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terça-feira, julho 8, 2025

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A confiança nos cientistas, uma ferramenta valiosa para a imprensa

Crédito: Hans Reniers/Unsplash

Por Luciana Gurgel

Luciana Gurgel

Enquanto os EUA rumam para uma era em que as decisões políticas sobre clima e saúde podem deixar de ser tomadas apenas com base na ciência, e representantes de quase 200 nações estão em Baku para chegar a um acordo sobre medidas de combate às mudanças climáticas comprovadas por acadêmicos, uma nova pesquisa feita pelo Pew Research Center chama a atenção para a confiança do público nos cientistas − e em seu valor como fontes para a imprensa.

O estudo mostrou que 76% dos americanos expressam um alto ou moderado nível de confiança na atuação dos cientistas em prol do interesse público. Embora represente uma recuperação em relação à queda observada durante a pandemia, a taxa ainda está abaixo dos 87% registrados em abril de 2020.

O negacionismo e a desinformação associados à segurança das vacinas e medidas de isolamento social podem ter uma parcela de culpa na deterioração da confiança naquele momento.

De qualquer forma, ela é mais alta do que a credibilidade de líderes empresariais, autoridades religiosas, políticos eleitos e jornalistas.

A pesquisa mostra que os americanos associam os cientistas a características como inteligência (89%), foco na solução de problemas reais (65%) e honestidade (65%).

Em uma era marcada pela desinformação e pela polarização, eles podem ser um trunfo para a imprensa apresentar informações precisas e confiáveis ao público − e de quebra melhorar a percepção de credibilidade em si própria.

Os pontos fracos: habilidade de comunicação, traquejo social e “superioridade”

No entanto, os cientistas precisam fazer o “dever de casa”. O estudo do Pew revelou que são vistos como bons comunicadores por apenas 45% dos entrevistados. A comunidade científica precisa aprimorar suas habilidades de comunicação para se conectar de forma mais eficaz com a sociedade.

Os pesquisadores − com a ajuda de seus assessores de comunicação − devem também observar as fraquezas em sua imagem e trabalhar para neutralizá-las.

Cerca de metade dos americanos (49%) os considera “sem traquejo social”, enquanto 47% dos entrevistados disseram ter a impressão de que “se sentem superiores”.

Outros sentimentos negativos mencionados foram a imagem de que são frios, de mente fechada ou desatentos aos valores morais da sociedade.

Superar essas barreiras pode fortalecer o papel dos cientistas e contribuir para um debate público mais informado e produtivo.

Ainda assim, nos EUA a batalha da credibilidade na ciência não será simples com Donald Trump na presidência. A nomeação do controvertido Robert F. Kennedy Jr. para liderar a saúde é uma pequena amostra.

A pesquisa do Pew revela uma diferença partidária significativa na confiança nos cientistas, com 88% dos democratas e apenas 66% dos republicanos expressando confiar neles.

Essa disparidade reflete-se também na visão sobre o papel de pesquisadores na formulação de políticas públicas, com os democratas sendo mais favoráveis à sua participação ativa. Mas os democratas perderam a eleição.


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100 anos de Rádio no Brasil: O que podemos aprender com o uso de influenciadores na eleição norte-americana de 2024 – parte I

(Crédito: Freepik)

Por Álvaro Bufarah (*)

Analisando o processo de divulgação das duas campanhas nas eleições norte-americanas podemos entender melhor o uso dos influenciadores e transpor esses aprendizados para o mercado de informações e de rádio brasileiro. Por isso, dividimos o texto em duas partes; a primeira você acompanha a seguir.

A eleição presidencial de 2024 nos Estados Unidos trouxe à tona uma transformação significativa no consumo e na disseminação de notícias. Influenciadores digitais desempenharam papéis cruciais no cenário político, reconfigurando a maneira como informações foram veiculadas e recebidas. Republicanos e democratas integraram esses criadores de conteúdo às suas estratégias, concedendo-lhes credenciais para cobrir convenções e incentivando-os a disseminar mensagens políticas. Mais do que meros divulgadores, influenciadores realizaram entrevistas com candidatos, organizaram arrecadações de fundos e participaram de discussões sobre temas cívicos.

Influenciadores de notícias, como definidos em um estudo recente, são indivíduos com no mínimo 100 mil seguidores em plataformas como TikTok, Instagram, YouTube, Facebook e X, que publicam regularmente sobre eventos atuais e questões cívicas. Dados mostram que cerca de 21% dos norte-americanos adultos consomem regularmente informações fornecidas por esses criadores, número que sobe para 37% entre jovens de 18 a 29 anos. Esse fenômeno revela uma mudança geracional no consumo de notícias, que tradicionalmente era dominado por veículos tradicionais.

A composição demográfica desses influenciadores também chama atenção. A maioria é formada por homens (63%) e 27% identificam-se explicitamente como republicanos, conservadores ou pró-Trump, enquanto 21% são democratas, liberais ou pró-Kamala Harris. Ainda assim, mais da metade não apresenta qualquer inclinação política clara em suas postagens, o que reflete a complexidade de suas audiências. Muitos desses criadores monetizam suas atividades por meio de assinaturas, doações ou vendas de mercadorias, demonstrando como a produção de conteúdo informativo tornou-se um empreendimento economicamente viável.

(Crédito: Freepik)

Outro aspecto relevante é a presença desses influenciadores em múltiplas plataformas. O X lidera como a rede mais utilizada, abrigando 85% dos influenciadores estudados, seguido por Instagram (50%) e YouTube (44%). A diversificação é estratégica: aproximadamente dois terços dos influenciadores estão ativos em mais de um site, com 27% presentes em cinco ou mais plataformas. Essa abordagem garante maior alcance e engajamento, ampliando sua influência sobre o público.

Para o público, esses criadores de conteúdo oferecem algo único. Sete em cada dez americanos que consomem notícias de influenciadores afirmam que as informações recebidas são diferentes das encontradas em veículos tradicionais. Além disso, 65% relatam que influenciadores os ajudaram a compreender melhor eventos atuais e questões cívicas. Mesmo com essas vantagens, apenas 31% dizem sentir uma conexão pessoal com os influenciadores que seguem, o que sugere que o impacto está mais relacionado ao conteúdo do que à figura do criador.

Essa experiência norte-americana destaca o potencial dos influenciadores como um elo entre os cidadãos e a informação. Eles democratizam o acesso a notícias e introduzem perspectivas diversas, especialmente em temas polarizados, como direitos LGBTQ+ e questões internacionais. No entanto, também levantam preocupações, como a ausência de vínculos jornalísticos tradicionais em 77% desses criadores, o que pode comprometer a qualidade e a imparcialidade das informações.

O estudo sobre a atuação de influenciadores nos EUA é um marco para entender as dinâmicas contemporâneas de mídia e comunicação. Ele aponta como vozes individuais, aliadas a plataformas digitais, podem moldar debates públicos e influenciar decisões eleitorais, indicando caminhos para a evolução do jornalismo global. (Continua na próxima edição)


Álvaro Bufarah

Você pode ler e ouvir este e outros conteúdos na íntegra no RadioFrequencia, um blog que teve início como uma coluna semanal na newsletter Jornalistas&Cia para tratar sobre temas da rádio e mídia sonora. As entrevistas também podem ser ouvidas em formato de podcast neste link.

(*) Jornalista e professor da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e do Mackenzie, pesquisador do tema, integra um grupo criado pela Intercom com outros cem professores de várias universidades e regiões do País. Ao longo da carreira, dedicou quase duas décadas ao rádio, em emissoras como CBN, EBC e Globo.

Guilherme Amado é eleito conselheiro da GIJN

Guilherme Amado será colunista do Metrópoles
Guilherme Amado (Crédito: Domingos Peixoto/Agência O Globo)

Guilherme Amado, que está se despedindo do portal Metrópoles onde há três anos e meio vinha atuando como colunista, foi eleito para ocupar uma das 15 cadeiras do conselho administrativo da Global Investigative Journalism Network (GIJN), principal entidade do jornalismo investigativo no mundo.

Na nova função, ele será representante da América Latina e Caribe, e trabalhará ao lado de nomes como Marina Walker Guevara, editora executiva do Pulitzer Center e que dirigiu a investigação Panamá Papers, responsável por revelar offshores de bilionários no país da América Central; Brant Houston, que dirigiu a instituição americana Investigative Reporters and Editors; e Paul Radu, romeno que fundou a Organized Crime and Corruption Reporting Project.

Com passagens anteriores por Época, O Globo, Veja e Extra, Guilherme também ocupou de 2018 a 2021 o cargo de vice-presidente da Abraji.

Preciosidades do acervo Assis Ângelo: Licenciosidade na cultura popular (LXXXVI)

Por Assis Ângelo


Em tempo…

Mulheres brasileiras na literatura foram poucas, no início.

A primeira delas nem o próprio nome assinou no seu primeiro livro.

A nossa primeira romancista, já falei lá atrás, foi Maria Firmina dos Reis. O livro que essa pioneira publicou, sob o pseudônimo de “Uma Maranhense”, teve como título Úrsula.

Bom, o tempo passou e continua passando.

Continuamos aqui mergulhados na história da literatura brasileira, mais especialmente na chamada literatura erótica feita por escritores e escritoras.

O livro de Firmina dos Reis já aborda a questão amorosa dividida entre homens e mulheres. Tem até um triângulo amoroso nessa história.

No dia a dia brasileiro do século passado, retrasado, tivemos no Brasil mulheres como Nísia Floresta. E por aí vai…

A luta da mulher pela equidade de gênero data de muito tempo. Mas é agora que essa luta tem apresentado vitórias.

Amor, sexo, adultério, sensualidade, palavrões…

O palavrão é expressão que carregamos desde quando nos conhecemos por gente. É pra lá da antiguidade. Homens e mulheres, crianças e adultos.

Há dicionários de palavrões publicados mundo afora. Não são muitos, mas expressivos e necessários.

Na metade dos anos de 1970, o estudioso da cultura popular Mário Souto Maior publicou Dicionário do Palavrão e Termos Afins. Foi censurado, proibido. O Brasil, à época, vivia momentos terríveis de uma ditadura militar que durou 21 anos.

Esse livro, disse-me um dia o autor, existiu por sugestão do escritor e coisa e tal Gilberto Freyre. Seu amigo.

Palavrão faz parte do dia a dia, na rua ou/e em casa. É da língua.

No dia 16 de novembro de 2024 Rosângela Lula da Silva mandou um sonoro “vá se foder!” ao cara que mais dinheiro tem no mundo: Elon Musk, pra mim um cabra safado e sem escrúpulos.

Rosângela, 1ª dama do País, por todo mundo chamada de Janja, disse o que disse numa palestra sobre fake news.

O “vá se foder!” de Janja repercutiu enormemente. Ora positivamente, ora negativamente.

Eu, por mim, acho que Janja está coberta de razão.

Acho que foi em 1979, abril ou maio, quando eu e o amigo Ricardo Kotscho varamos uma madrugada na diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo. Eu, Kotscho e Lula. Fumávamos igual Caipora. E dá-lhe café. Pernas arribadas na mesa, espontaneamente.

Ali pelo comecinho da manhã, cujo dia não me lembro, um assessor de Lula, então presidente do Sindicato, entrou dizendo que o interventor acabara de chegar.

Foi então que eu disse, cantarolando mal e desafinadamente a canção do Roberto, que diz: “O show já terminou…”. Foi eu dizendo isso e o Lula berrando: “FELA DA PUTA! VÁ SE FODER!”.

Surpreso, eu nem sabia bem o que dizer, mas disse: “Vá você!”.

Lula repreendeu Janja pela fala que falou ao mandar o todo poderoso Elon Musk se foder.

Eu acho Lula do caralho.

Nenhum presidente do Brasil fez o que faz Lula, ainda hoje.


Leolinda Figueiredo Daltro (1859-1935) foi uma das primeiras brasileiras a lutar a favor da cidadania feminina em todos os sentidos. Era baiana e de profissão enfermeira. Fundou jornais e pelo menos uma revista, Tribuna Feminina, no Rio, para onde se mudou em fins dos anos 80 do século 19. Promoveu discussão e até passeata que tinha a mulher como figura central.

Luiza Alzira Teixeira Soriano

Ao lado da poetisa Gilka Machado fundou o Partido Republicano Feminino (PRF).

Pouco antes da Revolução de 30 o voto feminino foi legalizado no Rio Grande do Norte. Desse Estado saiu a primeira prefeita do Brasil e da América do Sul: Luiza Alzira Teixeira Soriano (1896-1963), eleita no dia 2 de setembro de 1928 com 60% dos votos válidos do município de Lajes.

Meses antes da eleição, mais precisamente no dia 12 de maio 1928, o jornal Folha da Manhã publicou o seguinte:

 

O feminismo continua a sua propaganda.

Hoje, a cidade assistiu a um interessante e inédito acontecimento. Distinctas senhoras, que fazem parte proeminente da diretoria da “Federação Brasileira pelo Progresso Feminino”, voaram sobre a cidade em aeroplano, distribuindo cartões postaes e manifestos de propaganda do voto feminino.

Foram as sras. Bertha Lutz, sua brilhante presidente, d. Maria Amália Bastos, primeira secretária e dra. Carmen Velloso Portinho, thesoureira.

Um dos postaes tinha os seguintes dizeres:

“As mulheres já podem votar em trinta paizes e um Estado brasileiro porque não hão de votar em todo o Brasil?

Paizes nos quaes as mulheres exercem direitos eleitoraes: Allemanha, Argentina (S.Juan), Austrália, Áustria. Bélgica, Birmânia, Canadá…”

 

A bióloga Bertha Lutz (1894-1976) foi uma espécie de Leolinda Daltro. Filha da enfermeira Amy Lower e do cientista Adolfo Lutz, chegou a ocupar o cargo de deputada constituinte em 1936, como vice na chapa de Cândido Pessoa, que morrera nesse mesmo ano.

A primeira deputada federal eleita pelo voto popular foi Carlota Pereira de Queirós (1892-1982), em 1934.

Nascida em 1893, Gilka foi uma mulher pobre e negra. Depois de perder o marido e ficar incumbida de manter dois filhos, passou a manter-se como diarista na Central do Brasil. Morreu em 1980. É dela o poema Ânsia Múltipla:

 

Gilka Machado

Beija-me Amor,

beija-me sempre e mais e muito mais,

– em minha boca esperam outras bocas

os beijos deliciosos que me dás!

 

Beija-me ainda,

ainda mais!

Em mim sempre acharás

à tua vinda

ternuras virginais.

 

Beija-me mais, põe o mais cálido calor

nos beijos que me deres,

pois viva em mim a alma de todas as mulheres

que morreram sem amor!…

 

Mário de Andrade

Curiosidade: Mário de Andrade nasceu no mesmo ano em que nasceu Gilka e morreu em 1945. Na sua obra o erotismo é algo muito presente. Macunaíma, por exemplo, tem no personagem-título um diletante do sexo incurável, insaciável, chegando a possuir até a mulher de um irmão. Era explícito, ao contrário do seu criador.

No decorrer de toda a sua vida, Mário ocultou com toda a discrição possível sua homossexualidade. Porém, em 2015, decisão da Controladoria Geral da União (CGU) quebrou o segredo autorizando a divulgação de uma carta em que o autor confirma o que já se suspeitava:

 

Mas em que podia ajuntar em grandeza ou milhoria pra nós ambos, pra você, ou pra mim, comentarmos e eu elucidar você sobre a minha tão falada (pelos outros) homossexualidade? Em nada. Valia de alguma coisa eu mostrar o muito de exagero que há nessas contínuas conversas sociais? Não adiantava nada pra você que não é indivíduo de intrigas sociais. Pra você me defender dos outros? Não adiantava nada pra mim porquê em toda vida tem duas vidas, a social e a particular, na particular isso só me interessa a mim e na social você não conseguia evitar a socialisão absolutamente desprezível duma verdade inicial. Quanto a mim pessoalmente, num caso tão decisivo pra minha vida particular como isso é, creio que você está seguro que um indivíduo estudioso e observador como eu, ha-de estar bem inteirado do assunto, ha-de te-lo bem catalogado e especificado, ha-de ter tudo ‘normalisado’ em si, si é que posso me servir de ‘normalisar’ neste caso. Tanto mais, Manú, que o ridículo dos socializadores da minha vida particular é enorme. Note as incongruências e contradições em que caem. O caso da ‘Maria’ não é típico? Me dão todos os vícios que, por ignorância ou por interesse de intriga, são por eles considerados ridículos e no entanto assim que fiz duma realidade penosa a ‘Maria’, não teve nenhum que não [palavra não estava riscada no original] caçoasse falando que aquilo era idealização pra desencaminhar os que me acreditavam nem sei o quê, mas todos falaram que era fulana de tal.

 

Mas si agora toco neste assunto em que me porto com absoluta e elegante discrição social, tão absoluta que sou incapaz de convidar um companheiro daqui, a sair sozinho comigo na rua (veja como eu tenho a minha vida mais regulada que máquina de previsão) e si saio com alguém é porquê se poderia tirar dele um argumento para explicar minhas amizades platônicas, só minhas. Ah, Manú, disso só eu mesmo posso falar, e me deixe que ao menos pra você, com quem apesar das delicadezas da nossa amizade, sou duma sinceridade absoluta, me deixe afirmar que não tenho nenhum sequestro não. Os sequestros num caso como este onde o físico que é burro e nunca se esconde entra em linha de conta como argumento decisivo, os sequestros são impossíveis.

 

Eis aí uns pensamentos jogados no papel sem conclusão nem sequência. Faça deles o que quiser.

 

Mário de Andrade foi um dos artífices da Semana de 22, junto com o pintor Di Cavalcanti (1897-1976) e Oswald de Andrade (1890-1954).

Não custa aqui retirar da gaveta a história de um conto intitulado Frederico Paciência, que Mário escreveu e reescreveu no decorrer de 18 anos. Trata da história de dois jovens amigos. Amizade ambígua. Pra Juca, Frederico é o seu homem.

Di Cavalcanti entrou na história das artes plásticas como “o pintor das mulatas”.

Sobre o erotismo na obra de Mário, foi publicado em 2022 o livro Seleta Erótica de Mário de Andrade, organizado por Eliane Robert Moraes. Tem oito partes.

Oswald foi casado com a pintora Tarsila do Amaral (1886-1973), que a traiu e dela se separou para juntar-se a Patrícia Rehder Galvão, a Pagu. Mulher politicamente antenada e bem relacionada com artistas da sua época. Polêmica.

Oswald de Andrade era filho de uma irmã de Inglês de Sousa: Inês Henriqueta Inglês de Sousa Andrade.

 


Foto e Ilustrações de Flor Maria e Anna da Hora

Contatos pelos assisangelo@uol.com.br, http://assisangelo.blogspot.com, 11-3661-4561 e 11-98549-0333

Jornalistas no Pará lançam agência com foco em jornalismo afroamazônida

Jornalistas no Pará lançam agência com foco em jornalismo afroamazônida
Crédito: Reprodução/Facebook

Os jornalistas paraenses Adison Ferreira, Eraldo Paulino e Cecilia Amorim lançam nesta terça-feira (19/11) a agência de comunicação Carta Amazônia, dedicada à pauta socioambiental e à valorização das vozes afroamazônidas. O evento de lançamento será às 19h, no Espaço Cultural Manoel Amaral, em Belém.

Criado por profissionais negros e periféricos, o projeto teve início em 2020 como um podcast e evoluiu para um veículo de comunicação independente em 2023, com a chegada de Cecilia Amorim. Atualmente, a agência atua em três frentes principais: um portal de notícias, um podcast e o curso Escola Carta Amazônia de Jornalismo.

Para celebrar o lançamento, os cofundadores promovem a festa Kizomba, cujo nome, de origem kimbundo (idioma angolano), representa celebração e resistência, valores que refletem o propósito da agência.

“Falar de Amazônia é falar de vários assuntos ao mesmo tempo”, explica Eraldo Paulino. “De política a meio ambiente, de cultura a economia, todos esses temas atravessam a temática amazônica e revelam a imensa diversidade da região. Mas, além disso, é essencial demarcar politicamente o lugar de onde falamos. Somos uma agência idealizada e liderada por pessoas negras, que atuam em um território historicamente marginalizado e estereotipado pelo Brasil, especialmente pelo centro-sul. Por isso, fazemos questão de reforçar quem somos e de afirmar que praticamos um jornalismo socioambiental afroamazônida”.

Paula Litaiff sofre ameaça de morte e entidades cobram autoridades

Paula Litaiff sofre ameaça de morte e entidades cobram autoridades
Crédito: Reprodução/Linkedin

Paula Litaiff, fundadora da Revista Cenarium, de Manaus, denunciou que ela e membros de sua família foram alvo de ataques e ameaças, supostamente realizados pela blogueira e proprietária do portal de notícias CM7, Cilleide Moussalem. Um áudio contendo as ameaças foi entregue à polícia e divulgado por veículos locais. Contudo, a blogueira alegou que se trata de uma montagem e solicitou uma perícia.

A tentativa de intimidação seria uma resposta a reportagem publicada por Litaiff na Cenarium, que revelou contratos com possíveis irregularidades envolvendo o marido de Moussalem, Janary Wanderlei Gomes Rodrigues, sócio-administrador da empresa Provisa, no valor de 87 milhões de reais.

Litaiff registrou um boletim de ocorrência em 13/11 e aguarda a investigação das autoridades. Entidades como Ajor, Sinjor/AM, Fenaj e Abraji publicaram notas reiterando a importância da apuração da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas e demais autoridades locais, dada a gravidade do caso, para que seja resolvido o mais rápido possível.

Transmídia é o primeiro portal jornalístico focado em pautas trans no Brasil

Foi ao ar agora em novembro o Transmídia, o primeiro portal jornalístico focado exclusivamente em pautas trans no Brasil. Com uma equipe composta integralmente por profissionais trans, o projeto tem o objetivo de trazer informações confiáveis sobre a comunidade, além de valorizar a cultura da população trans e travesti no Brasil.

Em entrevista para a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Caê Vatiero, cofundador e Diretor Institucional, explica que a ideia do projeto surgiu a partir do fato de que mídia como um todo não sabe cobrir com profundidade a temática da comunidade trans, e que a imprensa só aborda a pauta quando é algo benéfico para si ou quando se trata de violência.

Caê, que em 2023 se tornou um dos primeiros transmasculinos a participar do programa Roda Viva, da TV Cultura, entrevistando a cartunista Laerte Coutinho, explicou que a ideia do projeto Transmídia surgiu em 2020, em plena pandemia, e foi se desenvolvendo ao longo do caminho até o lançamento do portal em 2024. Nas últimas eleições estaduais, o Transmídia foi um dos 10 veículos selecionados pelo edital da Énois Jornalismo para fazer uma cobertura focada no combate à desinformação. O projeto focou em candidaturas envolvendo pessoas trans.

Além de Caê, faz parte da equipe do Transmídia Sanara Santos, cofundadora e diretora de Jornalismo e diretora do Laboratório Énois, que participou da segunda temporada do #Diversifica videocast deste Portal dos Jornalistas, sobre Diversidade, Equidade e Inclusão no Jornalismo.

Também integram a equipe Agatha Lotus, cofundadora e diretora de Design, ex-coordenadora do FAB LAB CiteBauru; e Hela Santana, cofundadora e diretora de Conteúdo, ex-TV Globo, onde trabalhou na sala de roteiro das séries Histórias (im)Possíveis e Encantado’s, quadro de animação para o Fantástico e foi consultora dramatúrgica do remake da novela Elas por Elas.

Record RS muda nome para Record Guaíba

A Record RS mudou seu nome para Record Guaíba. A novidade foi divulgada em 14/11, durante o Rio Grande Record, um dos principais telejornais da emissora. A mudança foi feita com o objetivo de aproximar o canal com o público gaúcho.

A novidade foi anunciada pelo presidente da Record Guaíba, Gustavo Paulus, e o apresentador Felipe Bueno. O nome Record Guaíba foi escolhido em referência à antiga TV Guaíba, emissora gaúcha que foi renomeada como Record em 2007. Durante o Rio Grande Record, foram exibidas reportagens históricas e entrevistas com personalidades que fizeram parte da trajetória da TV Guaíba.

Tiago Fraga, coordenador de Marketing da Record Guaíba, ressaltou que a mudança tem o objetivo de reforçar o elo com a comunidade gaúcha em um ano marcado por desafios, como as enchentes que afetaram o estado. Além disso, a emissora também trará conteúdos focados para o povo gaúcho disponibilizados no portal R7.

Programa de Proteção Legal para Jornalistas abre inscrições

Programa de Proteção Legal para Jornalistas abre inscrições
Crédito: Abraji

Estão abertas as inscrições para o Programa de Proteção Legal para Jornalistas, promovido pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) em parceria com o Instituto Tornavoz. A iniciativa oferece apoio jurídico a comunicadores brasileiros que sofrem ameaças ou processos judiciais abusivos pelo exercício da profissão.

A assistência gratuita é destinada a profissionais que divulgam informações de interesse público, mas não possuem recursos financeiros para custear sua defesa diante de represálias. O programa é voltado especialmente para jornalistas independentes e residentes fora dos grandes centros urbanos.

Serão priorizados candidatos que comprovem insuficiência financeira e promovam a diversidade racial e de gênero. Veículos de comunicação pequenos ou independentes também podem ser contemplados pelo projeto. Os interessados em obter o apoio devem enviar seus casos por meio do formulário ou pelo e-mail: programadeprotecao@abraji.org.br.

Ulisses Neto narra, em primeira pessoa, a vida e carreira de Adriano, o Imperador

Já está em pré-venda Adriano: meu medo maior (Planeta), obra que retrata a vida e a carreira do ex-jogador de futebol Adriano, o Imperador. O livro, escrito em primeira pessoa pelo jornalista e documentarista Ulisses Neto, traz detalhes da infância do jogador, o começo da trajetória no futebol, o auge na Inter de Milão e na Seleção Brasileira e as dificuldades que o levaram a um fim precoce de sua carreira.

O livro tenta de certa forma humanizar a figura de Adriano ao narrar histórias vividas por ele, revelando suas fragilidades, sonhos, desejos e arrependimentos. A obra destaca lembranças de infância do ex-jogador nas favelas do Rio de Janeiro, os problemas com bebida e a depressão, o carinho pela família, a morte do pai e o choque que sentiu ao receber o apelido de Imperador na Itália.

A obra narra histórias que abordam desde problemas pessoais até episódios cômicos envolvendo amigos que Adriano fez na carreira, com detalhes nunca antes revelados pelo ex-jogador. O livro fala, por exemplo, de quando a diretoria da Inter de Milão, praticamente impotente diante das recaídas de seu grande astro, decidiu propor uma internação em uma clínica de reabilitação na Suíça. Ao mesmo tempo, conta, também, o episódio em que Ronaldo, o Fenômeno, deixou Adriano na mão e acabou não indo a uma festa. Adriano teve que beber todas as latinhas de energético que havia no local para não desagradar o anfitrião.

“Talvez por isso eu tenha decidido escrever este livro. Escrever, não, porque eu não sei fazer isso. Repeti de ano três vezes e larguei a escola na sétima série, porra. Mas quero contar a minha história. A única que tenho propriedade para contar. Aqui vão as minhas versões dos fatos. E quem ficar com raiva, morde as costas”, provoca o biografado.

A obra marca a estreia de Ulisses Neto no mundo da literatura. Jornalista e documentarista, focado em esportes, foi produtor-diretor das séries Capitães do Mundo (Netflix), Capitães (Netflix), e Earthshot Prize (BBC / Discovery+). Foi também diretor de conteúdo visual na plataforma norte-americana The Players’ Tribune.

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