decisão anunciada em 6/2, acerca da utilização de câmeras escondidas para finalidade jornalística. A corte decidiu proibir o uso desse tipo de ferramenta em reportagens. ?O dispositivo oculto se baseia num ardil ou engano que o jornalista emprega, simulando uma identidade oportuna segundo o contexto?, diz o texto, analisado pelo blog Direito na Mídia.