Levantamento da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) registrou 39 agressões contra comunicadoras de 30 de outubro, data do segundo turno das eleições, até 8 de dezembro. Cerca de 79,5% estão relacionadas à cobertura política.

Nesse período, o uso dos termos “vaca”, “vadia” e “vagabunda” para ofender mulheres jornalistas cresceu 300% no Twitter em comparação aos 40 dias anteriores ao início da campanha eleitoral, que começou em 16 de agosto. O ápice de ofensas ocorreu nos 40 dias que antecederam o segundo turno: Esses três termos foram usados 65 vezes contra comunicadoras, o que equivale a um aumento de 983% em relação ao período pré-eleitoral.

O levantamento destaca que seguidores do ex-presidente Jair Bolsonaro são os principais agressores. Profissionais como Barbara Gancia, colunista da Folha de S. Paulo; Vera Magalhães, de O Globo/TV Cultura; Eliane Cantanhêde, de O Estado de S.Paulo/GloboNews; Leilane Neubarth, da GloboNews; e Daniela Lima, da CNN Brasil, receberam, juntas, mais de 80% das ofensas identificadas.

“Esses dados tornam explícita a diferença entre os ataques a homens e mulheres jornalistas”, destaca a Abraji. “Quando eles são alvos de discursos estigmatizantes, os termos ofensivos mais comuns são ‘militante’, ‘esquerdista’, ‘mentiroso’ e ‘parcial’ – palavras relacionadas, sobretudo, à atividade jornalística. Mas, para elas, o gênero é um elemento extra, que dá outra dimensão aos ataques”.

Veja mais do levantamento aqui.

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