Por Assis Ângelo
Pois é, como todo mundo sabe ou deveria saber: na história traçada por Sófocles o personagem central (Édipo) mata o pai Laio e casa-se com a mãe, Jocasta.
A tragédia edipiana é, como todas as obras do grego Sófocles, trágica. Acaba com ele arrependido, furando os próprios olhos e correndo e gritando feito um doido varrido. Enquanto isso ela, a mãe, se suicida.
Pouco antes dessa incrível tragédia, o cego Tirésias fora chamado por Édipo para fazer previsões do curso da sua vida. Mas não deu bola e deu no que deu.
Todo mundo sabe ou deveria saber que Édipo tinha por pai um rei de Tebas.
O Brasil foi achado por iniciativa do rei D. Manuel I.
A partir de 1808, o Brasil teve como dono reinante D. João VI.
A partir de 1822, assumiu o trono destas nossas terras brasileiras Pedro I.
Depois desse Pedro, reinou entre nós o imperador Pedro II. É quando em 1889 o Brasil vira República.
Enquanto República, o Brasil tornou-se esquisitamente uma casa de muitos reis. Explico: tivemos rei da Voz, rei do Samba, rei do Bolero, rei da Embolada, rei do Baião, rei da Sanfona, rei do Pandeiro, rei do Futebol, entre outros.
E ainda não falamos das rainhas que tivemos, mas não custa lembrar: rainha do Baião, rainha do Xaxado, rainha do Forró… e mais rainhas disso e daquilo.
E o rei da Cocada Preta, hein?

Bom, Lampião foi rei do Cangaço e matou muita gente, incluindo mulheres e crianças.
Lampião entrou no cangaço em 1922, quando se realizava no Theatro Municipal de São Paulo a Semana de Arte Moderna.
No começo do segundo semestre de 1925, engrossou a fileira do bando de Lampião um cara que pela alcunha já diz bastante: Pontaria. Enxergava com um só olho.
Lampião, Pontaria e outros e outros sanguinários pagaram com a vida o mal que fizeram no sertão nordestino. Muitos até chegaram a perder a cabeça…
Ainda há reis espalhados mandando e desmandando mundo afora. Porém, não custa contar ou recontar que Lampião perdeu o olho direito em luta contra volantes de Pernambuco, em 1925. Na verdade, tiros dos policiais de então atingiram e fragmentaram espinhos de um cacto qualquer. Um desses espinhos atingiu um olho do famoso cangaceiro.
Tanto Lampião como Pontaria diziam que não precisavam de dois olhos para acertar o alvo mirado.
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