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quinta-feira, dezembro 11, 2025

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Preciosidades do acervo Assis Ângelo: O cego na História (28)

(Crédito: Elfikurten)

Por Assis Ângelo

O grande poeta chileno Pablo Neruda (1904-1973) deixou uma obra enorme, em todos os sentidos.

Ainda na adolescência costumava escrever dois a cinco poemas diariamente.

Com a idade de 15 ou 16 anos, Neruda publicava seus escritos em periódicos da sua terra, em capítulos.

Em 1923, o mestre chileno das letras estreava no mundo da poesia com o livro Crepusculário. Nesse livro se acha o soneto Velho Cego, Choravas. Ei-lo:

Pablo Neruda (Crédito: Elfikurten)

 

“Velho Cego, choravas quando a tua vida

era boa, quando possuías nos teus olhos o sol:

mas se o silêncio já chegou, o que é que esperas,

o que é que esperas, cego, desta maior dor?

 

Em teu rincão pareces menino nascido

sem pés para a terra e sem olhos de mar

e como os animais dentro da noite cega

­– sem dia e sem crepúsculo — cansas de esperar.

 

Porque se conheces o caminho que leva

em dois ou três minutos para a vida nova,

velho cego, o que esperas, que podes esperar?

 

E se pela amargura mais dura e destino,

animal velho e cego em caminho e tino,

eu que tenho dois olhos saberei te ensinar”.

 

Neruda andou por nossas plagas entre 1945 e 1954, ciceroneado pelo bom baiano Jorge Amado. E não custa dizer que, ao contrário do argentino Jorge Luis Borges (1899-1986), detestava poderosos de direita. E ao contrário de Neruda, que era declaradamente comunista, Borges que tinha especial admiração por poderosos fardados, desenvolveu toda a sua literatura sem a visão dos olhos. É dele o poema Um Cego. É muito bonito:

Jorge Luis Borges (Crédito: Elfikurten)

 

“Não sei qual é a face que me fita

Quando observo a face de algum espelho;

No seu reflexo espreita-me esse velho

Com ira muda, fatigada, aflita.

Lento na sombra, com as mãos exploro

Meus invisíveis traços. O mais belo

Fulgor me atinge. Vi o teu cabelo

Que é já de cinza ou é ainda de ouro.

Repito que perdi unicamente

A superfície sempre vã das coisas.

O consolo é de Milton e é valente,

Mas eu penso nas letras e nas rosas,

Penso que se pudesse ver a cara

Saberia quem sou na terra rara”.

 

O mestre argentino tinha entre seus leitores o conterrâneo que virou papa: Francisco.

Outro grande poeta que findou seus dias cego foi o inglês John Milton (1608-1674).

John Milton (Crédito: gravura de Jacob Houbraken, 1741)

John Milton escreveu muita coisa bonita em línguas diversas: latim, italiano, inglês, francês, alemão etc. Entre seus escritos poéticos se acha Paraíso Perdido, de 1667, no qual há um embate entre Deus e o diabo.

Ainda não foi dito, creio, que o nosso Machado de Assis se inspirou em Milton para escrever o conto A Igreja do Diabo, de 1884. Tanto numa como na outra obra, o diabo acaba onde sempre deveria ou deverá estar: no Inferno.

É em Paraíso Perdido, poema desenvolvido em 10.565 versos brancos, que se lê a famosa frase: “É melhor reinar no inferno do que servir no Céu”.

Atenção, meus amigos e amigas, alerto: o Milton a quem nos referimos é o Milton nascido e crescido na Inglaterra. Enfim, lá na terra dele chegou a ser preso político por criticar a monarquia. Detestava esse tipo de governo. E, por defender o que defendia politicamente, pagou caro: seus direitos foram cassados, inclusive o da profissão que exercia como professor.

O mais importante épico poético na língua inglesa de Shakespeare foi feito por John Milton e nasceu de modo ditado quando já estava completamente cego.


100 anos de Rádio no Brasil: A revolução com olhos: quando o podcast vira televisão – e mesmo assim continua sendo áudio

(Crédito: ageimagem)

Por Álvaro Bufarah (*)

Quem diria que a velha pergunta “você ouviu o episódio?” ganharia uma continuação tão natural quanto estranha: “ou… assistiu?”. O movimento, que começou discreto, virou correnteza. Em 2025, podcasts de duas, três, cinco horas ocupam telas de TVs e celulares como se sempre tivessem sido feitos para isso. A questão, como provocou o Castnews ao ecoar uma reportagem do New York Times, é menos “por que tanto vídeo?” e mais “quem está vendo tudo isso — e como está vendo?”

A resposta, por enquanto, é híbrida. Em abril de 2025, um estudo da Cumulus Media com a Signal Hill Insights mostrou que quase três quartos dos consumidores de podcast reproduzem vídeos de podcasts (muito frequentemente minimizados ou em segundo plano), contra cerca de um quarto que fica só no áudio. Aproximadamente 30% admitem deixar o vídeo rodando enquanto trabalham e apenas “dão olhadelas” quando algo prende a atenção — uma escuta visual por osmose. A preferência, portanto, não é binária; é situacional. E vale para várias idades, não apenas para a Geração Z. Em números, o áudio ainda é o modo principal de consumo, mesmo com o avanço do vídeo. Ou seja: assistimos… ouvindo.

Do lado das plataformas, a virada é oficial. Em fevereiro, o YouTube celebrou 1 bilhão de pessoas/mês consumindo podcasts por lá — um marco que reposiciona a plataforma como o “canal de TV” da podosfera, especialmente porque o consumo migrou para a sala de estar: mais de 1 bilhão de horas por dia na TV e centenas de milhões de horas de podcasts assistidas nos televisores por mês. O resultado: patrocínios e formatos passam a exigir componente de vídeo com mais frequência, e o feed se comporta como grade — com recomendação, clipes, cortes e “programas de entrevistas” que lembram a TV a cabo de outrora.

No Spotify, a trilha é semelhante. Em meados de 2024, já havia 250 mil podcasts em vídeo, com 170 milhões de usuários tendo visto pelo menos um; quase 70% dos que consomem vídeo por lá o fazem “em primeiro plano”. Em 2025, a plataforma reforçou a remuneração de vídeos de criadores, sinalizando aposta de longo prazo no formato e acirrando a disputa com o YouTube. Se antes o podcast vivia no bolso e no fone, agora ele ocupa a TV da sala — e disputa a mesma atenção de séries e jogos.

O retrato não é só de crescimento; é de mudança de gramática. A narrativa longa, de estúdio simples, contraria o culto do clipe de 15 segundos — e, ainda assim, encontra público. Parte assiste de verdade; parte “ouve com a tela ligada”. É por isso que a estatística engana quando não esclarece o que conta como visualização (30 segundos? Metade do programa? Clipes recortados?). O próprio levantamento mencionado pelo Castnews alerta: há um abismo entre acompanhar quatro horas de Lex Fridman e ver dezenas de cortes no TikTok e no Shorts. A mesma etiqueta (“view”) guarda comportamentos muito diferentes.

(Crédito: ageimagem)

 

Nessa crônica audiovisual, três peças estão se encaixando:

  1. Descoberta e alcance: o YouTube empurra podcasts como empurra músicas e vídeos; o algoritmo sugere, a audiência responde, e os cortes virais “reabastecem” o funil. Daí a sensação de que podcasts viraram televisão de baixo custo: cenários simples, conversas longas, carisma no centro. A Wondery (Amazon) não esconde a previsão: mais programas sobre comida e viagens — categorias queridas de anunciantes — ganham tração justamente porque o vídeo “mostra” o que o áudio apenas evoca.
  2. Hábito de consumo: o multitasking manda. O mesmo ouvinte ora assiste ativo, ora minimiza a janela e volta ao puro áudio. Na média, 58% ainda tratam podcast como áudio (mesmo em players de vídeo), e a maioria usa além do YouTube uma segunda plataforma favorita (Spotify ou Apple). A onipresença em telas não matou a intimidade do fone; apenas a colocou sob luz.
  3. Economia e produção: vídeo profissional encarece a barreira de entrada e pressiona criadores menores — um dos temores relatados por produtoras que fizeram escola no formato narrativo em áudio. Ao mesmo tempo, para quem já tem público, o vídeo abre novas janelas (literalmente) e diversifica receita. A sala de estar voltou ao jogo — e com ela os CPMs de “tela grande”.

E a crítica? Ela passa por clareza de métricas e pluralidade de formatos. Se tudo passa a ser contabilizado como “view”, corremos o risco de julgar o ecossistema por uma régua que ignora o valor do escutar sem ver. A força do podcast sempre esteve em permitir que a vida siga — trânsito, cozinha, treino, trabalho — enquanto histórias nos acompanham. Ira Glass, guardião de uma estética que o vídeo não substitui, lembra o óbvio que esquecemos: “Há poder em não ver”. O audiovisual amplia; não precisa substituir.

Ao fim, o podcast virou televisão… sem deixar de ser rádio. O público escolhe quando precisa de companhia na tela e quando só quer uma voz no ouvido. Para quem produz, a lição é dupla: explorar o vídeo onde ele soma (descoberta, distribuição, patrocínio) e proteger o coração sonoro do formato (roteiro, edição, ritmo, proximidade). Para quem mede, o desafio é separar clipe de capítulo, play de atenção, tela acesa de ouvido presente. Sem isso, confundiremos barulho com escuta — e audiência com ausência.


Fontes

  • Castnews — “Do áudio ao vídeo: quem está assistindo a todos esses podcasts?” (21 jul. 2025), com base em reportagem do The New York Times e dados de Cumulus/Signal Hill. CASTNEWS
  • Cumulus Media & Signal Hill Insights — Podcast Download: Spring 2025 (relatório e release). Confirma que áudio segue modo principal de consumo e detalha hábitos de “assistir ouvindo”. Cumulus Media +1
  • YouTube (Tim Katz) — “Drop the Mic: 1 Billion Monthly Podcast Users on YouTube” (26 fev. 2025). Marco de audiência e posicionamento da plataforma para podcasts. blog.youtube
  • Bloomberg — “A Billion People Are Watching Podcasts on YouTube Every Month” (26 fev. 2025). Cobertura do marco e contexto competitivo. Bloomberg
  • The Verge — cobertura de living room e TV: “YouTube is now even bigger on TVs than phones” (2025) e “400 million hours of podcasts watched on TVs monthly” (2024).

Leia também: Preciosidades do acervo Assis Ângelo: O cego na História (28)

Agência Pública, Aos Fatos, InfoAmazonia e O Povo vencem Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados

A Escola de Dados, programa mantido pela Open Knowledge Brasil, anunciou em 17/10 os vencedores do Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados 2025. Promovido em parceria com a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), a iniciativa homenageia Cláudio Weber Abramo, um dos pioneiros no jornalismo de dados e transparência pública no Brasil, falecido em 2018.

“O Prêmio Cláudio Weber Abramo é mais do que um reconhecimento. É um encontro entre profissionais, ideias e propósitos que ajudam a manter o jornalismo vivo, inovador e relevante”, destacou Thays Lavor, coordenadora da Escola de Dados, durante a cerimônia.

Com o Projeto Escravizadores, que neste ano já havia conquistado a categoria Jornalismo de Dados e Infografia do Prêmio SIP, a Agência Pública faturou desta vez o prêmio de Investigação. Participaram do projeto Ana Alice De Lima, Babak Fakhamzadeh, Bianca Muniz, Bruno Fonseca, Bruno Penteado, Catarina Bessel, Danilo Queiroz, Darlene Dalto, Ester Nascimento, Ethieny Karen, Fernanda Diniz, Leandro Aguiar, Leticia Gouveia, Lorena Morgana, Mariama Correia, Marina Dias, Matheus Pigozzi, Matheus Santino, Patricia Junqueira, Pedro Ezequiel, Rafael Custodio, Rafael de Souza Oliveira, Raphaela Ribeiro, Raquel Okamura, Renata Cons e Romeu Loreto.

Em Inovação e Experimentação o troféu ficou com o Aos Fatos pelo especial Check-Up, produzido por Bianca Bortolon, Bruno Fávero, Milena Mangabeira, Rhenan Bartels e Yvna Sousa.

Na categoria Visualização de dados, a reportagem Eleições Municipais 2024: qual é o posicionamento dos eleitos na Amazônia em relação ao meio ambiente?, produzida por Carolina Passos e Renata Hirota, para a InfoAmazonia foi a grande vencedora.

E em Dados Abertos a plataforma O Povo+ foi a vencedora com a reportagem especial Letais, violentos e intencionais: os crimes contra policiais no Ceará. O conteúdo foi produzido por Mateus Mota e Ayuri Reis.

Além dos quatro prêmios principais, a Comissão Julgadora do prêmio concedeu uma Menção Honrosa para o portal Metrópoles, pelo trabalho Tentáculos da máfia chinesa.

“Hoje celebramos não apenas os trabalhos excepcionais do jornalismo de dados, mas a resiliência e dedicação de toda uma classe de profissionais que diariamente transformam a realidade, dando a números tom, forma e contexto; construindo conhecimento a partir de dados; e municiando a cidadania com informação”, acrescentou Haydée Svab, diretora-executiva da Open Knowledge Brasil.

Festival celebrará os 10 anos do Instituto AzMina

Festival celebrará 10 anos do Instituto Azmina

O Instituto AzMina completa, em 2025, dez anos de atuação em prol da igualdade de gênero, da informação de qualidade e da tecnologia a serviço das mulheres e pessoas LGBTs. Para marcar a data, a organização realiza o Festival AzMina: 10 Anos Sonhando Feminismos, no dia 1º/11, das 14h até às 20h, na Biblioteca Mário de Andrade (R. da Consolação, 94, República), em São Paulo. 

O evento reunirá jornalistas, ativistas, pesquisadoras e artistas em uma programação gratuita que inclui painéis, oficinas, performances e um show de encerramento. Durante todo o evento, o público poderá visitar a feirinha com produtos e publicações da Lojinha AzMina, El Cabriton, Ubu Editora e Grupo Editorial Record. Confira a programação completa: 

  • 14h às 15h | Painel 1 – Resistindo à ofensiva moral sobre o aborto
    com Bárbara Barboza (Oxfam Brasil), Marcello Medeiros (Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde) e Simony dos Anjos (Rede de Mulheres Negras Evangélicas) mediação: Joana Suarez (AzMina) 
  • 14h às 15h30 | Oficina – Escrevivência: nossas histórias, nossos textos
    com Natália Sousa (do podcast Para dar nome às coisas) 
  • 15h às 15h30 | Performance Artística e Poética com Mel Duarte (escritora, poeta e compositora) 
  • 15h30 às 16h30 | Painel 2 – Primavera feminista: das hashtags às novas formas de falar sobre gênero no Brasil com Ana Flor (mestranda em educação), Carolline Sardá (comunicadora) e Débora Baldin (comunicadora popular)
    mediação: Marília Moreira Helena Bertho (AzMina) 
  • 16h às 17h | Oficina  – Representar para resistir: colagem e design como ferramentas de luta com Giulia Santos e Kath Puri (AzMina) 
  • 17h às 18h30 | Painel 3 – Hackeando a desigualdade: um papo sobre tecnologias feministas + lançamento QuitérIA com Fernanda Martins (Doutora em Ciências Sociais), Iana Chan (CEO da Programaria) e Veronyka “Travahacker” Gimenes (Associação Código não binário) mediação: Ana Carolina Araújo (AzMina) 
  • 19h às 20h | Show de encerramento com Samba das Minas 

A entrada para os painéis será gratuita, tendo que reservar somente os ingressos para as oficinas pelo link. Saiba mais no instagram da Revista Azmina. 

 

+Admirados de Economia, Negócios e Finanças elege vencedores de sua décima edição

Primeiro turno dos +Admirados da Imprensa de Economia termina nesta quinta (26/9)

Uma edição histórica ­­­­­­– e não poderia ser diferente. Para celebrar seu décimo aniversário em grande estilo, o prêmio +Admirados da Imprensa de Economia, Negócios e Finanças apresenta, neste especial, os jornalistas e veículos preferidos nestas áreas, na opinião de profissionais de Comunicação de todo o País.

E não faltaram novidades. Entre os destaques da edição comemorativa chamou a atenção a grande renovação entre os profissionais homenageados, que representaram 43,6% dos eleitos. Estreiam em 2025: Alex Akira Peixoto (Varejo S.A./CNDL), Alexandre Versignassi (InvestNews), Ana Luiza Serrão (O Povo), Bia Azevedo (Seu Dinheiro), Bruna Damasceno (Diário do Nordeste), Camille Bocanegra (InfoMoney), Camille Lima (Seu Dinheiro), Darlan Alvarenga (IstoÉ Dinheiro), Edgard Matsuki (EBC), Eduardo Cucolo (Folha de S.Paulo), Elisa Calmon (Broadcast/Agência Estado), Fábio Turci (Times Brasil | CNBC), Isabela Rovaroto (Exame), Jasmine Olga (Forbes), Laelya Longo (Valor Investe), Layane Serrano (Exame), Leo Branco (Exame), Lucas Amorim (Exame), Marcelo Torres (Times Brasil | CNBC), Márcio Rodrigues (Broadcast/Agência Estado), Mitchel Diniz (Exame), Nathália Larghi (Valor Investe/Valor Econômico), Vinícius Pinheiro (Money Times) e Wellton Máximo (Agência Brasil).

Além disso, a seleção dos tradicionais TOP 50 +Admirados Jornalistas do Ano foi ampliada provisoriamente para reconhecer o trabalho dos 55 jornalistas mais votados na eleição. “Foi uma edição muito disputada, com pontuações mínimas separando quem entraria ou não entre os TOP 50”, explica Eduardo Ribeiro, diretor da Jornalistas Editora, que publica este J&Cia e organiza a premiação. “Por isso, depois de avaliarmos os resultados finais, optamos por conceder mais cinco vagas entre os premiados de 2025. Além de reconhecer o trabalho de qualidade destes profissionais, também teremos um evento de premiação ainda mais recheado de grandes talentos”.

Entre os veículos a renovação foi um pouco menor, mas ainda significativa, chegando a 30% dos vencedores. As novidades foram a Agência Brasil, em Agências de Notícias; De Frente com CEO (Exame), em Áudio; CNN Brasil Money e ICL Notícias, em Canal de Vídeo; Abertura de Mercado e ICL Mercado e Investimentos, em Programa Especializado; e Jornal GloboNews e Live CNN, em Telejornal Geral.

Outra novidade foi a criação do troféu especial Hors Concours, que será entregue a Miriam Leitão e Carlos Alberto Sardenberg em reconhecimento às respectivas trajetórias profissionais, à presença deles sempre com destaque nos +Admirados e à celebração do décimo aniversário da premiação.

Miriam, vale lembrar, é a maior vencedora do prêmio, com cinco títulos (2016, 17, 18, 19 e 22), um deles inclusive dividido com o próprio Sardenberg (2019), que por sua vez tem outros quatro troféus de segundo colocado (2016, 17, 18 e 22). Ambos também acumulam diversos troféus em outras posições ou conquistados pelos veículos em que atuam.

E tem ainda uma outra novidade a destacar, o local da premiação. Após realizar todas as edições no Renaissance Hotel (exceção ao período de pandemia), o prêmio vai pela primeira vez para um espaço ainda mais charmoso e personalizado, que tem recebido alguns dos mais importantes eventos da cidade, o Bisutti Cardoso de Melo (Av. Dr. Cardoso de Melo, 1283 — Vila Olímpia, São Paulo), que tem na decoração, no atendimento e na gastronomia alguns de seus pontos altos. Um diferencial que marcará ainda mais essa celebração.

Na cerimônia de premiação, marcada para 24 de novembro, em São Paulo, além dessas homenagens especiais, serão anunciados os TOP 10 +Admirados Jornalistas do Ano e os vencedores nas categorias Agência de Notícias, ÁudioCanal de Vídeo, JornalPrograma de TV/WebtvRevista, Site/Portal e Telejornal Geral.

Neste ano comemorativo, o Prêmio +Admirados da Imprensa de Economia, Negócios e Finanças conta com patrocínios de APqC, BTG Pactual, CNseg, Deloitte, Febraban e Grupo Nexcom; apoio de Honda, Press Manager e PressID; além do apoio institucional do IBRI e apoio de divulgação da 2Live.

Confira a lista completa de vencedores na edição especial de J&Cia.

Entidades realizam ações e atos em memória dos 50 anos do assassinato de Vladimir Herzog

Entidades realizam ações e atos em memória dos 50 anos do assassinato de Vladimir Herzog
Vladimir Herzog (Crédito: Wilson Ribeiro/Instituto Vladimir Herzog)

O assassinato do jornalista Vladimir Herzog no Doi-Codi, em São Paulo, ocorrido em 25 de outubro de 1975, completa nesta semana 50 anos. Entidades defensoras do jornalismo e da liberdade de imprensa realizam uma série de ações em homenagem à vida e ao trabalho do jornalista.

No sábado (25/10), às 17h, será realizada uma caminhada coletiva em homenagem a Vlado, com início na sede do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (Rua Rego Freitas, 530, sobreloja, Vila Buarque) até a Catedral da Sé, que será palco, a partir das 19h, do ato 50 Anos por Vlado – Ato Inter-religioso em Homenagem a Todos os Familiares de Mortos e Desaparecidos.

O evento reunirá lideranças religiosas, políticos, artistas, amigos e familiares de Vlado e de outras vítimas da ditadura. O evento, aberto ao público, está sendo organizado por Comissão Arns e Instituto Vladimir Herzog. Estão previstas manifestações inter-religiosas de Dom Odilo Pedro Scherer, da reverenda Anita Wright (filha de Jaime Wright) e do rabino Ruben Sternschein, além de apresentações musicais e a exibição de vídeos especiais, como a leitura de uma carta de Zora Herzog, mãe de Vlado, pela atriz Fernanda Montenegro.

Vale lembrar que, na próxima sexta-feira (24/10), Jornalistas&Cia circulará uma edição especial sobre os 50 anos do assassinato de Vladimir Herzog, relembrando os acontecimentos e trazendo o depoimento de personalidades que viveram aqueles tristes momentos da ditadura militar no Brasil. O especial será liderado por Carlos Carvalho, ex-presidente executivo da Abracom.

SJSP apresentará ação judicial por danos morais coletivos contra jornalistas na ditadura

Ainda como parte das ações em memória de Vladimir Herzog, o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (SJSP) realizará na próxima terça-feira (28/10), às 10h30, uma coletiva de imprensa para apresentar uma ação judicial por danos morais coletivos que moverá contra a União e o estado de São Paulo em razão das violações aos direitos humanos de jornalistas ocorridas durante a ditadura militar.

Na coletiva, Raphael Maia, coordenador jurídico do SJSP, e Bruno Talpai, advogado especializado em Justiça de Transição, explicarão os fundamentos jurídicos e o objetivo da ação, que visa a fazer justiça e responsabilizar os culpados pelos crimes cometidos contra jornalistas durante o período militar, em movimento de reparação histórica coletiva da categoria.

Thais Herédia comandará novo telejornal na faixa das 18h na CNN Brasil

Thais Herédia está de volta à CNN Brasil

A CNN Brasil anunciou que Thais Herédia apresentará um novo telejornal na emissora, na faixa das 18h, que deve estrear em dezembro. O programa, cujo nome ainda será divulgado, deve substituir o CNN Arena, que ficará no ar até a estreia do novo telejornal.

Em comunicado, Virgilio Abranches, vice-presidente de Jornalismo, Conteúdo e Operações da CNN Brasil, exaltou o trabalho de Thais: “Ela conquistou enorme projeção no jornalismo nacional, sempre pautada pela ética com as fontes e os colegas e, principalmente, pela credibilidade, equilíbrio e relevância de seu trabalho”.

Com o novo desafio, Thais deixará as funções de analista de economia nos programas Fechamento de Mercado, do CNN Money, e CNN Prime Time, da CNN Brasil. Ela segue, porém, como parte da bancada fixa do WW, jornal liderado por William Waack. E Leandro Magalhães, atual âncora do CNN Arena, terá um novo desafio profissional na emissora, atuando em uma nova função, que deve ser anunciada em breve.

SIP alerta para o crescimento de assédio judicial e hostilidade contra jornalistas no Brasil

Crédito: Freddy Kearney/Unsplash

A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) realizou, de 16 a 19 de outubro, em Punta Cana, na República Dominicana, a 81ª edição de sua Assembleia Geral. O evento debateu a crescente hostilidade contra o jornalismo nas Américas. No Brasil, o destaque negativo foi o aumento significativo no número de processos judiciais contra profissionais da imprensa.

A Associação Nacional de Jornais (ANJ) enviou um relatório à SIP sobre o tema, destacando também um padrão de violência organizada e ataques coordenados contra jornalistas e veículos no Brasil, muitas vezes promovidos por autoridades públicas e políticos. No relatório, a ANJ destacou o caso da jornalista Rosane de Oliveira e do jornal Zero Hora, do Grupo RBS (RS), condenados pela 3ª Vara Cível de Porto Alegre a pagar R$ 600 mil por divulgar informações públicas sobre a remuneração de magistrados. Para a entidade, a decisão trata-se de assédio judicial e reflete um “ambiente de insegurança e intimidação, que afeta profissionais e veículos, impõe custos financeiros e psicológicos e enfraquece o jornalismo de interesse público”.

Em um contexto geral, a SIP alertou para a crescente deterioração da liberdade de imprensa nas Américas, com grande hostilidade ao jornalismo, incentivada por líderes políticos como Javier Milei, na Argentina, Daniel Noboa, no Equador, e Gustavo Petro, na Colômbia. A entidade abordou também os impactos das atitudes do governo de Donald Trump, nos Estados Unidos, no jornalismo estadunidense, e como tais ações afetam o jornalismo como um todo nas Américas.

Confira mais detalhes aqui.

Abraji e Talanoa abrem inscrições para bolsas de reportagem sobre adaptação climática

Abraji e Talanoa abrem inscrições para bolsas de reportagem sobre adaptação climática
Crédito: Markus Spiske/Unsplash

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) o Instituto Talanoa lançaram o projeto Um hoje e um amanhã com adaptação climática, programa que oferecerá nove bolsas de reportagem e um treinamento sobre adaptação climática, conceito que envolve políticas, tecnologias e práticas usadas para lidar com os impactos das mudanças climáticas já em curso.

O programa é dividido em duas fases. Na primeira, até 1º de novembro, podem se inscrever jornalistas que estarão na COP 30, em Belém (PA), e estarão envolvidos na cobertura do evento. Nesta fase, serão fornecidas até três bolsas. Os selecionados serão anunciados até 5 de novembro e a previsão de publicação das reportagens é até 21 de novembro, preferencialmente.

Na segunda fase do programa, cujas inscrições vão até 7 de dezembro, serão concedidas as outras seis bolsas para reportagens sobre os resultados da agenda de adaptação na COP 30. As reportagens devem ser publicadas até o fim de fevereiro de 2026.

Cada bolsa vale R$ 5.500 para reportagens no Brasil e US$ para reportagens internacionais. Além das bolsas, o programa inclui também mentoria técnica especializada, apoio editorial, acesso a especialistas e acompanhamento editorial estruturado. Além disso, os selecionados participarão de um treinamento sobre adaptação climática, realizado em outubro. Ao todo, serão nove bolsas de reportagem: três para o Brasil, três para países da Ásia e três para países da Europa.

Mais informações e inscrições aqui.

Flavio Gomes e Clarissa Guimarães deixam a TMC dias após a estreia

Flavio Gomes e Clarissa Guimarães deixam a TMC dias após a estreia

A rádio TMC, que foi ao ar na semana passada em substituição à antiga Transamérica, dispensou dois profissionais apenas alguns dias após sua estreia. São eles o apresentador e comentarista Flavio Gomes e a repórter Clarissa Guimarães.

Em sua newsletter Gira Mondo, Gomes explicou que sua saída após 4 dias de casa ocorreu devido a seus “posicionamentos” nas redes sociais. O jornalista contou que, na sexta-feira passada (17/10), ele se preparava para tocar o programa Link TMC, ao lado de Thomaz Rafael e Renata Saporito, quando foi chamado até uma sala e comunicado da demissão.

Flavio Gomes (Crédito: Instagram)

“Resumindo, alguém ‘de cima’ que provavelmente não me conhecia concluiu que meus ‘posicionamentos’ são ‘incompatíveis’ com um programa de ‘news’”, escreveu Gomes. “Não aconteceu nada nesses quatro dias de programa, me disseram, ‘zero, absolutamente nada’, mas ‘suas redes sociais…’”.

Gomes explicou à TMC que não poderia deixar de divulgar o ocorrido, por ter sido demitido supostamente sem nenhuma justificativa a não ser seus “posicionamentos”. Recentemente, em suas redes sociais, o jornalista se posicionou a favor da condenação no STF do ex-presidente Jair Bolsonaro por participação em tentativa de golpe de Estado. Especializado em automobilismo, Gomes trabalhou anteriormente em Folha de S.Paulo, ESPN, Bandeirantes, Placar, Jovem Pan e UOL.

Outro nome que foi dispensado da TMC é o da repórter Clarissa Guimarães, que deixou a emissora com somente dois dias de trabalho. Ela havia pedido demissão da rádio Itatiaia (MG), onde trabalhava há sete anos, para aceitar a proposta da TMC.

Clarissa Guimarães (Crédito: Instagram)

Segundo informações de jornais e sites da imprensa mineira, como o Moon BH, a saída de Clarissa ocorreu devido a um acordo informal entre João Camargo, dono da TMC, e Rubens Menin, dono da Itatiaia e da CNN Brasil que impede que suas empresas contratem profissionais umas das outras.

Portanto, Clarissa, que trabalhava na Itatiaia, não poderia ser contratada pela TMC, mas não foi informada de tal restrição e acabou aceitando a proposta da rádio, apenas para ser dispensada dias depois.

O acordo em questão é uma prática chamada antipoaching empresarial, realizada com o objetivo de evitar a migração de talentos entre empresas concorrentes.

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