O Coletivo Lena Santos, de Minas Gerais, vai promover de 14 a 16 de maio o Congresso Nacional de Jornalistas Negras e Negros, que tem o objetivo de refletir sobre a presença, participação e desafios dos profissionais negros e negras nas redações do Brasil. A ideia é também apresentar caminhos para combater a desproporcionalidade racial nos veículos de imprensa do País.

Entre os convidados estão Manoel Soares, da Globo, Flavia Lima, ombudsman da Folha de S.Paulo, Flavia Oliveira, da GloboNews, além de acadêmicos que pesquisam o tema. Maju Coutinho, âncora do Jornal Hoje, abre a programação em 14/5, às 19h30. Equipes de veículos como Alma Preta, Notícia Preta, Negrê e Geledés também palestrarão no evento.

À frente da iniciativa estão Márcia Maria Cruz, Nelson Nunes, Bruno Torquato, Etiene Martins, Gabriel Araújo, Milena Geovana, Queila Ariadne, Rafael Francisco, Sandra Flávia e Vinícius Luiz.

Nelson Nunes destacou que, além de haver poucos profissionais negros atuando no jornalismo, há menos ainda nos cargos de chefia: “Essa mudança de mentalidade passa pela criação, por parte das empresas de comunicação, de programas que privilegiem a entrada de pessoas negras e apoio explícito para que elas consigam ascender aos cargos de editor, chefe de Redação, redator etc. Quando essa questão fica apenas na conta do racismo estrutural, tanto as empresas quanto os que detêm cargos de chefia eximem-se de promover estratégias de inclusão que possam mudar esse cenário”.

Vale destacar que, em março, relatório do Instituto Reuters para estudos do Jornalismo colocou o Brasil ao lado de Reino Unido e Alemanha como um dos três únicos países sem qualquer diretor de Redação não branco nos veículos com maior audiência. (Leia mais em MediaTalks by J&Cia).

Interessados em participar do Congresso Nacional de Jornalistas Negras e Negros poderão acompanhar pelo canal de YouTube do coletivo e se inscrever nesta plataforma.

Sobre o Coletivo Lena Santos

O Coletivo Lena Santos foi criado em 2019, quando duas jornalistas mineiras pesquisavam vozes negras em comunicação e identificaram outros comunicadores atuando em redações e mídias de Minas Gerais. Batizado em homenagem a Lena Santos, uma das primeiras jornalistas negras a ocupar uma bancada de jornal no País, o coletivo busca construir uma comunicação antirracista e representativa.

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