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quinta-feira, março 28, 2024

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Abril fecha oito títulos e confirma demissões das equipes

Empresa decidiu manter apenas as marcaras líderes e rentáveis

 

O Grupo Abril informou em comunicado de 6/8 que, “como parte do seu processo de reestruturação, está reformulando o portfólio de marcas da editora com o objetivo de garantir sua saúde operacional em um ambiente de profundas transformações tecnológicas, cujo impacto vem sendo sentido por todo o setor de mídia”.

Confirmam-se assim rumores que há semanas avançavam pelo mercado, de que a empresa descontinuaria títulos e promoveria importantes cortes na equipe.

Permanecem os títulos que, na visão da empresa e da nova gestão, poderão dar sustentação à continuidade dos negócios: Veja, Veja São Paulo, Exame, Quatro Rodas, Claudia, Saúde, Superinteressante, Viagem e Turismo, Você S/A, Você RH, Guia do Estudante, Capricho, MdeMulher, Vip e Placar. Será neles que a Abril, como diz o comunicado, “passará a concentrar seus recursos humanos e técnicos”.

Saem de cena títulos tradicionais como Casa Claudia, Elle e Cosmopolitan e outros que também fizeram história na organização, casos de Arquitetura e Construção, Boa Forma, Minha Casa e Mundo Estranho. Uma baixa será muito sentida pelo mercado carioca, a Vejinha Rio.

No comunicado, a empresa sustenta que “o processo tornou-se obrigatório dentro das circunstâncias impostas por uma economia e um mercado substancialmente menores do que os que trouxeram a Abril até aqui”.

A Abril não abriu o número de demitidos e com isso o que se tem são especulações, que, embora possam não refletir com precisão a realidade, dão uma dimensão muito próxima dela. Seriam 170 os jornalistas penalizados com a perda do emprego, como corre no mercado? Não dá para cravar, mas que são mais de 100, isso é visível, como apurou este Portal dos Jornalistas.

Na Exame, por exemplo, a conta é de mais de uma dúzia de baixas, sem contar postos que estavam vagos e que foram extintos. Em Veja, talvez seja um número parecido, embora também se tenha ventilado um corte de 30 por lá, o que pode ser correto considerando-se as baixas nas Vejinhas São Paulo e Rio (esta, extinta).

Todos os demitidos de todas as revistas foram comunicados na segunda-feira (6/8), fizeram exame demissional e já na terça passaram na empresa para os últimos acertos burocráticos e para pegar pertences. A Abril montou uma operação especial do RH para dar conta do atendimento.

Vale lembrar que também foram duramente atingidos na editora funcionários administrativos e das áreas comercial, de marketing e eventos, mais o pessoal operacional da gráfica e da distribuição do grupo.

Esse brutal encolhimento da Abril, com fechamento de títulos e demissão em massa, marca um momento de tristeza não só para o grupo, mas para o próprio jornalismo brasileiro. Resta o consolo, entre os que ali ficaram, de ver que a empresa, mesmo vergada pela crise, continua de pé.

Sabe-se que quem ficou terá de superar o trauma e, em princípio, fazer mais – muito mais – com menos – muito menos –, sem prescindir do bom jornalismo, pois é a única chance de preservarem os empregos que restaram.

Vale citar a frase ouvida por este J&Cia de um jornalista da empresa: “Ainda que combalidos, seguiremos em frente, com a expectativa de que o sacrifício de agora contribua para que a empresa retome sua saúde financeira, sobreviva, saia da crise e, tão logo possível, volte a crescer e a contratar”.

 

Sindicato pede antecipação de tutela

 

Para tentar barrar e mesmo reverter as demissões de 6/8 na Abril, o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo entrou nessa terça-feira (7/8) com pedido de antecipação de tutela da ação civil pública na qual o Ministério Público do Trabalho reivindica que a empresa abstenha-se de fazer mais dispensas sem negociação prévia. O Sindicato integra o processo como assistente litisconsorcial, meio jurídico de fazer parte da ação com o intuito de defender os direitos dos demitidos. A ação tramita na 61ª Vara do Trabalho de São Paulo, na Barra Funda, zona oeste paulistana (Veja+).

Com a antecipação de tutela, as demissões podem ser anuladas a qualquer momento ou no julgamento do processo, marcado para 28/8, naquela Vara do Trabalho. Ao tomar conhecimento dos rumores sobre novas demissões na Abril, o próprio MPT também entrou com o pedido da antecipação de tutela.

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