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Especial Dia do Jornalista: Um tempo para chamar de meu

Uma das jornalistas mais premiadas do País no ranking do Jornalistas&Cia e do Instituto Corda, Eliane Brum, conhecida entre os colegas como a nossa grande historiadora do cotidiano, tirou um tempo para chamar de seu. De duas a três vezes por semana, passa do meio da tarde até a noite lendo na banheira. Chega a ficar cinco horas com metade do corpo submerso na água morna – é o tempo de começar e terminar um livro inteiro. O ritual inclui vinho e chocolate. “É um luxo a que eu me dou. Saio murcha, faceira e cheirosa. E este é meu único problema com os e-books: não dá pra levar pra banheira. Assim que inventarem – se é que já não existe – um jeito de levar computador pra banheira, nunca mais saio de lá”, brinca. Só em março ela leu Bel-Ami (Guy de Maupassant), Tudo o que mãe diz é sagrado (Paula Corrêa), As virgens suicidas (Jeffrey Eugenider), O professor do desejo (Philip Roth), A longa viagem de prazer (Juan José Morosoli), e Groucho e eu, uma autobiografia (Groucho Marx). “Estou lendo Oblómov, de Ivan Goncharov. É uma edição primorosa da Cosac Naify. Mas como é emprestada, não posso levar pra banheira, o que faz com que demore muito mais pra ler”. Essa doce rotina tornou-se possível quando ela deixou de dar expediente na redação da revista Época, onde estava desde 2000 como repórter especial. Hoje, Eliane segue no time da publicação da Editora Globo, mas agora com uma coluna semanal. Feita com a alma, a argúcia e o aguerrimento da repórter, que nunca deixou ou deixará de ser. A decisão de tirar o pé do acelerador foi tomada, porém, por motivos muito mais nobres do que simplesmente o cansaço ou o estresse: “Quando deixei de ter emprego, uma das ideias era poder ter tempo para as coisas do afeto, como o envelhecimento dos pais. Meu pai teve vários problemas de saúde em 2012 e eu tive o privilégio de poder ajudar a cuidar dele – ou só ficar por perto”. Nessa nova fase, Eliane está retomando projetos de trabalho interrompidos no meio do caminho: uma grande reportagem apurada no ano passado, o lançamento de um livro de colunas (que sai ainda neste semestre) e a escrita de outro livro inédito. “Ando sempre cheia de ideias, meu drama é que vai faltar vida para o tanto de coisas que eu quero experimentar. Mas acho que esse é drama de todo mundo, né?”. A rotina quando está em São Paulo é acordar cedo – por volta das 5h da manhã. Consegue a façanha de fazer isso sem usar despertador (ela também não tem telefone celular). Assim que sai da cama, começa a escrever. Como tem o hábito de “dormir com as galinhas”, sua vida social é praticamente nula. Por isso, fica a dica: nunca tente marcar nada com Eliane Brum no período da manhã. Três vezes por semana ela faz pilates e quando viaja dá um jeito de fazer alongamento. “Se não faço isso, minha coluna começa a me causar problemas. Quando vi as matérias sobre Ricardo III descobri – finalmente – que havia algo de nobre em mim: minha coluna é igual a dele”, diverte-se. E, por falar nisso (com o perdão do trocadilho infame), nunca faz nada às 2as.feiras, no período da tarde, porque está estropiada por causa da coluna que publica nesse dia no site de Época: “Quem lê não consegue imaginar o trabalho que ela dá. Em geral, passo todo o final de semana e cinco horas da 2ª.feira escrevendo e revisando. Aí, na 2ª de tarde, não volto a escrever meu livro ou outras coisas de que preciso”. Além disso, ainda cozinha, lava e limpa a casa, sempre em parceria com o marido João – ele também trabalha em casa. Quando percebe uma janela na agenda, corre para seu sofá azul para assistir a alguma série enlatada (de preferência Mad Men) ou vai para o cinema, que é, segundo ela, um vício. Sua lista de atores favoritos é extensa: Marlon Brando, Celia Johnson, Daniel Day-Lewis, Emmannuelle Riva, Joaquin Phoenix, Audrey Hepburn, Gregory Peck, Isabelle Huppert, Klaus Kinski, Fernanda Montenegro, Wagner Moura, Lázaro Ramos, Paulo Gracindo, Lima Duarte, Giulietta Masina, Meryl Streep, Melina Mercouri, Jacques Tati, Ricardo Darín. “Minha rotina não é de 2ª a 6ª, já que trabalho todo o final de semana. Nem é de horário comercial. Cada dia é diferente do outro. Quando viajo a trabalho, tento passar pelo menos mais um dia para conhecer o lugar”. Eliane diz que nunca pensou em trabalhar menos. Ela só queria ser dona do seu tempo e misturar as coisas. Sua relação com o tempo, diga-se, sempre foi especial. Sua primeira grande reportagem, publicada em 1989, quando era ainda foca, chamou a atenção da redação do jornal Zero Hora pelo enfoque completamente inusitado. A encomenda era fazer uma matéria nada promissora sobre a inauguração de uma loja do McDonald´s em Porto Alegre. Em vez de fazer o óbvio, ficou o tempo todo ao lado de um grupo de velhinhos que passavam os dias jogando xadrez no lugar. Acabou escrevendo um texto belíssimo sobre o tempo e a modernidade irreversível. Entrou no jornal gaúcho como estagiária em 1988, depois de cursar História e flertar com a Biologia e a Informática. Na redação, teve como “mestres” Marcelo Rech e Carlos Wagner. No Zero Hora, Eliane fez de tudo um muito e passou até pela editoria de Polícia. “Nessa época, Zero Hora tinha juntado as editorias de Polícia e Geral. Cobri alguns grandes crimes e ás vezes fazia o que se chama lá de ‘ronda’. Foi aí que descobri uma história daquelas tão absurdas que só existem na realidade. Na ficção soaria totalmente inverossímil”. Ela estava fazendo a ‘ronda’ quando ligou para uma delegacia de Sapucaia do Sul. Um policial do plantão atendeu dizendo que a coisa estava tão calma que tinha até uma galinha presa. “Como assim?”, retrucou a repórter. Ao chegar à delegacia com o fotógrafo, ela descobriu que a galinha presa tinha sido encontrada de madrugada ao lado de um galo morto e de um homem abraçado a uma garrafa de cachaça. A polícia havia liberado o homem e prendido a galinha. O boletim de ocorrência do animal dizia: “detida em atitude suspeita”. Pior: o homem liberado era suspeito de homicídio e estava foragido. “Mas por que a prisão da galinha vale uma reportagem? Porque a galinha fala sobre o ser humano. Vale porque fala da incompetência da polícia. É uma história engraçada, mas é uma denúncia. E a gente que é repórter tem tanta sorte que isso tudo aconteceu no Dia Internacional da Ave”. A tal galinha presa foi capa do jornal e rendeu uma polêmica. Esse pequeno “causo”, que foi contado pela repórter em uma palestra ilustra bem o tom das reportagens de Eliane Brum. Sua busca permanente é pelas preciosidades que estão presentes no dia a dia. Basta olhar direito para achá-las. “Tive sorte e nos 11 anos e meio que trabalhei no jornalismo diário, com duas, três pautas por dia, encontrei muitas”.

Profissionais do Brasil Econômico aceitam calendário de negociações

Reunidos em assembleia na tarde da última 2ª.feira (1º/4) na própria redação, os profissionais do Brasil Econômico em São Paulo decidiram aceitar o calendário de negociações proposto pela empresa, com estabilidade para todos até 17/4, incluindo os PJs, mas mantiveram o estado de greve decretado na semana anterior. Ainda por esse calendário, a empresa assegura liberdade para os representantes do Sindicato realizarem assembleias na redação sem a presença do RH, desde que marcadas com 24h de antecedência, e ficou de apresentar nesta 4ª.feira (3/4) uma proposta de acerto para os que vão deixar o jornal ou seguir para o Rio, em função da decisão de mudar para lá a sua sede, mantendo em São Paulo apenas uma sucursal. Essa proposta deverá ser debatida em nova assembleia, marcada para 6ª.feira (5/4). A reunião teve coordenação de Paulo Zocchi e Márcia Quintanilha, respectivamente diretores Jurídico e de Sindicalização do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo. No Rio, Sônia Soares começou esta semana como editora-executiva já dentro da nova estrutura do jornal, assumindo por lá funções antes alocadas em São Paulo. Sônia esteve por quase 20 anos em O Globo, onde foi editora de Economia.

Especial Dia do Jornalista: Enquanto a flor branca da paineira não vem

Com alma, talento e inspiração, eles fazem a diferença no jornalismo brasileiro A partir de hoje, e pelos próximos dias, o Portal dos Jornalistas apresenta histórias dos dez jornalistas mais premiados de todos os tempos pelo Ranking J&Cia 2012, na celebração deste 7 de abril, Dia do Jornalista. Poderiam ser cem, quinhentas, quem sabe mil, tamanha é a importância que o jornalismo e os jornalistas têm para a sociedade e para a democracia de nosso País e tantos são os talentos que despontam Brasil afora. Em textos de Paulo Vieira Lima e Pedro Venceslau, vamos descobrir um pouco das paixões, das inspirações e da trajetória desses homens e mulheres que enchem de orgulho essa nossa atividade profissional. O primeiro homenageado é José Hamilton Ribeiro, repórter especial do Globo Rural. José Hamilton Ribeiro Enquanto a flor branca da paineira não vem José Hamilton Ribeiro fez questão de marcar a entrevista pessoalmente e impôs como “condição” que ela acontecesse depois do almoço, em seu apartamento, que fica em um condomínio arborizado e repleto de pássaros no bairro da Aclimação, em São Paulo. De férias do programa Globo Rural, ele acabara de chegar de seu sítio na próspera Uberaba, em Minas Gerais, e recém tinha desistido de ir para a praia em Santa Catarina, por causa do tempo pouco confiável. Ficou em casa mesmo, caçando documentários de animais na tevê a cabo. Embalado pelo ócio e pelo clima vaticanista daqueles dias de Papa Francisco na telinha, decidiu também encarar o livro Jesus de Nazaré, do demissionário Joseph Ratzinger, que versa sobre a infância de Jesus: “É a última tentativa minha de acreditar em alguma coisa. Não acredito nem em milagre, nem nessa moleza de achar que rezando cinco minutos você resolve alguma coisa”. Viúvo desde que perdeu sua companheira Maria Cecília, em 2011 – eles foram casados por mais de quatro décadas –, Zé Hamilton tenta driblar a saudade dedicando cada vez mais tempo ao seu próprio mundo rural no município mineiro: “A morte dela me deu um desequilíbrio. Foi uma luta longa, de sete anos, contra o câncer. Esse período foi de muito sofrimento, mas de muita solidariedade também”. Pai de Teté Ribeiro, que é casada com Sérgio Dávila, da Folha de S.Paulo, e de Ana Lucia, ele confidencia que ainda espera a chegada de netos. Mas enquanto eles não chegam, Zé viaja com amigos para sua propriedade, que cada vez mais ganha ares de um bem-sucedido empreendimento do agronegócio. Ele investe em eucalipto e na engorda de suínos e frangos. Um gerente trata de tocar o dia a dia da produção e negociá-la: “Fazenda não é uma coisa só para ter renda. É mais do que tudo um lugar para ir. Você planta seu abacateiro, seu pé de flor…Minha curtição é chegar lá no sítio e ver as espécies que estão florindo”. Zé conta que está vivendo um suspense. Em meados dos anos 1990, ele estava na zona rural da Argentina fazendo uma reportagem para o Globo Rural sobre tropeiros quando se deparou com uma paineira que o deixou enfeitiçado: “A paineira dá flor rosa, mas aquela dava flor branca. Consegui três mudas e dei um jeito de cruzar a fronteira com elas, o que era proibido”. Chegando ao Brasil, correu para Uberaba e tratou de plantar a novidade entre outras paineiras recém-chegadas. Mas como não é organizado, esqueceu-se de marcar o local de cada uma. Desde então, fica esperando para ver em qual delas surgirá a flor branca. Trazer mudas na bagagem, aliás, é um ritual que Zé cultiva desde que começou no Globo Rural, onde está desde 1982: “Dizem que se todas as mudas que eu trouxe tivessem vingado eu teria uma floresta. Se eu não fosse jornalista, seria jardineiro. Adoro pegar uma muda e plantar. Quando vejo que está abatida ou abalada, pego e vou ver a causa”. A relação com o mundo rural vem de muito antes do matutino da Globo sobre o campo. As lembranças da fazenda onde cresceu com oito irmãos em Santa Rosa do Viterbo, no interior de São Paulo, ainda frequentam as lembranças do repórter de guerra. As terras da família foram sendo vendidas aos poucos, sempre que a situação financeira apertava e que um dos filhos chegava à idade de ir estudar fora: 11 anos. “Fazenda é um sonho difuso da espécie humana. Faz parte do inconsciente coletivo do ser humano”. A conversa é interrompida quando o almoço é servido – carne de panela, suflê de milho, arroz e muita salada. Acompanhado de uma indefectível garrafinha de cachaça mineira de primeiríssima safra, Zé Hamilton muda de assunto. Entramos então na pauta Globo Rural. Ele afirma que, ao contrário do que muita gente pensa, o programa não limita cabeça dos jornalistas que o produzem. Muito ao contrário: “A gente não fala só de diarreia de bezerro. É um programa sobre a natureza e a alma do ser humano que vive no campo. Tem lá angústia, dúvida, sofrimento, conflito, dança e música. Afinal, quem dirá que a extensão da alma do homem do campo é menor do que a do da cidade?”. Zé revela, porém, que às vezes tem que travar uma luta “quixotesca” para evitar que a atração torne-se técnica demais: “Não, não entendo muito de tevê, mas de vez em quando aparece um burocrata dizendo: ‘Isso não é Globo Rural’, É uma frase típica de burocrata. A parte técnica é importante, mas não pode ser todo o programa. De quais reportagens o povo lembra? Certamente não são as sobre técnica de produção, e sim sobre o ser humano”. Para sua sorte, o diretor da atração matutina, Humberto Pereira, comunga da mesma tese.  “Ele sempre aprova com entusiasmo quando sugiro matérias sobre músicos, por exemplo. Quando o Tinoco fez 91 anos, comecei a fazer um grande perfil dele. Eu já havia feito algumas entrevistas quando ele morreu”. Antes do cafezinho, a manchete do dia da Folha de S.Paulo, assinada por seu genro, Sérgio Dávila, que flagrara a explosão de uma bomba no Iraque, nos leva para um tema inevitável: o jornalismo de guerra, sua experiência no Vietnã e a vida com uma perna mecânica desde então. Estender essa trilha, entretanto, seria contar uma história já diversas vezes repetida, sendo uma das mais brilhantes delas na revista Trip, em 2003. Na ocasião, ele posou pela primeira vez, como bem definiu Eduardo Ribeiro em artigo no portal Comunique-se, de forma serena e reflexiva, sem a perna estilhaçada por uma mina do Vietnã: “Apaziguado consigo e com seu destino – tem ao lado, na foto da capa (assinada por Márcio Scavone), a prótese que o ajuda caminhar desde o fatídico episódio, que já vai longe, em 1968”. A pergunta que não quer calar: o que leva um jornalista a correr riscos na zona de guerra?. “Um pouco de vaidade, um pouco aventura, mas também a ambição profissional e a falta de juízo. O jornalista acha que vai mudar mundo com o seu trabalho. Parece romantismo, mas eu afirmo com convicção: a presença de um repórter impede que certos abusos sejam cometidos”. E por falar em vaidade, pergunto como se sente, famoso: “No começo eu estranhava muito, já que fui para a tevê depois de muito tempo de imprensa escrita. O jornalista de texto é conhecido, mas não é reconhecido. Se o Clóvis Rossi andar na Avenida Paulista é capaz de ninguém nem olhar para ele. Se for a Glória Maria o trânsito é capaz de ficar congestionado”. Zé tira da cartola dois episódios para ilustrar sua relação com a fama. No primeiro conta sobre uma faxineira da Globo que sempre o confundia com Rolando Boldrim, que então apresentava o Som Brasil, programa que vinha logo depois do Globo Rural. Ele ria sempre que ela perguntava: “O senhor vai cantar hoje?”. No outro, diverte-se ao recordar do dia em que um casal de velhinhos no aeroporto de Brasília o confundiu com Amaral Neto. Nesse ponto, o entrevistado dá uma pausa e diz, reflexivo. “A gente luta para ser reconhecido pelos colegas. Jornalista é vaidoso. No fundo, tem a ilusão de que fez alguma coisa”. Por fim, deixo o entrevistado em paz para seguir, em suas palavras, “morgando” até o fim das férias. Diante desse tempo nublado que não colabora, o plano consiste em se dividir entre o longo trajeto até Uberaba – com direito a paradas nas casas das irmãs, em Campinas e Ribeirão Preto – e insistir mais um pouco na leitura do livro do Papa, que ele guarda no criado-mudo ao lado das edições especiais da revista Time. Certos hábitos não mudam nunca…

Octavio Guedes é o novo âncora do CBN Rio

Octavio Guedes, diretor de Redação do Extra, assume cumulativamente o CBN Rio como âncora, na Rádio CBN. Ele participa do programa há quatro anos como comentarista, e ficou conhecido pelo tom informal, bem-humorado e crítico. Aliando isso à experiência jornalística premiada com dois Esso, Octavio pretende apenas, nas suas próprias palavras, “dar notícia relevante e útil”. O CBN Rio era comandado por Lúcia Hippólito, que há um ano se afastou por motivo de doença. Maurício Martins substituiu-a interinamente e agora deixa a casa. A companheira de bancada Lilian Ribeiro continua no posto, assim como a produtora Simone Magno. O programa vai ao ar de 2ª a sábado, das 9h às 12 horas. Guedes conta que sua ligação com o rádio vem desde o tempo em que era repórter. Quando trocou o Jornal do Brasil por O Dia, jornais que tinham leitores com perfis bastante diferentes, passou a ouvir rádio sistematicamente para entender aquela audiência. Em 1998, antes de o Extra entrar em circulação, ele foi chamado para treinar a equipe inaugural. O trabalho do dia começava com todos lendo os jornais e ouvindo o noticiário de rádio, e em seguida discutindo por que algumas notícias iam para o rádio e outras para o jornal, o que era informação e o que era serviço. Já como editor do Extra, participou do programa Debates populares da Rádio Globo, com Lúcia Hippólito e o juiz, hoje ministro do STJ, Luís Felipe Salomão. Havia quatro anos era comentarista do CBN Rio, no quadro Aconteceu e não virou manchete. Acredita que, em sua nova atribuição, o Extra tem a ganhar, pois vai passar as manhãs debatendo as principais notícias do dia.

Luiz Carlos Azenha deixa a direção do Viomundo

Luiz Carlos Azenha voltou atrás na decisão de descontinuar seu blog Viomundo, que havia informado aos seus leitores no último dia 29/3, mas vai se afastar “do compromisso diário de passar de cinco a 10 horas diante de um computador aprovando comentários, traduzindo e publicando textos. Torno-me um repórter voluntário e não remunerado, além de escrever os tradicionais comentários sobre mídia e política”.

Após ser condenado em primeira instância na semana passada (cabe recurso) a indenizar em R$ 30 mil Ali Kamel, diretor de Jornalismo e Esporte da Rede Globo, Azenha mudou de ideia para atender a pedidos dos leitores, principalmente de João Carlos Cassiano Ribeiro, que escreveu a ele via facebook: “Respeito sua decisão e compreendo sua necessidade, mas me sinto um pouco órfão com o fim do Viomundo e triste em ver o jornalista abandonando uma das frentes de trabalho por força da opressão. Choro ao escrever essas palavras pois sei que perdemos um espaço vital para nossa luta. Não sou colaborador e nem costumo interagir com o blog, sou um leitor anônimo e aprendi a observar o seu blog como um filho observa o pai e aprende e se orgulha de estar por perto. Nossa luta não é partidária ou governamental, é pelos mais fracos e pela dignidade humana. Sempre o terei como amigo sem nem o conhecer, pois me orgulho dos meus amigos e me orgulho muito de você!”.

Em post que publicou no Viamundo na 2ª.feira (1º/4), Azenha informa que Conceição Lemes ([email protected]) passa a editora-chefe do site, encarregada também da relação com os 40 mil seguidores no twitter/facebook; e que Leandro Guedes ([email protected]), da agência digital Café Azul, “que há meses já vinha estudando o assunto, adotará um mix de todas as sugestões que nos foram feitas por vocês sobre crowdfunding, além de perseguir eventuais patrocinadores que vocês nos sugerirem; o dinheiro arrecadado com o crowdfunding será todo reinvestido no site e não será utilizado para bancar advogados, dos quais já contamos com os competentíssimos Cesar Kloury, Idibal Pivetta, Airton Soares e um importante escritório de Brasília que ofereceu ajuda solidária”.

Na nota, Azenha informa ainda que passa a aceitar, sempre que compatível com sua agenda profissional, “todos aqueles pedidos de entrevistas de estudantes, palestras em universidades e conferências” e “acima de tudo, passo a me dedicar à área de minha especialidade, que é a produção de vídeos, minidocs e docs”.

Manifestações sobre o episódio Foram diversas as manifestações na internet e nas redes sociais tanto sobre a sentença quanto pela decisão original de Luiz Carlos de suspender o blog, a maioria carregada de opiniões apaixonadas, contra ou a favor – como, aliás, é comum nesse tipo de episódio.

Marcelo Moreira, ex-editor de Economia do Jornal da Tarde, disse: “Até entendo a comoção que cause a condenação do jornalista Luiz Carlos Azenha, em ação movida pelo diretor da Globo Ali Kamel – em especial entre os blogueiros de esquerda independentes e sérios e entre os cooptados e chapas-brancas. O problema é que a questão, por enquanto, é uma contenda pessoal entre dois cidadãos, nada mais. A mesma coisa em relação ao jornalista Rodrigo Vianna, outra ‘vítima’ de Kamel. Os blogueiros escreveram o que quiseram, alguém se sentiu ofendido e foi à Justiça. O que tem demais isso? Ganhar ou perder na Justiça faz parte. Tratar isso como escândalo me parece demais. Ou alguém prova que a decisão judicial foi corrupta e manipulada ou então a questão não passa de uma contenda pessoal. A decisão judicial, em si, me desagradou, pois não havia nenhum indício de que Azenha tenha feito qualquer ‘campanha’ de perseguição. A sentença de primeira instância é simplesmente esdrúxula e Azenha merece a solidariedade, mas sem os exageros típicos de uma parte da esquerda que só sabe bater bumbo. É triste, mas não vejo a mesma energia dessa gente em protestar contra o gravíssimo caso de censura e decisões judiciais perigosas no caso do jornalista Fabio Pannunzio, que está sofrendo um assédio judicial impressionante de um ex-secretário de Segurança de São Paulo, fato que obrigou o jornalista a encerrar temporariamente seu blog interessante. Pannunzio não tem simpatia pelo governo do PSDB em SP, mas também não tem simpatia pelo governo Dilma. Será esse o motivo de ser ignorado por esse pessoal que se ‘escandalizou’ com o caso Azenha? E o que dizer do bombardeio que Juca Kfouri sofreu e sofre de Ricardo Teixeira? Acho um tema interessante para discussões entre os profissionais da área”.

Mais uma indenização – Outro condenado a pagar indenização, mas a José Serra, por danos morais pelo “oportunismo eleitoral do livro A privataria tucana”, é Amaury Ribeiro Jr., que finalizou a obra às vésperas da última eleição presidencial e a lançou pela Geração Editorial (também condenada). O que chama a atenção nesse caso é a sentença do juiz André Pasquale Scavone, da 10ª Vara Cível de São Paulo: ao mesmo tempo em que afirma que “não é este o juízo que vai dizer se os fatos narrados [no livro] são ou não verdadeiros” e reconhece que é “inequívoca a intenção dos réus de atingir a imagem de Serra”, considera “curioso” o fato de a ação ter caráter indenizatório e não de “impedir a venda do material ofensivo” – daí ter fixado a indenização pelo valor “simbólico” de R$ 1 mil. As duas partes vão recorrer.

GloboNews reestreia Conta Corrente com formato mais dinâmico

Marcado originalmente para estrear novo formato em 18/3, o programa Conta Corrente, da GloboNews, vai ao ar com as mudanças na próxima 2ª.feira (8/4), a partir das 21h, que, segundo comunicado da emissora, devem torná-lo mais dinâmico e com linguagem mais clara. Apresentado por Dony De Nuccio – atual editor de Economia do Jornal das Dez –, o programa focará temas relacionados à economia com uma abordagem que facilite a compreensão do telespectador. “Queremos falar de economia sem economês, tudo de uma forma simples, dinâmica e direta”, explica Dony. “Vamos tirar o nó da notícia, explicar o que ela significa e como afeta a vida do telespectador. Transformar em claros e interessantes os assuntos que poderiam parecer chatos ou difíceis. Além disso, vamos incluir no cardápio temáticas úteis para quem assiste: a economia que pode melhorar sua vida profissional e financeira, que pode ajudá-lo a avançar mais rápido na carreira, a juntar mais dinheiro e investir melhor”. O telejornal terá um assunto principal por dia: Mercado de trabalho (às 2as.feiras), Educação financeira (às 3as), Empreendedorismo (4as), Investimentos (5as) e Sucesso e inspiração (6as). O programa também terá entradas nos jornais da Globo News às 10h, 16h e 18 horas. Outra novidade é o lançamento do aplicativo Conta Corrente, disponível para iPhone e Android, que organizará os gastos pessoais do usuário por categorias estabelecidas de acordo com as necessidades de cada um, e ainda alertará quando as despesas forem superiores à programada. Tudo ficará anotado na agenda do aplicativo, que mostrará, mensalmente, gráficos das despesas, rendimentos e investimentos.

Egressos de O Jornal lançam O Dia Alagoas

Jobson Pedrosa, Eliane Pereira e Deraldo Francisco – todos egressos de O Jornal, diário que deixou de circular em dezembro passado – uniram forças e lançaram no início do mês o semanário O Dia Alagoas. Com tiragem de três mil exemplares, o jornal circula com 24 páginas de reportagens especiais, além das colunas de Deraldo – que também assina como diretor-geral –, Roberto Bahia, Jair Barbosa e Roberto Vilanova. Da equipe de O Jornal também vieram os repórteres Iracema Ferro, Luciano Milano, Pedro Barra, Laisa Santa Rosa, Igor Pereira e a estagiária Candice Almeida. Completa o time o estagiário Eduardo Leite. Jobson também lidera, com o Sindicato de Jornalistas de Alagoas (Sindijornal), o grupo de ex-funcionários de O Jornal que está cobrando na Justiça encargos devidos pela empresa: a última parcela da multa rescisória, além de FGTS e INSS – este, de acordo com o repórter, não era pago desde 2007: “Foi descontado do nosso salário, mas não foi repassado para o INSS”.   O jornal é vendido a R$ 0,50 em bancas de todo o Estado e em alguns cruzamentos de Maceió. Os contatos são [email protected] e 82-3023-2092. Alexandre Lino – Ex-repórter de Política de O Jornal, Alexandre Lino está na assessoria de Imprensa da Câmara de Vereadores de Maceió. Seus novos contatos são [email protected] e [email protected].

Estadão extingue dois cargos de editor-executivo

Laura Greenhalgh e Luiz Américo Camargo estão em novas funções no Estadão. Ela, de Cultura, passou a atuar como repórter especial e estreará, em data a ser definida, uma coluna quinzenal no Caderno 2, reportando-se diretamente à editora-chefe Cida Damasco. Nesse ínterim, passará 60 dias em Londres, em período de estudos. Luiz Américo, de Publicações, continuará como colunista de Paladar e também atuará como consultor do projeto Paladar em todas as suas frentes, em parceria com a área de Produtos e Projetos, sob a responsabilidade do Ilan Kow, além de se dedicar a empreendimentos pessoais ligados à gastronomia. Os cargos que ocupavam, de editores executivos, foram extintos. No comunicado dirigido à redação, o diretor de Conteúdo, Ricardo Gandour, afirmou que “o movimento se situa no contexto do amadurecimento das equipes e da evolução da carreira dos profissionais, fatores que ao mesmo tempo viabilizam a simplificação da estrutura e a redução de níveis hierárquicos, providências inerentes à permanente gestão de recursos”. Aguardam-se para abril novas mudanças estruturais no jornal, entre elas a transferência da Agência Estado para o espaço da antiga redação do Jornal da Tarde no 6º andar do prédio da empresa, para onde deverá seguir também a editoria de Economia&Negócios, inclusive com o portal de Economia, a fim de formar uma grande redação econômica integrada. Os suplementos semanais, que lá estão atualmente, mudam-se para a redação do Estadão.

Renato Andrade é o novo secretário de Redação da Folha no DF

Renato Andrade, coordenador de Economia da sucursal de O Estado de S. Paulo, Em Brasília, despediu-se no último dia 25/3 e assume a partir desta semana a sucursal da Folha de S. Paulo, em substituição ao secretário de Redação Igor Gielow, que passou a dirigir a publicação em Brasília, no lugar de Melchíades Filho. Por enquanto, o posto de Renato no Estadão permanece vago. Ele estava em sua segunda passagem pelo jornal, onde permaneceu, por último, quatro anos – entrou pela primeira vez em 1996 e voltou em 2009. Ele brinca: “Agora saí do Real Madri para o Barcelona”.

André Chaves assume iG e BRZ Tech

André Chaves foi promovido, na semana passada, a presidente do iG e membro do Conselho Executivo da BRZ Tech, empresa de desenvolvimento de tecnologia (as chamadas “tecnologias disruptivas”). Ele havia sido contratado em outubro de 2012 como vice-presidente de Operações do iG. Tanto iG como BRZ Tech são integralmente controlados pelo grupo Ongoing, que detém ainda 30% da Ejesa, editora dos jornais Brasil Econômico, O Dia e Meia Hora. Juntamente com a Oi, de telefonia, compõem o braço Ongoing TMT (telecomunicações, mídia e tecnologia) no Brasil. O grupo Ongoing, multinacional portuguesa na origem, tem atuação bastante diversificada, constando de seu portfólio empresas nas áreas financeira, de consultoria, mercado imobiliário, infraestrutura e energia. Sua prioridade declarada é o mercado global de língua portuguesa, no qual o Brasil responde por três quartos do volume. A importância dos negócios locais ficou clara no início deste mês (7/3), quando Nuno Vasconcellos, presidente do Conselho de Administração da Ongoing, veio ao Rio de Janeiro para um evento que talvez não justificasse essa movimentação: o lançamento de mais uma página regional do iG (ver J&Cia 887). Sua presença foi saudada pelo governador Sérgio Cabral como demonstração de que “o grupo Ongoing acredita no Estado” e os investimentos no Rio são “uma reintegração dos laços entre Brasil e Portugal”. Na rápida abertura do evento, André Chaves disse, entre outras coisas, que o iG pretende trazer para o Brasil avanços tecnológicos. Ora, se uma empresa de mídia conta, no mesmo grupo, com uma operadora de telecomunicações, isto significa considerável vantagem competitiva. A Oi, da holding Brasil Telecom, é a segunda do País no seu segmento e pertence em 22% à Portugal Telecom, que também faz parte da Ongoing. Ao final do encontro, André Chaves falou a Jornalistas&Cia. Perguntado se a Oi no Brasil pode acompanhar o que há de avanço tecnológico na Portugal Telecom, respondeu: “O tamanho do mercado brasileiro não se compara com o de Portugal. Por exemplo, instalar fibra ótica lá é completamente diferente de atingir todo o território aqui”. Sem dúvida, qualquer inovação tecnológica no Brasil fica muito mais difícil de ser implantada do que em qualquer país da Europa, tanto pela extensão geográfica como pelo tamanho mesmo do mercado. No ano passado, a BRZ Tech foi considerada pelo The Huffington Post como uma das mais inovadoras e com grande potencial de crescimento no mercado de tecnologia mundial. A empresa é a criadora do Realtime Messaging System & Framework. Chaves traduziu essa marca: “É algo que o iG iniciou no Brasil. Está funcionando experimentalmente. Significa o publisher saber, sem o delay comum de dois minutos, quem está lendo o quê, e quando. Isso é importante para organizar a cobertura, os posts – entregar para o leitor o que ele quer, imediatamente, enquanto ele ainda está lendo a notícia”. Interessa saber em que isso amplia a participação do iG, hoje o quinto portal mais acessado do Brasil. Chaves comenta: “O iG não deve necessariamente ser o maior, mas o mais rentável. Vai voltar a ter o perfil de inovação de seu lançamento, tanto editorial como no e-commerce. E aderir à mentalidade das telecoms, como B2B para o mercado. Vamos também prestar serviços para outros veículos, um benchmarking das telecoms, que já fazem isso entre si. A tecnologia tem um motivo: é cada vez mais relevante para o usuário. O que falta é o Brasil se enxergar como protagonista. Nossas empresas, hoje, exportam tecnologia de ponta. Precisamos encontrar nossa vocação, não podemos nos considerar coadjuvantes”. Apesar do pouco tempo de casa, André Chaves parece pronto para suas novas atribuições. Entre elas, a de ser um dos rostos mais visíveis do grupo Ongoing no Brasil.

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