Luiz Antonio Novaes será, a partir de 24/3, o novo chefe da sucursal de O Globo em São Paulo. Ele circula, faz tempo, com competência pelas capitais, e brinca: “Depois de carioca, o mineiro agora é paulista”. Mais conhecido pelo apelido de Mineiro, deixou o cargo de editor-executivo de O Globo em agosto do ano passado. E disse que entraria “numa espécie de período sabático, de seis meses, em que pretendo refletir muito sobre os desafios que a imprensa vem enfrentando e organizar vários projetos pessoais que não saíam do papel. Um deles é um livro sobre o mundo político. Se tudo der certo, volto à ativa em fevereiro, disposto a cobrir a campanha presidencial”. Portal dos Jornalistas conversou com ele, para que contasse como vai ser daqui em diante: Portal dos Jornalistas – Para quem pretendia, este ano, cobrir as eleições, foi uma tremenda mudança de planos? Luiz Antonio Novaes – Nem tanto. Uma das principais coisas a fazer em São Paulo será organizar uma boa cobertura da eleição. Isso foi levado em conta, tanto pelo jornal, ao me convidar, como por mim. Eleição passa muito por São Paulo: ali estão os principais financiadores de campanhas e os principais partidos. Temos agora mesmo, em São Paulo, uma disputa federal entre o PT e o PSDB. Não estou virando repórter, nem vou ter todo o tempo do mundo para cobrir eleição. Mas estarei muito próximo da reportagem, mandando para a sede o resultado da apuração. Portal dos Jornalistas – Como vai ser isso? Mineiro – De certa forma, estou voltando para casa. Me formei na ECA e comecei trabalhar em São Paulo, primeiro na Veja, depois na Folha. Pela Folha, em 1988, fui para Brasília cobrindo Política, fiz a coluna Painel. Depois, fui chefe da sucursal da IstoÉ. Entrei no Globo em 1995 e lá fiquei até 2000, quando vim para o Rio. [N. da R.: Rodolfo Fernandes, falecido em 2011; Ascânio Seleme, atual diretor de Redação; e Mineiro trabalharam juntos nesta época em Brasília. Vieram para o Rio e, desde então, cada um a seu tempo, dão o tom editorial da Redação do jornal.]  Portal dos Jornalistas – E no Rio? Mineiro – Quando cheguei ao Rio, fui editor de Política. Um tempo depois, fui para a primeira página. Um tempo muito grande de cozinha da redação. Passei os últimos 13 anos fazendo a mesma coisa no jornal. Para mim, tinha perdido muito do atrativo. Dei então, uma reorganizada na vida, adiantei algumas coisas para o meu livro. Portal dos Jornalistas – Um livro sobre o quê? Mineiro – Sobre o PT. E é lá que ele está, em São Paulo. Portal dos Jornalistas – E a volta, como vai ser? Mineiro – Estou me preparando para voltar a ser paulista. O jornal está querendo fortalecer a sucursal São Paulo. É um cargo de confiança, de responsabilidade. Um pouco diferente, mas nem tanto. Minha parte é usar a experiência que tenho. É sempre muito bom voltar em ano eleitoral. Em princípio – já conversei com Ascânio –, quando estiver mais próximo da eleição, seria fazer uma coluna. Fiz isso nas duas eleições do Lula, para O Globo no papel, num momento em que só se pensava no impresso. Se agora eu conseguir conciliar, se não atrapalhar as outras coisas, vou voltar a escrever. Portal dos Jornalistas – E os planos? Mineiro – O ano promete, não é? Eleição, Copa do Mundo, e a própria situação da cidade de São Paulo, um dos maiores símbolos. Na verdade, O Globo sempre investiu em São Paulo, nessa coisa de cobrir o resto do País. A sucursal é como uma base para se cobrir o Brasil, uma plataforma que se expande para outros lugares. Pelo fato de eu conhecer demais O Globo, acho que posso dar uma contribuição diferente. Pela minha experiência, e por já ter passado por São Paulo. Vamos ver se eu ajudo a pôr isso no jornal.   Leia mais + Movimentação em O Globo consolida foco no digital + Mudanças na Secretaria de Imprensa da Presidência da República + Marcello Moraes: “Plataformas digitais acabaram com limitações geográficas”

Em noite de alegria, caracterizada pela descontração e emoção, revista e portal Imprensa realizaram a entrega dos prêmios às vencedoras da 10ª edição do Troféu Mulher Imprensa, que teve duas homenageadas especiais: Claudia Vassallo, diretora-superintendente da Unidade de Negócios e Tecnologia da Editora Abril, que recebeu o troféu de Contribuição à Imprensa; e Graça Foster, presidente da Petrobras, homenageada como Personalidade do Ano, comenda criada nesta edição da premiação. Claudia, ao receber seu troféu, homenageou os homens que considera relevantes para sua trajetória profissional, incluindo seu próprio pai, o marido e o filho, na esfera pessoal, além de Roberto Civita e José Roberto Guzzo, na área profissional. Graça Foster revelou sentir-se um peixe fora d’água numa premiação de jornalistas, mas rasgou elogios às jornalistas brasileiras e ao próprio jornalismo, do qual se diz consumidora compulsiva. E finalizou afirmando que, orgulhosa com a premiação, fazia ali uma profissão de fé na verdade, que sempre balizou e continuará balizando sua vida. Pouco antes, ao receber o seu troféu como Colunista/Comentarista de TV, por sua atuação na TV Globo e na Globonews, Miriam Leitão, que não poupa a Petrobras de críticas quando julga pertinente, aproveitou para elogiar Foster e sua trajetória profissional, que “foi integralmente construída por merecimento e dedicação”, mas não resistiu a fazer blague: “Graça, tenha a certeza de que aqui, nesta cerimônia, sua cotação está em alta!”. E brincou também com Eliane Brum, outra das premiadas: “Vocês repararam, gente, nos sapatos da Eliane Brum? Demais, não é mesmo? Eliane, depois você me passa o endereço da loja!”. A parte mais emocionante do discurso de Miriam, no entanto, foi quando se referiu à dura luta das mulheres para conquistar igualdade, reafirmando o que já havia dito em premiações anteriores, de que essa discriminação existe desde os primórdios da humanidade e certamente continuará existindo, razão pela qual a luta está muito longe de seu final. Falou da violência, que continua vitimando milhares de mulheres todos os anos em homicídios passionais, resultado de uma visão machista que considera a mulher propriedade do homem; e voltou a criticar a discriminação salarial, que ainda mostra as mulheres com salários cerca de 30% inferiores aos dos homens – e isso nas funções triviais, pois quanto mais graduada é a mulher, menos ela ganha proporcionalmente aos homens. Emocionada, Miriam finalizou sua exposição dizendo que essa luta, que ela leva consigo, começou em casa, em Caratinga (coincidentemente, a mesma cidade onde nasceu Graça Foster), com sua mãe Mariana, que preparou cada um dos filhos – e em especial as filhas – para essa dura realidade. E citou o nome de cada uma das irmãs, fazendo uma saudação especial a Simone, presente na premiação, pianista clássica que recentemente tocou no Carnigie Hall, em Nova York. Eliane Brum, vencedora na categoria Jornalista de Mídias Sociais, também emocionou a plateia ao dizer que, embora honrada com a premiação e o reconhecimento dos próprios jornalistas, não poderia deixar de denunciar a discriminação que vê em toda a sociedade e particularmente na própria atividade jornalística: “Nesses anos todos de carreira, primeiro em Porto Alegre, e depois em São Paulo, revendo minha trajetória descobri que só trabalhei nesse tempo todo com três jornalistas negras. E em cada ambiente que entro, com presença majoritariamente de brancos, não posso deixar de constatar que ainda não vivemos a plenitude da abolição”. Foi muito aplaudida. Maria Inês Nassif, do Jornal GGN, que ficou com o troféu de Repórter de Site de Notícias, relembrou o período em que estava começando, nos anos 1970, quando, além do preconceito contra a presença feminina na imprensa, o País sofria com uma ditadura; e como quem viveu aquele período sabe da importância que tem para um País a democracia, com todas as suas imperfeições e mazelas. Outro momento especial da cerimônia se deu quando Rosana Marchetti, da RBS TV, vencedora na categoria Repórter de Telejornal, revelou que esse era um dos momentos mais felizes da sua vida: “Venci um câncer no ano passado e este ano ganhei esse prêmio, que me deixou, como se diz lá no Sul, trifeliz. E mesmo tendo amanhã (4ª.feira) de viajar para o exterior, para uma reportagem de um mês para o Globo Repórter, não poderia deixar de vir a São Paulo para essa homenagem, sobretudo em respeito ao júri que me indicou e ao público que me elegeu”. Eduardo Ribeiro, diretor deste Portal dos Jornalistas, entregou os prêmios de Comentarista/Colunista de Rádio (pela BandNews FM) e Colunista de Jornalismo Impresso (pela Folha de S.Paulo) à Mônica Bergamo, a única a vencer em duas categorias e que, em viagem ao exterior a trabalho, foi representada por sua assistente Eliane Trindade. Também foram homenageadas Annaclarice Almeida, do Diário de Pernambuco, como Repórter Fotográfica de Jornal ou Revista; Cláudia Trevisan, de O Estado de S.Paulo, Repórter de Jornal (representada por Cleide Silva); Kiki Moretti, da In Press, Assessora de Imprensa de Agência; Renata Coltro, da Unilever, Assessora de Imprensa Corporativa; Michelle Trombelli, BandNews FM, Repórter de Rádio; Sandra Annenberg, do Jornal Hoje da TV Globo, Âncora de Jornal; Sheila Magalhães, da BandNews FM, Diretora/Editora de Redação; e Tatiana Vasconcellos, BandNews FM, Âncora de Rádio.   Leia mais + Cerimônia do Troféu Mulher Imprensa é nesta 3ª.feira (11/3) + Sai a lista de vencedoras do Troféu Mulher Imprensa + Ranking J&Cia 2013 traz os mais vitoriosos de todos os tempos por região  

Quatro brasileiros e um francês reunidos para formar “uma rede global e independente de repórteres, fotógrafos, documentaristas e outros produtores de conteúdo jornalístico” e apresentar “uma experiência inovadora de leitura e de produção de reportagens especiais, profundas e multimídia”. Essa é a proposta da Indie Journalism, encabeçada por Felipe Seligman, Andrei Netto, Breno Costa, Fernando Mello e Marc Sangarne, que pretende justamente unir serviços aos dois lados da moeda, leitor e produtor de conteúdo, estimulando o intercâmbio entre profissionais de todo mundo. O site ainda não tem data prevista para estreia, mas os usuários – tato profissionais como leitores – já podem cadastrar seus e-mails para receber as novidades. O endereço é indiejournalism.com. Eduardo Nunomura (ex-Estadão e Veja e um dos editores do site Farofafá, de música brasileira), que faz doutorado em Ciências da Comunicação na ECA-USP, comentou a iniciativa a pedido do Portal dos Jornalistas: “É a bola mais cantada do mercado. Eu mesmo já tentei agitar uma galera (Rodrigo Vianna, Luiz Carlos Azenha, Leonardo Sakamoto e outros tantos), mas eles ficaram com receio. O fato é que as redações estão dispensando seu maior capital (os bons profissionais) e deixando de valorizar o que eles mais gostam de fazer (boas reportagens). O problema é que essa nova realidade das grandes redações está levando a um declínio (de leitores, de credibilidade etc.) e é inversamente proporcional à ascensão das redes sociais. E, nessa nova configuração, iniciativas que tiram o ‘intermediário’ (as grandes estruturas personificadas no jogo veículo de comunicação-agências de publicidade) podem ter alguma chance de vingar, caso o mercado (anunciante) acredite que elas têm potencial para conquistar seu público. “Mal conheço os que criaram essa iniciativa, não sei se vão conseguir atrair outros bons nomes. Mas é uma excelente iniciativa, até para contrapor a outras que até o momento foram mais meméticas (para usar um termo de que eles gostam), como o Mídia Ninja. Tem também a Pública, da Natália Viana, que no início teve apoio da Fundação Ford.”   Leia mais + Movimentação em O Globo consolida foco no digital + StartupMediaBrasil na Campus Party Brasil: calor no ambiente e nos debates + Terra muda para oferecer conteúdo e publicidade personalizados