Deixaram o iG na última 2ª.feira (17/6) os diretores Luciano Suassuna, de Entretenimento, Rubens de Almeida, de Integração, e Jackson Bezerra, chefe da Sucursal do Rio de Janeiro. A empresa decidiu rescindir o contrato dos três executivos e no comunicado interno que veiculou agradeceu a todos pela colaboração no período em que lá estiveram, sem ter sinalizado que serão substituídos. Luciano estava havia quase quatro anos na empresa, os três primeiros como diretor de Jornalismo. Antes, ele ficou por 16 anos da Editora Três, onde foi chefe da Sucursal Brasília, redator-chefe da IstoÉ, primeiro diretor de Redação da IstoÉ Gente e por último diretor Editorial adjunto. Em 1996, sua matéria Conversas fulminantes, com a revelação da fita mostrando o tráfico de influência na disputa pelo projeto Sivam, ganhou o Prêmio Esso de Reportagem. Escritor, publicou três livros: O repórter e o poder: uma autobiografia (Alegro, 1999), com Fernando Bardawil; Como Fernando Henrique foi eleito presidente (Contexto, 1994), com Luiz Antônio Novaes, o Mineiro, atual editor-executivo de O Globo; e Os fantasmas da Casa da Dinda (Contexto, 1992), com Luís Costa Pinto. Por este último, ganhou o Prêmio Jabuti 1993, na categoria Reportagem. Seu e-mail pessoal é [email protected]. Jackson Bezerra, que estava no iG desde outubro de 2009, trabalhou por 13 anos na Playboy, entre São Paulo e Rio de Janeiro, cidade em que acabou se fixando e onde, depois, viria a atuar como editor de Jornalismo da Paradiso FM e diretor da Caras. Nesta, além de chefiar a sucursal, também coordenou a cobertura de eventos como Ilha de Caras (em Angra), Castelo de Caras (em Nova York), Caras Neve (em Bariloche) e Villa de Caras (em Gramado). Rubens de Almeida, outro dos que saem, também estava no iG desde 2009. Antes, atuou em projetos e assessoria com sua própria empresa, Linkers Editora; foi da Urban Systems, especializada em análise de dados em mapas digitais; e trabalhou por muitos anos na Editora Pini, empresa que tem em seu portfólio publicações técnicas nas áreas de arquitetura e construção. Agora, volta ao mercado com a Gisbi, uma empresa própria de geomonitoramento e inteligência de mercado, e está abrindo uma editora de livros especializados.
Múltiplos ângulos de um mesmo fato
* Por Fernando Soares, com colaboração de Mariana Ribeiro e Georgia Aliperti O que se viu nos primeiros dias dos protestos em São Paulo foi uma certa indiferença, carregada de desconfiança, tanto por grande parte da sociedade quanto pela imprensa, que aparentemente via as manifestações como um movimento que em nada se diferenciava de tantos outros já realizados na Cidade. Apenas no terceiro dia do protesto (11/6), quando houve violência de parte a parte, entre manifestantes e polícia, foi que a imprensa abraçou a cobertura com vigor. Ao dar manchetes aos estragos causados por malfeitores travestidos de manifestantes, generalizando as acusações, vários veículos foram alvo de críticas e protestos nas redes sociais. A Folha de S.Paulo foi inicialmente um dos principais alvos, após sua capa do dia seguinte ao protesto (12/6) estampar a manchete Contra tarifa, manifestantes vandalizam centro e Paulista, e também publicar na mesma página a chamada para um texto a respeito das manifestações da Turquia com o título Polícia da Turquia reprime ativistas em praça de Istambul. Essa postura, também adotada por outros veículos, foi tema da crítica publicada no último domingo (16/6) pela ombudsman Suzana Singer. No artigo Faroeste Urbano (http://bit.ly/19FYyck) ela afirma: “De fato, Folha, Estado e Jornal Nacional só tinham olhos para a destruição provocada pela turba. Não há dúvida de que a notícia principal era o ânimo incendiário de parte dos ativistas, mas o erro foi ter generalizado. Não se dimensionou qual era a parcela dos manifestantes que estava ali apenas para depredar nem se deu o devido destaque aos demais”. No artigo Redes sociais, boatos e jornalismo (http://bit.ly/11lf0u8), publicado nesta 3ª.feira (18/6) no Observatório da Imprensa, a professora da Universidade Federal Fluminense e autora do livro Repórter no volante Sylvia Debossan Moretzsohn também corrobora a crítica em relação à postura inicial da imprensa, que segundo ela “forneceu mais um estímulo a quem propõe o abandono da ‘velha mídia’ em nome das redes sociais”. Em seu texto ela afirma: “De fato, os episódios dos últimos dias deixaram claro, mais uma vez, que a grande imprensa elege um lado, distorce os fatos, silencia as vozes dissonantes e, diante das evidências – as cenas de barbárie da quinta-feira (13/6), em São Paulo –, tenta atabalhoadamente correr atrás do prejuízo, sem entretanto conseguir livrar-se do jornalismo meramente reativo e declaratório: não consegue ser crítica às fontes oficiais, apenas reverbera seus discursos, mesmo os mais estapafúrdios, como o que assevera não ter havido excessos na repressão aos protestos no Maracanã, no domingo (16/6), ou o que informa sobre o cadastramento de jornalistas para as próximas manifestações, que usariam coletes de identificação – algo impensável mesmo em tempos pré-internet, quando o número de meios de comunicação era infinitamente menor”. Dois dias depois, a mesma Folha de S.Paulo teve sete de seus repórteres feridos durante a cobertura do quarto dia dos protestos, dois deles, Giuliana Vallone e Fábio Braga, atingidos por balas de borracha na região do rosto. Outro caso grave registrado no mesmo dia foi do repórter fotográfico Sérgio Silva, da Futura Press, que foi atingido também por uma bala de borracha no olho e corre risco de perda de visão. A mudança na postura da publicação foi imediata, mas defendida por Suzana também em seu artigo do último domingo, explicando não ter sido a violência sofrida por seus repórteres que fez o jornal mudar sua postura em relação à cobertura dos eventos: “Essa acusação, de corporativismo, é injusta. A edição refletiu uma passeata diferente das anteriores, na qual os militantes estavam incrivelmente bem-comportados e a polícia, muito mais agressiva”. E foi essa agressividade da polícia registrada na última 5ª.feira que, além de gerar material suficiente para subir índices de audiência para vários veículos, também se transformou no dia mais duro para a atuação da imprensa, que naquele momento já dava mais visibilidade e acompanhava as manifestações em maior número. Antes mesmo de ter início a passeata, que saiu das escadarias do Teatro Municipal de São Paulo, o repórter da CartaCapital Piero Locatelli foi preso por carregar vinagre em sua mochila. A atitude truculenta da polícia foi filmada pelo próprio repórter e se viralizou (http://bit.ly/1a9HwSE), tanto que essa onda de protestos que mais tarde chegou a várias cidades do Brasil tem sido apelidada ironicamente por alguns internautas como “Revolta do Vinagre”. Abadá da bala Também nesse dia foram registradas algumas imagens de ataques à imprensa, que provocaram impacto e alguma comoção. Em uma delas, policiais miram e atiram contra um grupo formado por jornalistas que cobriam o confronto no cruzamento da avenida Consolação com a rua Maria Antônia (http://bit.ly/1522pJP). Mesmo com os gritos em que os profissionais se identificavam como da imprensa, vários tiros foram disparados contra os repórteres. Com um saldo de 15 profissionais feridos e três detidos, a Associação de Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Estado de São Paulo, em reunião com associados, decidiu pela distribuição de coletes para o próximo dia de confronto, tendo em vista a segurança de seus profissionais. Horas antes do quinto dia de protesto, nesta 2ª.feira (17/6), cerca de 70 vestes da cor azul foram distribuídas para associados e não associados da entidade, número que acabou sendo pequeno diante da grande quantidade de fotógrafos que compareceram para cobrir a manifestação. “É uma atitude vergonhosa ter que usar colete para diferenciar o profissional, mas foi uma decisão tomada em conjunto com os associados para que os policiais não tenham a desculpa de que não sabiam que éramos profissionais trabalhando. Não sou a favor dessa iniciativa, mas a decisão respeitou a vontade da maioria dos associados”, explicou o presidente da entidade Inácio Teixeira. A mesma sugestão chegou a ser feita pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo aos jornalistas em geral, mas foi prontamente rechaçada. “O Governo do Estado ofereceu coletes mas os jornalistas recusaram, inclusive os apelidando de ‘abadá da bala’, nome que eu acho bastante adequado. Não é possível que jornalista tenha que usar colete para o policial saber em quem ele mira e atira”, comentou o editor da CartaCapital Lino Bocchini. Aos profissionais da TV Record foram oferecidos coletes à prova de bala. “A recomendação de uso foi da nossa Chefia de Reportagem, mas não recebemos nenhuma preparação especial para cobrir essa manifestação”, disse Nathália Cury, repórter do Hoje em Dia. Darlisson Dutra, repórter do SBT, contou que por lá a preparação foi baseada em informações dos próprios colegas jornalistas: “O Ricardo Antunes, nosso cinegrafista, foi atingido por spray de pimenta na última manifestação. A foto dele, inclusive, circulou pela internet, mas ele está bem e pôde continuar seu trabalho normalmente. Então, hoje nós trouxemos máscaras e óculos de proteção para um eventual conflito”. Apesar da preocupação de novos problemas com a polícia, os protestos desta 2ª.feira foram mais tranquilos para a atuação da imprensa. A exceção ficou para as equipes da TV Globo. E, nesse caso, a culpa não foi da polícia. Os próprios manifestantes que se concentravam no Largo da Batata quiseram expulsar o repórter especial Caco Barcellos e a equipe de seu Profissão Repórter do local enquanto eles tentavam entrevistar algumas pessoas. Caco e os repórteres Valéria Almeida, Danielle França, Daniel Paranayba e Newman Costa foram cercados pelos manifestantes que bradavam palavras de ordem contra a emissora carioca. O refrão “o povo não é bobo / abaixo a Rede Globo”, que marcou época com os caras-pintadas de 1992, foi o mais ouvido também agora em 2013. Os gritos, porém, em momento algum foram nominais ao repórter. Após cerca de 20 minutos de confusão, a equipe se dispersou, mas não desistiu da pauta. Um outro repórter da emissora, que não quis se identificar, disse que a reação de manifestantes contra a Globo é comum, mas que nunca havia visto algo tão agressivo. Já Caco afirmou que fazia parte de seu trabalho passar por esse tipo de situação. Em um segundo momento, alguns repórteres da Globo que também cobriam o evento retiraram os cubos de identificação de seus microfones para conseguir produzir suas matérias. Mea culpa No Jornal Nacional desta 2ª.feira, a âncora Patrícia Poeta chegou a comentar as críticas feitas pelos manifestantes à emissora: “A TV Globo vem fazendo reportagem sobre as manifestações desde o seu início e sem nada a esconder. Os excessos da polícia, as reivindicações do Movimento Passe Livre, o caráter pacífico dos protestos e quando houve depredações e destruições de ônibus. É nossa obrigação e dela não nos afastaremos. O direito de protestar e se manifestar pacificamente é um direito dos cidadãos”. Um dos motivos que levou aos protestos contra a emissora foi uma análise veiculada no Jornal da Globo em 12/6, em que o colunista Arnaldo Jabor fez duras críticas aos manifestantes do Movimento Passe Livre, comparando-os ao PCC e chamando-os de ‘filhinhos de papai’ e ‘revoltosos de classe média’ (http://bit.ly/15ZzyIx). Cinco dias mais tarde, o colunista veiculou na CBN a coluna Amigos, eu errei. É muito mais do que 20 centavos (http://glo.bo/14cYBXr), em que faz um mea culpa por sua posição inicial em relação aos protestos. Ainda assim, a postura de Jabor foi criticada por grande parte dos manifestantes e também por alguns profissionais da imprensa. Em post publicado no Diário do Centro do Mundo, Kiko Nogueira comenta o caso. “O colunista Arnaldo Jabor fez um dos mea culpa mais espetaculares na história do jornalismo mundial, notável em dois aspectos: pela convicção e truculência do primeiro comentário, devidamente renegado; e pela velocidade da mudança de ideia”. Mas os protestos não se restringiram à TV Globo. Também foram alvo dos manifestantes a revista Veja, que teve sua conta no twitter e de seu redator-chefe Lauro Jardim hackeadas; e, no caso mais emblemático, o apresentador do Brasil Urgente José Luiz Datena, da Band, criticou duramente a manifestação e fez uma pesquisa ao vivo perguntando se a população era a favor daquele tipo de protesto. Ao notar que a maioria das pessoas que respondiam à enquete se diziam favoráveis, visivelmente desconfortável, o apresentador ainda comentaria ao vivo: “Será que formulamos mal a pergunta: Você é a favor de protesto com baderna?…Faça a pergunta do jeito que eu pedi, por favor”. O resultado foi ainda mais discrepante, com mais que o dobro de pessoas respondendo que sim, em relação aos contrários ao protesto. Na marcha desta 2ª.feira, em São Paulo, foi possível ver manifestantes com placas criticando o apresentador e uma delas desafiava: “Datena, faz mais uma enquete”. Nesta 3ª.feira (18/6) o trabalho voltou a ficar complicado para parte da imprensa, principalmente para as equipes da TV Record, que teve um caminhão link incendiado e alguns de seus profissionais atacados por um grupo exaltado de manifestantes. Minutos após o ataque, a apresentadora e repórter Rita Lisauskas postou na sua conta no twitter a seguinte mensagem: “Jogaram vinagre nos meus olhos, não deixaram eu entrar ao vivo direito e ouço todos os xingamentos possíveis. Fogo no carro da Record. Triste”. Em comunicado emitido poucas horas após o ataque, a emissora informou que todos seus profissionais que ali trabalhavam escaparam ilesos da cobertura dos protestos. “A grande maioria dos manifestantes já tinha deixado o local em passeata. Por isso, a Record tem a certeza de que foi atacada por uma minoria de vândalos. Antes que o carro saísse, um grupo atacou o veículo com pedras e depois colocou fogo nos equipamentos”, informou o comunicado. “Eu me solidarizo aos profissionais da Record. Os repórteres estão sendo agredidos durante as manifestações como se fossem os culpados. Nós é que estamos dando a possiblidade desse movimento aparecer”, comentou Jorge Pontual durante transmissão ao vivo da GloboNews na noite desta 3ª.feira (18/6). Por falta de segurança na região, jornalistas chegaram a se abrigar na Secretaria de Segurança Pública. Sindicato – Por causa das agressões e prisões registradas na cobertura das manifestações em São Paulo, a direção do Sindicato dos Jornalistas está convidando os profissionais agredidos pela Polícia Militar para uma reunião nesta 5ª.feira (20/6), às 11h, na sede da entidade (rua Rego Freitas, 530 – sobreloja). O Sindicato informa estar à disposição para eventuais ações individuais e coletivas solicitando indenização por danos físicos, morais e materiais. Mais informações em 11-3217-6299. Jornalismo colaborativo – Diante da onda de protestos e do desencontro de informações nas redes sociais, um grupo de 30 a 40 repórteres que já vinham se reunindo havia alguns meses aproveitou a oportunidade para dar forma ao projeto Repórter da Internet. Com presença nas principais redes sociais, a iniciativa busca valer-se de todas as facilidades criadas pelas novas tecnologias para fazer uma cobertura confiável e independente dos acontecimentos, a fim de servir de contraponto à boataria que nesses momentos inunda as redes sociais. “Durante os protestos nos dividimos, com alguns profissionais na rua e outros na central, e ali recebíamos as informações e as replicávamos. A intenção era fazer algo diferente da imprensa e ao mesmo tempo mais confiável do que os relatos na internet”, explica um dos integrantes do grupo que, em nome de manter o foco no grupo e no trabalho coletivo que realizam, prefere não se identificar. Em cinco dias, a página do serviço no facebook (facebook.com/ReporterDaInternet) já conta com mais de 2.500 assinantes. A iniciativa também está presente no twitter (@repdainternet), instagram (reporterdainternet) e youtube (/Reporterdainternet).
A Capital Federal também se rende aos ativistas
Por Kátia Morais A mobilidade urbana e a aplicação dos recursos para a Copa foram as principais reivindicações dos manifestantes ouvidos pelo Portal EBC nesta 2ª.feira (17/6). Os cerca de cinco mil participantes concentraram-se a partir das 16h no Museu da República, desceram a Esplanada dos Ministérios e o gramado, até alcançarem, à noite, a cúpula de cobertura do Congresso Nacional. Corre nas redes sociais e na imprensa que a dimensão tomada pelos protestos pegou o Governo Federal de surpresa. Até à noite de 2ª.feira, auxiliares próximos à presidente Dilma Rousseff ainda custavam a traçar um diagnóstico claro da situação. De um lado, alguns se queixavam de uma “coincidência de fatores que deu ao assunto projeção nacional”. Do outro, estavam aqueles que se mostravam mais preocupados com o risco de os protestos alimentarem o discurso dos partidos de oposição. Até que, na mesma noite, a presidente Dilma declarou “legítimas e democráticas as manifestações pacíficas”. No momento em que os manifestantes alcançaram cúpula do Congresso, a PM chegou a posicionar-se para o caso de uma invasão, mas, seguindo o teor pacífico da manifestação, o grupo foi, ao longo da noite, desocupando a área de posicionamento restrito do governo. Do lado de cá Segundo Iolando Lourenço, presidente do Comitê da Imprensa do Congresso Nacional, o principal dano aos jornalistas que trabalhavam no local na noite de 2ª foi o desligamento da energia elétrica por volta das 21h30, que praticamente inviabilizou o trabalho das equipes presentes, especialmente as de televisão, obrigadas que foram a permanecer no local até mais de meia noite. O estrago na Câmara, embora preocupante pelo que representou, materialmente foi insignificante, com dois vidros quebrados, um na Vice-Presidência e outro próximo à Secretaria Geral da Mesa; a cúpula do Congresso pichada; e alguns mármores da laje arrancados. O Senado Federal, por meio de sua assessoria de imprensa, emitiu Nota Oficial do presidente Renan Calheiros: “O Congresso Nacional reconhece a legitimidade de manifestações democráticas como as havidas hoje, desde que as instituições sejam preservadas. Pessoalmente dei ordens à Polícia Legislativa para que não reprimisse a manifestação popular e que em nenhuma hipótese usasse de violência, mantendo apenas a ordem necessária. O Congresso Nacional continuará aberto às vozes das ruas e recolherá todos os sentimentos das manifestações a fim de encaminhar soluções no que lhe couber, como não poderia ser diferente em um ambiente democrático”. O carro de reportagem da Record Brasília foi apedrejado por manifestantes durante o ato público. A cobertura da emissora na Capital Federal foi feita por Carol Andrade e Henrique Amaral. A repórter Maria Ferri ficou presa no veículo da emissora, e foi impedida de trabalhar na cobertura do protesto.
Rio de Janeiro: ?Fui chamada de X-9?
Por Cristina Vaz de Carvalho Rótulo de alcaguetes pode provocar revide dos manifestantes em futuras manifestações As manifestações no Rio, como em todo o País, chocaram bastante os profissionais envolvidos na cobertura dos fatos. Sob esse ponto de vista, a expectativa é de que a situação vai piorar. As autoridades devem usar as imagens para identificar os que realizaram atos de vandalismo – internacionalmente chamados de Black Blocs, grupos que questionam o sistema, mascarados para impedir a identificação pelas autoridades – e essas imagens provêm da cobertura que os jornalistas fizeram. Portanto, a persistir a movimentação, os manifestantes devem intensificar contra eles suas hostilidades. Veja registrou que uma equipe da TV Globo foi encurralada por manifestantes, e um grupo a atacou com xingamentos como “ei, Globo, vai tomar …”. Jogaram sacos de lixo e a equipe só não foi mais maltratada por estar protegida por seguranças da emissora, conforme relato do jornal O Globo. Seguranças da emissora? Equipes acompanhadas por seguranças é algo novo no Rio, cidade já tão habituada às zonas de conflito. Luiz Carlos Azenha, no seu site Vi o mundo, postou que “repórteres da Globo não usaram o cubo que identifica a TV quando estavam próximos dos manifestantes”. Na 2ª feira (17/6), o carro do radialista Fabrício Ferreira, um Ford 1993, foi o primeiro a ser queimado pelos manifestantes (e exaustivamente mostrado em imagens de tevê). Fabrício é operador de áudio, trabalha à tarde na Rádio Tupi e à noite na Rádio Manchete (que funciona na rua da Assembleia nº 10), e estaciona seu carro ao lado da Assembleia Legislativa (Alerj). Assistiu a tudo pela janela, desolado: o carro ainda não estava quitado nem tinha seguro. A primeira reação partiu dos amigos que fizeram uma “vaquinha” online. Ele mora na Baixada Fluminense, a renda da família é complementada por sua mulher que vende lingerie, e transportava a mercadoria no carro incendiado, o que aumentou seu prejuízo. Mas, no dia seguinte, Fabrício teve solidariedade inesperada no programa Show do Pedro Augusto, da Tupi, quando o apresentador se ofereceu de público para lhe dar um carro novo. O jornal O Globo teve três equipes na rua, com Antônio Werneck, Gustavo Goulart e Vera Araújo. Vera, que esteve nas manifestações de 5ª.feira da semana passada e nesta 2ª, lembra: “A gente se sentiu ali participando da História. Em mais de 20 anos de profissão nunca vi coisa parecida. A parte inicial foi emocionante, 100 mil pessoas piscando luzes. O final foi grotesco, 200 ou 300 destruindo tudo em volta. Olha que eu subo morro, no meio de tiroteios, e nunca vi isso. Era pedra para tudo quanto é lado. Eu filmando, e pedras vindo na minha direção, quebrando os holofotes dos monumentos em volta. Éramos vistos como inimigos pelos dois lados. Fui chamada de X-9”. Depois da manifestação de 13/6, quando foram usadas bombas de gás lacrimogêneo, as equipes pediram máscaras e óculos, e foram atendidas pela Chefia de Redação. A avaliação dos que os usaram é que ajudou bastante. Aziz Filho, editor-chefe de O Dia, comemorava aniversário na 2ª.feira e convidou os amigos para um pub na Lapa. Passou a noite trabalhando e, sem outra alternativa, sugeriu que a festa fosse transferida para o ano que vem. A capa do jornal, com foto da manifestação pacífica na diagonal, diferente da que foi amplamente veiculada (do “repórter aéreo” Genilson Araújo), ganhou elogios. Os repórteres acreditam que havia muitos agentes infiltrados ali. E alguns se lembravam do caso do RioCentro, a cada pedra que passava perto da sua cabeça, achando que poderia ser uma bomba. Um fato os marcou: no meio do caos, certas pessoas tentavam se organizar. Houve tiros de verdade, e quem cobria viu os estudantes de Medicina da UFF, presentes à marcha, acudindo os feridos. Outro grupo, no dia seguinte, convidava voluntários para fazerem uma limpeza dos prédios históricos pichados e depredados. Não se atacaram prédios pertencentes ao patrimônio histórico do Rio, mas à História do Brasil. Ao mesmo tempo que, em Brasília, manifestantes ocupavam a laje do Congresso, no Rio incendiavam a entrada da Assembleia Legislativa. O prédio foi construído para sediar a Câmara dos Deputados na então capital da República. O Palácio Tiradentes tem esse nome porque naquele terreno funcionou a cadeia em que o inconfidente passou seus últimos dias. Outro local atingido foi o Paço Imperial, construído por Dom João VI, que aqui chegou quando Napoleão invadiu Portugal. O mais provável é que o grupo de manifestantes não tivesse noção dos símbolos que agrediam. Na mesma 2ª feira, tanto na TV Record como na GloboNews, jovens repórteres disseram que esta foi a maior manifestação que já houve no Rio de Janeiro. O livro de Evandro Teixeira 1968 Destinos – Passeata dos 100 mil (editado por sua filha Carina Almeida) está aí para mostrar que o Rio já viu esse filme.
Marcelo Moraes assume sucursal do Estadão no DF
Marcelo Moraes, que vinha respondendo pela Chefia de Redação do Estadão em Brasília, assumiu nesta 2ª.feira (17/6) a direção da sucursal, no lugar de João Bosco Rabello, que deixa a função depois de 23 anos mas permanece na empresa escrevendo sua coluna dominical e blog. Ele – que começou a carreira em 1974, no extinto Diário de Notícias, no Rio, e em 1977 transferiu-se para Brasília, onde teve passagens por EBC, Correio Braziliense, O Globo e Jornal do Brasil – também seguirá atuando como parceiro em todas as plataformas do Grupo Estado, como no projeto Broadcast Político, lançado oficialmente nesta 3ª.feira (18/6 – ver capa). Marcelo acumulará os cargos enquanto o jornal não definir sua substituição no comando da Redação. Há 14 anos na empresa, foi editor e editor-executivo em Brasília e por um ano respondeu pela editoria-executiva de Produção na sede do jornal, em São Paulo.
Sexo também pode ter jornalismo
Já pensou em trabalhar testando produtos eróticos? Não? Pois a Mariana pensou. “Meio de brincadeira”, como diz, respondeu a um anúncio de vaga para o site Sexônico (www.sexonico.com.br), um buscador virtual de produtos eróticos. Mais de 7.000 pessoas também entraram na “brincadeira” e quiseram ser testadoras de produtos eróticos. Após um mês de entrevistas e avaliação de textos, Mariana Blac, uma jornalista paulistana de 27 anos, foi escolhida. “Antes do Sexônico trabalhei em agências de publicidade. Há tempos buscava um emprego que me permitisse trabalhar em casa. O Sexônico anunciou a vaga em outubro do ano passado e eu vi um amigo compartilhando a notícia no facebook. Enviei meu currículo meio de brincadeira, porque queria trabalhar em home office e estava cansada de agência. Achei interessante a oportunidade de poder falar de sexualidade jornalisticamente, esclarecendo os consumidores e ajudando-os a obter informações sobre os produtos”, conta Mariana. Hoje ela produz conteúdo para blog (www.marianablac.com.br) e facebook de Mariana Blac e Sexônico, além de avaliar e produzir resenhas de pelo menos um produto por semana.
Congresso da Abraji tem novas presenças confirmadas
Audálio Dantas, Eliane Brum e Miriam Leitão são algumas das presenças confirmadas no 8º Congresso Abraji de Jornalismo Investigativo, que acontecerá de 12 a 15 de outubro no Rio de Janeiro. Além deles, também já garantiram presença o presidente do STF Joaquim Barbosa, Eduardo Faustini (TV Globo), Juan Arias (El País), Mário Magalhães, Rubens Valente (Folha de S.Paulo), Juca Kfouri (UOL/ESPN/Folha de S.Paulo), José Paulo Kupfer (Estadão) e Thomas Blanton (National Security Archives – EUA). As inscrições seguem abertas em preço promocional até 9 de setembro. Profissionais e estudantes associados da Abraji, em dia com suas anuidades, têm desconto de aproximadamente 40%, além de garantirem acesso gratuito a outros eventos da entidade, como seminários regionais e cursos presenciais e online. O valor da inscrição para não-sócio é de R$ 490 para profissionais e de R$ 310 para estudantes. Aos que queiram afiliar-se à Abraji, o valor da anuidade é de R$ 220 para profissionais e R$ 110 para estudantes. Caso optem por se associar no ato da inscrição no Congresso, os novos associados já recebem o desconto de 40% na inscrição, com um investimento total (inscrição + anuidade) pouco maior do que o valor das inscrições sem desconto (R$ 325 para estudantes e R$ 520 para profissionais). Para filiar-se ou inscrever-se no Congresso acesse www.abraji.org.br. Portal dos Jornalistas apoia esse evento.
Equipes da TV Globo são hostilizadas durante protestos em São Paulo
Depois dos protestos da última 5ª.feira (13/6) em São Paulo, em que o saldo não foi dos melhores para jornalistas, com cerca de 15 profissionais feridos, dois deles atingidos por tiros de borracha na região dos olhos, as manifestações desta 2ª.feira (17/6) na capital paulista foram bem mais calmas para a atuação da imprensa. A exceção ficou para as equipes da TV Globo que tentaram trabalhar durante o evento. Em função das críticas à emissora por sua postura na cobertura dos protestos, seus repórteres foram hostilizados verbalmente enquanto tentavam entrevistar os manifestantes. Entre eles, estava o repórter especial e apresentador do Profissão Repórter Caco Barcellos, alvo de muitas críticas e xingamentos de alguns manifestantes mais exaltados. Por orientação da emissora, os profissionais não quiseram comentar o episódio, mas Caco afirmou que fazia parte de seu trabalho passar por esse tipo de situação. Em decorrência do grande número de profissionais feridos ou que foram alvo da polícia na última semana, a Associação de Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Estado de São Paulo chegou a distribuir 70 coletes entre associados para facilitar a identificação por parte dos policiais. “É uma atitude vergonhosa ter que usar colete para diferenciar o profissional, mas foi uma decisão tomada em conjunto com os associados para que os policiais não tenham a desculpa de que não sabiam que éramos profissionais trabalhando”, explicou o presidente da entidade Inácio Teixeira, durante a reunião promovida com os associados em frente à estação Faria Lima do metrô, minutos antes do início da manifestação. Em entrevista a este Portal dos Jornalistas, ele explicou que não era a favor dessa iniciativa, mas que a decisão respeitou a vontade da maioria dos associados. A distribuição de coletes também havia sido sugerida na manhã desta 2ª.feira pela Secretaria de Segurança Pública aos jornalistas que fossem cobrir o evento, mas ela foi prontamente rechaçada pelos profissionais. “O Governo do Estado ofereceu coletes mas os jornalistas recusaram, inclusive os apelidando de ‘abadá da bala’, nome que eu acho bastante adequado. Não é possível que jornalista tenha que usar colete para o policial saber em quem ele mira e atira”, comentou o editor da CartaCapital Lino Bocchini. Vale lembrar que a revista teve um repórter, Piero Locatelli, preso durante os protestos da semana passada por portar vinagre em sua mochila, substância que segundo profissionais que atuam na cobertura dos eventos facilita a respiração durante ataques de bombas de gás lacrimogêneo e sprays de pimenta. O repórter foi liberado no mesmo dia e esteve presente nas manifestações desta 2ª.feira.
Curso de focas do Estadão abre inscrições
Estão abertas até 28/7 as inscrições para o 24º Curso Estado de Jornalismo, mais conhecido como Curso de focas. Podem se inscrever estudantes de último ano de todas as faculdades de Jornalismo do Brasil ou formados em 2011 e 2012. De 2/9 a 13/12/2013, os 30 selecionados realizarão atividades em período integral na sede do jornal, em São Paulo, que incluem disciplinas teóricas de Política, Economia, Filosofia, Ética e Português, além de módulos práticos. Também estão previstos treinamentos em Reportagem com Auxílio do Computador, com José Roberto de Toledo, e acompanhamento de gastos públicos, com Gil Castello Branco, da ONG Contas Abertas. A primeira fase do processo seletivo é online, realizada no momento da inscrição, pelo www.estadao.com.br/focas. O resultado será divulgado em 18 de agosto.
Infomotor lança revista MotoJornal para motociclistas iniciantes
A Infomotor, empresa responsável pelo conteúdo da Agência InfoMoto, acrescentou mais um título ao seu portfolio. Distribuída gratuitamente a alunos de moto-escolas, a revista MotoJornal (www.motojornal.com.br) chega com pautas focadas no público iniciante em motociclismo, trazendo opções de motos no mercado, além de dicas de pilotagem e orientação na compra de equipamentos e manutenção. “Queremos que esse público receba informações de qualidade, transmitidas de forma direta e descontraída”, explica o editor Cicero Lima ([email protected]). “Não queremos concorrer com as tradicionais publicações do segmento, mas sim atingir um leitor que praticamente não sabe nada sobre motociclismo, mas tem a convicção de que a motocicleta lhe dará maior agilidade, liberdade e economia”. Mensal, a publicação é impressa em formato pocket (210 mm x 148 mm), com tiragem de dez mil exemplares distribuídos em moto-escolas de São Paulo e Fortaleza, em parceria com a Federação Nacional das Auto Escolas. “A ideia é ampliar de forma gradual a tiragem e a distribuição para todo o País”, explica o diretor da empresa Aldo Tizzani ([email protected]). Esse, a propósito, é o primeiro projeto lançado após a recente associação de Cicero à Infomotor, dirigida até então por Aldo e Arthur Caldeira ([email protected]). Antes, Cícero esteve por 15 anos na equipe da Duas Rodas, onde vinha atuando como gerente de Conteúdo e Relacionamento, coordenando os prêmios Moto do Ano e Melhor Motociclista do Brasil. Com a chegada dele para dirigir a recém-criada área de Novos Negócios da Infomotor e cuidar do conteúdo da revista bimestral Ordem de Serviço – e agora da MotoJornal –, Arthur passou a coordenar as ações editoriais da Agência e do Blog da InfoMoto e Aldo, a responder pelas áreas de publicidade, marketing e relações públicas da empresa. A edição nº 1 – A primeira edição da MotoJornal, que chega às moto-escolas na próxima semana, trará como destaque um test-drive com o PCX 150, novo scooter da Honda, além de detalhes das novas Yamaha Factor Segunda Geração 2014 e Suzuki GS 120, e reportagens sobre como comprar a primeira moto, encarar o caótico trânsito urbano e o perigo de usar capacete falsificado. Mais informações pelo 11-2574-5640.






