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sábado, março 15, 2025

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A reinvenção do jornalista ? #2 Show me the money!

Primeiras impressões sobre como se manter empreendendo no jornalismo digital Se tem uma coisa que deixa qualquer um encucado quando se fala de empreendedorismo é o dinheiro. Se esse tema se junta com jornalismo aí é que o caldo entorna e a pergunta “Quem vai pagar a conta?” pisca em letras garrafais. “Não é fácil”, é o que se ouve recorrentemente. “Ainda não se mantém”, é o que se lê em boa parte das descrições de projetos listados pelo mapeamento da Pública, que usamos como referência para desenvolver este espaço. Listamos a seguir alternativas usadas por empreendimentos que estão na ativa, para servir de inspiração e (por que não?) pensarmos juntos em novas possibilidades: Anúncios no site – Opção mais trivial, não se tem mostrado suficiente para viabilizar nem as iniciativas menores nem as da grande mídia, por tanto tempo acostumadas a se manterem assim em suas versões não digitais. Além da negociação direta entre anunciante e empreendimento jornalístico, há ainda a possibilidade de se valer do GoogleAdsense. Por meio dele, o site é remunerado via Google, que por sua vez é responsável pelos contratos e aprovações de peças publicitárias com quem anuncia. Ao empreendedor é garantida a opção de bloquear propagandas das quais não gosta, personalizar em que lugar de seu site os anúncios são exibidos e escolher aqueles que mais se adequam ao seu espaço. Pela plataforma, diz o Google, quase US$ 10 bilhões foram negociados só em 2014. Quem faz? Envolverde, Barão de Itararé, Lado M. Financiamento coletivo – O famoso crowdfunding – ou “vaquinha online”, difundida por plataformas como Kickante e Catarse – ganhou contornos de salvador da pátria de muitos entusiastas do jornalismo independente. No entanto, como bem aponta o professor Sérgio Lüdtke (que o compara a uma rifa escolar), não deve ser usado como meio principal de sustento. Uma pegada um pouco diferente é a do financiamento recorrente (plataforma Unlock é um exemplo). Nele, em vez de campanhas pontuais que estabelecem “tudo ou nada”, a doação ao projeto é constante. Quem faz? Coletivo Nigéria, #Colabora, Aos Fatos. Assinatura – Condicionar o acesso ao conteúdo do site a uma assinatura é a aposta de alguns empreendedores. Em geral, escolhe-se determinar uma quantidade X de conteúdo que o leitor pode acessar gratuitamente (dez textos por mês, por exemplo) ou colocar apenas parte do conteúdo disponível a não assinantes. A alternativa é bastante criticada pelos defensores de que, em um ambiente digital, mais cedo ou mais tarde aquele conteúdo exclusivo será replicado abertamente, o que tornaria sem sentido alguém pagar por algo que em breve estará disponível gratuitamente. Quem faz? Nexo, Jota. Branded content – É a menina dos olhos de quem quer ganhar algum dinheiro com a internet. Inclusive grandes grupos têm apostado na estratégia, como Abril e Folha de S.Paulo, que recentemente criaram núcleos dedicados à prática. Pela estratégia, o empreendimento produz um conteúdo que tem a ver com a marca que o contratou. É uma espécie de anúncio denso, em formato de notícia (versão moderna do chamado “publieditorial”, tantas vezes condenado pelos puristas no passado). Entidades como o Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) estão constantemente de olho nessas produções, como aconteceu em 2012, especialmente no caso da regulamentação de publicações de blogueiras de moda e beleza. Quem faz? Draft, Papo de Homem. Fundos governamentais e editais – Espaços dedicados a questões relacionadas aos direitos humanos são especialmente beneficiados com a possibilidade de recursos do governo, como não poderia deixar de ser. A dificuldade natural de se encontrar uma empresa disposta a associar sua marca a temas cabeludos – como trabalho escravo e violência doméstica – faz com que seja das poucas alternativas viáveis para financiamento desse tipo de iniciativa. Quem faz? Periferia em movimento, Mulheres de periferia, Catarse. Fundações internacionais, bolsas e doações – São outras soluções para sites dedicados a temas relevantes e economicamente pouco viáveis. Fundações como a Ford – uma das financiadoras da Pública – frequentemente buscam projetos desse tipo para patrocinar. Outras entidades oferecem bolsas específicas, como é o caso do FIJ, fundo especialmente dedicado ao jornalismo investigativo. Quem faz? Jornalismo B, Fluxo, Amazônia Real. Atividades paralelas – Cursos, eventos, curadoria, venda de camisetas e tudo mais de puder estar relacionado ao tema do site pode transformar-se em oportunidade de negócio e fomento à atividade editorial. O segredo é pensar fora da caixinha! Quem faz? Cidades para pessoas, Overloadr, Justificando. Recursos próprios – Aí não tem o que explicar, né?! É o jornalismo movido pela paixão e pela crença de que a profissão é fundamental para a sociedade, como de fato é. Quem faz? Ponte, A Escotilha, Amazônia Real.

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