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sexta-feira, dezembro 12, 2025

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Memórias da Redação ? Avante, paulistas!

Em mais uma divertida história, Plinio Vicente da Silva ([email protected]) conta a luta etílica de quatro paulistas pela defesa da honra de seu estado nos bares de Boa Vista.   Avante, paulistas! Era setembro de 1985 e fazia pouco mais de um ano que eu deixara a redação do Estadão para ser correspondente do Grupo Estado em Boa Vista, capital do então Território Federal de Roraima. Ainda meio deslocado numa terra estranha, sentia falta dos meus amigos e das coisas próprias do interior paulista, onde nasci e me criei. Jogar truco era umas delas. Foi com esse estado de ânimo que liguei no único canal de televisão disponível naqueles tempos para ver o noticiário da terra. Logo de cara veio a entrevista com uma figura morena, até que bonitona, acaboclada, um tanto quanto rechonchuda, cabelos negros e lisos mostrando sua origem indígena. A declaração da moça na tevê local veio bater-me bem no baixo-ventre. A mim me pareceu um pontapé sem endereço, mas por estar na rota de colisão acabei vitimado. Como, aliás, devem ter sido atingidos os 80% dos habitantes de Boa Vista, que formam até hoje uma espécie de “contingente estrangeiro” neste pequeno “país” tropical que o Brasil desconhece. A coisa deu-se da seguinte maneira: a entrevistada se apresentou como pintora da terra e a repórter perguntou-lhe se ainda incluía em seus trabalhos temas regionais com as características próprias da região do extremo norte. A senhora, que até tem entre seus trabalhos alguns que considero interessantes, respondeu que sim, pois preocupava-se em preservar os valores tradicionais de Roraima, que, segundo ela, “estão sendo destruídos pelos aventureiros que para cá fugiram”. Foi então que gritei para mim mesmo: – Paulistas, uni-vos e preparai-vos! Essa gringa pisou no meu calo e em nome de São Paulo vou declarar guerra à República Macuxi. Saí disposto para a primeira batalha e sem perda de tempo tratei de localizar três membros do nosso pequeno exército de caipiras. Tá certo que ele era menor do que o de Brancaleone, mas assim como eu todos os meus companheiros de “armas” haviam sido apanhados pelo cocô da pintora: Renato, de Bauru, dono de um posto de gasolina (já falecido); Valdeir, de Jales, gerente de uma agência bancária, hoje andando por não sei onde, e Adão, paulistano do Limão, executivo de uma empresa de engenharia e construção, hoje empresário bem-sucedido por aqui. Fiz-lhes uma proposta, a de buscar vingança com as melhores armas de que dispúnhamos. Todos toparam. Então discutimos o assunto e definimos a estratégia, claramente dispostos ao revide. Afinal, não éramos aventureiros, não estávamos aqui foragidos e fazíamos de tudo para ajudar a preservar as tradições locais, inclusive melhorando algumas coisas. Tarefa que cabia principalmente aos “estrangeiros” solteiros, que não era meu caso, pretendentes caçados não apenas pelas moçoilas, mas principalmente pelos pais com filhas em idade de casar. Em todo caso, as alcovas que o digam, pois durante décadas muita gente tem recebido um bom banho de civilização. Sexta-feira, noite de bandalha. Encomendamos o frango com polenta, reunimos nossas armas e lá fomos nós para o campo de batalha.  Entramos no Cosa Nostra falando um caipirês genuíno, com todos os erres do idioma muito bem falado pelo povo de Piracicaba. O local era estratégico, pois o restaurante ficava bem ao lado, parede-meia com a casa da detratora. De início, entre uma caipirinha e outra, parecíamos um bando de matutos discutindo o preço da égua. Todavia estávamos mesmo era à espera da fulana, que só chegou por volta das nove da noite. Assim que ouvimos o barulho da porta rangendo ao se abrir consideramos o momento propício para dar a largada ao nosso plano maquiavélico, embora a cachaça já desse claros sinais de seus efeitos, refletidos nas vozes meio empasteladas de nós quatro. Então, percebendo que poderíamos perder rapidamente o que ainda nos restava de dignidade e domínio da consciência, suspendemos a próxima dose e começamos a nos preparar. Entretanto, ainda era cedo para os propósitos definidos, o principal deles tomar como butim a paz da referida senhora. O tempo passou enquanto traçávamos o frango com polenta entre goles de cerveja. Ao final do repasto chegou então o momento de colocarmos em prática o que fora planejado. Quando saímos do banheiro, agora devidamente uniformizados, percebendo que alguma caca estava a caminho o pessoal no restaurante parara tudo para ver em cena quatro guerreiros: eu com a camisa do Palmeiras; Renato vestindo o vermelho do Noroeste; Valdeir com uma impecável jaqueta 9 da Jalense e Adão exibindo orgulhoso a de no. 7 do Parque da Moóca, que, segundo ele, defendeu como um sofrível ponta direita em jogos do Desafio ao Galo da TV Record. Nos pusemos os quatro de olho na janela do quarto que dava para a rua. Assim que a rapariga apagou a luz logo acima de nós, no andar superior, Adão tirou da capanga um Copag zero quilômetro. Com dedos de punguista desembaralhou, limpou as cartas podres – o combinado foi de a gente jogar mania velha – e botou na mesa. O gesto veio automaticamente: os quatro cruzaram as mãos sobre o baralho tal como mosqueteiros amazônicos. Com Renato de parceiro, eu fui contrapé na primeira mão, portanto era a minha vez de cortar. Cartas distribuídas, começou o jogo. Primeira vai, segunda vem e na terceira mão um grito de guerra ecoou forte no meio da longa noite de vingança: – Truuuuucoooooo! E assim a cena foi se repetindo outras vezes e mais outras tantas, rompendo o silêncio profundo que reinava até então na pacata e provinciana Boa Vista dos anos 1980. Madrugada a dentro a moça entregou os pontos. Vestindo um peignoir com estampas de raminhos, desceu, encarou os quatro e destemperou toda a sua ira. Ah!, mas era isso que a gente queria. E então ela levou, em uníssono, o troco dos mais barulhentos truqueiros que o Norte do Brasil já conheceu. Foi então que, ao ouvir de quatro “estrangeiros” cambaleantes uma eloquente exposição de motivos, percebeu a mancada que dera na entrevista à moça da tevê. E não teve outra saída senão pedir desculpas humildemente. Obviamente aceitas de imediato, pois vimos que a presa estava abatida e não havia mais motivo para seguir com a vingança. Honra refeita, alma lavada, satisfeitos e embriagados (em ambos os sentidos) pela vitória, levantamos acampamento. No caminho de volta bateu a alcoólica certeza: se a pintora tivesse resistido mais um pouco, teria amanhecido com três paulistas e um paulistano desmaiado sob a sua janela… 

Extra lança caderno e mexe na equipe

O jornal Extra lança caderno Anote & Poupe, desdobramento da coluna de mesmo nome, com dicas de economia para o dia a dia e pauta de consumo popular. Visto como prestação de serviço, traz informações sobre liquidações, promoções e pesquisas de preços, como usar o cartão de crédito em benefício próprio e fugir do endividamento. O diretor de Redação Octavio Guedes comenta: ?O caderno reforça o compromisso do jornal em ajudar o leitor a planejar sua vida financeira e a fazer as melhores escolhas nas compras”. Para os anunciantes, é um espaço atraente. O caderno orienta sobre gastos que pesam no orçamento, como alimentação e material de construção ? o Rio, segundo o Dieese, já tem a quinta cesta básica mais cara do Brasil. Houve também troca de cadeiras no jornal. Leonardo Bruno passa a gerente de Produto da Unidade Populares da Infoglobo, no lugar de Luiz André Alzer, agora diretor da área. Leo Bruno entrou no Extra em 2001 como estagiário, foi repórter e, depois, editor-assistente; em 2010, assumiu como editor-chefe do Expresso. Para o lugar dele vai Marco Antonio Rocha, que também está no Extra desde 2001. Ele começou na Geral, até se tornar editor-assistente do caderno Motor Extra, de onde sai para comandar o Expresso.

RBS lança novo suplemento em jornais de Santa Catarina

Começou a circular no último dia 30/7 (2ª.feira), encartado nos jornais Diário Catarinense, A Notícia e Jornal de Santa Catarina, em Itajaí, Balneário Camboriú e região, o suplemento O Sol Diário, também disponível no www.osoldiario.com.br. Com 16 páginas, tiragem inicial de 7.750 exemplares e foco em assuntos comuns à região (como trânsito, segurança e economia), qualidade de vida (diversão, gastronomia, estilo de vida, lazer) e desenvolvimento (turismo, setor imobiliário e atividade portuária), o novo veículo do Grupo RBS chega de 2ª a sábado às cidades de Itajaí, Balneário Camboriú, Bombinhas, Itapema, Navegantes, Penha, Piçarras e Porto Belo. A redação, em Itajaí, conta com 15 profissionais, sob coordenação da editora Fabiana Roza ([email protected]), que integrava a equipe do Jornal de Santa Catarina, e direção de Edgar Gonçalves. O caderno impresso conta com as colunas Guarda-sol, de Carlos Praxedes, e Social Club, assinada pelo DJ Ton Antony, que também denominam seus blogs no site. Outros tratam de tecnologia e games, previsão de tempo para o Litoral, moda, surfe e esportes radicais, universo feminino, fotografia, saúde e bem-estar, e cultura do vinho. O site também oferece serviços de classificados e informações da Programação de Navios e do Aeroporto de Navegantes.

Estácio anuncia finalistas

Anunciados os finalistas da edição 2012 do Prêmio Estácio de Jornalismo. A partir de agora, três reportagens concorrem em cada uma das oito categorias. Integram a lista de finalistas: Impresso Nacional: Rosana Hessel, Gabriel Caprioli, Barbara Nascimento e Vicente Nunes (Correio Braziliense), Fábio Takahashi e Vanessa Correa (Folha de S. Paulo), e Luciano Máximo, Murillo Camarotto e Sérgio Ruck Bueno (Valor Econômico);Impresso Regional: Rafael Dantas, Juliana Godoy e Amanda Tavares (Jornal do Commercio/PE), Maria Luisa Barros (O Dia/RJ) e Lelo Macena (Gazeta de Alagoas);TV Nacional: Giuliana Girardi, Larissa Santana, Bruno Mauro, Gustavo Norlin, Eduardo Mendes e Evelyn Kuriki (TV Globo), Teresa Garcia, Walace Lara e equipe (TV Globo) e Alexandre dos Santos, Camila Konder, Paulo Mario Martins, Maria Lindenberg, Julia Braga, Josué Luz, Rodrigo Nogueira, Rodrigo Rodrigues, Vinicius Carvalho e Ricardo Mendes (TV Globo);TV Regional: Dayanne Oliveira, Cleíldo Azevedo, Diana Barreto, Ranniery de Souza e Marcelo Costa (InterTV/RN), Camila Scottini, Tatiana Souza e Pamela Marin (RIC TV/SP) e Narjara Rocha (TV O Povo/CE);Rádio Nacional: Ligya Maria e Marcos Vinícios (EBC), Edson Junior (Rádio Câmara) e Kamilla Dourado (BandNews FM/DF);Rádio Regional: Eduardo Mattos e Giovani Grizotti (Rádio Gaúcha), Karoline Fernandes (Rádio CBN/RE) e José Renato Ribeiro (Rádio Gazeta AM/RS);Internet Nacional: Vanessa Fajardo e Tássia Lima (G1), Cinthia Rodrigues, Priscilla Borges e Marina Morena (iG) e Raphael Gomide (iG);Internet Regional: Flávia Martins y Miguel, Aline Medeiros, Fernando Carvalho, João Miranda, Douglas Magno, Alex de Jesus, Fausto Araújo e Sidnei Mesquita (O Tempo Online/MG), Inara Chayamiti (Folha.com) e João Humberto, Paulo Fernandes e Giuliano Lopes (Entreattos/MS). A cerimônia de entrega, com anúncio dos ganhadores, será em 23/8, em São Paulo.

De papo pro ar – O baião é de morte

No começo dos anos 1950, a rainha do baião Carmélia Alves era crooner do Copacabana Palace, no Rio de Janeiro. Ela fazia um sucesso danado com o repertório do Rei. Certa noite, um fã feliz da vida deixou a mesa e foi dançar no salão. Antes, brincando, dissera aos amigos que iria dançar até morrer, ?pois essa dança do baião é muito boa?. Nem dez minutos se passaram e o feliz dançarino foi ao chão, vítima de um enfarto. Carmélia só ficaria sabendo da morte repentina do fã horas depois. Detalhe: o enfartado era figura de destaque do governo Vargas, por isso o corpo foi retirado do salão às pressas. N. da R. : O personagem da quarta edição de Jornalistas&Cia Memória da Cultura Popular, que vai circular na próxima 2ª.feira (6/8), será Luiz Gonzaga, o ?Rei do Baião? (veja nota na pág. 1). A terceira, que reproduz entrevista do maestro Eleazar de Carvalho a Assis Ângelo, publicada em 4/7/1985 no suplemento D.O. Leitura, do Diário Oficial do Estado de São Paulo, pode ser conferida no www.jornalistasecia.com.br. 

Alexandre Freeland acerta com a In Press

Ex-diretor executivo da Ejesa, responsável pelos jornais O Dia, Meia Hora, Marca Brasil e Brasil Econômico, Alexandre Freeland começa nesta 4ª.feira (1º/8) na In Press Porter Novelli, como diretor executivo, a convite de Kiki Moretti. Na agência não vai trabalhar no contato com a imprensa, mas chega com a incumbência de montar um núcleo de Branded Content, no Rio e em São Paulo, para oferecer novas soluções de comunicação aos clientes da agência, ?conteúdo de valor para um projeto editorial, não necessariamente no papel?, explica. ?A prática é tão nova que somente agora, em 2012, foi lançada no Festival de Cannes uma categoria específica para premiar esse tipo de ação. Ou seja, é mesmo uma discussão contemporânea, está no centro dos debates no maior festival do gênero. A iniciativa da In Press também tem esse valor de enorme atualidade e de alinhamento com o que há de mais moderno no setor?. Sua área terá o apoio das diretoras Juliana Damigue, em São Paulo, e Valéria Miranda, no Rio, e ele vai contar com profissionais das áreas digital, de design e de projeto. Seu novo contato é [email protected].

Carlos Machado deixa a Abril após 30 anos de casa

Editor sênior da revista Info, Carlos Machado acaba de deixar a Abril, onde trabalhou nos últimos 30 anos, e o fez para se dedicar a projetos pessoais. Ele começou na empresa como editor-assistente da Ciência Ilustrada, então parceria com a editora norte-americana Hearst, dona da Esquire e da Marie Claire, entre outras, mas cujo projeto brasileiro não durou mais de três anos. A revista foi descontinuada (?Não era vantajosa para a Abril?, relembra), mas ele continuou por lá, transferido inicialmente para Quatro Rodas, no mesmo cargo. Em 1985 foi para Exame, quando a redação era chefiada por José Paulo Kupfer e tinha Octávio Costa no comando de Finanças. Em 1986 acompanhou a criação do suplemento Exame Informática, que circulava mensalmente em alternância com VIP Exame. Passou a colaborar para o caderno e transferiu-se de vez em 1988, ainda como caderno, quando Rui Falcão deu lugar a Antonio Machado de Barros na Diretoria de Redação. ?Notei que leitores e jornalistas tinham certo medo de tecnologia e eu, ao contrário, era interessado. Havia estudado Engenharia, sabia algo de programação de computadores, tinha já um PC em casa quando eles mal existiam nas redações… Enfim, achei que ia gostar?. Carlos chegou a sair em 1989, aceitando um convite de Caio Graco Prado para colaborar na transformação do extinto jornal Leia em revista. Foram só seis meses: acabou cedendo aos convites de Mario Watanabe para que voltasse à Info, o que aconteceu em julho de 1990, de onde não mais saiu. Antes da Abril, atuou como repórter no jornal Movimento, um dos mais importantes da imprensa alternativa, que combatia a ditadura. Como mais longevo editor de uma publicação pioneira no Brasil sobre o tema, Machado não esconde o orgulho de ter acompanhado a evolução tecnológica, tanto do ponto de vista editorial, como social, científico e industrial. ?No início do caderno, o tom das pautas era: ?Olha como é legal usar computador na sua empresa, pois tal programa pode ajudar a controlar venda e estoque, contribuir para que fulano fature mais com o seu negócio…?. Eram tempos de reserva de mercado, quando não se podia importar computador, o que só veio a mudar em 1992?, diz, comparando com o cenário atual, quando praticamente todo cidadão tem um computador, em rede, no seu bolso. Apesar do carinho pelo tema e da carreira de sucesso na revista, quer agora se dedicar a outra paixão: a literatura. Continua disponível, no entanto, para frilas e colaborações, pelos 11-8419-7071 e [email protected].

A Tarde fecha quatro sucursais e inicia processo de demissão

Depois de anunciar a dispensa de 81 profissionais, sendo 23 da redação, o grupo A Tarde dá andamento ao processo de desligamento. Começou pelo fechamento de quatro de suas sete sucursais: Itabuna, Eunápolis, Juazeiro e Vitória da Conquista, dispensando os repórteres Ana Cristina Oliveira, Mário Bitencourt, Cristina Laura e Jucelino Souza, respectivamente. De Salvador, saíram da editoria Local Marilena Neco e Mary Weinstein ? que seguiu para Vitória da Conquista, onde passa a ocupar uma vaga de professora na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia ?; Paulo Simões e Diana Gomes, de Esportes; e Alane Virgínia, do online. Também saíram os repórteres fotográficos Gildo Lima, Arestides Batista e Vaner Casaes, além do ilustrador Gentil. Segundo a presidente do Sindicato dos Jornalistas da Bahia Marjorie Moura, boa parte dos 23 profissionais apresentados pelo jornal está de férias ou de licença médica e seriam, portanto, desligados quando retornarem aos seus postos.

O adeus a Luiz Fernando Mercadante

Morreu na madrugada desta 3ª.feira (31/7), aos 76 anos, Luiz Fernando Mercadante, que marcou o jornalismo brasileiro como autor de refinados perfis para a revista Realidade e como chefe de algumas das principais redações do País. Mercadante foi homenageado recentemente pelo especial Ícones do Jornalistas&Cia, dedicado ao Dia do Imprensa (edição 848A ? leia aqui). Nascido em São Paulo, Mercadante começou a carreira ainda adolescente, como correspondente do jornal carioca Tribuna da Imprensa. Mais tarde mudou-se para a capital fluminense, mantendo-se na Tribuna como repórter, sob supervisão direta de Carlos Lacerda, dono do jornal e, posteriormente, seu padrinho de casamento. No final da década de 1950 seguiu para o Jornal do Brasil, participando da reforma gráfica e editorial capitaneada por Amílcar de Castro entre 1957 e 1959. Passou por Manchete antes de retornar a São Paulo, no início dos anos 1970, para trabalhar em Veja. Pouco depois foi contratado pela Realidade, onde ganhou um Prêmio Esso por reportagem sobre as tropas brasileiras na República Dominicana. Foi para Nova York como correspondente da Abril, voltando a São Paulo poucos anos depois, primeiro para O Estado de S. Paulo, e depois ao Jornal da Tarde, em sua fase áurea. Em 1976, por indicação de Luiz Edgar de Andrade, foi trabalhar com Armando Nogueira e Alice-Maria Reiniger na TV Globo, assumindo como editor-chefe da emissora em São Paulo. Sua gestão foi marcante e colaborou para elevar a sucursal paulista ao nível de cabeça de rede. Trouxe do meio impresso repórteres de alto nível, como Chico Santa Rita, Eurico Andrade, Dante Matiussi, José Hamilton Ribeiro, Narciso Kalili, Paulo Patarra, Raul Bastos e Woyle Guimarães Em 1980 foi responsável, ao lado de Humberto Pereira, pelo projeto do Globo Rural. Tornou-se editor-chefe do programa e transferiu-se para a TV Globo do Rio de Janeiro, onde permaneceu por dois anos. Depois capitaneou a Abril Vídeo, projeto televisivo da editora. Foi ainda diretor de programação da TV Cultura e coordenador de TV do PMDB; autor do livro Victor Civita: Uma Biografia (em co-autoria com Marília Balbi); e de 20 Perfis e Uma Entrevista, coletânea de textos editada pela Siciliano em 1994. Mercadante morava com uma filha num sítio nas proximidades de São Paulo. Sofria de Parkinson e teve um AVC há um mês. Na noite de 2ª.feira passou mal e chegou a ser socorrido, mas acabou falecendo, provavelmente por parada cardíaca. Seu corpo foi velado no Cemitério da Quarta Parada e cremado no Cemitério da Vila Alpina. A missa de Sétimo Dia está marcada para próxima 2ª.feira (6/8), às 19h, na Igreja de Santa Terezinha, localizada à rua Maranhão, em Higienópolis, São Paulo. Luís Nassif, sobrinho de Mercadante, escreveu um belo artigo de despedida ao tio, disponível aqui.

Mentira em dose dupla

Dois casos de ?jornalismo enganoso? repercutiram internacionalmente na semana. Um referia-se ao escritor americano Jonah Lherer, que pediu demissão da revista The New Yorker após ser desmascarado pelo jornalista Michael Moynihan, colaborador da revista Tablet. Fã de Bob Dylan, Moyniham detectou aspas fictícias, atribuídas ao cantor, no novo livro de Lherer, Imagine: How creativity works, que vinha aparecendo entre os mais vendidos da lista do jornal The New York Times. Confrontado, Lherer admitiu a farsa, pediu desculpas publicamente e pediu demissão na 2ª.feira (30/7). A editora de seu livro, Houghton Mifflin Harcourt, mandou recolher a obra tão logo soube da mentira. Mais audacioso foi o jornal Kronen Zeitung, maior diário austríaco, que estampou uma foto manipulada da guerra civil na Síria em sua edição de sábado (28/7). A notícia versava sobre a fuga de moradores da cidade de Aleppo e a imagem mostrava um homem com um bebê num dos braços, seguido pela mulher, atravessando uma região arrasada da cidade, como atestavam os destroços ao fundo. Leitores identificaram, porém, que o cenário era de uma imagem da Reuters e os personagens, de outra foto, da agência EPA, cujo fundo não eram ruínas, mas uma parede com escritos em árabe. A montagem chegou ao Gizmodo, que repercutiu internacionalmente (veja aqui). O Conselho de Jornalismo Austríaco condenou a fotomontagem e encaminhou uma denúncia ao Senado, que deve decidir em setembro se vai recebê-la e aplicar alguma sanção. O editor-chefe do jornal, Christopher Dichand, pediu desculpas em editorial da edição desta 3ª.feira (31/7). Ele explicou que a montagem parecia explícita para a equipe, mas deveriam ter informado sobre o truque na página dois.

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