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Diário do Comércio de SP é pioneiro no uso de fonte ecológica

O Diário do Comércio de São Paulo publicou em sua edição desta 3ª.feira (20/3) uma experiência que vinha conduzindo em segredo desde novembro sem que leitores ou a própria gráfica percebessem. Todo o texto do jornal, exceto títulos e olhos, na capa e páginas internas, foi passado para Ecofont Sans, fonte criada pela empresa holandesa Ecofont, premiada por software que economiza toner e cartucho em impressoras.

Segundo o diretor de Redação Moisés Rabinovici, “Nós a procuramos para saber se podíamos usar seus tipos furadinhos numa rotativa. Topado o desafio, em 2011, recebemos um piloto de fonte, agora finalizado. A Ecofont calcula que poderemos economizar até 30% em tinta. E hoje, junto com a primeira edição em Ecofont Sans, ela está distribuindo um press-release na Europa anunciando a nossa experiência, que poderá lhe render os jornais europeus, tão ciosos dos “três p em inglês ” pessoas, planeta e profit (lucro). A ideia de buscar a Ecofont partiu do próprio Rabinovici. “Num dia de setembro de 2011 encontrei na web, navegando, uma referência à Ecofont. Fui à origem, no site holandês, e escrevi lá a pergunta: “O princípio da economia na printer se aplicaria para a impressão de um jornal”. A resposta veio dois dias depois. Um dos criadores do programa, Rick van den Bos, respondeu que não sabiam, talvez sim, e que poderíamos testar.

Estabelecemos o diálogo, ele foi me dando o caminho das pedras e uma fonte para teste”, conta o diretor. Ele comenta também que a Ecofont Sans não altera o trabalho de diagramação do jornal: – Não muda, porque imprimimos um mesmo texto em várias fontes, descobrindo, assim, que a Ecofont é mais espaçosa, como a Verdana. Na verdade, numa coluna em Arial sobram três linhas em Ecofont. Daí para a frente, sem problema. É bom lembrar que, se fosse detentor do copyright da Times [New Roman], por exemplo, o Diário do Comércio poderia usá-la furada.

A Ecofont Sans foi feita especialmente para nosso uso, depois que a Arial considerou que os jornais são um mercado diferente das impressoras em corporações, bancos, departamentos de governo, onde ela é uma das disponíveis no pacote da Ecofont. Entendi nas conversas com a Ecofont que as fontes usadas pelos jornais, se compradas, não terão problemas de copyright para se tornarem, furadas, mais econômicas.

A Century Gothic, a fonte naturalmente mais econômica que existe, ficou ainda mais econômica depois de passada pelo processo da Ecofont”, Rabinovici explica que a utilização da nova fonte foi feita aos poucos e que não houve qualquer manifestação dos leitores comentando que haviam notado modificações, muito menos reclamando. “Rodamos primeiro um box, com medo de que poderia sair branco. Passamos depois para uma matéria inteira. Depois, páginas. E por meses testamos páginas sem que leitores e a própria gráfica percebessem. Quando disse ao publisher do jornal, Rogério Amato, que estávamos usando uma fonte furadinha, ele reagiu: – “Tá brincando!?”. Aí forneci-lhe uma lupa e ele ficou ali olhando e repetindo:- Impressionante! .

A ideia é daquelas tão simples que qualquer pessoa poderia ter tido, só que quem a teve primeiro e a patentearam foram os holandeses da Spranq, depois batizada, para o novo produto, de Ecofont, conclui. Rick van den Bos, proprietário e fundador da Ecofont, escreveu estar muito satisfeito que Rabinovici , tenha consciência de que os jornais também devem diminuir o impacto ambiental em sua rotina e muito feliz que tenha comprovado que a Ecofont é um efeito sustentável para o jornal”.

Alexander Kraaij, cofundador e criador da Ecofont, afirmou concordar, embora ressalvando que é claro que uma empresa holandesa preferiria que um jornal holandês fosse o primeiro a adotar o software, mas em contato com empresas brasileiras observamos que elas são empreendedoras e decididas. Por isso, estamos ansiosos para entrar no mercado brasileiro e muito orgulhosos por ter um jornal brasileiro como o primeiro no mundo a ser editado com Ecofont.

O programa oferece um software autossuficiente e completo para ser usado em impressões com fontes como Arial, Calibri, Verdana, Trebuchet e Times New Roman, criando furos nas letras sem afetar a legibilidade. No Brasil, a Ecofont também foi testada e aprovada pela Advocacia-Geral da União (AGU). Em 2009, a Comissão da Agenda Ambiental da AGU, em Brasília, liberou a Ecofont durante um mês para seus funcionários e comprovou que se todos usassem o software a economia giraria em torno de R$ 500 mil anuais. Para usuários domésticos, a Ecofont está disponível em www.ecofont.com.

Mudanças atingem estafe editorial da Agência Estado

Deixaram a Agência Estado na última 6ª.feira (16/3) a editora-executiva Neusa Ramos, as editoras Marisa Castellani (AE News) e Sueli Campo e a repórter e apresentadora Joana Matushita. Com passagens por TV Record, Folha de S.Paulo, DCI, Veja SP e Gazeta Mercantil, Neusa ([email protected] e 11-9123-3248) chegou ao Grupo Estado em 2000, como repórter de Finanças do Estadão. No ano seguinte foi transferida para a Agência Estado, onde permaneceu como editora até julho de 2007, quando assumiu o cargo de editora-executiva da agência. Marisa estava no Grupo Estado desde 1986, em que chegou após período de quatro anos em O Globo, no Rio, com passagens por diversas editorias. No Grupo Estado, trabalhou na sucursal do Rio e, a partir de 1992, na redação do Estadão e na Agência Estado, em São Paulo. Desde 2006 era editora do AE News. Havia quatro anos na AE, Joana ([email protected]) além de repórter apresentava boletins de vídeo para o portal de Economia e Negócios do Estadão. Antes passou pela RedeTV, onde foi repórter e apresentadora, e pela Band, na apresentação do programa Olhar Oriental.

Grupo Folha lança selo Três Estrelas

Com História da imprensa paulista ? Jornalismo e poder de D. Pedro I a Dilma, de Oscar Pilagallo, e A perfeição não existe, coletânea de textos do ex-jogador Tostão, o Grupo Folha chega ao mercado com seu novo selo, o Três Estrelas, que vai se dedicar a jornalismo e ensaios polêmicos. Segundo o diretor Editorial da Folha Otavio Frias Filho, ?o objetivo é oferecer ao público livros de qualidade e ao mesmo tempo de leitura atraente, que abordem temas da atualidade sob um prisma original e esclarecedor?. Alcino Leite Neto, editor do selo, diz que a prioridade ?são os livros jornalísticos que reúnam os métodos investigativos da imprensa e a melhor tradição da escrita literária?. A meta é publicar dois títulos por mês, sempre de não-ficção. Entre os próximos estão uma coletânea de textos de Paulo Francis, um ensaio histórico sobre Zumbi dos Palmares e a história de Marco Archer Cardoso Moreira, brasileiro que está preso na Indonésia condenado à morte por tráfico de drogas. O Grupo Folha também é proprietário de outra editora, a Publifolha.

João Wady Cury lança livro infantil

Inspirado nas histórias que contava a seus dois filhos, João Wady Cury lança neste sábado (24/3), em São Paulo, Ziiim (Leya Brasil), com ilustrações de Ilka Mourão. A obra retrata o mundo inocente de uma criança por meio de suas dúvidas e observações sobre a vastidão do Universo. Ziiim representa o voo de cada criança para fora de si mesma, a partir de seu próprio coração, passando por bairros, cidades, estados, países, planetas e outras galáxias. Representa a forma única como cada criança vê o mundo. ?A história de Ziiim era contada para Teo e Ali ? hoje com 17 e 10 anos ? desde que eram pequenos. Sempre inventei histórias diferentes, talvez pela minha própria incapacidade de contar Chapeuzinho Vermelho sempre do mesmo jeito. Nunca consegui. Daí criar personagens e histórias inexistentes?, comenta o autor. A ideia de publicar as histórias contatadas aos filhos se concretizou com o convite de Tainã Bispo, da Leya, ao perguntar para Cury se ele tinha alguma história que gostaria de ver publicada. Ziiim é a primeira de duas histórias. A ?gêmea? de Ziiim, como se refere o autor, é Zuuum e, segundo ele, segue outro caminho, mas com o mesmo espírito. O título da obra, como explica Cury, não faz referência à obra de Elizabeth Enright ? autora e ilustradora de livros infantis norte-americana que viveu no início do século passado ?, que publicou uma obra também intitulada Ziiim: ?Não conhecia o livro dela, apesar de saber quem foi. Quando escrevi as duas histórias [Ziiim e Zuuum], já foram concebidas dessa forma. O livro de Enright tem uma única semelhança: escrever a palavra com três letras i. E, no meu caso, diz respeito a um som que é a chave da história?. Cury comenta, ainda, que a escolha de Ilka Mourão (diretora de Arte da agência África) para ilustrar a obra enriqueceu o processo e trouxe um jeito peculiar e tocante de contar a história. ?Ilka é uma ilustradora maravilhosa que apareceu no momento perfeito: justamente quando eu precisava indicar alguém para Tainã, da Leya. Ela havia acabado de voltar de uma viagem a Nova York e mostrou uma série de ilustrações que fez da cidade. Algo emocionante e inventivo. Caiu do céu. Melhorou a história original e seu traço a conta de um jeito muito peculiar e tocante no mundo das imagens?. Em seu primeiro trabalho com livro infantil, a ilustradora conta o que a fez aceitar o convite: ?Me encantei com a delicadeza da história assim que ele [Cury] me contou?. João Wady Cury atua com estratégia digital na Punch Interativa, empresa que fundou em 2005. Formado em Jornalismo pela Cásper Líbero, foi repórter de Folha de S.Paulo, Veja e O Globo, editor de Viagem e Turismo, Quatro Rodas e NO., além de diretor de Conteúdo de Cidade Internet e AOL Brasil. O lançamento está marcado para as 16h, no Espaço Café do Shopping Villa Lobos. SERVIÇO Lançamento do livro Ziiim, de João Wady Cury, com ilustrações de Ilka Mourão Data: 24 de março (sábado) Horário: 16 horas Local: Espaço Café do Shopping Villa-Lobos (Avenida das Nações Unidas, 4777) Páginas: 40 Preço: R$ 39,90

Luciana Garbin lança blog Álbum de Retratos

A editora dos cadernos Cidade e Metrópole do Estadão Luciana Garbin e o engenheiro e colecionador João Emílio Gerodetti acabam de lançar o blogÁlbum de Retratos, onde reúnem fotos que mostram o trabalho dos primeiros profissionais de fotografia no Brasil e registram por meio de imagens as mudanças de vestuário, costumes, cenários e estilos de vida de um período que se estende por oito décadas ? as três últimas do século 19 e as cinco primeiras do século 20. “A ideia surgiu há alguns anos. Procurei o João Emílio, porque queria fazer um livro sobre como as paulistanas se vestiam no século passado. Eu me encantei com o acervo de retratos dele, que não só registram o vestuário de cada época como os passeios, as viagens e outras centenas de detalhes da vida cotidiana das últimas décadas do século 19 e das primeiras do século 20”, conta Luciana. Com o livro praticamente pronto e aprovado pela Lei Rouanet, os autores agora estão em busca de patrocínio para a obra, mas, segundo Garbin, “como me dá pena deixar guardadas essas imagens tão lindas conversei com o pessoal do portal do Estadão e agora nasceu o blog”. Interessados em divulgar fotos desse período podem colaborar enviando os arquivos pelo e-mail [email protected] .

Sempre Editora apresenta novidades digitais

A Sempre Editora, que publica os jornais mineiros O Tempo e Super Notícia, lançou produtos digitais variados na última semana. A editoria Mais, publicada desde a criação do aplicativo de O Tempo, virou uma revista e passa a veicular edições especiais às 6as.feiras, com reportagens, infográficos, vídeos, galerias de imagens e dicas de cultura. O aplicativo continua a ser atualizado com noticiário de comportamento, economia, opinião, moda, tecnologia e análise sobre os principais assuntos do dia. O caderno infantil O Tempinho também ganhou versão online, com acesso a parte do conteúdo do impresso produzido nos últimos oito anos e uma série de seções que exploram a curiosidade e o talento das crianças. Também estreou o site Concha, coordenado por Luiza de Sá, que pretende debater música independente e produção cultural de forma geral. ?O conceito de cada um desses produtos verticaliza ainda mais o uso das ferramentas multimídia, sofisticando a apresentação de todo conteúdo?, explica a secretária de Redação Michele Borges da Costa.

Cresce o apoio pela Gorduchinha como a bola da Copa

Cresce cada vez mais a campanha para que Gorduchinha, apelido criado por Osmar Santos no auge de sua carreira como locutor esportivo, batize a bola da Copa do Mundo de 2014. Na última 4ª.feira (7/3), o ex-radialista esteve no Plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo, acompanhado pelos deputados Maria Lúcia Amary (PSDB) e Donisete Braga (PT), para pedir apoio da Casa ao manifesto que tem mobilizado muitos ex-atletas, artistas e profissionais da comunicação. O presidente da Alesp, Barros Munhoz, lembrou que Osmar, quando narrador de futebol, imortalizou a frase ?ripa na chulipa e pimba na gorduchinha? e afirmou que a homenagem é mais que merecida, inclusive pelo estreito envolvimento de Osmar no movimento de redemocratização do País, as Diretas Já. A carreira do narrador foi interrompida em 1994, quando sofreu um acidente de carro e teve como sequela o comprometimento de sua fala. Faustão, Milton Neves, Washington Olivetto, Mauro Beting, Paloma Tocci, Celso Cardoso, Chico Lang, Jô Soares e Maurício de Souza são alguns dos nomes que apoiam a iniciativa. Mais recentemente, assinaram o apelo Ulisses Costa, da Band (7/3), e o ex-tenista Gustavo Kuerten (13/3). Apesar do documento, a decisão sobre o nome cabe exclusivamente à Fifa e à fabricante da bola, a Adidas, que já declarou estar atenta às manifestações no Brasil e promete levar isso em consideração na hora de escolher. Para saber mais sobre a campanha e também manifestar apoio acesse www.gorduchinha2014.com.

Memórias da Redação ? Um pedaço de papel

A história desta semana é novamente uma colaboração de Moacir Assunção ([email protected]), professor da Universidade São Judas Tadeu, em São Paulo, e repórter freelancer. Um pedaço de papel           Foi impossível não lembrar, quando do recente incêndio da Favela do Moinho, na região central de São Paulo, em 22 de dezembro do ano passado, no qual morreram duas pessoas, de tantos outros que cobri no período, lá pelo meio dos anos 90, em que fui repórter de Cidades do extinto Diário Popular (hoje Diário de S.Paulo). Este é, como se sabe, um problema recorrente e muito sério em São Paulo. O detalhe que mudou a história é o que ocorreu ao fazer uma dessas coberturas e que ampliou muito a minha visão do jornalismo.           Ainda um jovem repórter em início de carreira, fui mais uma vez falar com um grupo de antigos moradores de uma favela sob a ponte da Vila Maria, ?alojados? precariamente em um espaço cultural do Conjunto Habitacional José Bonifácio, em Itaquera, extremo Leste de São Paulo. Descia do carro da reportagem, quando alguém gritou meu nome e disse: ?Moacir, você veio, eu tinha certeza de que você vinha ajudar a gente. O pessoal do Estadão e da Folha não adianta chamar que eles não vêm de jeito nenhum, mas vocês do Diário aparecem sempre?. Me virei e fiquei frente a frente com um senhor mulato, de aspecto simples, traços nordestinos e cabelos grisalhos, que me tratou como se me conhecesse havia muito tempo.           Perguntei: o senhor me conhece? Ele respondeu: ?Claro, fui eu que liguei lá no jornal para pedir para você vir aqui, falar com a gente. Eu tinha certeza de que você ia aparecer?. Dito isso, pegou na carteira um pedaço amarrotado de papel, com as letras quase desaparecendo sob as manchas da tinta da caneta, no qual estavam meus nome e telefone. Era um pedaço do bloquinho de reportagem no qual havia marcado meus dados numa ocasião anterior em que estivera no mesmo lugar. Ao ver o papel, fiquei emocionado e tive que me segurar para não chorar: aquele homem e seus vizinhos acreditavam em mim e no jornal e criam que éramos capazes de fazer algo por eles.Um mero nome num pedaço de papel podia ajudar a mudar a vida.           E a situação era muito complicada, realmente. Os flagelados, que haviam sido retirados da favela porque ela pegou fogo, o que causou dez mortes, foram levados inicialmente para uma área ao lado da atual estação de trem José Bonifácio, na época acampamento de trabalhadores de uma empreiteira. Lá, por incrível que possa parecer, houve outro incêndio, que matou três pessoas. Depois dessa nova tragédia, foram levados para o tal espaço cultural na região central do conjunto habitacional. Parece que a morte e o descaso percorriam a trilha daquelas pessoas, pobres e miseráveis, que já não sabiam o que fazer para sobreviver.           Fui ver como era o novo local e pude constatar que era mesmo caótica a situação daquelas pessoas. Em cada pequeno espaço úmido daquele lugar viviam, amontoadas, dezenas de homens, mulheres e crianças, com roupas penduradas em varais improvisados, praticamente sem móveis, com pouca comida e uma assistência para lá de deficiente da Prefeitura. O senhor, cujo nome não me lembro mais, era uma espécie de líder daquela comunidade e me acompanhou na visita e na conversa com os personagens que estavam lá. Fiz, depois, uma matéria indignada, cumprindo um papel misto de jornalista e cidadão, para mostrar a difícil situação que aquelas pessoas enfrentavam, em meio a ratos, baratas e outros bichos, mesmo depois de tantas atribulações que haviam vivido. Tudo, claro, foi documentado pelo repórter fotográfico que me acompanhava.           Naturalmente, não saiu nada nos jornais concorrentes, mas a minha matéria teve boa repercussão nas rádios e dois dias depois saiu algo nos outros veículos diários. Pressionada, a Prefeitura resolveu, dias mais tarde, retirar aquelas pessoas dali e arrumar outro lugar com um mínimo de dignidade para elas se instalarem. Considerei isso uma vitória não minha, mas daquelas pessoas que viviam em situação tão difícil e, mais ainda, daquele senhor que chamou a reportagem, com muita esperança de que a gente pudesse fazer algo.            O que percebi dessa história é que, realmente, em muitas situações, o jornalismo e os jornalistas podem ajudar as pessoas. Podem fazer diferença na vida delas e, concretamente, fazer algo pelos mais humildes, função que deveria ser precípua ao verdadeiro jornalismo. Posso assegurar que aquela conversa rápida com aquele homem valeu mais do que qualquer prêmio que pudesse ter ganhado, a exemplo dos mais prestigiados, como o Esso (brinco que já ganhei muito prêmio Texaco, por que é preciso ter ?xaco? para ler o que escrevo). Nenhum deles chegaria aos pés daquele que ?ganhei? naquele dia e que me fez amar mais ainda o trabalho do repórter, lembrando sempre, como disse alguém, que há um poeta na alma de cada repórter.           Enfim, aquele Diário Popular fazia um jornalismo popular de verdade, simples, mas sem apelação, ao contrário do também extinto Notícias Populares, o famoso espreme-sai-sangue, com o qual ficávamos chateados de sermos comparados. Sob o comando, inicialmente, de Angélica Neri e depois de José Luiz Longo, trabalhava gente da qualidade de Montserrat Bevilacqua, Odete Machado, Robson Luquêsi, Alessandra Pereira, Ana Paiva, Marici Capitelli, Daiane Cardoso, Dimas Marques, Fábio Diamante e tantos outros, agora reunidos num grupo do Facebook.           Era uma turma que trabalhava para valer e gostava do que fazia. O jornal tinha, sem dúvida, o melhor clima entre aqueles em que já atuei em São Paulo e o pessoal fazia questão de se ajudar, mantendo até o hábito de viajar juntos nos fins de semana. Sentíamos, de fato, como se fôssemos uma família. Isso, é claro, repercutia no resultado prático das coberturas. Nos casos de grandes eventos como greves, manifestações e tragédias naturais, em geral batíamos, com facilidade, as equipes dos jornalões Estadão (onde fui trabalhar na sequência) e Folha.           Aliás, o Diário era referência fortíssima em Cidades, Polícia e Esportes. Os rivais dominavam a política e a economia, mas quando se tratava de São Paulo, em geral a equipe fazia bonito e não perdia para ninguém. Uma vez, em uma dessas delegacias quase fora do mapa, no extremo da Zona Sul, um delegado me contou algo surpreendente, que não sei nem se a diretoria do jornal chegou a saber: todo dia ele tinha de comprar dois exemplares do Diário para que os presos lessem. Se não o fizesse, me confidenciou, ?a cadeia virava?, ou seja, haveria rebelião na certa.            É que o jornal publicava, diariamente, na editoria de Polícia ? que também contava com repórteres do porte de Josmar Josino, Gilberto Lobato, Renato Savarese e Samarone Lima ? notinhas sobre a prisão ou fuga de marginais. Os presos queriam saber quem ?caiu?, ou seja, foi detido, e quem conseguiu escapar da cadeia, como se fosse uma coluna social da criminalidade. Para mim, foi surpreendente descobrir que a leitura de um jornal era capaz de evitar uma rebelião.           Uma vez, convidei uma namorada, professora do Estado, para ir a um aniversário de colega no Mutamba, bar um tanto quanto desleixado, ao lado da redação, que dizíamos ser uma ?sucursal? do jornal. Ela não quis ir, inicialmente, e me disse a razão: ?Não tenho roupa para essa festa?. Surpreso, disse que ela não conhecia os jornalistas do Diário. Quando chegou lá, a moça se surpreendeu ao constatar que os jornalistas, tão desleixados e desencanados quanto o lugar, ?pareciam professores?. Ela se sentiu em casa, o que talvez não ocorresse se fosse uma festa dos coleguinhas dos jornais mais ?chiques?, com repórteres de classe média alta, em bares da moda.           Nos anos 50, havia um ditado segundo o qual as pessoas diziam: ?Ai, que saudades do tempo do Getúlio Vargas, em que a gente tinha saudade do tempo do general Dutra?. Essa citação popular significa dizer que a gente tem uma tendência de ter saudade de um passado, de forma muitas vezes, impensada, sem lembrar que naquela época lembrávamos de outra mais antiga ainda. Ou seja, nem sempre vale a pena chorar pelo passado.           Sem dúvida, entretanto, o Diário no qual trabalhei ? e foi uma grande escola de jornalismo para mim e para tantos outros jovens repórteres ? era um grande jornal, cheio de repórteres humildes que, no entanto, faziam um trabalho de alta qualidade. São Paulo perdeu muito quando a nova administração das Organizações Globo comprou o jornal do ex-governador Orestes Quércia e o transformou em algo que lembrava O Globo, mas não era, e tinha a pretensão de concorrer diretamente com Folha e Estadão, em vez dos seus ?primos pobres? Folha da Tarde (atual Agora) e Jornal da Tarde, com os quais disputávamos espaços nas bancas e nos corações dos paulistanos.             O atual Diário de S.Paulo, agora propriedade do grupo J.Hawilla, que o comprou do Globo, guarda mais relações com o jornal do mesmo nome feito quando ainda pertencia às Organizações Globo do que com o centenário Diário Popular e seu logotipo de letras góticas. É uma pena, São Paulo, a mais importante metrópole da América Latina, merecia uma publicação diária com a qualidade do jornal extinto. Bem, mas como se diz, águas passadas não movem moinhos.

Após fim da Mit FM, Fernando Solano acerta com a Mitsubishi

Com o fim das operações da Mit FM no início do mês, Fernando Solano (11-5694-2789 / 9276-1770 e [email protected]) deixou o Grupo Bandeirantes, onde era diretor de Conteúdo da rádio e âncora na BandNews FM, e assumiu a Coordenação de Imprensa na Mitsubishi Motors. Vai cuidar das áreas Institucional, de Produtos e Competições. Mesmo atuando em redações, Solano sempre esteve muito próximo da marca, já que participou de coberturas de campeonatos de rali e vela, além de ter acompanhado suas conquistas no Rally Dakar e no Rally dos Sertões. Sua equipe na Mitsubishi conta com Thiago Padovanni e Caio Martins (Produtos e Institucional) e Giorgia Torello (Ralis e Vela). Em paralelo a seu trabalho na área corporativa, Solano prepara um programa para a BandNews FM, que poderá estrear em abril. “Saí do jornalismo diário, mas a ideia é fazer algo na linha de entrevistas”, diz. 

Vaivém das redações!

Confira as mudanças que agitaram nos últimos dias as redações de São Paulo, Distrito Federal, Minas Gerais, Paraná e Ceará: São PauloNewton Galvão assumiu no início do mês a liderança da área de Relações Governamentais e Institucionais da farmacêutica norte-americana Eli Lilly. Ele foi anteriormente da Syngenta e passou pela Comunicação de empresas como GE, Kraft Foods, e Multibrás (Whirpool). Seus novos contatos são [email protected] (temporário) e 11-2144-5096. A Comunicação Corporativa na Lilly é liderada por Marcella Barbosa ([email protected] e 5053). Camila Fusco ([email protected]) deixou a Folha de S.Paulo, onde cobria assuntos ligados a tecnologia, redes sociais e empreendedorismo digital, na editoria Mercado, e começou como gerente de Comunicação do Facebook no Brasil. Formada em Comunicação Social pela PUC-SP com especializações em Marketing Digital e Comunicação (ESPM e UC Berkeley), ela teve passagens por iG, IDG Now, Computerworld e Exame. A CDN responde pelo atendimento à imprensa do Facebook no Brasil desde 2010, com direção de Carla Franco, coordenação de Leticia Suzuki e atendimento de Luciana Ferreira e Patricia Monteiro (11-3643-2706 / 2825 ou [email protected]).Jamir Kinoshita, em parceria com outros profissionais, atua desde fevereiro com consultoria de imagem, gestão e soluções de comunicação, posicionamento de marca e definição de estratégias para públicos-alvo. Professor universitário, teve passagens por Câmara Municipal de São Paulo, Ex-Libris, Assembleia Legislativa, S/A e Prefeitura de Guarulhos. Seus contatos são [email protected] e 11-9905-1396.Estreou nesta 2ª.feira (12/3) o novo SBT São Paulo (ver J&Cia 836), com edição executiva de Fabiano Falsi e apresentação de Karyn Bravo e Joyce Ribeiro. Os três repórteres contratados são Marcelo Carrião, Daniela Paixão e Márcio Gontijo, que saiu da Band no recente corte em esportes. Rita Lisauskas ? que havia se afastado da bancada do RedeTV News em janeiro por criticar no Facebook o atraso de salários ? tem colaborado como freelancer com o SBT Repórter.Ligia Guimarães deixou o G1, em que atuava como repórter de Economia desde a criação do portal, em 2006, e começou como editora-assistente de Brasil no site do Valor Econômico. Seus novos contatos são [email protected] e 11-3767-1194.Na sucursal de O Globo, saíram os repórteres de Brasil Leila Swan e Donizete Costa, substituídos por Thiago Herdy e Gustavo Uribe. Leila estava na sucursal desde março de 2010, vinda da Nacional da sucursal de Brasília, onde era repórter. Thiago chega de Belo Horizonte, onde desde outubro de 2010 era correspondente do jornal, com passagem anterior pelo Estado de Minas. Uribe era repórter da Agência Estado havia três anos. Também deixou a sucursal o repórter de Economia Wagner Gomes, depois de 13 anos de casa, ainda sem substituto definido. Com passagens anteriores por Folha da Tarde e Gazeta Mercantil, entre outros, ele atende pelos [email protected] e 11-9907-0013.Deixaram o escritório da BBC Brasil em São Paulo o editor-executivo Caio Quero e o repórter Rafael Spuldar. O primeiro, substituído interinamente por Maurício Moraes, vai fazer mestrado em Nova York, de onde será colaborador, mas sem vínculos. Para o lugar de Spuldar, que seguiu para a Thomson-Reuters, chegou Jefferson Puff, ex-Folha de S.Paulo. Ainda por lá, as produtoras Paula Adamo Idoeta e Camilla Costa viajarão neste ano para passar seis meses em Londres, como parte do esforço de cobertura do ano olímpico e das eleições americanas, entre outros assuntos.Os contatos de Chrystiane Silva, que começou no Brasil Econômico em 6/3 como repórter especial de Brasil, são [email protected] e 11-3320-2044 / 9643-1183. Ela deixou a Abril, onde ficou por oito anos e meio, com passagens por Veja e Você S/A, Gazeta Mercantil e Grupo Folha. Distrito FederalIsabel Clavelin é o nova coordenadora de Comunicação da Secretaria de Políticas para as Mulheres ([email protected]), pasta agora comandada por Eleonora Menicucci de Oliveira. Isabel, que substitui a Paulo San Martin, foi assessora da ONU Mulheres, em Brasília, da Unifem Brasil e Cone Sul, e já havia atuado como consultora de Comunicação da pasta, onde ainda exerceu a função de assessora da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. Minas GeraisApós seis anos à frente do Palavra Cruzada, atração da Rede Minas, Maria Amélia Ávila deixa a emissora. A vaga de âncora está em aberto, aguardando seleção. Maria Amélia continua na assessoria de imprensa e dando aulas na Universidade Fumec.A redação de O Tempo ganha reforços. Anderson Rocha chega ao caderno Gerais e Ana Campos a Opinião.O repórter Wagner Vidal de Araújo deixou a RedeTV para se dedicar a projetos pessoais. ParanáAudrey Possebom assumiu em fevereiro a Chefia de Redação de abertura da Gazeta do Povo. Por enquanto, acumula a nova função com a de coordenação de Vida Pública, a editoria Política do jornal. Com 14 anos de casa, Audrey começou no extinto Jornal de Bairro e nesse período atuou nas três maiores editorias da Gazeta: Economia e Vida e Cidadania, além da própria Vida Pública.A âncora Joice Hasselmann, que integrava a equipe fundadora da BandNews FM de Curitiba, em 2006, anunciou em 6/3 seu desligamento da emissora. Recentemente, ela também deixou a afiliada do SBT no Estado em direção à RIC TV, da Record. CearáKatiúza Rios, que teve passagens por TV Diário e TV Jangadeiro, agora está na TV Cidade.Luciano Almeida Filho deixou O Povo com a meta de iniciar novos projetos na área cultural.Deborah Vanessa deixou a TV Jangadeiro e começou na Comunicação do governador Cid Gomes. Ainda no palácio, Vicente Gioelli reintegrou-se à equipe depois de uma temporada de estudos na Europa.

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