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terça-feira, julho 8, 2025

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Inscrições encerram-se em 5 de setembro

Faltam poucos dias para que profissionais de imprensa possam inscrever no Prêmio Jornalistas&Cia/HSBC de Imprensa e Sustentabilidade (www.premiojornalistasecia.com.br) seus trabalhos publicados ou veiculados de 1º de setembro a dia 31 de agosto de 2013. A inscrição deve ser feita na categoria Mídia Nacional e no segmento correspondente – Jornal, Revista, Rádio, Televisão, Webjornalismo, Imagem-Criação Gráfica ou Imagem-Fotografia. Há ainda a categoria especial Água, exclusiva deste ano e que recebe trabalhos das plataformas jornal, revista, rádio, televisão e webjornalismo.   A equipe técnica está à disposição no telefone 11-3341-2799 (horário comercial) e a coordenadora do prêmio, Lena Miessva, atende pelo lena@jornalistasecia.com.br ou 11-2679-6994. Não deixe para a última hora e colabore para colocar cada vez mais a sustentabilidade em pauta! 

Altair Nobre lança revista digital sobre cervejas especiais

Altair Nobre, que por 20 anos integrou o time de Zero Hora, cinco deles como editor-chefe, e que também é professor do Instituto Internacional de Ciências Sociais, está lançando a BeerArt, publicação digital sobre cervejas especiais, com sede em Porto Alegre e versão para tablets, inicialmente apenas iPad. “Trata-se de uma revista concebida com recursos multimídia e design que fogem da mera reprodução digital de páginas impressas”, explica o editor, que conta em sua equipe com o repórter fotográfico e sócio no projeto Ricardo Jaeger, o repórter Tiago Lobo e a designer Vanessa Cardoso. O primeiro número da BeerArt traz entre seus destaques uma videorreportagem com o músico Wander Wildner, que apresenta sua própria marca de cerveja artesanal, além de matéria que mostra os bastidores da produção de premiadas cervejas, com uma seção sobre como fabricar sua própria bebida.

Jornalistas de Brasília terão diretoria colegiada

Numa iniciativa até onde se sabe inédita entre os profissionais de imprensa, embora já adotada por outras representações de trabalhadores, o Sindicato dos Jornalistas do DF fará eleições, com chapa única, segundo um novo modelo de gestão, pelo qual a diretoria passa a ser colegiada, composta por sete coordenações. As eleições acontecem esta semana, de 4ª (28/8) a 6ª.feira (30/8). Dentre os integrantes da chapa, sete deverão compor a Executiva, da qual faz parte a Coordenação Geral (confira a lista de candidatos). Também pela primeira vez, o Sindicato e o Clube da Imprensa fazem eleições conjuntas para as suas diretorias, Conselho Fiscal e Comissão de Ética. Essas mudanças foram estabelecidas pelos novos estatutos das entidades, aprovadas em plebiscito ocorrido em maio. Outra novidade é que a eleição dos cinco titulares e suplentes da Comissão de Ética e dos três titulares e suplentes do Conselho Fiscal será feita de forma concomitante, mas separada, com candidaturas individuais. Portal dos Jornalistas conversou com o secretário-geral do Sindicato, Jonas Valente, para que ele explicasse como funcionará na prática a diretoria colegiada: Portal dos Jornalistas – Como funcionará essa diretoria colegiada na representação sindical dos jornalistas do DF? Jonas Valente – A diretoria é organizada em sete coordenações: Geral, Administrativa, Comunicação, Formação, Condições de Trabalho, Jurídica, e Cultura, Esporte e Lazer. Na diretoria, há uma executiva com sete nomes. E dentro dessa executiva devem estar os três integrantes da coordenação-geral. Essa coordenação-geral substitui o presidente. Portal dos Jornalistas – Quem dará a palavra final em questões polêmicas na entidade? Jonas – A diretoria é a instância máxima de deliberação. Decisões mais urgentes poderão ser tomadas pela Executiva, e questões do dia a dia poderão ser encaminhadas pela coordenação-geral, assim como era feito pelo presidente. Portal dos Jornalistas – Será tudo decidido pelo voto? E quando houver empate, quem terá o voto minerva? Jonas – Nem sempre será preciso votar. Na maioria das vezes os assuntos serão discutidos até se chegar a um encaminhamento. Quando houver necessidade, haverá votação. Se empatar, a diretoria verá como encaminhar, pois não há no estatuto previsão de voto de minerva. Portal dos Jornalistas – Cada coordenador terá autoridade em sua área de atuação? Jonas – Sim. A ideia é que haja um processo dinâmico em que a diretoria divida tarefas, e cada coordenação as encaminhe em constante debate com o restante do grupo, em especial com a Executiva e com a coordenação-geral. Portal dos Jornalistas – Quem assinará, por exemplo, os cheques da entidade? Jonas – O coordenador administrativo e um dos coordenadores-gerais. Portal dos Jornalistas – E havendo necessidade, quem responderia criminalmente pela entidade? Jonas – Um dos coordenadores-gerais. Portal dos Jornalistas – Há casos de gestões semelhantes em outros órgãos sindicais? Jonas – Sim. Vários sindicatos adotaram o modelo colegiado pelas nossas mesmas justificativas. Os sindicatos dos Servidores Públicos Federais e dos Professores do DF são dois exemplos.

II Salão do Jornalista Escritor terá Antônio Torres e Miriam Leitão 

Antônio Torres  e Miriam Leitão estarão na terceira e última mesa do primeiro dia do II Salão Nacional do Jornalista Escritor, cuja inauguração, com a Exposição Fotográfica sobre a História da UBE – União Brasileira de Escritores e a homenagem a Graciliano Ramos – pelos 80 anos de lançamento de Caetés, seu primeiro romance, e pelos recém-completados 120 anos de seu nascimento –, está marcada para as 12h30 do dia 6 de setembro. Torres – autor de obras como Um Cão Uivando para a Lua e Os Homens dos Pés Redondos – e Miriam – apresentadora da GloboNews  que faturou em 2012 o Jabuti por Saga brasileira: a longa luta de um povo por sua moeda – se encontrarão a partir das 19h, no palco do Auditório Simon Bolivar (rua Auro Soares de Moura Andrade, 664, Barra Funda, São Paulo), onde serão entrevistados por João Batista de Andrade, jornalista e cineasta, presidente do Memorial da América Latina. A entrada para o Salão é gratuita, e os ingressos começarão a ser distribuídos uma hora antes do início de cada sessão. O evento tem curadoria de Audálio Dantas, o mais novo ganhador do Troféu Juca Pato, como Intelectual do Ano. O evento será nos dias 6, 7 e 8 de setembro, com 11 sessões e a presença de alguns dos mais consagrados jornalistas escritores do Brasil. O tema central do evento é O livro-reportagem, gênero com presença cada vez maior nos catálogos das editoras. No Salão também haverá uma loja da Summus, sob responsabilidade de Mildes Mota (eventos@gruposummus.com.br e 11-3872-3322, ramal 127), além da participação da Editora Devir, especializada em histórias em quadrinhos, livros de ficção científica, romance e aventura, na distribuição de card games como Magic The Gathering e Yu-Gi-Oh, e que também se dedica à realização de jogos de RPG. O II Salão Nacional do Jornalista Escritor é uma realização da UBE – União Brasileira dos Escritores, com organização da Mega Brasil Comunicação. O encontro conta com patrocínio da Petrobras, copatrocínio de Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e CIEE – Centro de Integração Empresa-Escola, apoio institucional de Aberje e Abracom e apoio de divulgação de Jornalistas&Cia, Jornal da Comunicação Corporativa, Rádio Mega Brasil Online e Maxpress. A propósito, o site Por dentro da Mídia, de Luciana Freitas, entrevistou Audálio Dantas sobre esta segunda edição do Salão. Assista ao vídeo aqui.     Programação   6 de setembro de 2013  •         12h30 às 13h – Abertura oficial o    Inauguração do II Salão Nacional do Jornalista Escritor o    Abertura oficial da exposição A história da UBE o    Homenagem a Graciliano Ramos   •        14h às 16h  – 1ª mesa o    Juca Kfouri e Heródoto Barbeiro o    Entrevistador: Sérgio Gomes   •         16h30 às 18h30 – 2ª mesa o    Eliane Brum e José Nêumanne Pinto o    Entrevistador: Fernando Mitre   •         19h às 21h – 3ª mesa o    Antônio Torres e Miriam Leitão o   Entrevistador: João Batista de Andrade   7 de setembro de 2013 •         11h às 13h – 4ª mesa (Sessão Especial – A reportagem hoje) o    Cassiano Elek Machado (Folha de S.Paulo) e Hélio Campos Mello (Revista Brasileiros) o    Entrevistador: Quartim de Moraes   •         14h às 16h – 5ª mesa o    Fernando Morais e Ricardo Ramos Filho o    Entrevistadora: Regina Echeverria   •         16h30 às 18h30 – 6ª mesa o    Alberto Dines e Lira Neto o    Entrevistador: Florestan Fernandes Júnior   •         19h às 21h – 7ª mesa o    Mino Carta e Ricardo Kotscho o    Entrevistador: Carlos Chaparro   8 de setembro de 2013 •         11h às 13h – 8ª mesa (Sessão Especial – O repórter na estante) o    Luiz Fernando Emediato (Geração Editorial) e Carlos Andreazza (Editora Record) o    Entrevistador: Claudiney Ferreira   •         14h às 16h – 9ª mesa o    Domingos Meirelles e Carlos Moraes o    Entrevistador: Nildo Carlos Oliveira   •         16h30 às 18h30 – 10ª mesa o    Moacir Assunção e Ricardo Viveiros o    Entrevistador: Assis Ângelo   •         19h às 21h –11ª mesa o    Caco Barcellos e Ivan Marsiglia o    Apresentador: Fernando Coelho Outras informações no www.megabrasil.com.br ou pelo 11-5576-5600.

Terra anuncia parceria com Agência Pública

Em busca de grandes reportagens analítico-investigativas, principalmente sobre o andamento das obras da Copa do Mundo de 2014, o Terra é o primeiro portal a firmar parceria com a Agência Pública, que se especializou nessa área. Natalia Viana, uma das diretoras da agência, diz estar feliz com o acordo, mas explica que ele não é exclusivo, justamente pelo perfil do trabalho da Pública: creative commons, sistema que permite o compartilhamento e o uso da criatividade e do conhecimento por meio de licenças jurídicas gratuitas. Para Daniel Buarque, editor-executivo do Terra, “a vantagem da parceria com a Pública é termos acesso a um conteúdo investigativo aprofundado muito bom que nem sempre temos condições de produzir por causa da demanda de notícias em real time”. O Terra já publicou algumas reportagens oriundas da parceria, dentre elas uma que faz parte de uma série, batizada de Copa Pública, na qual a agência investe atualmente com investigações sobre a organização da Copa de 2014 no Brasil. “Daremos atenção a esta série e a todas as matérias que combinarem com o perfil das notícias que estamos empenhados em levar à nossa audiência”, conclui Daniel.

Bienal do Livro Rio mescla jornalismo e literatura

A 16ª Bienal Internacional do Livro Rio vai de 28/8 a 8/9, no RioCentro, com mais de uma centena de sessões de debates e bate-papos, tanto para leitores do papel como adeptos dos e-readers. Nesta edição, há três novos espaços temáticos. Na oportunidade dos eventos esportivos, o Placar literário, sob curadoria de João Máximo, vai abordar o lado torcedor de grandes escritores e trará novos autores que têm o futebol como tema. No dia 30/8, às 18h30, estarão lá Juca Kfouri e José Trajano; no dia seguinte (31/8), no mesmo horário, será a vez de Hélio de la Peña  e Sérgio Rodrigues. Haverá também um espaço para adolescentes com muita tecnologia – a cultura de convergência entre livro, game, filme, site. O Planeta Ziraldo presta homenagem ao autor, presente em todas as Bienais, e seus personagens em uma área de 500m2 com cenografia de Daniela Thomas e Felipe Tassara. São 28 os nomes internacionais que compõem a programação oficial. Entre esses convidados está Mia Couto, o mais traduzido escritor moçambicano, cuja obra inclui poesia, conto, romance e crônicas. Jornalista desde os anos 1970, formou redes de correspondentes entre as províncias durante a guerra de libertação do país. Foi diretor da revista Tempo e passou depois ao jornal Notícias. Publicou seu primeiro livro em 1983, e dedicou-se desde então à literatura. Mantém ainda uma crônica semanal num jornal de Maputo, capital de Moçambique. Alemanha, o país homenageado nesta edição, comparece com 11 autores, como Carmen Stephan. Depois de trabalhar em publicações em Hamburgo e Munique, veio como correspondente para o Rio, onde viveu por vários anos. Seus livros se passam no Brasil, e publicou Brasília Stories, coletânea de fotos da brasileira Gleice Mere, sobre a influência da arquitetura nas pessoas. O romance de estreia Mal Aria ainda não foi traduzido por aqui. Continuam na programação as seções que fizeram sucesso em mostras anteriores. No Café Literário, sob curadoria do crítico Italo Moriconi, discute-se o despertar cívico, político e artístico da nova geração. Dia 30/8, às 19h, Zuenir Ventura fala sobre Caminhos entre a vida real e a invenção ficcional. No dia 31/8, às 15h30, comparecem Laurentino Gomes e Mary Del Priori; às 18h30, Sônia Bridi e, às 20h, Edney Silvestre. O Mulher & Ponto tem à frente Bianca Ramoneda, que conversa sobre a nova literatura erótica para adultos e traz as vozes femininas na literatura africana. No dia 29/8, às 17h30, comparecem Cristiane Costa e Miguel Paiva. Nos Encontros com autores, o público tem oportunidade de interagir com escritores badalados. Dia 31/8, às 15h, Sônia Biondo é a mediadora do bate-papo com a autora de best sellers Emily Giffin. Já às 16h, Maurício de Sousa e Thalita Rebouças debatem na Conexão Jovem. E semana que vem tem mais.

Vaivém das redações!

Confira o resumo das mudanças que movimentaram nos últimos dias as redações de São Paulo, Distrito Federal, Minas Gerais e Ceará: São Paulo: Ainda como resultado da última grande reestruturação na Editora Abril, promovida no começo do mês, a editora sênior do núcleo de regionais da Casa Claudia Lyna Barbosa, que também respondia interinamente havia mais de um ano pela Bons Fluídos, despediu-se da casa na última 6ª.feira (16/8), após fechar a edição que chegará às bancas nas próximas semanas. Mineira, Lyna começou no Rio de Janeiro como repórter de Educação em O Globo. Mais tarde mudou para São Paulo, onde integrou a editoria de Educação do Estadão e passou por outras publicações até chegar à Abril, em 1999. De lá pra cá, atuou sempre no núcleo de Casa e Construção, tendo passado por Casa Cláudia até assumir a edição dos cadernos regionais. Na Bons Fluídos, participou e coordenou a recente mudança no projeto gráfico e editorial, mas com sua recente troca de núcleo, acabou deixando a casa. Sobre seus quinze dias a mais de Editora Abril após o anúncio dos cortes, ela explica: “Senti que não podia sair assim, sem ao menos me despedir dos meus leitores. O doutor Roberto Civita sempre pregou que o leitor deveria estar em primeiro lugar e eu bati o pé para que eles ao menos me deixassem fechar esta última edição e me despedir das pessoas que acompanham a revista. É triste que tudo tenha acontecido como aconteceu, com pessoas tendo que sair às pressas, sem nem se despedir. Entendo que empresas precisam se reestruturar, mas acho que é preciso respeitar e dar um tempo para quem está indo embora poder refletir e respirar. Espero que quem está lá no comando repense essa fórmula. O que me deixa feliz pelo menos é que a Bons Fluídos está indo para ótimas mãos, do Dênis Russo Burgierman, que é um profissional extremamente competente”. Enquanto não define seus novos passos profissionais, Lyna atende pelo lynabarbosa55@gmail.com. Distrito Federal: Neila Medeiros, editora e apresentadora do SBT Brasília, está de mudança para a sede da emissora, na capital paulista, onde assumirá novo cargo. Ela começou na Record, em Natal, e foi por nove anos do SBT local, até ser transferida para Brasília, há cerca de cinco anos. A substituição dela na emissora ainda não foi definida. Ainda no SBT Brasília, passa a integrar a equipe o produtor e repórter Felipe Malta, que também faz o quadro do tempo. Max Melo, ex-Câmara dos Deputados e Correio Braziliense, deixou o cargo de assessor especial da Subsecretaria de Produção de Conteúdo da Secom do GDF para ser repórter do Jornal do Commercio, no Rio de Janeiro. Minas Gerais: Cobrem férias até o final do mês: em O Tempo, Pedro Grossi (pedro.grossi@otempo.com.br), no lugar da repórter de Economia Helenice Laguardia; no caderno DC Mais do Diário do Comércio, Letícia Villas (leticiavillas@diariodocomercio.com.br), no de Eloara Bahia; e na Rede Minas, Marcela Gonzaga (marcelagonzaga@redeminas.mg.gov.br), no da coordenadora de pauta Atalissa Mara. Ceará: A repórter Tais Lopes é a mais recente contratação da TV Verdes Mares.

Memórias da Redação: O colibri e o sorriso do menino

A história desta semana é mais uma vez colaboração de Plínio Vicente da Silva (plinio.vsilva@hotmail.com), ex-Estadão, professor universitário e assessor especial da Prefeitura de Boa Vista. O colibri e o sorriso do menino Acabei de completar recentemente mais um ano desde quando, em abril de 1984, decidi arribar com a família para a terra de Makunaima e aqui fincar raízes, trazendo junto mulher e três filhos, retirantes da cidade grande fugindo da violência urbana. Nesta manhã em que os papagaios se ajuntam bicando os frutos da mangueira do fundo do quintal de casa, ainda bem cedo olhei o céu coberto de nuvens, que assim ele é nesta quadra do inverno amazônico, e recebi no rosto as carícias de uma brisa manhosa, um pouco mais fria que o normal. Ela me dizia em correntes ritmadas, umas mais velozes, outras mais lentas, que a chuva não haveria de tardar; que muito mais dela cairia dia afora e nos meses mais à frente. Então me vieram pensamentos soturnos, que me obrigaram a trocar o sorriso pelo ar de preocupação. A região do extremo norte transforma-se em período alongado num cenário quase sempre cáustico, chão ressequido durante pelo menos sete meses do ano. Todavia, assim como se dá no Nordeste, bastam alguns dias de chuva para que o lavrado daqui, como a caatinga de lá, de vegetação seca, agonizante, quase esturricada por vários meses de um verão escaldante, se cubra com um manto verde que renasce milagrosamente por obra da Natureza. Com o verde e a chuva outras vidas ganham alento. Do jardim me vinha um bom cheiro de jasmins e a laranjeira fez explodir as flores aprisionadas em milhares de botões. O perfume dessas misturas me inebriou. No jardim os canteiros riam pela boca das onze horas; uma carreira de pequenas calêndulas parecia formar um coral e a velocidade das asas ajudava o colibri a permanecer suspenso no ar enquanto colhia de flor em flor o néctar que o sustenta; aqui e ali borboletas doidejavam como pétalas vivas de flores animadas que se desprendiam das hastes. Tomei o último gole da minha xícara de café e ao levantar o olhar para certo lado da vizinhança, dei com o de alguém que me fitava; fiz com a cabeça um cumprimento quase involuntário, e fui deste bem pago, porque recebi outro com os juros de um sorriso; ou porque aquele sorriso era fresco e perfumado como a manhã deste maio ou porque a manhã era alegre e animadora como o sorriso que desabotoou nos lábios do menino que passava, pedalando sua bicicleta a caminho da escola. O certo foi que descobri como Deus tem sido generoso ao me dar tanto mais do que creio merecer. Depois descobri também que se Ele me deu tanto é porque teve um motivo maior, pois nenhuma dádiva divina nos chega às mãos se não fizermos por merecê-la e se não for para dividirmos a graça com aqueles que não a tem. A Amazônia é um extenso cenário de belezas incontáveis, construídas pela natureza generosa. Mas o inverno amazônico não é estação de poesia, embora se cantem loas aos bens que ele traz para aqueles que têm na terra o único meio do seu sustento. Aqui em Roraima, muito mais particularmente em bairros periféricos de Boa Vista, as águas derramadas pelas tempestades são sinônimos de calamidades. Então me vejo pensando nas famílias que, confrontadas com os alagamentos, acabam perdendo tudo. Como jornalista procuro ajudar da maneira que posso a combater a inércia dos governantes, a preguiça que os leva a não acabar de vez com os motivos tão óbvios que geram todo esse sofrimento. Afinal, são tragédias anunciadas que testemunho há quase três décadas, que se repetem reiteradamente, produzindo vítimas que se tornam indefesas se não acudidas pelo socorro do poder público e da própria sociedade. Esses quadros catastróficos mexem com a minha sensibilidade e nestes anos todos jamais ignorei o estado de fatalidade que atinge as famílias carentes, aquelas mais expostas aos alagamentos. Muitas delas moram precariamente em áreas invadidas, onde ergueram um humilde teto em terreno impróprio para habitação. Com a certeza de que estes são males inevitáveis diante da inoperância de quem deveria regrar e disciplinar a ocupação do solo urbano, tenho-me entregado como voluntário a essa batalha que busca minorar o sofrimento dessa gente. Aflige-me, entretanto, a expectativa de que os próximos meses serão de chuvas intensas e não deterei a parcela de poder que gostaria de ter para fazer mais do que faço. Então, resta-me tão somente juntar-me mais uma vez àqueles que, cada um à sua maneira, vão levar socorro e conforto a esses desabrigados. Certamente Deus continuará me abençoando como fez esta manhã, quando juntou nas minhas retinas o colibri voando sobre as plantas do meu jardim e o sorriso do menino inocente que passava na rua a caminho da escola. Que recompensa maior preciso eu para ser feliz?

Laurentino Gomes começa por SP maratona de lançamento de 1889

Chega nesta semana ao mercado o tão aguardado 1889 (Proclamação da República), livro de Laurentino Gomes que fecha a trilogia histórica do autor, formada por 1808 (vinda da família real para o Brasil) e 1822 (Independência do Brasil).

A obra, editada pela Globo Livros, é resultado de três anos de pesquisas, nos quais o autor leu e consultou cerca de 150 outras obras de referência sobre o tema. Nesse período, morou um ano no campus da Penn State, em University Park, nos Estados Unidos.

Durante essa temporada americana, visitou bibliotecas, em Washington e em Nova York. No Brasil também esteve em importantes locais relacionados à queda da Monarquia e à implantação do regime republicano.

Com tiragem inicial de 200 mil exemplares, já são 33 eventos de lançamento confirmados de 1889 em todo o País, maratona que vai até a véspera do Natal. O primeiro será em São Paulo, nesta 2ª.feira (26/8), na Livraria Cultura do Conjunto Nacional (av. Paulista, 2.073), a partir das 18h30.

Mílton Jung fala sobre Jornal da CBN, agora com Fernando Gabeira

Por Cristina Carvalho, editora de Jornalistas&Cia no Rio Mílton Jung, âncora do Jornal da CBN, anuncia mudanças no programa, em vigor a partir de 2 de setembro. Elas começam pela chegada de Fernando Gabeira, que vai integrar a equipe de comentaristas com o quadro Que semana é essa?, sobre temas de repercussão no País e no mundo, no ar às 2as.feiras. Ele entra no que foi chamado de “time das oito”: após a edição do Repórter CBN das 8h, em que a cada dia da semana um comentarista ocupa a faixa nobre do rádio. Assim, além de Gabeira, Sérgio Abranches vem às 3as e 5as falando sobre meio ambiente, no quadro Ecopolítica; e Walter Maierovitch traz Justiça e cidadania às 4as.feiras. Com isso, o CBN Dinheiro, boletim de Mauro Halfeld sobre finanças pessoais, começa mais cedo, às 7h55. Gabeira também estreia, em 6/9, um comentário sempre nas 6as.feiras, às 10h45, no CBN Rio, comandado por Octavio Guedes e Lilian Ribeiro. Mílton Jung conversou com J&Cia sobre a reestruturação do programa. Jornalistas&Cia – Como será a “mexida” no Jornal da CBN? Mílton Jung – Criamos uma faixa de comentaristas ao vivo, o que vai dar mais dinamismo a esse horário. O ouvinte, não só da CBN, mas do rádio, geralmente acompanha partes do programa, não o programa inteiro. Vamos oferecer a ele uma variedade de opiniões e de temas. J&Cia – E como vai funcionar? Mílton – Abrimos com o Gabeira – uma contratação nova –, com um olhar sobre o que vai acontecer durante a semana. É o olhar profissional do pauteiro que ele já foi. Qual tema vai predominar esta semana? Essas coisas são bastante volúveis, mas teremos a perspectiva do início da semana por um profissional que tem experiência e uma visão singular. J&Cia – Na sequência… Mílton – Depois vem o meio ambiente, com Sergio Abranches, quadro que antes estava no final do jornal. Nossa dinâmica é falar para todo o Brasil até as 9h, e depois algumas emissoras da rede fazem sua programação local. Com essa mudança, damos maior dimensão ao tema. Walter Maierovitch já esteve em horários diferentes, e entra agora na grade. As 6as.feiras só serão preenchidas em outubro, com um comentarista para temas variados sobre o cotidiano. É uma faixa bem rica, de dinamismo e variedade de opinião. J&Cia – Há quanto tempo você está no Jornal da CBN? Mílton – Apresento o programa há dois anos e meio. Nesse tempo, já incluí outros comentaristas, como o professor Mário Sérgio Cortella, no Academia CBN. Ele fala para os jovens em um horário em que os pais levam os filhos para a escola. Tínhamos um retorno dos ouvintes, porque os filhos preferiam ouvir música em vez de notícias, e encontramos um assunto em comum. Outro que veio nesse período foi o Kennedy Alencar, de A política como ela é. Ele tem uma pegada tanto de repórter como de comentarista, trabalha bem os bastidores da política. E o Márcio Atalla, do Bem-estar & Movimento. Esses dois anos e meio foram sempre um processo de criar novos quadros, agregando pessoas. É preciso renovar a audiência, esse é o segredo da permanência do rádio, e vejo que a CBN tem essa renovação.

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