Em complementação ao Ranking dos Mais Premiados Jornalistas Brasileiros de Todos os Tempos por região, Jornalistas&Cia apresenta o ranking dos profissionais que mais se destacaram em 2012, região por região. Na região Norte, apenas quatro colegas conseguiram conquistar prêmios e pontos no Ranking Jornalistas&Cia em 2012 entre os 94 concursos pesquisados. Maria Heinen, da Rádio Nacional da Amazônia, chegou à liderança com a conquista de um Vladimir Herzog ? Rádio, que lhe valeu os 45 pontos. O mais premiado jornalista da Região Nordeste em 2012 foi o repórter Wendell Rodrigues da Silva, da TV Correio, afiliada Record na Paraíba. Ele acumulou, no ano que passou, vitórias nos prêmios Abracopel, José Hamilton Ribeiro e BNB de Jornalismo, totalizando 75 pontos. O Esso de Jornalismo conquistado pela Folha de S.Paulo com a série O jogo suspeito e a queda de Ricardo Teixeira, deu à dupla Filipe Coutinho e Leandro Colon, da sucursal de Brasília, a liderança do Ranking Jornalistas&Cia em 2012 na Região Centro-Oeste. Miriam Leitão liderou o Ranking Jornalistas&Cia dos Mais Premiados Jornalistas Brasileiros de 2012, o que fez dela também a líder da Região Sudeste. Foram, no total, 225 os pontos que ela conquistou no ano passado. E foi de fato um ano de ouro para a colunista e comentarista de Economia de O Globo, Rede Globo e GloboNews, que também comemorou 40 anos de carreira. Mauri König acumulou 135 pontos em 2012, o que fez dele líder do ano na Região Sul. Mauri, que está temporariamente fora do País devido a ameaças de morte, é repórter especial da Gazeta do Povo. Veja a lista dos mais premiados em 2012 por região: + Centro-Oeste + Norte + Nordeste + Sudeste + Sul
Os mais vitoriosos de todos os tempos ? Região Sul
Celeiro de bons profissionais, a Região Sul tem os seus quatro melhor classificados também posicionados entre os dez mais premiados do Brasil em todos os tempos. A liderança é do gaúcho Cid Martins, da Rádio Gaúcha, com 680 pontos, advindos de 32 prêmios que ganhou desde 1999 ? o recorde do ranking. Em média, são mais de dois prêmios por ano no período, entre inúmeras premiações regionais e nacionais. O primeiro prêmio conquistado foi um SETCERGS de Jornalismo ? Rádio em 1999, feito que se repetiria em 2001, 2003 e 2011. Vieram também seis ARI de Jornalismo (2000, 2004, 2005, 2006, 2008 e 2011); um Ethos de Jornalismo ? Rádio (2001); quatro Embratel ? Rádio (2001, 2005, 2005 e 2012); quatro CNT de Jornalismo ? Rádio (2002, 2003, 2005 e 2010); três Vladimir Herzog ? Rádio (2002, 2006 e 2008); sete MP-RS, sendo cinco de Rádio (2005, 2006, 2009, 2010 e 2011), um de Jornal (2007) e um de Internet (2011); um ABCR ? Radiojornalismo (2007); um RBS ? Rádio (2007) e um José Hamilton Ribeiro ? Novas Mídias (2011). Mauri König, da Gazeta do Povo, do Paraná, é o segundo colocado, com 617,5 pontos, que tiveram origem em 17 prêmios, quatro deles internacionais. Suas reportagens investigativas têm também rendido a ele sérios problemas com a segurança, como recentemente, quando se viu obrigado a deixar o País pelas ameaças de morte por integrantes anônimos da polícia (ver pág. 1). Suas primeiras conquistas são de 2001, quando começou com um Esso ? Regional Sul, um Embratel ? Jornal e Revista e um Vladimir Herzog ? Jornal. Viriam em 2004 outro Esso ? Regional Sul e em 2005 outro Embratel e mais um Vladimir Herzog. Em 2002 veio o primeiro prêmio internacional, o SIP ? Sociedade Interamericana de Imprensa ? Direitos Humanos. Suas outras conquistas foram: Tim Lopes ? Mídia Impressa (2004 e 2012); Lorenzo Natali de Jornalismo (2007 e 2012); Biodiversidade da Mata Atlântica ? Impresso (2008); Sangue Bom no Jornalismo Paranaense ? Reportagem Impressa (2008, 2009 e 2012); e CPJ Internacional Press Freedom ? Mídia Impressa/Jornal (2012). Também com grande número de prêmios conquistados (25), Giovanni Grizotti, da RBS, ocupa o terceiro lugar no ranking com 602,5 pontos. Em 1978 veio a primeira conquista, um MP-RS ? Rádio, que ele conquistaria outras duas vezes, em 2004 e 2007. Seguiram-se sete ARI de Jornalismo na categoria Radiojornalismo, em 1996, 2002 (com duas conquistas, uma em rádio outra em tevê), 2004, 2008, 2010 e 2011; quatro CNT de Jornalismo ? Rádio (1998, 1999, 2001 e 2004); dois SETCERGS de Jornalismo (Rádio em 1998 e Televisão em 2004); um Claudio Abramo ? Radiojornalismo (2000); quatro Press ? Repórter de Rádio (2001, 2003, 2008 e 2010); um Vladimir Herzog ? Rádio (2003); um Embratel ? Investigativo (2006); e dois Esso ? Especial Telejornalismo (2006 e 2007). Vem na quarta posição, com 537,5 pontos Carlos Wagner, da Zero Hora, no Rio Grande do Sul. Ele acumula 16 prêmios desde 1984, quando conquistou um Vladimir Herzog ? Jornal e um Esso Regional Sul. Ele voltou a conquistar o Vladimir Herzog em 1987 e 1989; e o Esso Regional Sul em 1985, 1986, 1990, 1995, 1998 e 2003. Sua galeria ainda contempla dois SETCERGS de Jornalismo (em 1995 e 2008); e quatro ARI de Jornalismo (1987, 1989, 1995 e 2003). O quinto colocado, já bem abaixo, é o fotógrafo Ronaldo Bernardi, com 300 pontos. Seu primeiro prêmio foi no Paraná, em 1993, com o Sangue Bom no Jornalismo Paranaense ? Fotografia. Depois vieram um Esso ? Fotografia (1990); dois Vladimir Herzog ? Fotografia (1992 e 1998); três ARI de Jornalismo ? Fotojornalismo (1998, 2002 e 2006); e três MP-RS ? Foto (2006, 2008 e 2009) em conquistas por Correio do Povo e Zero Hora. A relação dos maiores vencedores de todos os tempos no Sul é a seguinte:
Os mais vitoriosos de todos os tempos ? Região Sudeste
José Hamilton Ribeiro, mais premiado jornalista brasileiro de todos os tempos, segundo o Ranking Jornalistas&Cia publicado na edição 877, é, por extensão, também o líder da Região Sudeste. Zé Hamilton, repórter do Globo Rural há quase 30 anos, acumulou 930 pontos ao longo de uma carreira com quase seis décadas, fruto de 22 prêmios nacionais e internacionais conquistados. Foram oito prêmios Esso (Equipe em 1963, Regional Grupo A em equipe em 1964, Informação Científica individual em 1967, 1968 e 1973, Esso de Jornalismo e Esso de Melhor Contribuição à Imprensa ? ambos em equipe ? em 1972 e Esso Regional Sudeste individual em 1977); dois Caixa de Jornalismo (Grande Prêmio em 2005 e Categoria Televisão em 2006), Maria Moors Cabot em 2006, dois José Reis de Jornalismo Científico em 1983 e 1999; Cláudio Abramo ?Telejornalismo em 2000; Embrapa de Reportagem em 2006; Embratel ? Jornalismo Cultural em 2004; Líbero Badaró ? Destaque em 1997; Massey Ferguson ? Televisão em 2007; Vladimir Herzog ? Reportagem TV em 1983; CNA de Jornalismo ? Mídia Impressa/Jornal em 1995; Telesp de Jornalismo ? Ciência em 1978; e Personalidade da Comunicação em 1999. A repórter Eliane Brum, da revista Época, que foi a vice-campeã no ranking nacional, repete a mesma colocação no ranking do Sudeste, com 810 pontos que lhe foram atribuídos pelos 22 prêmios conquistados e pesquisados pelo Instituto Corda. Os três primeiros foram conquistados nos 11 anos iniciais de carreira, vividos na Zero Hora, no Rio Grande do Sul: um SETCERGS de Jornalismo (Grande Prêmio), de 1990, um ARI de Jornalismo (Reportagem Geral) em 1998 e um Esso Regional Sul (em 1999). Os demais, já morando em São Paulo, foram Ethos de Jornalismo ? Destaque (2001); Líbero Badaró ? Jornalismo Impresso (2002); quatro Vladimir Herzog ? Revista (2002, 2005, 2006 e 2007); Ayrton Senna ? Revista (2004); dois Caixa de Jornalismo ? Revista (2005 e 2008); SIP ? Sociedade Interamericana de Imprensa ? Direitos Humanos (2005); três Comunique-se (2006 e 2008 Repórter Mídia Impressa; e 2012 Jornalista Nacional Mídia Impressa); Jabuti ? Melhor Livro Reportagem (2007); Esso de Informação Científica, Tecnológica e Ecológica em equipe (2008); Troféu Mulher Imprensa ? Repórter de Revista (2009 e 2010); Iberoamericano de Jornalismo Rei de Espanha ? Imprensa (2010); e Editora Globo de Jornalismo ? Inovação Jornalística (2012). Caco Barcellos, também da Globo, vem em terceiro lugar, com 717,5 pontos. A ele foi computada a pontuação de 21 prêmios, curiosamente nenhum Esso. Caco tem um Embratel ? Televisão; cinco Líbero Badaró (Destaque nos anos de 1989, 1990 e 2001; e Telejornalismo em 1990 e 2001); cinco Vladimir Herzog (Livro Reportagem em 2003; Reportagem de TV em 1984, 1996 e 2001; e Revista em 1982); cinco Comunique-se (2003 e 2005 como Correspondente no Exterior ? Mídia Eletrônica; e 2006, 2008 e 2010 como Repórter Mídia Eletrônica); dois Jabuti (Melhor Livro Reportagem em 1993 e 2004), um Caixa de Jornalismo ? Televisão (1996), um AMB de Jornalismo ? Telejornalismo (2007) e um ARI de Jornalismo (1975). Miriam Leitão, das Organizações Globo, a quarta no ranking nacional e Regional Sudeste de todos os tempos e líder de pontuação em 2012, tem no total 20 prêmios computados pelo Ranking Jornalistas&Cia e um total de 695 pontos. A série começa em 2003 com um Ayrton Senna ? Economia e prossegue com sete Comunique-se (entre 2004 e 2012, como Jornalista de Economia Mídia Eletrônica e/ou Mídia Impressa); Maria Moors Cabot (2005); sete Troféu Mulher Imprensa (entre 2007 e 2012, como Comentarista/Colunista de Jornalismo Impresso e/ou Televisão); Biodiversidade da Mata Atlântica ? Impresso (2007); Jabuti ? Melhor Livro Reportagem (2012); Econômico Iberoamericano ? Jornal (2012); e Vladimir Herzog ? Reportagem TV (2012). Clóvis Rossi é o quinto classificado na Região Sudeste, com prêmios como os internacionais Maria Moors Cabot (2001), o Homenaje da FNPI ? Fundacion Nuevo Periodismo Internacional (2004) e o Câmara Espanhola ? Mídia Impressa (2007). A eles se somam: três Vladimir Herzog ? Jornal (1980, 1981 e 1982); um Ayrton Senna ? Política (2001); e quatro Comunique-se (2004, 2006, 2009 e 2011). A relação com os mais premiados jornalistas de todos os tempos da Região Sudeste é a seguinte:
Os mais vitoriosos de todos os tempos ? Região Centro-Oeste
Desde que se fixou em Brasília, na sucursal da Folha de S.Paulo, em 1996, Fernando Rodrigues vem amealhando inúmeros prêmios, resultado de seu trabalho obstinado em cobrir de forma meticulosa e documentada as entranhas do poder público. Só de Esso foram quatro: em 1997 o Esso de Jornalismo, e em 2002, 2003 e 2006 os de Melhor Contribuição à Imprensa. Ganhou ainda um Líbero Badaró em 2002, um CNH de Jornalismo em 1999, um Comunique-se (Repórter de Mídia Impressa) em 2007 e seis Folha de Jornalismo em 1993 (dois), 1995, 1997, 1999 e 2010. Curiosamente, portanto, o líder do Ranking Jornalistas&Cia dos Mais Premiados Jornalistas Brasileiros de Todos os Tempos da Região Centro-Oeste, com 482,5 pontos, é um profissional vinculado a um veículo do Sudeste. Entre os 15 mais, na oitava colocação, com 130 pontos, está outro repórter da Folha de S.Paulo, Leandro Colon, que tem entre suas conquistas o Esso de Jornalismo em equipe em 2012. O segundo do ranking na Região Centro-Oeste é Vicente Paulo Nunes Filho, ou simplesmente Vicente Nunes, que alcançou 247,5 pontos e tem grande parte de sua carreira dedicada ao Correio Braziliense. Vicente tem em sua galeria um Esso de Informação Econômica, três Embratel (todos de Economia), três CNH e um AMB. O terceiro colocado, Fernando de Castro Lopes, também do Correio Braziliense, tem 225 pontos, todos eles por conquistas no Vladimir Herzog, respectivamente nos anos de 2007, 2008, 2010, 2011 e 2012. Dividem a quarta colocação, com 175 pontos, Luciano Pires e Ricardo Alan, ambos igualmente do Correio Braziliense. A principal curiosidade dessa dupla é que todos os seis prêmios que conquistaram na carreira foram integrando a mesma equipe, caso, por exemplo, do Esso de Informação Econômica de 2009, com o trabalho O Brasil que emergirá da crise. Os outros foram os CNH de Jornalismo em 2003 e 2010 e os Embratel de Economia, em 2008, 2009 e 2011. A sexta colocada, Ana Beatriz Magno da Silva, que também atuou por vários anos no Correio Braziliense, hoje dedica à área de Comunicação da Universidade de Brasília. A seguir a relação dos mais vitoriosos profissionais de todos os tempos do Centro-Oeste:
Os mais vitoriosos de todos os tempos ? Região Nordeste
Sílvia Bessa, repórter especial do Diário de Pernambuco, é uma das mais premiadas jornalistas brasileiras dos últimos anos. Entre os prêmios que conquistou e que hoje lhe valem 307,5 pontos no Ranking de Jornalistas&Cia, estão três Esso (dois regionais Nordeste, em 2008 e 2009; e um de Informação Científica, Tecnológica e Econômica, em 2006), dois Embratel (um na categoria Telecomunicação, em 2006, e outro na categoria Socioambiental, em 2008), dois BNB de Jornalismo, ambos em 2008, e um Troféu Mulher Imprensa, como Repórter de Jornal, em 2006. Muito próximo de Sílvia, com 290 pontos, Vandeck Santiago também é repórter especial do Diário de Pernambuco e, como ela, tem no currículo vitórias no Esso (Regional Nordeste, em 2004), Embratel (Jornalismo Cultural, em 2005 e 2006), e BNB de Jornalismo (em 2004, 2010 e 2011), além de dois prêmios Cristina Tavares de Jornalismo, em 2006 e 2007. Ele está há 13 anos no jornal e antes passou pelas sucursais de Veja, Folha de S.Paulo e JB. A terceira classificada, a fotógrafa Teresa Cristina Maia Dantas, também do Diário de Pernambuco, tem 262,5 pontos, fruto de conquistas como o Ayrton Senna de Fotografia, em 2003, o BNB de Jornalismo ? Fotografia de 2005, 2006, 2008, 2010 e 2011, o Vladimir Herzog de Fotografia de 2004, o Embratel Socioambiental de 2006 e o Cristina Tavares ? Fotografia de 2011. Fabiana Moraes da Silva, a quarta colocada, integra os quadros do Jornal do Commercio e tem 232,5 pontos. Somou pontos com o Embratel ? Jornalismo Cultural de 2011, o Esso de Jornalismo em equipe em 2009, o Esso de Reportagem individual em 2011 e o Esso Regional Nordeste também individual em 2007, além do Cristina Tavares em 2010. Ciara Nubia de Carvalho Alves, também do Jornal do Commercio, ocupa a quinta posição graças aos sete prêmios conquistados, a saber: Caixa de Jornalismo em 2007 (quando conquistou a categoria Jornal e também o Grande Prêmio), o Esso Regional Norte-Nordeste em 2011, o Vladimir Herzog ? Jornal em 2004 e 2006 e o Cristina Tavares em 2010 e 2011. Em 11º lugar, com 165 pontos, aparece Manoel Carlos Chaparro, por todos hoje conhecido como professor Chaparro, um dos mais respeitados pensadores e pesquisadores da imprensa brasileira. Português de nascimento, ele migrou nos anos 1960 para o Brasil, tendo atuado inicialmente na imprensa potiguar e posteriormente na pernambucana, conquistando três prêmios Esso: o Regional D em 1963 e 1964, pelo jornal A Ordem, de Natal; e o de Informação Econômica, em 1966, pelo Diário de Pernambuco. Posteriormente, já São Paulo, Chaparro atuou na Folha de S.Paulo e acabou enveredando pelo campo acadêmico, não sem antes fazer a graduação, aos 48 anos, na Escola de Comunicação e Artes da USP. Foi aluno de quem já era mestre, caso dos colegas Gaudêncio Torquato e José Marques de Melo. Chaparro, vale ressaltar, é membro do Conselho Consultivo do Ranking Jornalistas&Cia. Segue a relação dos mais vitoriosos de todos os tempos na Região Nordeste:
Os mais vitoriosos de todos os tempos ? Região Norte
Lúcio Flávio Pinto, um dos mais respeitados jornalistas do País e reconhecido internacionalmente, é também o mais premiado profissional da Região Norte pelo Ranking Jornalistas&Cia, com 182,5 pontos, fruto de três prêmiosEsso (dois em equipe em 1972, pelo especial Amazônia da revista Realidade, e um individual em 1985).Nas premiações de 1972, ele acumulou 87,5 pontos, sendo 50 do Esso de Jornalismo e 37,5 do Esso de Melhor Contribuição à Imprensa ? ambos valem respectivamente 100 e 65 pontos para premiações individuais e 50% para premiações em equipe, que foi o caso. Já em 1985, a conquista individual do Esso Regional Norte lhe valeu outros 50 pontos. A eles se somam 45 pontos da conquista internacional em 2005 do CPJ Internacional Press Freedom ? Mídia Impressa Jornal.No rastro do paraense Lúcio Flávio ? que há muitos anos deixou a grande imprensa para se dedicar a uma empreitada singular, o Jornal Pessoal, que ele faz sozinho e que vive exclusivamente das assinaturas de seus leitores, sem receita de publicidade ? vêm dois outros conterrâneos, Manoel Dutra, de O Liberal (Belém), que amealhou três Esso regionais nos anos de 1988, 1990 e 1994; e Ulisses Campbell, de A Província do Pará, também com três Esso regionais nos anos de 1995, 1996 e 1998. Ambos acumulam nas respectivas carreiras 150 pontos.Em quarto lugar vem Ronaldo Brasiliense, que ganhou prêmios por veículos paraenses e dos grandes centros onde atuou em várias oportunidades e por vários anos. As conquistas que lhe renderam a atual pontuação foram obtidas em 1998, com um Esso de Informação Econômica, pela revista IstoÉ (65 pontos); em 2003, com um Esso Regional Norte por O Paraense (50 pontos); e respectivamente em 2005 e 2008 com os AMB de Jornalismo Região Norte, que lhe valeram 15 pontos cada.O quinto colocado é Luiz Maklouf Carvalho, que há muitos anos trocou o Pará por São Paulo e que tem entre os prêmios conquistados na região Norte um Esso regional e dois Vladimir Herzog, totalizando 115 pontos. A quinta colocação marca um empate em 100 pontos entre Cláudio Barbosa, de A Crítica (Manaus), que obteve dois Essoregionais respectivamente em 1982 e 1987; e Mário Adolfo Aryce de Castro, também com dois Esso regionais em 1984 (A Crítica) e 1997 (Amazonas em Tempo).No quadro a seguir, a lista dos mais vitoriosos de todos os tempos da Região Norte.
Memórias da Redação ? Bonequinhas cunhantãs
Voltamos a pedir que os leitores enviem colaborações para este espaço, pois temos apenas mais uma para publicar. Abrimos 2013 com mais uma primorosa colaboração de Plínio Vicente da Silva (plinio.vsilva@hotmail.com), diretamente de Roraima. Bonequinhas cunhantãs Ele era ainda quase um curumim, mas já indo para a puberdade quando o conheci. Herenchewe Kohoshitari. Esse o nome do menino de cabelos negros escorridos, franjinha na testa, que encontrei na sede da Funai, em Boa Vista, em meados dos anos 80 do século passado. Como soube nem me lembro, pois os nomes de índios amalocados só quem conhece mesmo são os parentes. Nome de branco eles ganham quando algum padre ou missionário chega à aldeia, subverte a cultura e os costumes e batiza os “pagãos”. Depois da orfandade, adotado por um engenheiro da Eletronorte que trabalhou na construção da hidrelétrica de Balbina, Herenchewe foi morar em Brasília. Reencontrei-o muitos anos depois, já homem feito, casado, pai de duas cunhantãs que mais pareciam bonequinhas orientais. Voltara para a floresta e então fui saber que recebera, com o batismo, um nome cristão: Marcelo. Sobrenome? Ianomâmi, como todos os habitantes das aldeias que reúnem essa etnia. Foi assim que tirou documentos, abriu conta em banco, foi trabalhar na Funai e acabou chefiando o posto indígena do Homoxi, no noroeste de Roraima, fronteira com a Venezuela. Marcelo sempre me visitava quando vinha a Boa Vista receber o salário. Relatava-me os acontecimentos, me pedia ajuda para poder encaminhar a venda de artesanatos feitos na aldeia – arcos, flechas, bordunas, esculturas etc. – e me fazia de seu motorista particular para as compras na cidade. Às vezes trazia Florinda, sua mulher, da etnia taurepangue, e as duas filhas, Vitória e Tereza, homenagem à mãe e irmã adotivas que deixara em Brasília. Nesses momentos, que às vezes duravam o dia inteiro, Salete, mãe de três rapazes, virava avó babona de duas indiazinhas, as filhas que não tivera. Quando levávamos a família ao aeroporto e víamos o táxi aéreo desaparecer entre as nuvens, sentíamos um enorme vazio em nossos corações. Marcelo não gostava de falar do passado, dos pais e irmãos que morreram vitimados pela gripe transmitida por garimpeiros. Por isso mesmo, só muito depois é que me contou o significado de seus nomes indígenas e porque ele os recebeu. O primeiro lhe foi dado pela mãe. No momento em que o dava à luz, sozinha, no meio da floresta, viu uma minhoca se contorcendo sobre a terra revirada na cova que cavara com as mãos para enterrar a placenta. Seguindo o costume de dar ao bebê o nome de algum componente da natureza – rio, animal, árvore, fruto etc. –, chamou-o de Herenchewe, que no dialeto falado pelos ianomâmi da aldeia parimitheri quer dizer “minhoca nervosa”; o segundo ele ganhou no dia seguinte, quando foi apresentado ao pai, que acabara de voltar de uma caçada trazendo às costas uma pequena capivara. E então ele o chamou de Kohoshitari, ou “capivara ligeira”. Por quê? Porque a capivara que perseguira durante uma longa distância, até poder flechá-la, era muito rápida. Estávamos em meio à “guerra” entre garimpeiros e ianomâmi, uma tragédia com milhares de mortos – quantos foram ninguém jamais saberá ao certo – e que deixou muitas sequelas nos dois lados. Certo dia, um jornalista da Veja, que viera a Boa Vista cobrir o conflito, me pediu ajuda. Queria entrevistar um índio ianomâmi que falasse português. Indiquei Marcelo, que estava na cidade. Seu depoimento deu uma Página Amarela e ganhou repercussão no Brasil e no exterior. O que mais me entristece até hoje é saber que muitos jornalistas – brasileiros e estrangeiros –, que aqui estiveram naquela época e que conheceram Marcelo, fazendo dele uma fonte segura e confiável, jamais se preocuparam com seu futuro. Certamente nem sabem que ele morreu de pneumonia. Nem que, conforme a ritual fúnebre de seu povo, teve o corpo embrulhado em trapos e em folhas de bananeira e foi depositado num jirau erguido na floresta, em um canto qualquer do imenso território do extremo norte da Amazônia. Só mesmo um ano depois é que foi receber as honras fúnebres. Como manda o costume ianomâmi, teve suas tralhas destruídas e sua ossada pilada, transformada em pó. Depois, misturada ao mingau de pacová, que os índios chamam de “sopa de parente”, foi distribuída aos moradores da maloca numa cerimônia em que cada um come um pouco para poder receber um pedaço da alma daquele que fez a viagem ao encontro de seus ancestrais. Eu e Salete vimos Florinda e as filhas pela última vez quando ela veio a Boa Vista regularizar os papeis da pensão e deixou as meninas aqui em casa. Depois, desapareceram, jamais voltaram e a última notícia que tivemos foi de que ela se casara de novo, com um pemon, e morava com o marido e as filhas numa aldeia dentro da reserva indígena do parque Canaima, na Venezuela. Passados tantos anos, o vazio e a tristeza ainda teimam em tomar conta de nossas almas. Que seguem ocupadas por uma profunda saudade dos tempos em que as duas cunhantãs, bonequinhas orientais, traziam à nossa casa, naqueles anos sombrios, a alegria de seus sorrisos e a inocência de seus olhinhos negros, que mais pareciam dois frutinhos de açaí.
David Butter deixa a GloboNews
Editor-chefe do Jornal das Dez da GloboNews, David Butter deixou a emissora, onde estava desde 2001, para realizar um antigo sonho: conduzir sua própria produtora. A empresa está em processo de abertura e, com ela, David pretende investir em audiovisual, com foco em desenvolvimento de programas e formatos para tevê e web. Formado pela UFRJ, estava em sua segunda passagem pelo canal, onde entrou como editor de Internacional do Jornal das Dez. Em 2006 passou a exercer a mesma função no Jornal da Globo e desempenhou diversas cargos no G1, no Rio e em São Paulo, até voltar à GloboNews no ano passado. Seu novo contato é butterdavid@gmail.com. Para o lugar dele na GloboNews foi promovida a produtora-executiva do Jornal da Dez Joana Studart (studart@tvglobo.com.br), filha do imortal e articulista político Merval Pereira, que já foi chefe da sucursal do canal em Brasília e produtora em Nova York.
Ranking J&Cia traz os mais vitoriosos de cada região
Após publicar o Ranking dos Mais Premiados Jornalistas Brasileiros de Todos os Tempos e complementarmente os mais vitoriosos em 2012, Jornalistas&Cia apresenta os rankings regionais, destacando região por região quem são os profissionais mais premiados ao longo da história e também aqueles que se destacaram no ano que acaba de findar. A maior concentração de pontos dos rankings regionais de J&Cia está no Sudeste, região que abriga grande parte dos principais veículos e grupos de comunicação do País, como Organizações Globo, Editora Abril, Editora Três, jornais Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo e Valor Econômico, Grupo Bandeirantes e Rede Record, entre outros. Nela, a linha de corte para a definição dos 15 jornalistas mais premiados de todos os tempos ? ou seja, a pontuação do 15º colocado ? foi de 312 pontos. A segunda região que mais pontos acumula é a Sul, com esmagadora influência do Rio Grande do Sul e dos veículos gaúchos do Grupo RBS. A linha de corte no Sul foi de 192,5 pontos. Em terceiro lugar, e subindo ano a ano, está o Nordeste, que vai ficando bem na fita graças sobretudo a dois estados que a cada exercício se destacam mais nas conquistas nacionais: Pernambuco e Ceará, nesta ordem. A linha de corte do Nordeste foi de 140 pontos. Em quarto lugar vem o Centro-Oeste, onde está Brasília, com várias sucursais de veículos de outras regiões (particularmente do Sudeste) e veículos próprios como o Correio Braziliense. A linha de corte do Centro-Oeste foi de 97,5 pontos. E por último, a ainda pouco vitoriosa Região Norte, que reúne um número pequeno de veículos e, consequentemente, de profissionais de projeção nacional. A linha de corte ali foi de 50 pontos. Veja os mais premiados por região:+ Centro-Oeste+ Norte+ Nordeste+ Sudeste+ Sul
O Adeus a Mario Mazzei Guimarães
Em 12/12, aos 98 anos, nos deixou Mario Mazzei Guimarães, profissional que se destacou pelo pioneirismo na cobertura e análise do setor de agronegócios. Nascido em Bebedouro (SP) e formado em Direito pela faculdade do Largo São Francisco, Mario iniciou no jornalismo em 1936, após lutar contra Getúlio Vargas na Revolução Constitucionalista. Naquele ano foi para o Rio de Janeiro trabalhar como editorialista do jornal O Povo.
Em 1937 voltou a São Paulo, especificamente para o município de Barretos, onde foi advogado, promotor, dirigiu pequenos jornais e se aproximou de pecuaristas da região. Em 1944 rumou para a capital, onde produziu o boletim da federação de entidades pecuaristas. Constantino Ianni o convidou, em 1946, para ingressar na Folha da Manhã, onde foi repórter, articulista e redator-chefe. Em 1959 publicou uma importante série de reportagens, ganhadora do Esso de Jornalismo, sobre o Rio São Francisco.
Também foi o autor das colunas O sal de sete dias e O sal de cada dia, assinando com o pseudônimo Pedro Leite. Participou do início do processo de modernização da Folha, dando grande força à reportagem e influindo no projeto de criação de cadernos.
Passou pela reforma que deu origem à Folha de S.Paulo e desligou-se do grupo em 1962. Dois anos depois criou o Correio Agropecuário, jornal que dirigiu por 16 anos, e em 1984 passou a colaborar com a DBO Editores Associados, que se tornou líder no segmento de agropecuária graças a títulos como o Jornal de Leilões e a revista DBO.
Mesmo após a afastar-se da atividade, seis anos atrás – por causa do Alzheimer -, seus textos continuavam a ser republicados na seção Memória da revista. É autor do livro Memórias da roça – Gente que fez história, sobre personalidades do meio agropecuário. Deixou esposa, filhos e netos.