Patrícia Marins e Míriam Moura, jornalistas e especialistas em gestão de alto risco reputacional, lançaram uma edição atualizada do livro Muito além do Media training, o porta-voz na era da hiperconexão. A obra é resultado de experiências vivenciadas por ambas na capacitação de 12 mil altos executivos e gestores públicos.
Patrícia Marins (esq.) e Míriam Moura
O livro destaca que a presença de executivos nas plataformas digitais, em especial o LinkedIn, aumentou significativamente. E essas redes acabam virando uma espécie de extensão da marca corporativa, ajudando CEOs a construir conexões com seus seguidores. Mas essa visibilidade digital traz riscos. A obra visa a ajudar esses executivos para que saibam como se posicionar nessas redes sociais.
Em pesquisa realizada com associados da Associação Brasileira de Comunicação Pública (ABCPública) em setembro, comunicadores públicos revelam quais os principais desafios que enfrentam hoje.
A falta de compreensão de outras áreas sobre o papel da comunicação e a falta de recursos humanos foram os desafios mais indicados pelos participantes. Além destes, outros desafios foram apontados:
Atividades realizadas com pouca ou nenhuma estratégia
Sobrecarga de trabalho
Relacionamento com a alta direção da sua instituição
Falta de recursos materiais
Equipe desmotivada ou pouco engajada
Ingerência ou falta de autonomia
Falta de oportunidades de capacitação
“A pesquisa confirmou algumas de nossas hipóteses de que as maiores ‘dores’ dos comunicadores públicos ainda estão relacionadas a uma percepção equivocada sobre o verdadeiro papel da área”, comenta Aline Castro, vice-presidente de Relações com o Associado da ABCPública. “É bastante comum, nas instituições, a visão de que a comunicação serve apenas para publicar ‘comunicados no site’, e que, para isso, não são necessários estrutura ou recursos adequados”.
A pesquisa interna foi uma iniciativa inédita da ABCPública, que hoje conta com mais de 370 associados pelo Brasil, que fazem parte de órgãos variados das esferas Executiva, Legislativa e Municipal. A pesquisa teve o intuito de compreender o que mais aflige os profissionais hoje e também de mapear as principais expectativas a respeito da atuação da Associação.
“Com esses resultados em mãos, vamos definir as ações prioritárias para a gestão 2024-2026”, prossegue Aline. “Nosso principal objetivo é atender às expectativas dos associados e, ao mesmo tempo, promover o reconhecimento do papel estratégico da comunicação no setor público. Queremos fortalecer a relevância da área, garantindo que ela seja vista como essencial para a eficiência institucional e para o desenvolvimento da cidadania”.
Veja o que dizem alguns dos diretores regionais da ABCPública acerca dos desafios mapeados pela pesquisa:
Heloísa Lima
“A falta de compreensão de outras áreas sobre a o papel da comunicação é realmente muito desafiadora. No dia a dia, eu e minha equipe ainda nos deparamos com colegas que (com a melhor das intenções, que fique claro), chegam com demandas de produtos que não são os mais adequados para aquele objetivo de comunicação ou público. Ou nos pedem para produzir conteúdo em desacordo com a própria Política de Comunicação da instituição. Procuramos conversar, explicar, mas muitas vezes percebemos a frustração de quem teve um pedido negado. Chegamos a desenvolver um jogo de cartas, com mitos e verdades sobre a comunicação, que foi utilizado no biênio 2023/2024 em reuniões com ‘influenciadores internos’ para que pudessem entender melhor como se organiza o nosso trabalho. Mas sabemos que, como algumas crenças estão arraigadas na cultura organizacional, mudar não será rápido ou fácil.” − Heloísa Lima (TCE-GO), diretora da ABCPública em Goiás
Wanderson César
“Os comunicadores enfrentam um cenário desafiador nas empresas e instituições em que atuam. A escassez de recursos humanos não apenas limita a capacidade de atuação e o planejamento da área, como torna exaustiva a jornada dos profissionais, que são obrigados a assumir numerosas e diferentes atribuições. A sobrecarga de trabalho deixa ainda mais em evidência a falta de reconhecimento das funções de comunicação nas organizações.” − Wanderson César (MPF), diretor da ABCPública no Ceará
Michel Carvalho
“A falta de compreensão sobre o papel estratégico da comunicação nas instituições públicas ainda é muito grande. Às vezes, se confunde com a comunicação organizacional, aquela ligada ao dia a dia administrativo; às vezes, se confunde com a comunicação política, associada aos cargos diretivos. Por isso, fazer comunicação de interesse público é um desafio e tanto. Quando nosso trabalho foca no cidadão, inevitavelmente, acabamos contrariando quem comanda a instituição. Daí a necessidade, ao meu ver, de se construir uma política de comunicação que regulamente as funções e os objetivos dessa atividade na esfera pública.” − Michel Carvalho (Câmara Municipal de Cubatão), diretor da ABCPública em São Paulo
O resultado completo da pesquisa será disponibilizado com exclusividade para associados da ABCPública. Se deseja fazer parte da associação, clique aqui.
Comunicação Pública em debate: regionais da ABCPública promovem série de eventos pelo Brasil
Este ano, a ABCPública atingiu o objetivo de possuir uma diretoria em cada estado brasileiro, além do Distrito Federal. Além dessa marca, 2024 leva o título de ano de mais trabalho para as diretorias regionais da ABCPública. E ainda tem muito mais para acontecer! Confira:
Em Pernambuco
A regional tem realizado eventos preparatórios para o I Seminário de Comunicação Pública e Cidadania, que acontecerá no dia 29 de novembro. Já tivemos um debate sobre “Linguagem Simples e Acesso à Informação”, e o próximo será “A Rádio Pública na Era dos Podcasts”. Tudo gratuito. Clique aqui e saiba mais.
Pernambuco
No Norte
Em conjunto, as regionais da ABCPública no Amazonas e em Roraima, coordenadas por Acyane do Valle (Corregedoria-Geral de Justiça do Amazonas) e Adriana Cruz (Assembleia Legislativa do Estado de Roraima), respectivamente, promoveram no último dia 18/10 o evento gratuito “Vamos pensar em Comunicação Pública”. Realizado na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), comunicadores públicos e estudantes de comunicação debateram combate à desinformação, Linguagem Simples e canais legislativos como espaço do cidadão.
Este foi o primeiro evento das regionais, que estão entre as instituídas pela ABCPública em 2024. Assista a reportagem aqui.
Norte
E em Sergipe
A diretoria de Sergipe, coordenada por Aline Braga (Assembleia Legislativa de Sergipe), está a todo vapor à frente da organização do III Congresso Brasileiro de Comunicação Pública. A terceira edição do maior evento da área no Brasil acontecerá presencialmente na Universidade Federal de Sergipe, Campus São Cristóvão, em Aracaju, durante os dias 20, 21 e 22 de outubro de 2025. E o tema: “Emergência Climática e Direito à Informação”.
Pernambuco é uma das seções mais atuantes da ABCPública. Após a Assembleia Ordinária da ABCPública que elegeu a gestão para o biênio 2024-2026, Silvannir Jaques, assessora de Comunicação e Imprensa do CRP-PE, foi eleita diretora da regional. Ela assume no lugar de Ana Paula Lucena, professora da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), que foi diretora da regional de 2016 a 2024 e agora assume a Vice-Presidência de Relações Acadêmicas da ABCPública.
Atualmente, a regional está envolvida em uma série de eventos gratuitos voltados para a Comunicação Pública. Aproveitamos para saber de Silvannir Jaques como é fazer parte da seção.
Como é o trabalho à frente da diretoria da ABCPública-PE?
“Conhecer o trabalho desenvolvido pela ABCPública, por meio da regional, ainda durante o período pandêmico, foi como receber um acolhimento humano e profissional essencial, que proporcionou a partilha de experiências e aprendizados em um momento desafiador, quando tudo precisou ser readaptado em curto prazo. Assim como em várias áreas no mundo, a Comunicação Pública também precisou se instrumentalizar. Hoje, poucos meses após ter assumido a representação da diretoria regional, sinto-me profundamente motivada a dar o meu melhor, com o intuito de, junto a esse coletivo talentoso e dedicado, inspirar, agregar e disseminar ainda mais as conquistas dos últimos anos.”
Qual a importância da realização de eventos voltados para a Comunicação Pública?
“Criar oportunidades para a difusão de pautas relacionadas à Comunicação Pública é uma maneira de propagar o legado de tudo o que já foi e continua sendo feito no setor público, além de reunir esforços teórico-práticos para a renovação da comunicação pública no futuro. Esses eventos resultam no crescimento plural e coletivo de estudantes, profissionais, pesquisadores, organizações e, principalmente, dos cidadãos. Uma Comunicação Pública fortalecida e unida contribui para o desenvolvimento da humanidade, garantindo que os direitos dos cidadãos sejam assegurados a partir da instrução e da disseminação de informação pública de qualidade. Tem sido uma experiência de imensa satisfação, gratidão e honra, e saber que posso contar com um grupo leal, ético e espetacular em diversas áreas de atuação torna o trabalho mais leve, eficiente e alinhado aos princípios estratégicos da comunicação pública.”
E como funciona o contato com comunicadores do Estado?
“Temos mantido o projeto de reuniões alternadas mensais, sendo um mês online e o outro presencial, o que oferece a oportunidade para que pessoas além da região metropolitana do Recife também se mantenham atualizadas sobre as pautas do coletivo. Além disso, mantivemos o plano de trabalho da direção anterior quanto à realização do I Seminário de Comunicação Pública e Cidadania, um evento inédito que pretendemos consolidar, com o objetivo de expandir ainda mais o trabalho da ABCPública. Este seminário não só fortalecerá o projeto de expansão da entidade, mas também fomentará o diálogo entre comunicadores e incentivará a formação continuada, ampliando o impacto da comunicação pública no Estado.”
Quem faz a Comunicação Pública pelo País?
Paulo de Camargo Fernandes
No Mato Grosso do Sul, Paulo de Camargo Fernandes é o novo assessor de imprensa da Secretaria de Estado de Assistência Social e dos Direitos Humanos. Antes, atuou por quase sete anos como assessor de imprensa do Governo do Mato Grosso do Sul. Trabalhou também no g1 MS.
Thales Kírion
Em Pernambuco, Thales Kírion passa a integrar a equipe de comunicação da Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco. Antes, trabalhou por seis anos como repórter e produtor do Jornal do Commercio. Foi também assessor de imprensa e gerente de comunicação da Prefeitura de Paudalho.
Foram definidos os jornalistas e veículos +Admirados da Imprensa de Economia, Negócios e Finanças 2024. Após intensa votação no segundo turno, é hora de conhecer os TOP 50 +Admirados Jornalistas, que neste ano serão TOP 51 em decorrência de empate entre os profissionais, além dos veículos em cada uma das sete categorias temáticas.
Temos nesta edição uma grande renovação entre os +Admirados Jornalistas em relação aos vencedores de 2023, tanto no número de estreantes como de jornalistas que retornam à lista dos TOP 51 após não estarem presentes no ano passado. Os estreantes são Alex Ribeiro (Valor Econômico), Allan Ravagnani (IstoÉ Dinheiro), Amanda Sampaio (Revista Oeste), Beatriz Cavalcante (O Povo), Circe Bonatelli (Agência Estado), Danilo Moliterno (CNN Brasil), Denyse Godoy (UOL), Donaldson Gomes (Jornal Correio da Bahia), Eduardo Moreira (ICL), Fábio Graner (JOTA), Karla Spotorno (Agência Estado), Luciano Pádua (Exame) e Rosana Hessel (Correio Braziliense). Também estreia na lista dos TOP 50Edna Simão (Valor Econômico), que esteve entre os TOP 3 Jornalistas da Região Centro-Oeste em 2021.
Retornam à relação dos TOP 50Aluisio Alves (Inteligência Financeira), Ana Estela de Sousa Pinto (Folha de S.Paulo), Cida Damasco (Nova Brasil), Daniel Rittner (CNN Brasil), Geraldo Samor (Brazil Journal), Helecine Laguardia (O Tempo/Super Rádio Notícia), Ivo Ribeiro (Estadão), Julia Wiltgen (Seu Dinheiro) e Luís Artur Nogueira (Revista Oeste). Destaque para o retorno de Carlos Alberto Sardenberg, que esteve presente em todas as edições do prêmio com exceção do ano passado, e foi considerado o +Admirado Jornalista em 2019, ao lado de Miriam Leitão.
Destaque ainda para as jornalistas que estiveram presentes entre os TOP 50 em todas as edições do prêmio: Adriana Mattos (Valor Econômico), Alexa Salomão (Folha de S.Paulo) e Miriam Leitão (Grupo Globo), esta última que já foi eleita a +Admirada Jornalista em seis ocasiões. Também integram a lista deste ano profissionais que estiveram em quase todas as edições anteriores: Adriana Fernandes (Folha de S.Paulo), Flavia Oliveira (GloboNews), José Paulo Kupfer (UOL/Poder360), Luís Nassif (Jornal GGN) e a campeã de 2023 Thais Herédia (CNN Brasil).
Na cerimônia de premiação, marcada para 25 de novembro, no Hotel Renaissance, em São Paulo, serão anunciados os TOP 10 +Admirados Jornalistas, além dos veículos vencedores em todas as categorias temáticas.
O Prêmio +Admirados da Imprensa de Economia, Negócios e Finanças tem oferecimento de BTG Pactual e Febraban; patrocínio de APQC, CNSEG, Deloitte, Grupo Nexcom e Vivo; apoio de Gerdau, Latam, Portal dos Jornalistas e Press Manager; e apoio institucional de Ibri. Mais informações com Vinicius Ribeiro (vinicius@jornalistasecia.com.br).
Nova plataforma permite consulta de relação história da série +Admirados
Interessados podem consultar neste link a relação histórica de todos os prêmios da série +Admirados, inclusive o de Economia, Negócios e Finanças. É possível conferir vencedores e as posições de todos os jornalistas em qualquer categoria de todos os prêmios da série.
Estreou no YouTube em 15/10 o programa Café Logo Existo. Idealizado e apresentado por Mariana Proença, é composto por entrevistas descontraídas com personagens que fizeram e fazem a história do café especial no Brasil.
Os episódios vão ao ar a cada 15 dias, no canal @cafelogoexistopormariproenca, sempre às terças-feiras, às 16h, para combinar com aquele cafezinho da tarde. Na equipe estão Eduardo Acevedo, que responde pela direção audiovisual e edição de imagens; produção e edição de Cíntia Marcucci; arte de Giulianna Iannaco; coordenação de redes de Natália Camoleze; e a área comercial e patrocínios com Karina Rodrigues.
Seattle, nos EUA, recebe este ano a National Student Media Convention (NSMC), de 23 a 26 de outubro, no Renaissance Seattle Hotel. O evento, organizado pela College Broadcasters, Inc. (CBI), reúne mais de 400 veículos de mídia universitária de todo o mundo, fornecendo uma plataforma essencial para que estudantes, professores e profissionais da radiodifusão se conectem, compartilhem experiências e troquem conhecimentos.
Com 33 palestrantes do setor, 28 professores e membros de faculdades, além de 25 sessões ministradas por estudantes, a convenção se destaca como um dos eventos mais importantes para o desenvolvimento de talentos na mídia universitária norte-americana.
Entre as grandes novidades da edição de 2024 está a feira de carreiras, em 25 de outubro, que permitirá aos estudantes interagir diretamente com recrutadores de grandes empresas de radiodifusão, oferecendo uma oportunidade de networking em um ambiente descontraído. Sessões mais longas, de uma hora, com interrupções de 15 minutos, também foram introduzidas para permitir uma interação mais aprofundada e discussão mais rica entre os participantes.
A escolha de Seattle reflete a estratégia da CBI de alternar o local da convenção, aproveitando as características midiáticas de cada região. A cidade, famosa por sua vibrante cena cultural e midiática, é sede da renomada rádio 90.3 KEXP, que abrirá para o evento uma visita guiada, incluindo uma apresentação ao vivo do programa Live on KEXP. Emissoras como KING(TV), KREM(TV) e KWSC(FM) também marcam presença, reforçando a relevância da convenção para a radiodifusão no noroeste dos EUA.
A exibição do documentário 35.000 Watts: The Story of College Radio, seguido de um debate com o diretor e especialistas da indústria, celebra a história e importância das rádios universitárias no cenário da mídia alternativa e como espaço para experimentação e inovação. Entre outras sessões, destaca-se o painel liderado pela Society of Broadcast Engineers, discutindo maneiras de atrair jovens talentos para a engenharia de transmissão, uma área que enfrenta desafios crescentes de renovação profissional.
O evento é uma oportunidade transformadora e termina com prêmio National Student Production Awards, que celebra o talento criativo dos estudantes, com finalistas competindo em 36 categorias, após uma seleção rigorosa de mais de 900 inscrições.
Essa convenção destaca a importância das emissoras universitárias na formação de futuros comunicadores, criando um ambiente de aprendizagem que ultrapassa a sala de aula. A troca de experiências e o contato com profissionais do setor não apenas oferecem aos estudantes um vislumbre do mercado de trabalho, mas também ajudam a moldar o futuro da mídia independente e educativa.
O cenário midiático universitário não é exclusivo dos Estados Unidos. No Brasil, a Rubra (Rede de Rádios Universitárias do Brasil), fundada em 2017, atua como uma união de emissoras de rádios universitárias espalhadas pelo País, com o objetivo de integrar, fortalecer e dar visibilidade a esses veículos. Assim como o CBI, a Rubra busca criar uma rede de apoio para rádios universitárias, incentivando a troca de conhecimentos e promovendo a profissionalização dos estudantes envolvidos.
A diferença é que, embora a CBI já conte com uma longa tradição e estrutura robusta, a Rubra ainda enfrenta desafios maiores no Brasil, onde a rádio universitária não tem o mesmo nível de reconhecimento institucional. No entanto, iniciativas como a Rubra são fundamentais para fomentar um ambiente colaborativo entre as universidades, permitindo que as emissoras brasileiras compartilhem experiências e recursos, algo essencial para a sustentabilidade dessas iniciativas em um cenário de recursos limitados.
Assim como a NSMC oferece oportunidades para que os estudantes de rádio universitária dos Estados Unidos se conectem com profissionais e empresas do setor, a Rubra vem promovendo eventos e encontros que aproximam os veículos universitários brasileiros, fortalecendo a identidade e o papel dessas emissoras na formação acadêmica e no desenvolvimento profissional. O impacto dessas ações pode ser observado na participação crescente de rádios universitárias brasileiras em eventos internacionais e na adoção de práticas inovadoras, inspiradas em modelos como o do CBI.
A importância das emissoras de rádios universitárias, tanto nos EUA quanto no Brasil, vai além da formação técnica. Elas representam um espaço para o desenvolvimento crítico, a liberdade de expressão e a produção de conteúdos diversificados e inclusivos. Em um mundo cada vez mais conectado e digitalizado, essas emissoras desempenham um papel crucial na preservação de narrativas alternativas e na capacitação de novos profissionais de mídia.
Em resumo, eventos como a National Student Media Convention nos EUA e as iniciativas da Rubra no Brasil mostram o quanto as rádios universitárias podem ser agentes de transformação, criando um caminho que leva os estudantes a uma jornada de aprendizado prático e de construção de pontes com o mercado profissional, ao mesmo tempo em que promove a diversidade de vozes e ideias dentro do ecossistema midiático.
Álvaro Bufarah
Você pode ler e ouvir este e outros conteúdos na íntegra no RadioFrequencia, um blog que teve início como uma coluna semanal na newsletter Jornalistas&Cia para tratar sobre temas da rádio e mídia sonora. As entrevistas também podem ser ouvidas em formato de podcast neste link.
(*) Jornalista e professor da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e do Mackenzie, pesquisador do tema, integra um grupo criado pela Intercom com outros cem professores de várias universidades e regiões do País. Ao longo da carreira, dedicou quase duas décadas ao rádio, em emissoras como CBN, EBC e Globo.
A Aberje divulgou na última semana os vencedores regionais da 50ª edição de seu prêmio, que contempla 18 categorias em disputa. Vale ressaltar que a entidade não segue as regiões geográficas oficiais do País e sim uma outra, que tem a seguinte configuração: Espírito Santo e Rio de Janeiro; Minas Gerais e Centro-Oeste; Norte e Nordeste; São Paulo; e Sul.
Os vencedores regionais farão agora, no próximo dia 5/11, a apresentação oral e a defesa dos respectivos trabalhos para a Comissão Julgadora do Prêmio Aberje Brasil, que escolherá os vencedores da etapa nacional. O evento, marcado para o Hotel Pulman Ibirapuera (rua Joinville, 515, em São Paulo), das 9h às 19h, distribuídos por três salas simultâneas, é gratuito e aberto ao público.
Confira aqui todos os vencedores regionais e aqui a programação do Painel de Cases.
A edição de 2024 do Índice Chapultepec, da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), revelou uma situação preocupante para o jornalismo e para a sociedade: nenhum dos 22 países analisados alcançou pontuação suficiente para figurar na faixa “com liberdade de expressão”, ao contrário do que ocorreu nos três últimos anos. A média regional caiu pelo segundo ano consecutivo.
O Brasil, no entanto, mereceu um destaque positivo no relatório, divulgado na semana passada durante a Assembleia Anual da SIP, tendo avançado duas posições na lista em relação a 2023 e saído do bloco “com restrições” em que estava em 2023.
O País está agora em quinto lugar geral, entre as nações consideradas “com baixa restrição”. Os que obtiveram pontuação melhor do que a do Brasil foram Chile, República Dominicana, Canadá e Estados Unidos. Uruguai, Jamaica e Panamá também estão na mesma faixa de baixa restrição.
O Índice Chapultepec, criado pela SIP em 2020, coordenado por acadêmicos da Universidade Católica Andrés Bello na Venezuela, conta com o apoio de uma rede de especialistas nos 22 países.
Para obter os resultados, foram consultadas 168 pessoas, entre jornalistas, editores, especialistas acadêmicos e ativistas. Elas ofereceram suas percepções sobre aspectos como liberdade de expressão dos cidadãos e ações dos Estados para conter violência e impunidade de crimes contra jornalistas no período entre agosto de 2023 e agosto de 2024.
Desinformação e influência dos Três Poderes
Além dos indicadores tradicionais em estudos sobre liberdade de imprensa, este ano os pesquisadores incluíram como uma das variáveis a desinformação não combatida ou propositalmente disseminada por governos.
Outro indicador considerado na fórmula é a influência dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário em situações desfavoráveis à liberdade de expressão.
Apesar da melhora do Brasil, há pouco o que celebrar na região A média geral ficou abaixo dos 50 pontos pela segunda vez consecutiva, refletindo o que a SIP aponta como a normalização de uma deterioração nas ações institucionais em relação à liberdade de expressão e imprensa nas Américas.
O grupo de países onde elas estão “sob restrições” é formado por Paraguai, Costa Rica, Argentina, Equador, México e Colômbia.
Os países com “alta restrição” são Honduras, Peru, Guatemala, Bolívia e El Salvador. O Peru recuou quatro posições em relação ao período anterior.
Por fim, no grupo “sem liberdade de expressão”, aparecem Cuba, Venezuela e Nicarágua, que repetem as mesmas posições há duas edições.
Em sua análise, a SIP destaca problemas como o impacto de resultados eleitorais, a promulgação de leis restritivas que afetam o jornalismo e o acesso à informação pelos cidadãos e as tecnologias que aumentam a desinformação “com estratégias cada vez mais ousadas”. E conclui: as liberdades de imprensa e de expressão seguem ameaçadas nas Américas.
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Em meio à falta de pagamentos pelo período trabalhado, mais de 150 ex-funcionários do Correio Popular, de Campinas (SP), continuam a cobrança pela quitação de suas indenizações trabalhistas. Uma das profissionais é a jornalista Kátia Fonseca, atual símbolo na luta pela compensação. Em 21/10, ela completou seis meses de postagens nas redes sociais atrás de uma solução. As informações são do Hora Campinas.
Em suas críticas, Fonseca demonstra a frustração com a falta de recebimento de salários e direitos, inclusive com a Justiça do Trabalho, que, segundo ela, não age de forma eficaz para pressionar o devedor. Em maio, a comunicadora liderou um protesto na Academia Campinense de Letras (ACL). Na ocasião, o dono do Correio Popular, o empresário Sylvino de Godoy Neto, recebeu uma homenagem.
Ao final de cada publicação, ela contextualiza o início da atual situação: “Após trabalhar mais de 30 anos no Correio Popular, jornal diário do Grupo RAC, eu (assim como dezenas de outros trabalhadores da mesma empresa… centenas talvez) ficamos sem receber salários e todos os outros direitos trabalhistas. Entrei com processo, obtive ganho de causa, a empresa não tem nem mesmo direito a entrar com recursos e, mesmo assim, esse dinheiro não aparece”.
Em contrapartida, o jornal tem passado por uma crise severa, após a transformação da mídia, que exigiu uma readaptação completa ao jornalismo digital. Segundo o Hora Campinas, o veículo impresso alega não possuir recursos financeiros para efetuar a quitação do valor, que atualmente supera R$ 30 milhões.
Essa situação gerou indignação e melancolia entre os ex-trabalhadores, alguns dos quais perderam bens e enfrentam problemas de saúde. A dívida reconhecida pela Justiça abrange processos de jornalistas, trabalhadores gráficos e administrativos de diversos veículos do Grupo RAC. Embora até mesmo o prédio do Correio Popular tenha sido vendido à Prefeitura de Campinas para uso educacional, o valor obtido é insuficiente para quitar as dívidas.
Procurada, a empresa ainda não se pronunciou. A matéria será atualizada caso haja resposta.
Essa coisa de submissão vem de longe, de muito longe. Não foram poucos os poetas e romancistas que tomaram isso como tema para suas histórias.
Lá atrás, bem atrás, Dostoiévski também não resistiu em pegar e desenvolver essa temática.
O personagem que o grande escritor russo desenvolve no conto ou sei lá o quê A submissa, de 1876, é jovem, loira, magrinha. Idade: 16 anos. E ele, o personagem masculino: 41. Não demora, a menina e o homem tornam-se praticamente um só.
Um dia, o fulano chega em casa e depara-se com uma atabalhoada e chocante cena: sua amada se suicidara.
A história segue com o narrador, em primeira pessoa, procurando entender o comportamento feminino. Ele: “(…) Eu sabia que uma mulher, ainda por cima de dezesseis anos, não podia evitar tornar-se absolutamente submissa ao homem. Nas mulheres não há originalidade, é um axioma, mesmo hoje, para mim, isto é um axioma! O que importa que esteja agora na sala, em cima da mesa? (…)”.
Submissão, mais das vezes, pode ser classificada como masoquismo. Assim, simplesmente.
Como se vê, nem Dostoiévski deixou de criar personagens machistas, preconceituosos.
Outro dia ouvi um livro sobre mulher e homem.
Esse livro a que me refiro tem como título O profano feminino, de um cara intelectualmente inclassificável chamado Nessahan Alita. É doido, completamente fora da cidadania.
No livro, ele chega ao ponto de escrever o seguinte: “(…) Escondem que as deliciosas fêmeas desenvolveram sofisticadas artimanhas para nos burlarem e não nos entregarem seus tesouros (o sexo, o carinho e o amor). Na verdade, o que se passa é exatamente o oposto do que pregam esse(a)s idiotas: as fêmeas é que são indiferentes e não gostam muito de homens, enquanto nós, os machos, as desejamos, queremos e amamos desesperadamente (…)”.
Inacreditável, não é mesmo?
No livro O homem domado, no original alemão Der Dressierte Mann, de Esther Villar, lê-se muita coisa curiosa a respeito do homem. Esse livro, lançado em 1971, tem como conteúdo narrativo uma história diferente da contada pelo inescrupuloso Alita.
Lamentável tudo que se lê de pessoas masculinas que detestam as figuras femininas, mulheres…
Esther diz, lá pras tantas: “Os homens foram treinados e condicionados pelas mulheres, assim como Pavlov condicionou seus cães, para se transformarem em seus escravos. Como compensação por seus trabalhos, podem usar periodicamente suas vaginas”.
Esther Villar é o pseudônimo da argentina Esther Margareta Katzen.
Não há perfeição no homem nem na mulher.
Homem mente, mulher mente.
No comportamento homem/mulher somos todos desiguais.
Essa história de desigualdade se acha no real e na fantasia, desde todos os tempos.
E as histórias como essa se multiplicam em línguas as mais diversas. Até porque o coração é igual em qualquer peito.
Tudo indica que nascemos para não nos salvar.
No conto O burguês e o crime, Carlos Heitor Cony conta a história de um sujeito que trama praticar um crime perfeito. Mata a mulher e o amante e do amante da mulher ele herda empresas. Fica rico, sem problemas aparentes. As vítimas do burguês sucumbem envenenadas.
Fantasia ou real?
Pois é, assim simples: alguém flagra alguém…
O adultério entre homens e mulheres é uma realidade em todo o canto.
Lygia Fagundes Telles, no conto O moço do saxofone, fala de um saxofonista que mora numa pensão em quarto separado da mulher. Ela o trai o tempo todo com homens de todo tipo. Lá pras tantas aparece um caminhoneiro…
Grande Lygia!
Essa história de adultério é tão nova quanto o pensar de ontem.
E tudo é tão simples: um homem gosta de uma mulher e uma mulher gosta de um homem.
Pelo sinal da cruz, representando a Igreja Católica, o homem e a mulher viverão para sempre… até que a morte…
Porém… sempre há um porém: o homem, em determinado momento, cansa da mulher e a ela nada diz. O mesmo pode acontecer com ela. E aí temos o adultério de um lado e outro.
No início de 2025, os correspondentes do Esporte da Globo serão realocados. A Europa, até agora atendida de Paris, passará para Madrid, na Espanha, e ficará mais perto de alguns jogadores brasileiros que estão no Real Madrid.
A repórter Júlia Guimarães, na empresa há nove anos, com experiência nas coberturas esportivas internacionais, assumirá o posto. Com ela estarão a produtora Lorena Dillon, que se muda de Paris, e o repórter cinematográfico Ronaldo Gonçalo.
Guilherme Pereira, em Paris nos últimos dois anos, vai para Nova York, acompanhar os preparativos da próxima Copa do Mundo. Terá a companhia do repórter cinematográfico Luiz Novaes e do produtor Camilo Pinheiro Machado. O antecessor de Pereira no posto, André Gallindo, volta à redação no Rio de Janeiro, depois de dois anos e meio nos Estados Unidos.
O assédio a Júlia Guimarães em 2018 (Crédito: Reprodução/Mais Você)
Na foto, uma curiosidade: Júlia foi notícia durante a Copa do Mundo 2018 na Rússia, quando assediada por um torcedor local que tentou beijá-la, e disse a ele, em inglês: “Nunca mais faça isso para uma mulher. Respeite!”.
Em Buenos Aires, não haverá mudanças. Raphael Sibilla continua em Buenos Aires e acompanha o esporte na América do Sul.