-0.3 C
Nova Iorque
terça-feira, dezembro 16, 2025

Buy now

" "
Início Site Página 1278

O crime da bola

O Globoesporte.com publicou nestas 3ª e 4ª.feiras (19 e 20/3) reportagem especial em que reconstitui, em duas partes, o caso de Valério Luiz, jornalista esportivo de Rádio Jornal 820 e PUC TV, de Goiânia, assassinado em 5/7/2012 a mando, segundo a polícia, de Maurício Borges Sampaio, até dias antes vice-presidente do Atlético-GO. Informa o portal sobre o caso: “Passados mais de oito meses, indiciamento da Polícia Civil e denúncia do Ministério Público colocam a bola como elemento da morte. Segundo o inquérito policial, Valério Luiz foi assassinado por causa do futebol, em crime encomendado por um dirigente de futebol, em função de críticas feitas a um clube de futebol, o Atlético-GO. Maldade do destino: era justamente o time do coração dele. (…) A história é única: pela primeira vez, o Brasil teve um cronista esportivo executado, de acordo com a polícia, por causa daquilo que falava sobre um esporte, sobre um jogo de bola”. As reportagens podem ser conferidas em http://glo.bo/YQGR2t e http://glo.bo/ZZYDQ0.

Vargas Llosa abre Fronteiras do Pensamento em São Paulo

O jornalista e escritor peruano Mario Vargas Llosa abre no próximo dia 17/4 na cidade de São Paulo a série de encontros de 2013 do Fronteiras do Pensamento (www.fronteirasdopensamento.com.br), projeto cultural múltiplo que promove debates sobre a identidade do século XXI, apresentados por pensadores, cientistas e líderes de diversas áreas de pesquisa e pensamento, como Perry Anderson, Daniel Dennet, Michael Shermer e Christopher Hitchens. Criado em Porto Alegre há sete anos pela Telos Empreendimentos Culturais, na capital gaúcha a palestra inaugura do projetol está marcada para 6/5, tendo como convidada a escritora britânica Karen Armstrong. As conferências geram conteúdo para diferentes formatos, como filmes, publicações e para o canal de vídeos Fronteiras.com (patrocinado pela Braskem) que pretende democratizar o acesso ao conhecimento e revelar um acervo inédito de ideias expressas no palco do Fronteiras nesses seus sete anos de existência. Em entrevista ao Portal dos Jornalistas, o idealizador do projeto Fernando Schüler conta como surgiu a iniciativa, suas expectativas, dificuldades enfrentadas no desenvolvimento do projeto, quais critérios são utilizados na escolha dos palestrantes, entre outros assuntos. Doutor em Filosofia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com ênfase em Filosofia Política, Schüler é professor universitário, articulista, consultor de empresas e organizações civis nas áreas de cultura, ciências políticas, gestão e terceiro setor, além de exercer a função de diretor do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais, no Rio de Janeiro. Portal dos Jornalistas – Como nasceu o projeto? Quem o idealizou? Quais as expectativas para os próximos anos? Fernando Schüler – O projeto nasceu em Porto Alegre, a partir dae uma iniciativa minha, combinada com a visão de empreendedorismo cultural do dr. Luiz Fernando Cirne Lima, na época presidente da Copesul. Porto Alegre é uma cidade com densidade acadêmica e cultural bastante interessante. É difícil imaginar uma cidade de porte médio em que debates sobre filosofia reúnam públicos de mil pessoas, ou até mais, e Porto Alegre tem esta característica. A ida do FP para São Paulo foi quase um processo natural. O mercado, as instituições e a mídia cultural de impacto nacional estão na capital paulista. O projeto atende a uma demanda pela compreensão das grandes tendências do mundo contemporâneo e, ao mesmo tempo, preserva a sua autonomia, tem critérios próprios de qualidade para a escolha de cada convidado, dos quais não abre mão.  Portal – Qual era o principal objetivo e o que queriam alcançar? Fernando – O Fronteiras não se orienta por um fim pragmático de gerar novas ideias, ou sugerir soluções para este ou aquele problema. Acreditamos que ideias inspiram as pessoas, e por isso podem transformar o mundo. Em Porto Alegre, mais de 15 mil jovens já participaram diretamente do Fronteiras Educação. E, no total, o projeto já realizou mais de 130 debates e conferências internacionais. É difícil você não ser impactado quando escuta Peter Singer [N.R.: filósofo e professor australiano] falar de seu livro A life you can save, ou ver Karen Armstrong [N.R.: escritora, também australiana, especialista em religião] apresentar sua Charter for Compassion. É impossível não pensar de modo diferente sobre a educação e mesmo sobre o futuro do Brasil quando se escuta o neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis. Cada pessoa reage de um modo. Assim, o primeiro elemento é estético: se passamos a valorizar a ideia de refletir sobre a vida, colocamos em marcha um processo de aprendizagem e mudança pessoal. De minha parte, se pudesse escolher algum objetivo para o País, em dez ou 20 anos, no qual o Fronteiras poderia ajudar de alguma maneira, eu diria que é a eliminação da pobreza absoluta no Brasil e o fortalecimento de uma cultura de direitos humanos. Temos convidado líderes capazes de inspirar novas ideias nesta direção, como Cameron Sinclair, e vamos continuar a fazê-lo.  Portal – Desde o princípio, o que mudou no projeto? Fernando – Nos primeiros anos havia um número bem maior de conferencistas (cerca de 30). Aos poucos, fomos encontrando o formato ideal. Optamos por um número menor de conferencistas (de oito a dez por ano), com uma palestra por mês. Portal – Imaginavam que o projeto teria a proporção e o alcance de hoje? Fernando – Sim. Embora não haja uma grande oferta de eventos com pensadores internacionais no Brasil, São Paulo é a capital cultural da América e nos pareceu lógico que fazendo esta equação funcionar o resultado seria este que estamos vivendo atualmente. Portal – Hoje o projeto já foi estendido para outras cidades. Em que momento e por que decidiram ampliar o Fronteiras? Há planos de inclusão de outras cidades? Fernando – O FP nasceu há sete anos em Porto Alegre. Há três veio para São Paulo. Também temos uma versão reduzida (não em formato de temporada anual), que já foi realizada em Salvador e Florianópolis, e este ano deverá se repetir nestas duas capitais. Outros convites estão sendo avaliados. Portal – Quais são os critérios para a escolha dos palestrantes? Fernando – O Fronteiras segue um conjunto de critérios bastante específicos, e cada convite é resultado de, no mínimo, um ou dois anos de avaliações e discussões internas. O ponto central é o foco em um debate sobre a contemporaneidade. Nós até já tivemos historiadores que estudam o período moderno, como Robert Darton e Carlo Ginzburg, mas eles trataram dos dilemas do nosso tempo. Outro aspecto relevante para a seleção é o pluralismo. Este ano teremos Mario Vargas Llosa em São Paulo, mas teremos Perry Anderson em Porto Alegre. Já tivemos Daniel Dennet, Michael Shermer e Christopher Hitchens, e este ano virá também Karen Armstrong, com posições opostas sobre a religiosidade. Há uma ampla divergência, mas todos são relevantes.  Portal – Que tipo de retorno viram no decorrer desses sete anos?  Fernando – Desde o início, em Porto Alegre, o projeto foi muito bem aceito pela população da cidade. Também tivemos, desde o começo, bons patrocinadores, que acreditaram e apoiaram a ideia do ciclo de palestras com pensadores internacionais. Quando chegou a São Paulo, há três anos, já era um projeto consolidado, o que só fez aumentar o interesse de novos parceiros e patrocinadores.  Portal – Quais as principais dificuldades enfrentadas no desenvolvimento do projeto? Fernando – A primeira e maior dificuldade de qualquer projeto, em seu início, é convencer pessoas muito ocupadas e importantes em suas áreas de atuação a virem para um país distante para proferir palestras. Hoje já criamos uma rede de parceiros internacionais (o próprio boca a boca dos autores que já estiveram conosco) que facilita um pouco os convites. A agenda dos palestrantes e a concorrência das agendas internacionais são os grandes desafios com que lidamos.

Estadão promove primeiro Curso Estado de Jornalismo Esportivo

O Grupo Estado promove, em parceria com o Itaú, a primeira edição do Curso de Jornalismo Esportivo para estudantes de graduação. O Grupo – que fomenta o já tradicional Curso de Focas e o de Jornalismo Econômico para profissionais recém-graduados e estudantes – escolherá 24 alunos do último ano de Jornalismo que estudem em um dos seis Estados que abrigarão as cidades-sedes da Copa das Confederações de Futebol, em junho e julho próximos. O programa, intensivo e gratuito, ocorrerá de 14 a 21/5 com palestras, entrevistas coletivas e atividades na redação do Estadão, em São Paulo. Os selecionados de fora de São Paulo receberão passagens aéreas até a capital paulista, além de alimentação na sede do Grupo Estado.    Os mais bem avaliados integrarão a Seleção Universitária Estadão, responsável pela cobertura colaborativa da Copa das Confederações para o portal do Estadão. A remuneração será de acordo com valores pagos pelo Grupo Estado a universitários. Para participar, o aluno deve inscrever-se a partir deste sábado (23/3) até 21/4 pelo www.estadao.com.br/focas. Em seguida, fará provas online de conhecimentos esportivos, português e inglês, e escreverá um texto de 1,5 mil caracteres sobre uma partida de futebol a que tenha assistido recentemente. A empresa informa que a seleção de estudantes é um programa isolado e não gera qualquer vínculo empregatício.

Época SP e Catraca Livre firmam parceria de conteúdo

A Época SP e o site Catraca Livre, de Gilberto Dimenstein, anunciaram nesta 3ª.feira (19/3) parceria para compartilhamento de pautas e notícias em seções especiais disponibilizadas em suas homepages. Na página da Época será criada uma seção chamada Programação Época São Paulo Catraca Livre, que replica o conteúdo do site parceiro, e em contrapartida, o Catraca Livre divulgará teasers de notícias publicadas no site da publicação da Editora Globo em sua homepage e nas redes sociais. “Esperamos não só aumentar a nossa audiência, mas também ter o benefício da associação da marca Época a um site de grande prestígio e com grande visibilidade na cidade”, explica Celso Masson, diretor de redação de Época SP.

Rádio Estadão estreia Reclame no Rádio

Na Rádio Estadão, estreou recentemente o Reclame no Rádio, programa que – aos moldes do que é apresentado no canal a cabo Multishow – aborda mercado publicitário, marketing e comunicação. João Faria comanda a atração, que vai ao ar semanalmente aos sábados, das 18h às 19h, com reapresentação aos domingos, no mesmo horário. Também estão na equipe Beth Furtado, com o quadro Inspiração, e Vinicius Alvares, com Pop!Up. O programa tem ainda os colunistas Abel Reis, Carlos Ferreirinha, Fernanda Romano, João Ciaco, Marcelo Tripoli, Marcello Queiroz, Mentor Muniz Neto, Sergio Campanelli, que falarão sobre as diversas nuances do universo criativo, com informações, críticas, dicas e orientações. Além da participação no programa de sábado, os profissionais farão entradas na programação às 2as, 4as e 6as.feiras. Outra novidade da rádio foi a fixação do Adega Musical aos sábados, das 21h às 22h, reapresentando no mesmo horário aos domingos, com ancoragem do enólogo Manoel Beato. Para completar a nova programação do fim de semana, o Panelinha do Rádio, de Rita Lobo – que estreou em 2/3 –, traz receitas e sugestões sobre preparo de alimentos, utensílios e drinques a partir do meio-dia de domingo. Todos os programas também podem ser ouvidos pelo www.radio.estadao.com.br.

RBS anuncia 11 correspondentes em cidades-sede da Copa 2014

Recém-lançado pelo Grupo RBS, o projeto Liga dos Fanáticos, que irá atuar na cobertura de eventos relacionados à Copa do Mundo de 2014, ganha a partir do próximo fim de semana o reforço de 11 correspondentes nas sedes da competição, exceto Porto Alegre, que já contava com cobertura local desde 2010. A estreia da nova equipe será neste sábado (23/3), com Eduardo Gabardo apresentando direto do Rio de Janeiro o programa No Mundo da Copa, no ar desde 2010. Gabardo, que estava na equipe de repórteres da Rádio Gaúcha, irá também coordenar o time de correspondentes a partir da capital fluminense, sede dos escritórios da Fifa e do Comitê Organizador da competição. A iniciativa do projeto multimídia, apresentado oficialmente no último domingo (17/3), deverá garantir conteúdo exclusivo das cidades-sede em reportagens e boletins para jornais da rede e rádios Gaúcha (RS) e CBN Diário (SC). Em Zero Hora, uma seção semanal, publicada às 6as.feiras em sua versão impressa, e outra diária, no online, irão mostrar boas iniciativas, andamento das obras, as seleções que prospectam campos de treinamento e os negócios fechados com vistas à Copa, entre outros assuntos. Integram o time de correspondentes, em São Paulo Guilherme Pavarin (ex-Época e Saúde); em Belo Horizonte, Ney Rubens; em Brasília Kelly Matos, que desde o final de agosto do ano passado já vinha atuando como correspondente da Rádio Gaúcha no DF; em Curitiba, Patrícia Bahr; em Recife, Davi Barboza Cavalcanti; em Fortaleza, Íkara Ferreira; em Salvador, Ana Carolina Araújo (ex-Correio, Metrópole e Terra); em Manaus, Jackeline Farah, que também é repórter da afiliada da Rede Globo TV Amazonas; em Natal, Isac Lira de Almeida; e em Cuiabá, Helson França. Em Porto Alegre, onde a cobertura já está sendo realizada desde julho de 2010, inclusive com a presença de um “Copômetro”, que acompanha o andamento das obras e o passo a passo da reforma do Beira-Rio, estreou no último sábado, pela TVCom RS, o programa Porto da Copa, com Ruy Carlos Ostermann falando sobre infraestrutura e preparativos da cidade para o evento.

O livro do crime de Pimenta

Por José Maria dos Santos (texto reproduzido da edição de 10/3/2013 do Diário do Comércio, de São Paulo, com a permissão do autor) É possível que o lançamento do livro Pimenta Neves – Uma Reportagem (Scortecci Editora), ocorrido no último fim de semana na Livraria Martins Fontes (Paulista), coincida com um momento de alívio do seu principal protagonista, o jornalista Antônio Pimenta Neves, 76 anos. Está se aproximando a data em que poderá pedir o regime semiaberto – relativo à sua pena de 15 anos – a que lhe dão direito os dois quintos já cumpridos. Deixará para trás, portanto, as grades da prisão de Tremembé-2, no Vale do Paraíba. Na tarde de 20 de agosto de 2000 ele matou a tiros sua namorada Sandra Gomide, em um haras no município de São Roque (SP), produzindo um rumoroso crime passional, que acabou se transformando em clássico caso de burocracia judiciária que favorece criminosos incontestes. Luiz Octavio de Lima, carioca, 54 anos, consumiu três anos de pesquisa e somou mais de 100 entrevistas para concluir seu trabalho. Moveu-o a proximidade que mantinha com os personagens do episódio. Jornalista, conheceu Sandra e trabalhou por três anos com Pimenta, inclusive no Estadão, quando se deu o desfecho. Antes, Luiz Octavio havia trabalhado em O Globo, Folha de S.Paulo e Veja. Depois esteve nas revistas Época e Exame. Atualmente encontra-se no Diário do Comércio.      Diário do Comércio – Qual foi a motivação para você escrever o livro? Luiz Octavio de Lima – Eu havia trabalhado com Pimenta no Estadão. Aliás, foi ele quem me promoveu a editor-executivo de Internet. Por outro lado, Sandra também era do nosso meio. Foi uma das primeiras pessoas que conheci, em 1991, quando me mudei do Rio para São Paulo. Ela fazia parte de um grupo que saia junto. Sandra, que trabalhava na Gazeta Mercantil, namorava o Luiz Henrique Amaral, que era repórter de Política da Folha de S. Paulo. Daí meu interesse inicial. DC – Como você testemunhou o relacionamento dos dois? Luiz Octavio – Pimenta voltou dos EUA em 1995 e assumiu a Gazeta Mercantil no fim desse ano. Lá nos EUA ele havia trabalhado como correspondente em Washington, pela ordem, na Folha, Gazeta e Estadão, além de ser diretor do Banco Mundial.  Quando ele chegou à Gazeta, Sandra era pouco mais do que uma estagiária. A diferença de idade entre ambos era de 30 anos. Talvez ele acreditasse no potencial dela. Mas o fato é que a favoreceu com sucessivas promoções. DC – Por essa ocasião, ele dava sinais de ser um homem violento? Luiz Octavio – Eu apurei que ele era uma pessoa em geral cordata e que voltou mudado dos EUA, para onde se transferira nos anos 70. DC – E Sandra? Como era? Luiz Octavio – Ela também mudou em decorrência do namoro. Tornou-se um tanto prepotente. Interferia nas escalas de folga, no funcionamento da redação. Começou a utilizar sua posição de mulher do chefe. Em 1997, Pimenta tornou-se diretor de Redação do Estadão. Prometeu que não levaria ninguém de suas relações para o novo emprego. Porém, levou. Inclusive Sandra. Naquele “crescendo” ao qual me referi, os conflitos foram se acentuando e Pimenta passou a dar sinais de desordem psíquica. DC – Quais foram os sinais? Luiz Octavio – O mais evidente, com traços de megalomania, era o de proclamar que no Estadão mandava ele, mais do que a família Mesquita. A propósito, ele gostava de desafiar os Mesquitas. Fernão Mesquita, que era diretor de Redação do Jornal da Tarde, filho do dr. Ruy Mesquita e diretor de Opinião do Estadão, conta que o orientou a publicar determinada nota, pedido que foi imediatamente rechaçado. Fernão aceitou a recusa por supor que se tratava de um principio, no sentido de blindar o espaço contra interferências individuais. Outro sinal foi a demissão sumária de um conceituado editor alegando que aquele profissional sofria de doença mental. Pimenta passou a carregar armas, que exibia sem constrangimentos. Outro comportamento inadequado foi o de se apresentar na redação com botas e trajes de montaria. As pessoas – amigos e subordinados – passaram a comentar abertamente as recorrentes desavenças entre Pimenta e Sandra, inclusive a invasão que ele promoveu da casa dela numa dessas ocasiões. DC – Tudo indicava que sua violência latente passava a ganhar forma? Luiz Octavio – Há registros anteriores. Uma artista plástica relatou que foi emboscada e violentada por Pimenta. Engravidou e, por isso, fez aborto. Aliás, eu somente decidi fazer efetivamente o livro depois que essa pessoa aceitou confirmar e descrever o episódio. DC – Como aconteceu? Luiz Octavio – Foi nos anos 70. Ele assediou intensamente essa mulher e foi rejeitado na mesma proporção. Um dia, a pretexto de agradecimento por uma indicação de trabalho, convidou-a para jantar. Depois de se despedirem, ele a emboscou e consumou o ataque. Violências também ocorreram contra Sandra. A ex-esposa norte-americana não confirmou, mas também não desmentiu agressões. DC – Você procurou Pimenta para participar do livro? Luiz Octavio – Ele se interessou pelo livro. Combinamos que eu lhe enviaria 20 perguntas, cujas respostas seriam publicadas na íntegra, sem as tradicionais adaptações ditadas por necessidades editoriais. As questões abrangiam desde fatos da sua infância ao crime em si. Ele aceitou, chegou a me enviar algumas respostas. Mas depois desistiu de participar. Porém, utilizei o material que ele me enviou. DC – Por falar em infância, como era a família de Pimenta? Luiz Octavio – Era bem estruturada, segundo apurei. O pai era professor de português e inglês. Queria-o advogado, não jornalista. A família teve um episódio dramático: a morte da filha de 17 anos, irmã de Pimenta, que caiu de um prédio. DC – Você se referiu às mudanças de caráter, de temperamento de Pimenta. Há indícios disso? Luiz Octavio – A medicação, consumida de forma inadequada, teria agravado o problema. Ele misturava álcool com antidepressivos e medicamentos contra disfunção erétil. Mas o que chama a atenção eram as demonstrações de megalomania, segundo descreve um diretor de Marketing do jornal, portanto com contato frequente com o diretor de Redação. Pimenta afirmava recorrentemente que os Mesquita não mandavam em nada no Estadão e que ele demitiu certas pessoas pelo simples motivo de que eram bem-vistas pelos Mesquita. DC – O que o livro traz de novo sobre o crime? Luiz Octavio – Vários fatos. Destaco as primeiras 24 horas, que trazem revelações inéditas, como as negociações com a família Mesquita a respeito da sua entrega. E testemunhos que atestam a premeditação do crime. Semanas antes ele falava em matar Sandra. No dia anterior ao crime, um sábado, foi almoçar com a família de Sandra no sitio deles em São Roque. Alegou que tinha alguns objetos dela para entregar e que estava saudoso da comida da mãe dela, Dona Nilda. Nesse almoço Sandra esteve presente por instância no pai, no sentido de encerrar definitivamente o relacionamento entre os dois. Colocar uma pedra em cima. Suspeita-se que Pimenta esteve lá para assuntar onde Sandra ia. Tanto que, no dia seguinte, foi ao seu encontro no haras, onde a matou. DC – E por que precisaria assuntar? Luiz Octavio – Ela estava abrigada em lugar secreto para fugir das ameaças de Pimenta. Convém lembrar, conforme disse o jornalista Souliê do Amaral, que, 15 dias antes, Pimenta andou procurando algum ex-interno da Febem que permanecesse na marginalidade, para dar um corretivo em “alguém”.

Grupo RAC anuncia novos espaços para a cobertura de automóveis

O Grupo RAC, que edita no interior de São Paulo os jornais Correio Popular, Notícia Já, Gazeta de Piracicaba e Gazeta de Ribeirão, além da Revista Metrópole, tem novidades em sua cobertura automotiva. Com foco mais popular, o Notícias Já passou a contar com o caderno Motor Já, que circula todas as 4as.feiras, com oito páginas. Também Metrópole abre espaço para o tema, que passa a receber aos domingos a sessão Motor Premium, com foco em veículos de alto padrão. A equipe responsável pelo conteúdo dos novos espaços é a mesma que já edita os cadernos de automóveis, que circulam às 2as.feiras nos demais jornais do grupo, sob o comando do editor-executivo Luís Cesar de Souza Pinto ([email protected]), o Cesinha, com o apoio dos subeditores Edimarcio Monteiro e Fernando Evans.

Memórias da Redação ? A foca confusa e o fotógrafo trapalhão

Moacir Assunção (ex-Estadão, jornalista freelancer e autor do livro Nem heróis nem vilões), conta causos curiosos das redações em sua época de jornalista da Prefeitura de Guarulhos.   A foca confusa e o fotógrafo trapalhão Neste caso, mais um que escrevo para o nosso querido Jornalistas&Cia, vou contar o milagre, mas prefiro não dar o nome dos santos, como diriam os antigos. Ou seja, vou contar as histórias engraçadas, mas tratar os personagens por pseudônimos. A razão é que não quero que eles, meus amigos, fiquem chateados comigo. De qualquer forma, a história é tão boa (espero que vocês, queridos leitores, achem o mesmo), que vale a pena reproduzi-las. Nos anos 1990, no começo da carreira, trabalhei como jornalista concursado na Prefeitura de Guarulhos, sob a liderança do sério e competente Carlos Alberto Barbosa, hoje aposentado, que teve passagens por Veja e Estadão. Ali, atuei com a mais curiosa dupla de colegas que conheci em minha trajetória profissional, que “batizarei” como Osvaldo e Sílvia, respectivamente repórter-fotográfico e repórter de texto. Osvaldo, hoje repórter-fotográfico de grandes méritos de um importante jornal do interior, estudou Jornalismo comigo na Universidade Braz Cubas e é a pessoa mais confusa e atrapalhada que conheço. Até mais do que eu, o que é incrível.          Pois bem, entre as “façanhas” do Osvaldo, certa vez o ex-presidente do Peru Alberto Fujimori, em visita a São Paulo, passou pelo Aeroporto Internacional de Guarulhos e foi recebido, na pista, pelo então prefeito Vicentino Papotto. Fomos cobrir a pauta e Osvaldo, correndo feliz porque conseguiria fotografar o presidente peruano – hoje preso em seu país sob acusação de corrupção –, acabou caindo, praticamente desabando, aos pés do mandatário latino de origem japonesa. Quem lhe deu a mão para se levantar foi o próprio Fujimori. Ele se ergueu, com um sorriso amarelo, e continuou fotografando. A piada na redação no dia seguinte era de que o nosso rápido e rasteiro colega teve muita sorte de o visitante não ser um xeque árabe ou um potentado israelense ou americano. Se fosse, teria sido fuzilado pelos seguranças, ao ser confundido com um homem-bomba…          Sílvia também não ficava atrás. Em outra ocasião, a cidade recebeu o rei da Tailândia, país cujo apelido na época era “o jovem tigre”, em referência aos famosos “tigres asiáticos”, países que haviam experimentado um enorme crescimento econômico naquele momento histórico. A moça, que apelidamos de “foca confusa”, perguntou, então, porque o apelido do príncipe (e não do país) era jovem tigre. Brinquei dizendo que ele podia nos arranhar com suas garras poderosas e que aquela multidão de seguranças de caras fechadas estava lá para nos proteger dele e não para protegê-lo. Quando ela e Osvaldo saíam juntos, dizíamos, em tom de brincadeira, que eles formavam a dupla “A foca confusa e o fotógrafo trapalhão”. Em outra pauta, esta no gabinete da prefeitura, no bairro do Bom Clima, Sílvia estava esperando um determinado deputado que ia visitar o prefeito e ficou um tempão conversando com outra pessoa que se encontrava lá. Ao reclamar com esta que o tal deputado estava demorando muito, ouviu a cândida resposta: “O deputado sou eu”. Outra vez, meteu o pé no cimento fresco e ficou presa. Sílvia formava a dupla perfeita com o nosso herói Osvaldo e todos os dias eles eram alvo de comentários na redação.          Osvaldo, certa vez, conseguiu parar uma apresentação da Orquestra Sinfônica de Guarulhos ao quebrar uma vidraça que estava às suas costas. Assustados, os músicos imediatamente pararam de tocar, diante de toda a população que esperava o show. Além de atrapalhado, ele tinha outra “qualidade”: era um tanto quanto dengoso, tanto que recebeu o apelido de “Denguinho” nos tempos da faculdade, concluída em 1990. Em uma ocasião, em que fazíamos uma festa na chácara dos amigos Pedro Gabriel e Rita Bonfim, ele publicitário e ela jornalista, o nosso herói cortava um pedaço de madeira com um facão quando deu um grito bem alto, dizendo que havia se machucado. Eu, que estava dentro da casa, saí correndo, apavorado, e já procurando um recipiente para guardar o dedo cortado e levá-lo ao hospital, com vistas a um possível implante. Quando me aproximei, ele segurava a mão direita com a esquerda, enquanto gritava. Mas, não havia sangue no facão. Pedi para ele me mostrar a mão machucada e havia lá um pequeno corte, na verdade um arranhão, quase imperceptível. Daí, foi sair bufando de raiva pelo susto, mas feliz pelo amigo estar inteiro, sem faltar nem um pedaço. Ele quase chorava com o “horrível corte que quase lhe decepou o dedo” e que tive dificuldade até para localizar. Aliás, uma vez, na Prefeitura, ao lado do motorista da Assessoria de Imprensa que era tão ruim que apelidamos de “bração”, Osvaldo também sofreu um pequeno acidente, que lhe produziu um minúsculo corte na cabeça e dizia, alto e bom tom, que ambos “podiam ter morrido” na batida, valorizando demais o episódio.          Mas o máximo das histórias do nosso amigo Osvaldo foi uma vez em que, relata o também repórter-fotográfico Nário Barbosa, ele foi fotografar a Favela SBC, em São Bernardo do Campo, região metropolitana de São Paulo, e o dia tinha uma persistente garoa. Para fazer imagens melhores, o nosso herói subiu no telhado de um barraco da favela e resolveu andar por cima da casa precária. Ocorreu, então, o óbvio ululante, como diria o grande Nelson Rodrigues: alto e um pouco gordinho na época, ele caiu com tudo na cozinha do barraco, destruindo fogão e o tanque da pobre moradora. “Quase virou frango do almoço de domingo”, diz no seu linguajar pitoresco o Nário, também grande repórter-fotográfico e um artista das lentes. O “fotógrafo trapalhão” chegou a desmaiar com o impacto da queda. “Quando acordei, minutos depois, estava cercado por um monte de crianças que nunca tinham visto um homem cair do céu dentro de casa”, conta, brincando. O fogão, o tanquinho, mesa e cadeiras da pobre mulher foram destruídos no acidente. A história passou a fazer parte do folclore jornalístico da cidade em que trabalha e até hoje é lembrada pelos colegas.          Penalizada com a situação da dona da casa, que teria que cozinhar na casa das vizinhas depois do infausto acidente, a direção do jornal acabou por lhe dar uma indenização, para que ela comprasse novos eletrodomésticos e móveis. Depois, mais calma, em tom de troça ela perguntou ao nosso amigo “se ele não queria cair na sala também”.          Ele não caiu, mas recentemente fiquei sabendo de outra do Glauber, como apelidamos o nosso amigo: em uma coletiva na cidade de Santo André ele bateu a cabeça em um quadro colocado atrás de si, ao buscar melhor ângulo para fotografar a fonte, e o dito quadro voou, passando a milímetros da cabeça do entrevistado, sentado em frente ao repórter de texto. Por muito pouco não houve um “crime”, que decerto passaria à crônica da cidade com o sugestivo título de “assassinato do quadro voador”. Ao olhar para o colega, pedindo solidariedade profissional com os olhos, Osvaldo viu que este não conseguia continuar a entrevista, de tanto rir ao olhar para a cara do fotógrafo e da fonte, ambos muito assustados e com os olhos esbugalhados….          Não fiquei sabendo de outras histórias, mas elas, com certeza, aconteceram.

Regiane de Oliveira deixa Brasil Econômico

No Brasil Econômico, a situação pouco evoluiu desde a última semana, quando a empresa anunciou troca de comando e a transferência de parte de seu ativo editorial para o Rio de Janeiro. Deixou a empresa Regiane de Oliveira ([email protected], 11-99784-1344 e http://br.linkedin.com/in/reoliv/pt), que era de Empresas e havia passado por Brasil. Ela vinha sendo a interlocutora da redação com a direção do jornal. Fábio Suzuki, que assina a coluna Encontro de Contas, deixa o jornal no final de março, dentro do PDV.  Uma das novidades é a entrada do Sindicato dos Jornalistas nas negociações, com o objetivo de preservar empregos e resguardar direitos, como fez, com relativo sucesso, no episódio da descontinuidade do jornal Marca, da mesma Ejesa. No fechamento desta edição estava prevista uma reunião da entidade com a redação. Nela, uma das informações a ser detalhada diz respeito ao pedido de explicações feito à Ejesa sobre o atraso nos depósitos de FGTS. 

Últimas notícias

pt_BRPortuguese