Confira o resumo das mudanças que movimentaram nos últimos dias as redações de São Paulo, Distrito Federal, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Ceará: São Paulo: Ivan Finotti foi confirmado em 29/5 como novo editor da revista sãopaulo. Ele vinha exercendo a função interinamente desde o começo de abril, após a saída de Michele Oliveira, que saiu para atuar como editora da revista Bamboo. Finotti começou a carreira no Notícias Populares, trabalhou em diversas editorias da Folha, como Ilustrada e revista Serafina, e passou por outros veículos. É coautor de Maldito, biografia de Zé do Caixão. Antonio Guerreiro, diretor geral do portal R7 e diretor geral de Internet da Rede Record, passa a acumular também a função de diretor geral de Mídias Sociais. Criada no final de maio, a nova diretoria responde pela operação e distribuição do conteúdo da Record nas diferentes plataformas digitais. Após três meses viajando pela Europa, e tendo feito um curso livre na London School of Journalism, na capital britânica, José Gabriel Navarro ([email protected]) está de volta ao Brasil. Desde a semana passada atua como repórter freelancer de Cultura para a revista Monet (Editora Globo) e de Economia para a CartaCapital. Único repórter de Economia a permanecer no Jornal da Tarde até o fim da publicação, em outubro de 2012, formou-se no 22º Curso Estado de Jornalismo e teve passagens por Brasil Econômico, Época Negócios, Meio & Mensagem e Editora Abril. Distrito Federal: Como parte dos cortes que a Folha de S.Paulo promoveu na última semana, de Brasília saíram Andreza Matais, de Política, e Antonio Marcelino da Silva Filho, que trabalhava na edição e tratamento de imagens. Andreza, que estava na sucursal havia sete anos, começou na Folha Online em 2006. Ganhadora do Esso pelas matérias sobre o enriquecimento do ex-ministro Palocci e a que derrubou Erenice Guerra, então chefe de Gabinete da presidente Dilma Rousseff, antes da Folha Andreza ([email protected] e 61- 8175-0146) atuou na cobertura do Congresso Nacional pela Agência Nordeste de Notícias. Antonio Marcelino (61-9298-1963) estava havia quase 19 anos na empresa. Patrick Selvatti é o novo subeditor do Destak em Brasília. Vindo da Federação das Indústrias do DF, onde respondia pela agora extinta Chefia de Comunicação, chega para suceder a Renata Meliga, que deixou a publicação. Ainda por lá, começou recentemente a repórter Jane Rocha, no lugar de Cibele Maciel. Quem responde pela edição do Destak-DF é Raphael Bruno. Minas Gerais: Maria Amélia Ávila, ex-Rede Minas, Globo Minas, Bandnews FM e Itatiaia, entre outras, está de volta ao mercado. Pós-graduada em Comunicação e Gestão Empresarial e mestre em Comunicação Social, atende pelos [email protected] e 31-333201706 / 8748-4731. Nara Montezano produz até 24/6 a coluna Boas Compras em Veja BH, durante as férias da repórter Daniela Nahas. Sugestões pelo [email protected]. Na Rádio Inconfidência, Isabela Monteiro substitui a Lorena Franco na produção do programa Revista da Tarde. O envio de sugestões de pauta continua sendo feito pelo [email protected]. Rio Grande do Sul: Diretor-executivo de Jornalismo do Grupo RBS, Marcelo Rech foi eleito vice-presidente do Fórum Mundial de Editores, entidade ligada à Associação Mundial de Jornais (WAN-Ifra), durante encontro anual da entidade que se realiza em Bangkok, na Tailândia, desde domingo (2/6) até esta 4ª.feira (5/6), em paralelo ao 65º Congresso Mundial de Jornais. Marcelo, que atuará ao lado do reeleito presidente do fórum Erik Bjerager, editor-chefe e diretor-executivo do diário dinamarquês Kristeligt Dagblad, disse a este J&Cia que sua eleição “é um reconhecimento aos avanços da imprensa brasileira, que, em um mundo em transformação, se torna cada vez mais referência em qualidade e inovação”. O objetivo do Fórum Mundial de Editores é promover a qualidade editorial, a ética e inovações nas redações, além de atuar na defesa da liberdade de imprensa. Após 23 anos no Zero Hora, em cinco passagens, o editor de Atendimento ao Leitor Pedro Chaves decidiu por sua aposentadoria e deixa de vez o jornal. Com a saída dele, a função será extinta e dará lugar à futura Editoria do Leitor, que abrangerá os setores de relacionamento, redes sociais e divulgação, sob o comando de Bárbara Nickel. Em suas passagens pelo ZH, Pedro foi editor de Cidades durante três meses em 1968; editor de Mundo e Variedade e da Revista ZH, entre 1970 e 1972; passou pelo caderno Jornal Hoje em 1974; retornou em 1984 como editor de Política; e nos dez anos seguintes atuou como editor especial de Cidades, editor-assistente de Atendimento ao Leitor e lançou a publicação ZH Praia de Belas; desde 2002 vinha respondendo pelo Atendimento ao Leitor. Ceará: Alexandra Sousa deixou a Rádio O Povo CBN, entrou em licença-maternidade e na volta vai para a TV O Povo. No lugar dela no Revista do Povo entra Farias Júnior.
O impacto do dono da Abril na mídia brasileira
Por Paulo Nogueira (transcrito do blog Diário do Centro do Mundo – http://migre.me/eRcCS –, com a permissão do autor) Um conversador simplesmente incomparável Não é fácil escrever sobre a morte de Roberto Civita, para mim. A Abril foi minha casa, a Abril foi minha escola, a Abril foi meu amor, com os altos e baixos de todas as paixões. E Roberto Civita era a Abril. “Você é como um filho para mim, Paulo”, ouvi dele certa vez. Acho que ele estava sendo sincero. Ou pelo menos eu era o Paulíssimo, como ele me chamava nos e-mails intermitentes que jamais deixamos de trocar. Quando deixei a Abril, em 2006, frustrado por não ter sido promovido a presidente executivo como tinham me prometido, RC disse para mim na conversa de despedida: “A Abril vai ser sempre sua casa”. Se a nossa casa definitiva é a casa da juventude, dos grandes anos e das grandes esperanças, ele não poderia estar mais certo. RC carregou, desde logo, o inevitável fardo dos herdeiros. Você o tempo todo tem que provar – para você mesmo – que não é apenas filho de seu pai. Você o tempo todo procura se diferenciar de seu pai, e isto nem sempre é bom. No caso de Roberto Civita, ele acabou tendo um estilo de administração muito mais distante do que o de seu pai, o fundador Victor Civita. Seu Victor dirigia o próprio carro, e andava sempre pela empresa, com seu sorriso quilométrico e a simplicidade de quem você não vai estranhar se encontrar na feira. Roberto adotou um modelo mais distante de comandar a empresa. Isso se refletiu, sobretudo, em seus principais subordinados. Um presidente executivo recém-contratado me contou certa vez que, logo ao chegar, quis visitar a redação da Exame. Perguntou a um veterano vice-presidente em que andar ficava. “Não sei”, foi a resposta. Outro traço em que Roberto se afastou do pai foi na atitude perante o negócio. Seu Victor foi essencialmente um empreendedor: fez revistas, e fez hotéis, frigoríficos, clubes de livros etc.. Não se tinha propriamente na conta de editor, e isso acabou deixando mais espaço por vários anos para profissionais brilhantes. Você só entende Mino Carta como diretor da Veja à luz da distância de Seu Victor. Mino conseguiu assinar um contrato pelo qual a família Civita só comentava a revista depois que ela estava pronta. Na cabeça pragmática de Victor Civita pareciam estar claros os papéis: todos os jornalistas eram seus empregados, como o organograma demonstrava. Tinham que fazer bons textos, boas legendas, boas capas, bons títulos, boas fotos. A clareza da subordinação dos jornalistas evitou que se estabelecessem rivalidades entre dono e jornalistas. O editor poderia dar uma entrevista na televisão, ser chamado de gênio e bajulado, mas não deixaria de ser empregado de Victor Civita. A cena mudou quando, no início dos anos 80, Victor Civita – num gesto que se tornaria inspirador para muitos empreendedores brasileiros – se afastou dos negócios no gozo de saúde e lucidez e dividiu-os entre os dois filhos, Roberto, o primogênito, e Richard. O patriarca Victor Civita tinha uma relação menos apaixonada com as revistas Roberto ficou com o pedaço principal, as revistas. E seu envolvimento com elas foi muito mais intenso, muito mais apaixonado e muito mais complexo do que o de seu pai. Isso trouxe coisas boas e coisas ruins. Um dono que ama visceralmente o negócio dá à comunidade um sentimento de orgulho considerável: estamos fazendo uma coisa incrível. Somos parte de um tremendo projeto. Mas há, por outro lado, uma inevitável ocupação de um espaço que estava livre. Roberto Civita acabou pegando as revistas para si, sobretudo a Veja – com a qual ele teve uma relação de amor total, incondicional, à prova de tudo, como se fossem ambos Romeu e Julieta. Com isso, o papel dos editores profissionais foi se tornando menor. Entendo que reside aí a explicação do que aconteceu nos últimos anos na Veja. Depois de duas grandes gestões, a de Mino Carta, primeiro, e a de JR Guzzo e Elio Gaspari depois, a Veja acabaria sendo entregue a editores que, limitados, não fizeram os contrapontos indispensáveis a Roberto Civita. E no caso de RC o contraponto era crucial: ele não era um editor natural como, por exemplo, Henry Luce, o criador da Time. Ele era, acima de tudo, um animador. Curiosamente, o que houve acabou sendo a negação a uma máxima que RC gostava de repetir: “Uma revista é seu editor”. A falta de contraponto acabaria levando a duas calamidades editoriais que destruiriam a aura de equilíbrio e pluralidade que foi a grande marca da Veja em seus anos de ouro. Primeiro foi Diogo Mainardi, com sua selvagem caça a Lula, a quem chamava de sua “anta”. No começo dos anos 2000, Mainardi mainardizou a Veja. O espírito intolerante e brutal de sua coluna como que se espalhou pela revista. O serviço seria completado por Reinaldo Azevedo, com seu blog raivoso, extremista, no qual a “anta” foi substituída pelo “apedeuta”. Um bom editor teria percebido logo os estragos provocados por ambos, e teria alertado RC sobre as infrações ao jornalismo decente dos dois. Num certo momento, a Veja, por Azevedo, estava chamando Nassif de “nassífiles”, o que era inimaginável antes. Cada um a seu jeito, Mainardi e Azevedo contaminaram a maneira de ver o mundo da Veja – e também a maneira como o mundo vê a Veja. Editores mais fortes teriam impedido a ação corrosiva de Mainardi e Azevedo. Fiquei impressionado com as manifestações de ódio de que foi objeto, em sua doença e morte, Roberto Civita nas redes sociais na internet. A Abril foi, durante muitos anos, amada pelos brasileiros, paulistanos sobretudo. Uma das campanhas marcantes da empresa tocava nisso: “A Abril faz parte de sua vida”. Fazia mesmo, com suas revistas de alto nível, com suas coleções como Os Pensadores e tantas outras. A Abril popularizou até a música clássica numa coleção primorosa. É naquela Abril, em seu espírito único entre as empresas jornalísticas brasileiras, que a nova geração poderá encontrar respostas para o futuro da casa nesta era digital. A receita estava lá. Está lá. Vou lamentar, evidentemente, o silêncio do conversador extremamente charmoso, divertido, provocador, inteligente – com seu sotaque americano jamais superado. Vou lamentar a ausência dos e-mails destinados ao Paulíssimo, e terei que matar a saudade nos que guardei, assim que a leitura não doer tanto. Pensarei nele sempre com um exemplar de sua tão amada Veja nas mãos. Acho que se ele pudesse negociar sua próxima vida, esta seria uma das principais exigências – a possibilidade de ler a Veja. Roberto Civita, o RC, com toda a sua complexidade, vai estar para sempre vivo em minha memória, em meu coração e em minha gratidão.
Henriette de Salvi assume coordenação editorial da revista Chic (CE)
A revista cearense Chic Automóveis & Sociedade, de Marcondes Viana, passou a contar com o reforço de Henriette de Salvi como nova coordenadora Editorial, integrando a equipe da diretora de Conteúdo Juliana Amaral. Ela deixou a redação de O Povo, onde começou a carreira há sete anos e nos últimos cinco vinha cobrindo a área automotiva dentro do Núcleo de Negócios, mas continua com sua recém-lançada coluna Na Estrada, pela Rádio Beach Park, com dicas e informações sobre os últimos lançamentos do setor. Trimestral, a Chic, que está em seu oitavo ano, promoverá neste sábado (8/6) a III Feijoada CHIC, no hotel Dom Pedro Laguna, para marcar o lançamento de sua 27ª edição. Entre as novidades desse número estão reportagens sobre Ford New Fiesta, Lifan X60, Mercedes-Benz Classe A, Peugeot 208, Toyota RAV 4 e Volkswagen Saveiro 2014 e Gol Track, além de um ensaio fashion com o novo Fusca. A revista traz ainda matéria do correspondente na Alemanha Wilgen Arone sobre produtos reciclados que ganham status e preços elevados quando assinados por grifes de luxo; e uma reportagem de Nicole Pozza sobre as 50 marcas de luxo mais procuradas e admiradas pelos brasileiros, pesquisa que traz a Audi na primeira colocação. O conteúdo também pode ser baixado gratuitamente em smartphones e tablets, por meio dos aplicativos disponíveis nas lojas virtuais.
De papo pro ar ? Fim de show
A cantora Ivone Lara fazia uma apresentação no teatro da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo quando alguém lhe sussurrou ao ouvido, informando da presença na plateia de Zé Kétti, autor de Máscara Negra e outras obras do cancioneiro popular. Apreensiva, ela pediu: – Iiiiih, não o deixem subir. – Por quê? – Porque ele vai querer dar canja e cantar tudo dele. Mas de nada serviu o alerta, pois Zé subiu ao palco e falou e cantou sob uma chuva de palmas, acabando com o show de dona Ivone.
Fábio Cunha deixa a Direção de Redação do Metro
Após dois anos à frente da Direção de Redação do gratuito Metro, do Grupo Bandeirantes, Fábio Cunha deixa esta semana o jornal para assumir a recém-criada Diretoria de Relações Institucionais e Governo na S2Publicom, a convite do CEO José Luiz Schiavoni. Com experiência em redações, comunicação corporativa e institucional e no setor público, Fábio ([email protected]) terá entre suas atribuições fazer com que a agência abra frentes de negócio em governo e entidades. Hoje, a S2Publicom, empresa ligada ao grupo norte-americano Interpublic, é a única entre as cinco maiores do setor no País que não tem contas de órgãos públicos. A nova diretoria também será responsável por public affairs e pela abertura, ainda este ano, da filial de Brasília. No período em que esteve à frente do Metro, Fábio fez a coordenação editorial do lançamento das edições de Porto Alegre, Belo Horizonte e Brasília (esta última dirigida por Claudio Humberto) e conduziu a mudança no projeto gráfico do jornal e da migração para novo sistema editorial. Com a saída dele, a posição de editor-chefe, ocupada por Luiz Rivoiro, passa a ser o primeiro cargo na área editorial, respondendo diretamente ao presidente Cláudio Bianchini.
Trip Editora anuncia redução de equipe e reestruturação processos
Pelas tristezas e dores que sempre provocam, as demissões feitas na última semana (véspera de feriado de Corpus Christi) pela Trip Editora – 19 no total, segundo apurou Jornalistas&Cia, além de três vagas de estágios que não foram renovadas – foram o lado mais visível e comentado de uma reestruturação em curso na empresa. Foi um corte da ordem de 8% do quadro de pessoal da empresa. Entre os desligados estavam três profissionais de texto (um deles, colaborador externo), dois designers, quatro de produção e quatro de publicidade (os demais eram ligados a áreas de apoio como TI, almoxarifado, trade e outros). O outro lado, que obviamente diz muito mais à empresa do que ao mercado, foi o da reestruturação, que envolve praticamente toda a empresa e seus processos produtivos. “Não foi uma decisão impulsiva, de momento”, afirma o editor Paulo Lima, que explica: “Estávamos reavaliando nossos processos e nossas operações havia quase dois anos, desde setembro de 2011, quando contratamos o INDG (atual Falconi Consultoria de Resultados) para nos assessorar e orientar na otimização da estrutura. Vínhamos de dez anos ininterruptos crescendo à média anual de 30%, o que é excelente, mas quase inevitavelmente resulta numa estrutura superdimensionada, com muitas sobreposições de funções e até mesmo de equipes. Juntando essa necessidade com o quadro nada favorável que se observa no mercado para a mídia em geral, e os veículos impressos em particular, consideramos ainda mais imprescindível dar esse passo, que, embora doloroso, era necessário para fortalecer a empresa e deixá-la ainda mais preparada para esses próximos anos, que, esperamos, continuem sendo de crescimento”. Sobre os desligamentos realizados, Paulo Lima diz que a empresa “está fazendo as negociações de forma individual, oferecendo a extensão de plano de saúde e salários a mais. Mas, além disso, para dois jornalistas e uma designer, estamos propondo realocação em outras redações da casa”. Entre os 19 profissionais que deixaram a empresa estão Carol Sganzerla, diretora de Redação da TPM, e, da Trip, a diretora de Arte Paula Carvalho, os produtores Flavia Fraccarolli e Bernardo da Mata e a designer Camila Fudissaku. De certo modo, a atitude da Trip tem lá suas semelhanças com a do Valor Econômico, que há pouco mais de dez dias demitiu 50 profissionais. Do mesmo modo que o Valor, a Trip decidiu fazer sua reestruturação numa conjuntura favorável de mercado: “Por que não fizemos esse ajuste antes, como várias outras empresas jornalísticas fizeram? Porque nosso negócio está ancorado de forma muito consistente em prestação de serviços de branding e comunicação para grandes clientes e mesmo no núcleo que reúne nossas marcas próprias – Trip e TPM – há muito vimos expandindo a atividade em eventos e nos suportes eletrônicos e digitais, complementando e indo além das revistas. Naquele temos 80% de nossa receita, contra 20% que gera o Núcleo Trip, cujo portfólio é integrado pelas duas revistas, os dois sites, redes sociais e os programas de tevê (na Mix TV) e rádio (na Eldorado). Mas mesmo no Núcleo Trip, é preciso dizer, estamos num momento muito positivo. Em 2012, a revista Trip cresceu sua circulação paga em 7,7% e a TPM, em 66,6%, como mostra o IVC; a receita publicitária da empresa como um todo foi 8% maior do que em 2011, contra os 5,8% de expansão do mercado publicitário em geral e a queda de 5,43% do segmento de revistas. Não havia, portanto, necessidade de açodamento. Fizemos quando tinha de ser feito, após estudar criteriosamente cada processo, cada setor da empresa”, esclarece Paulo. Mas o que seriam essas sobreposições de funções e estruturas? “Com o crescimento acentuado de nossas operações, tornou-se muito difícil fazer uma gestão absolutamente precisa das demandas permanentes de recursos materiais e humanos. Com isso, crescemos de forma menos ordenada do que seria ideal e precisávamos acertar isso”, explica o editor, lembrando: “Tínhamos gente fazendo a mesma coisa para diferentes publicações ou plataformas, isso tanto na parte editorial como na comercial. Um exemplo? Mantínhamos três equipes de produção para fazer ensaios sensuais – uma fazia a produção da Trip Girl para a revista; outra, a da Trip Girl para o site; e uma terceira ainda fazia os ensaios masculinos para a TPM – um contrasenso. Mais um? Cheguei a ver dois contatos de áreas diferentes da nossa equipe comercial se encontrando numa sala de espera, para falar com o mesmo executivo da agência com o objetivo de vender anúncios para um mesmo cliente em diferentes veículos do nosso portfólio. Ora, podemos e precisamos racionalizar esse trabalho, tendo equipes mais versáteis, que tenham relacionamentos fortes e capazes de representar os vários veículos da empresa nas negociações com determinadas agências e clientes. E isso se estendia a outras atividades da empresa, equipes que não se conversavam e que se reportavam a diferentes chefias fazendo as mesmas funções etc.. No caso das redações de Trip e TPM, que passaram a ter comando único em fevereiro – Micheline Alves – mas continuavam a existir como dois corpos editoriais distintos, isso muda. Elas passam agora a ser uma única redação, concentrando profissionais seniores e com reforço em algumas áreas e no borderô, cuidando das duas revistas. Com isso e demais medidas, vamos ter menos níveis de chefia, menos reuniões, menos sobreposições e mais eficiência e agilidade nas decisões. O próximo passo será integrar o digital nesse processo, com a determinação de manter as características de cada veículo, mas usando de verdade a força das redes para alavancar todos os nossos produtos. O que queremos e estamos fazendo é ter comando único e um novo desenho, para, a partir daí, termos uma operação mais enxuta e orgânica, sem desperdícios de tempo e energia, com uma equipe concentrada em inovar cada vez mais as fórmulas editoriais e os modos de fazer convencionais. Sabemos que o que a Trip tem de melhor é a sua capacidade de surpreender sempre e manter altos os níveis de criatividade e da qualidade do conteúdo ao longo desses quase 30 anos. Nossa intenção é fortalecer ainda mais esses nossos diferenciais”. Paulo Lima não nega que o redesenho da empresa e respectivos desligamentos tenham a ver com o momento adverso do mercado editorial, que passa de fato por transformações radicais, mas “têm mais a ver com a gordura que tínhamos em nossas operações”. Sobre a questão desse delicado momento de transição, ele diz que chegou a ouvir numa palestra do projeto Fronteiras do Pensamento a argumentação de que “são tantas, tão velozes e tão constantes as mudanças, que talvez já não se possa mais pensar num mundo que muda e estabiliza, como vinha sendo até aqui, mas sim num mundo com transformações permanentes”. “A melhor definição de transição que ouvi é aquela que diz que As coisas já não são mais como eram antes mas ainda não estão do jeito que vão ficar. Como agir, repensar e inovar este nosso negócio, impactado como tem sido por tantas mudanças? O que posso dizer é que vão ter problemas empresas que não perceberem que está havendo de fato uma migração importante de audiência e recursos das mídias convencionais para outras e não reagirem a tempo e de forma inteligente e criativa”, adverte, concluindo: “Antigamente, as empresas tinham mais tempo e espaço para errar. Hoje isso não mais acontece e quem não estiver permanentemente olhando os custos, a eficiência dos processos, a qualidade e os diferenciais criativos do que oferece ao mercado corre o sério risco de ficar fora do jogo”. Atualmente, a Trip é a única editora brasileira a ter conseguido a façanha de licenciar um título nativo na Europa – a revista Trip, na Alemanha, que circula também há três anos na Suíça e na Áustria. Em 2012, a edição brasileira da Trip foi eleita a revista mensal mais admirada do Brasil pelo ranking do Meio & Mensagem e a terceira no geral, ficando atrás apenas de Veja e Exame. Ainda em 2012, a editora celebrou a conquista, pela TPM, de seu quarto Prêmio Esso. A empresa administra atualmente 15 revistas, seis sites, seis publicações para tablets, redes sociais de seis marcas, os eventos Trip Transformadores e Casa TPM, além dos programas semanais Trip TV e Trip FM. Entre seus clientes estão Natura, Gol, Itaú Personnalité, Pão de Açúcar, C&A, Nestlé, Ambev, Audi, Coelho da Fonseca, Marisol, Dufry e JHSF/Shopping Cidade Jardim. São sócios de Paulo Lima na operação o diretor superintendente Carlos Sarli e o diretor Editorial Fernando Luna.
Antonio Rocha Filho deixa o Agora São Paulo
Depois de 24 anos, Antonio Rocha Filho deixou em 23/5 o Grupo Folha, onde desde 1999 era secretário de Redação do Agora São Paulo, e começou na última 2ª.feira (3/6) na Entrelinhas, de Roberto Cosso (ex-Folha, Agora e Folha da Tarde), com quem já havia trabalhado diretamente tanto no Agora quanto na FT. Toninho, que dedicou os últimos 14 anos ao Agora, de cuja criação e lançamento participou, entrou na empresa como repórter do caderno de Esporte da Folha, foi editor-assistente do caderno regional Folha Vale, editor de Geral do Notícias Populares, editor de Cidades da Folha da Tarde, repórter e pauteiro do Cotidiano da Folha, redator de Brasil (hoje Poder) da Folha, editor de Cidades e, por fim, secretário de Redação do Agora. Teve ainda curtas passagens pela sucursal de O Globo em São Paulo e pela revista Fluir. Paralelamente ao novo trabalho, manterá a atuação como professor universitário na ESPM, onde desde o início de 2012 responde pela disciplina de Oficina de Jornalismo Impresso. No lugar dele no Agora fica Cesar Camasão, que era chefe de Reportagem do jornal e que está na empresa desde os tempos do NP. O editor-geral do Agora é Luiz Carlos Duarte. O novo contato de Toninho é [email protected].
Semana do Meio Ambiente multiplica trabalhos sobre Sustentabilidade
Tradicionalmente se multiplicam por toda a imprensa brasileira matérias sobre questões ambientais e Sustentabilidade na Semana do Meio Ambiente, que tem como ponto alto o Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado em 5 de junho. Esses trabalhos, sejam reportagens, artigos ou séries, veiculados em qualquer plataforma informativa, poderão ser inscritos até 5/9 no Prêmio Jornalistas&Cia/HSBC de Imprensa e Sustentabilidade, que chega ao quarto ano de vida. Cada candidato ou equipe poderá inscrever até cinco trabalhos de mesma autoria e essas inscrições não precisam ser realizadas de uma só vez. Um dos cinco maiores do País em valores e número de inscrições, o prêmio distribuirá R$ 107 mil líquidos para as categorias Mídia Nacional (segmentos Jornal, Revista, Rádio, Televisão, Webjornalismo e Imagem – dividida em Fotografia e Criação Gráfica), Mídia Regional (dividida nas cinco regiões brasileiras) e a Categoria Especial Água, exclusiva desta edição. Esta categoria recebe todos os trabalhos das plataformas Jornal, Revista, Televisão, Rádio e Webjornalismo que tenham o tema Água como eixo central de abordagem. Há ainda o Grande Prêmio, que será concedido a um dos ganhadores da categoria Mídia Nacional. Na Coordenação Geral do Prêmio está Lena Miessva (11-2679-6994 e [email protected] e [email protected]). Para ajudar nas dificuldades técnicas ao fazer a inscrição no site ou no envio do trabalho, o participante conta com o serviço de auxílio técnico de profissionais da Maxpress, pelo telefone 11-3341-2799, em horário comercial. O Prêmio Jornalistas&Cia/HSBC de Imprensa e Sustentabilidade é uma iniciativa deste J&Cia, com o apoio do HSBC Bank Brasil e a colaboração da Maxpress. Regulamento e outras informações no www.premiojornalistasecia.com.br.
Em atitude criativa, repórteres do Extra têm dias de aquário
Parte do jornal Extra transferiu-se para a Praça XV esta semana. A estrutura envidraçada, montada em praça pública, fica cercada por curiosos, que observavam o trabalho de se fazer um jornal, no que o Extra passou a chamar de Jornalismo com transparência, no sentido literal. Durante toda a semana, e até sábado (8/6), pessoal da reportagem, arte, diagramação, fotografia e do site passa os dias num aquário, tendo seus movimentos acompanhados por quem gostaria de chegar lá. Metade da instalação é ocupada por outras três unidades: um estúdio das rádios Globo e Beat 98; outro, envidraçado, para ensaios fotográficos com mulheres famosas – ou não seria um jornal popular; e um balcão para as concessionárias de serviços públicos (como água, luz, gás e telefone) que se alternam em turnos para informar e receber reclamações de seus clientes. Até gente da concorrência foi vista por lá, dando uma espiadinha. O Extra considera o projeto – executado para comemorar seus 15 anos – pioneiro e inovador. Mas houve espírito de porco para lembrar que o lado jornalista do poeta Olavo Bilac, com suas crônicas sobre o cotidiano do Rio publicadas na imprensa carioca no início do Século 20, certa vez levou uma redação para a rua, talvez nesse mesmo pátio do Paço Imperial. E haja História. *Na foto, a partir da esquerda, o diretor de Redação Octavio Guedes, o gerente de negócios Leonardo Bruno, as editoras-executivas Denise Ribeiro (do impresso) e Vivianne Cohen (do online), e Luiz André Alzer, diretor-executivo.
Edson Flosi morre em São Paulo, aos 73 anos
Após sete anos lutando contra um câncer, faleceu na manhã desta 4ª.feira (5/4), em São Paulo, Edson Flosi. Ele estava internado desde 31/5 no Hospital AC Camargo. Nascido em 14 de abril 1940, Flosi curiosamente foi registrado como nascido no dia 28, já que seu pai, ferroviário, perdeu o prazo de registro e não tinha como pagar a multa pelo atraso. Começou no jornalismo em 1958, no jornal Notícias de Hoje, em São Paulo, órgão do Partido Comunista Brasileiro, e de lá para cá atuou em redações por mais de 30 anos, em passagens por Diário da Noite, Diário de S.Paulo, Folha de S.Paulo, Jornal da Tarde, Notícias Populares e O Globo. Também foi advogado criminalista, após concluir curso de Direito em 1986, e professor universitário. Foi nesta última atividade, inclusive, que no ano passado envolveu-se em uma polêmica com a Faculdade Cásper Líbero, onde lecionava desde 1996, após ser demitido durante licença para tratamento do câncer. A demissão gerou protestos entre os estudantes da instituição, que mais tarde tentou recontratá-lo, mas Flosi se negou a voltar. Também no ano passado lançou Por trás da notícia – O processo de criação das grandes reportagens (Summus), obra em cujo segundo volume estava trabalhando, e escreveu ainda o livro-reportagem O assalto dos 500 milhões (Best Seller, 1965) e o ensaio político A renúncia do presidente Jânio Quadros (1961). Casado com Nancy da Costa Flosi, era pai dos também jornalistas Edson Costa Flosi e Sandra Flosi, e da procuradora do Estado Nancy Regina Costa Flosi. Seu corpo será cremado no Crematório da Vila Alpina.






