Por solicitação do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, a Justiça do Trabalho concedeu no último dia 7/12 uma antecipação de tutela, medida que proíbe liminarmente qualquer demissão no Jornal da Tarde até que seja feito algum acordo entre o Grupo Estado e os funcionários do jornal ou que o próprio TRT julgue o processo, ainda sem data marcada. O Sindicato também entrou com uma petição junto ao Tribunal pedindo explicações à empresa para o corte de 30 pessoas no portal do Estadão na semana passada, o cancelamento das demissões e a abertura de negociações. Em função do pedido, o juiz-relator convocou audiência pública no TRT para a próxima 2ª.feira (17/12), às 14h30. Como o Judiciário entra em recesso na 3ª.feira, é possível que tudo fique em suspenso até depois que este termine, em 7 de janeiro. Ainda sobre as demissões no portal, Jornalistas&Cia conseguiu confirmar as saídas da repórter Ligia Tuon (ligiamctuon@gmail.com), que estava havia quatro anos no Grupo ? onde passou pela coluna Defesa do Consumidor e pela editoria de Economia do JT ?, e da estagiária Giovana Schlüter (gi.schluter@gmail.com), ambas da editoria de Economia e Negócios. Também por lá, o site E+ foi descontinuado e com isso seu editor João Luiz Vieira (11-99152-4058 e vieiraluizjoao@gmail.com) também deixa a casa. Havia sete meses no cargo, João acumula passagens por Terra, Marie Claire, Época, Quem e pelas colunas de Sonia Racy e Monica Bergamo.

Um corte pontual foi realizado pela Abril nos últimos dias, atingindo diversas áreas da empresa e algumas redações, sobretudo profissionais com salários mais elevados (em geral os mais antigos e em cargos de chefia). A estimativa do Sindicato dos Jornalistas é de que a empresa fez mais de 20 dispensas de jornalistas, de um total de cerca de 100 indicadas pelos rumores. A Abril entende que essa movimentação está dentro da normalidade, razão pela qual nem se pronuncia sobre o assunto. Uma das profissionais que deixou a empresa foi a redatora-chefe de Projetos Especiais e Eventos da revista Claudia, Joyce Moysés, com 25 anos e nove meses de casa ? foi contratada logo após concluir a faculdade, em 1986 ?, sempre dedicados ao jornalismo feminino. Passou por Claudia, foi colaboradora das revistas Alfa e Você S/A e, recentemente, lançou o projeto Claudia Noivas, coordenou o Prêmio Claudia e as seis últimas edições de Claudia Bebê, entre outros trabalhos. Também publicou o livro Mulheres de sucesso querem poder… amar (Editora Gente), que está na segunda edição, e participou diversos seminários e encontros sobre o tema liderança feminina. ?Tenho vários planos para transformar essa expertise em novos projetos editoriais, livros, palestras, artigos, aplicativos, reportagens de fôlego…?, diz Joyce. Os contatos dela são joyce@joycemoyses.com.br, 11-99603-7061 e www.joycemoyses.com.br. Também saiu Virginia Lamarco, que era editora Visual de Gastronomia e Decoração de Claudia. Ela estava havia 28 anos na Abril, 23 deles em Claudia, onde já foi editora fotográfica e tornou-se especialista em decoração e culinária, principalmente em temas relacionados a Natal. Já passou por Casa Claudia, Cozinha Experimental e, anteriormente, trabalhou em agências de propaganda como Almap e DPZ. ?Foi mais da metade da minha vida na Abril, onde trabalhei com grandes jornalistas e isso me deu uma base muito boa?, diz Virginia, que pretende agora atuar em novos projetos em mídia impressa, digital e eletrônica e brand marketing, além de dar palestras nas áreas de decoração e gastronomia. Os contatos dela são vivilamarco@gmail.com e 11-99999-5076. Do mesmo núcleo saiu Edson Medeiros (ephoto145@gmail.com), repórter Visual de Casa Claudia e Arquitetura e Construção havia 25 anos. Edson disse que vai tirar férias prolongadas até março e, na volta, analisar propostas de trabalho e freelancer. Das masculinas saiu Marilia Campos Mello, editora de Moda Masculina da VIP, em que estava desde a criação da revista. Ainda segundo o Sindicato, teriam sido dispensados outros 20 profissionais das redações de Alfa, Men’s Health, Guia Quatro Rodas e Viagem e Turismo.

Estão abertas as inscrições para o Prêmio de Excelência Jornalística da Sociedade Interamericana de Imprensa, que contempla trabalhos publicados em espanhol, português ou inglês, produzidos nos países das Américas e Caribe. O prazo para o envio de material vai até 15/1, e podem concorrer trabalhos em 12 categorias: relações interamericanas, direitos humanos, cobertura noticiosa, crônica, jornalismo em profundidade, fotografia, caricatura, infografia, opinião, jornal na educação, cobertura noticiosa na internet e cobertura multimídia. ]Também é concedido o Grande Prêmio SIP para Liberdade de Imprensa à personalidade ou organização que tenha alcançado resultados significativos na defesa da liberdade de imprensa. Para concorrer, os trabalhos devem ter sido publicados em 2012 e não é necessário ser sócio da SIP. O regulamento completo está disponível no www.sipiapa.org/premios. A cerimônia de entrega será realizada durante a próxima assembleia geral da entidade, marcada para outubro de 2013, em Denver, nos Estados Unidos.

A história desta semana é de autoria de Antonio Carlos Seidl (antonioseidl@gmail.com), consultor em relações com a mídia da norte-americana Teneo Strategy, com passagens pelas redações do Correio da Manhã, Jornal dos Sports, O Globo, Visão, BBC de Londres e Folha de S.Paulo, além da assessoria de imprensa do HSBC. O tetra do Flu, ao estilo de Nelson Rodrigues Embora uma longa agenda cultural neste ano tenha louvado nos palcos, telas e em todos os meios de comunicação a vida e a obra do mais influente dramaturgo brasileiro, gostaria de fazer neste espaço de Memórias mais uma homenagem ao centenário de nascimento (23 de agosto de 1912) de Nelson Rodrigues. É tempo de reviver o jornalista Nelson Rodrigues, um dos baluartes das redações deste País, com passagens brilhantes por A Manhã, de seu pai, na sua natal Recife, e depois, no Rio de Janeiro, onde sua presença pontificou nas redações de títulos já extintos, tais como Correio da Manhã, O Jornal e o Jornal dos Sports, e também em O Globo e na Grande Resenha Facit, na TV Rio, que, conforme aponta Ruy Castro em O anjo pornográfico (Companhia das Letras), talvez tenha sido a primeira “mesa-redonda” sobre futebol apresentada regularmente no mundo. Em jornais, chamou a atenção na Última Hora, de Samuel Wainer, na coluna A vida como ela é…, com personagens tirados das tragédias, algumas delas reais, mas a maioria fictícia, do nosso cotidiano. Pioneiro nas resenhas esportivas “imparciais” da televisão, dizia “videotape é burro”; quando comprovava um gol irregular do seu Fluminense. Descrito nas “enciclopédias” como jornalista, dramaturgo e escritor, o que gostaria de destacar nessas linhas é o Nelson cronista esportivo, o maior deste País, e seus textos carregados de paixão pelo Fluminense. “Sou tricolor, sempre fui tricolor. Eu diria que já era Fluminense em vidas passadas, antes, muito antes da presente encarnação”, afirmava, imparcialmente, em seus comentários  dos grandes Fla-Flus. Uma das memórias que guardo com carinho foram aqueles três meses no início de 1968, quando tive o privilégio de conviver com ele na redação do Jornal dos Sports, no Rio. “Pó-de-arroz nato e hereditário”, como afirmava, o grande Nelson sempre pedia àquele jovem setorista do Fluminense as últimas notícias do clube de seu coração: “Como foi o treino hoje? Quem vai jogar domingo? Samarone e Cabralzinho podem mesmo jogar juntos?”. Fã de carteirinha, e, na época um foca não-remunerado, sentia-me honrado em lhe passar as novidades do nosso Fluminense em breves diálogos no canto do cafezinho na redação do  Jornal dos Sports, que ficava rua Tenente Possolo, no centro carioca, entre o Bairro de Fátima e a boêmia Lapa. Logo eu, um leitor assíduo, e colecionador, desde sempre, de suas crônicas sobre futebol, entre elas À sombra das chuteiras imortais e O personagem da semana. Lia e relia, inúmeras vezes, aprendendo, conforme palavras de Armando Nogueira, outro mestre da crônica esportiva, “a mitologia tricolor na prosa esplêndida de Nelson”. Nelas, narrava os milagres do Gravatinha, ditoso personagem que criou para explicar as inexplicáveis vitórias do Fluminense e, se o Fluminense perdia, para Nelson, a culpa era do sinistro Sobrenatural de Almeida. E de que forma ele, hoje centenário, narraria a conquista pelo nosso Fluminense do campeonato brasileiro de 2012? O tetracampeonato? Não custa imaginar. Aqui, inspirado nos textos antológicos sobre o Fluminense, reunidos em O profeta tricolor” (Companhia das Letras), coletânea organizada por Nelson Rodrigues Filho, tento, ousadamente, imaginar como teria sido a crônica do tetracampeonato, que teria sido escrita após o jogo das faixas dia 11 passado no Engenhão. Vejamos: “Amigos, que coisa doce e linda! Nunca se viu espetáculo como o de domingo no Engenhão. E nem me digam que há torcida maior e mais vibrante, mais carregada de paixão e de gritos do q