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quarta-feira, julho 23, 2025

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Memórias da Redação ? As calcinhas do Jerry Adriani

Memórias da Redação Na esteira das comemorações pelos 50 anos de José Paulo de Andrade na Rádio Bandeirantes, Plínio Vicente (plinio.vsilva@hotmail.com) manda de Roraima uma história que viveu no interior de São Paulo com o titular do Pulo do gato. As calcinhas do Jerry Adriani Anos 60 do século passado. José Paulo de Andrade e eu apresentávamos um programa matinal de variedades, de 2ª a 6ª.feira, na Difusora AM de Jundiaí (SP). Às vezes, no meio da semana, ele chegava tarde, pois era também narrador de futebol da Bandeirantes AM. Quando era escalado para jogos no interior, seu retorno à capital dava-se quase sempre no meio da madrugada e não era fácil acordar a tempo de encarar, sem atrasos, os 60 km da Via Anhanguera até a Terra da Uva. A situação se repetia quase sempre nas manhãs das 5as.feiras. Nesses dias eu abria o programa, pedia ao operador para emendar duas ou três músicas e ia para uma das janelas do 7º andar esperando ver o Zé Paulo chegar e estacionar seu carro na rua Barão de Jundiaí, em frente ao Edifício Mariju, prédio da emissora. Alguns anos mais tarde, até nossa parceria se desfazer, a espera já não era mais pelo Willys Gordini, mas por um Opala Comodoro. Foram alguns anos que, confesso, me fizeram aprender muito. O eterno apresentador do Pulo do ato revelou-se um amigo especial, jamais se recusou a me ajudar, principalmente mostrando como descobrir, na prática, os segredos do radiojornalismo. As informações que recolhi no curso de nossa parceria foram cruciais para que, ao deixar o rádio e bandear-me para o jornalismo impresso, eu pudesse alcançar um relativo sucesso mais à frente. Diria mesmo que sem elas teria sido muito mais difícil fazer carreira. Aliás, foi ideia dele eu pedir ao dono da Difusora, Tobias Muzaiel, que anotasse na minha carteira profissional o exercício da função de redator-noticiarista, prevista no Decreto 972/69, que regulamentou a profissão de jornalista, e com a qual me habilitei a requerer ao Ministério do Trabalho o registro de jornalista. Entre suas tantas virtudes, Zé Paulo tinha uma que marcou definitivamente minha admiração por ele: a capacidade para atrair nomes famosos da música e convencê-los a participar de um programa de rádio no interior. Era comum a Difusora ser visitada por cantores e músicos de todos os estilos, os que já faziam sucesso ou aqueles que ainda estavam começando a carreira. Foi assim que conheci Antonio Rago, um violonista fabuloso e a quem sempre pedia uma palhinha de Abismo de rosas, clássico da música romântica brasileira; e Reginaldo Rossi, que encantava minha saudosa mãe com suas músicas brego-românticas. Eram nomes com os quais Zé Paulo mantinha o contraponto aos que faziam sucesso entre a garotada. Junto com os dois, figurinhas carimbadas do programa, quase toda a Jovem Guarda passou por lá, menos Roberto e Erasmo Carlos. Mas a lista é grande e entre os mais famosos tive a oportunidade de conviver no estúdio com Jorge Ben (ainda sem o Jor), Mário Marcos (que depois veria seu irmão Antônio Marcos ganhar status de estrela pop), Vanusa, Carlos Gonzaga, Agnaldo Timóteo, Os Vips, Nalva Aguiar, Martinha, Agnaldo Rayol, Eduardo Araujo e Sylvinha, Golden Boys, Nilton César, Os Incríveis, Paulo Sérgio, Rosemary, Ronnie Von, Renato e seus Blue Caps, Roberto Barreiro, Sérgio Murilo, Trio Esperança, Waldirene e Wanderley Cardoso, entres outros menos votados. Creio, todavia, que todo o zoológico da Jovem Guarda dos anos 1960 frequentou o nosso aquário. Numa 2ª.feira Zé Paulo me informou que estava tentando convencer um dos reis do iê-iê-iê a ir ao programa. Mas faltavam ainda alguns detalhes e por isso guardou segredo. Na 4ª.feira revelou no ar: “Sexta-feira o programa Cidade em dose dupla vai receber Jerry Adriani. Não percam”. Foi um alvoroço total. Meninas, meninotas, moças, senhoras e até velhotas congestionaram as linhas da falecida CTB (Companhia Telefônica Brasileira) com ligações ininterruptas para a rádio querendo saber a que horas o Jerry chegaria, se era preciso comprar ingressos etc etc.. Foi então que começamos a perceber o tamanho do problema. O cara era um astro de primeira grandeza e certamente o prédio da rádio seria pequeno para o tamanho da plateia. Mas o pessoal não concordou em levar o programa para outro local. Eu chegava à emissora quase de madrugada, sempre antes das seis, abria a programação depois da execução do Hino Nacional e entregava o horário a Tião Caboclo, apresentador sertanejo, que ia até pouco antes das sete. Eu entrava de novo, fazia a passagem e anunciava Adolfo Barbieri, dono de um programa de músicas antigas. Quando recebia o horário de volta, pouco antes das 8h, abria o Cidade em dose dupla e ficava à espera do Zé Paulo, que quase sempre chegava com uns dez minutos de atraso. Aí a gente tocava junto até meio dia.  Na 6ª.feira, com o dia ainda escuro, ao atravessar a rua Barão de Jundiaí em direção à rádio chamou-me a atenção o número de pessoas que já se aglomerava em frente ao prédio. Seu Anselmo, o zelador, estava apavorado e não sabia o que fazer para segurar aquela gente toda, que insistia em subir até o estúdio. Já estava a ponto de chamar a polícia. Em seu socorro, expliquei à mulherada que o Jerry só chegaria lá pelas 10 horas e não adiantava elas ficarem ali, pois por uma questão de segurança ningu&ea

Thales Guaracy sucederá Edson Aran no comando da Playboy

A revista Playboy entra em março sob nova direção. Sai Edson Aran, que a pilotou nos últimos sete anos, e em seu lugar entra Thales Guaracy, um rosto bem conhecido na Abril, que regressa pela terceira vez à empresa. Edson diz que o divórcio é amigável, sem traumas, uma saída que começou a ser negociada no  ano passado: “Após esse período na Playboy, sinto a necessidade de me reciclar profissionalmente. Por enquanto, as ideias são incipientes, mas meu objetivo é criar uma ‘produtora-multimídia-de-conteúdo’. Mas como ninguém leva ‘produtora-multimídia-de-conteúdo’ a sério, estou dizendo que vou montar uma pequena editora”. Segundo Claudia Giudice, que comanda a Unidade de Negócios II da Abril, à qual a revista está integrada, “ele havia pedido para sair em março de 2012 e nós pedimos para ele ficar e fechar o ano”. Edson Aran começou a carreira em 1986, egresso do Curso Abril de Jornalismo. Ficou cinco anos na Contigo e depois chefiou as redações das revistas Set, Interview, Vip e Sexy. Também cartunista, publicou seus textos e desenhos de humor em Pasquim, revista AZ, IstoÉ e Diário Popular. É autor dos livros Aqui jaz – O livro dos epitáfios, A noite dos cangaceiros mortos-vivos, Conspirações – Tudo o que não querem que você saiba e O imbecilismo – e outros textos de humor. Thales Guaracy volta à Abril, onde esteve duas vezes em Veja, respectivamente como editor de Brasil e repórter especial; passou pelo Grupo Exame, em que foi editor-executivo, e depois foi por seis anos diretor de Redação de Vip, tendo participado do seu lançamento como revista independente. Em seguida foi para a Camelot, como diretor Editorial, responsável, entre outras, por revistas como Gula, Viver Bem e Jovem Pan e pelo lançamento da edição brasileira da Forbes. Antes da Abril, passou por Gazeta Mercantil e Estadão. Com um pé no Jornalismo e outro na ficção, gênero de cinco dos 11 livros que publicou (Filhos da terra, O homem que falava com Deus, A quinta estação, Campo de estrelas e Amor e Tempestade), coordenou o projeto Autores e Ideias, de debates ao vivo com escritores no auditório da Livraria Saraiva do Shopping Cidade Jardim, em São Paulo, em parceria com a Livraria da Vila, e em 2009 assumiu a Direção Editorial da Saraiva.

De papo pro ar ? Nada de ovo de codorna

O cantor e compositor carioca Zé Kétti, autor de clássicos populares como o samba A voz do morro e a marcha-rancho Máscara negra, entrou em depressão quando descobriu que já não satisfazia tanto as mulheres. Faltava-lhe “gás”. Um dia lhe disseram que deixasse de se afligir, pois a Medicina acabara de descobrir a solução para o seu problema, que não se resolvia com mezinhas, ovo de codorna ou caldo de mocotó. A solução era um implante, que Zé fez dias depois e passou a mostrar o resultado num volume das calças que, orgulhoso e feliz, nem disfarçava.

Roche lança prêmio de Jornalismo em Saúde

Roche e Fundação Gabriel García Márquez para o Novo Jornalismo Ibero-americano (FNPI) lançam o Prêmio Roche de Jornalismo em Saúde, que visa a promover trabalhos de jornalismo científico relacionados a questões de saúde. A FNPI conduzirá  desde as inscrições até a seleção do júri e a escolha dos ganhadores do prêmio. De acordo com Denise Horato, diretora de Recursos Humanos e Comunicação da Roche Brasil, o prêmio é uma forma de a empresa demonstrar compromisso com qualidade e inovação nas regiões em que atua. Para Ricardo Cure, diretor executivo da FNPI, a participação da fundação faz parte de seu compromisso com o reconhecimento e o estímulo à qualidade em investigação, cobertura e narrativa de temas importantes para a América Latina. Nesta primeira edição, podem ser inscritos trabalhos publicados ao longo de 2012, sejam eles em texto (publicação impressa ou online) ou vídeo (tevê aberta, fechada ou publicações online). As matérias devem abordar uma das seguintes temáticas: inovação e cuidados com a saúde; biotecnologia em saúde; acesso a tratamentos de saúde; pesquisa e desenvolvimento em temas de saúde; regulamentação e políticas públicas em saúde; e oncologia. O vencedor de cada categoria (textos ou vídeos) receberá uma bolsa de estudos para participar de um workshop da FNPI na Colômbia. A cerimônia de premiação será realizada em julho, durante o Roche Press Day, fórum educativo para o jornalismo científico no Chile. As inscrições ficam abertas até 15/4 pelo www.premiorochedejornalismo.com.

Guilherme Barros deixa a Dinheiro para assessorar Guido Mantega na Fazenda

Guilherme Barros aceitou convite do ministro Guido Mantega e nos próximos dias assumirá a Assessoria de Comunicação do Ministério da Fazenda. A posse acontecerá assim que o ministro voltar da viagem ao G-20, na Rússia. Suas primeiras tarefas serão traçar com Mantega o planejamento de comunicação para a pasta e acompanhá-lo no road show a Nova York e Londres, que tem por objetivo atrair investidores para o Brasil. Guilherme entra na vaga de Ricardo Moraes, que deixou o órgão no final de 2011 após nove anos no posto. Chega a uma equipe que considera da maior competência e com a qual sempre manteve um relacionamento profissional de alto nível. Um de seus integrantes e que estará ao seu lado é Fábio Graner, ex-Estadão. “Acho um belo desafio, que pode servir como uma experiência extremamente interessante para a minha vida”, diz ele. “Pesou muito o fato de haver uma identificação grande entre mim e o ministro. Ele já está há dez anos no Governo, sete a frente do Ministério da Fazenda, é um dos mais longevos da história, e no ano que vem deve superar a marca recorde do Malan, que ficou oito anos no cargo. Acho que há muita coisa a fazer, a comunicar e a trabalhar nesses quase dois anos que faltam para o término do mandato de Dilma Rousseff, para mim uma grande oportunidade e num momento muito importante para o País”. Guilherme estava havia um ano em IstoÉ Dinheiro, onde mantinha uma coluna com o seu nome, e antes ficou por mais de um ano no iG. Ele foi por nove anos titular de uma das mais importantes colunas de Economia do País, a Mercado Aberto, no caderno Dinheiro da Folha de S.Paulo, e teve passagens, entre outros, por Jornal do Brasil (Informe JB), e revistas Época, Forbes e Exame.

Fernando Mitre amplia seus poderes na Band e passa a dirigir também o Esporte

Fernando Mitre ganhou novas responsabilidades no Grupo Bandeirantes, em que está há vários anos, como seu diretor de Jornalismo. Ele agora é também o diretor de Esportes de todos os veículos da casa, conforme anunciou no último dia 7/2 comunicado do  vice-presidente executivo Walter Vieira Ceneviva. As mudanças atingiram outras áreas da empresa. Frederico Nogueira, ex-vice-presidente de Rede, por exemplo, foi nomeado gerente de Mídia Exterior, cargo em que ficará responsável pelos negócios out-of-home e mídia impressa, além da administração das finanças do grupo. Marcelo Meira comandará a área de Televisão e Digital, sendo responsável pelos negócios de tevê aberta, enquanto Mario Baccei passará a responder pela Vice-Presidência de Rádio. A estrutura ainda contempla Paulo Saad como vice-presidente dos canais pagos do grupo (BandNews, BandSports, Terra Viva, Arte 1 e Sex Prive), e Antonino Ruggiero no gerenciamento dos negócios por assinatura, onde responde pelas operações de tevê a cabo e banda larga. Mitre, que aproveitou sua atual estada na Itália para recordar os tempos de repórter, com entradas especiais nas matérias sobre a renúncia do Papa Bento XVI, integrou a equipe fundadora do Jornal da Tarde, nos anos 1960, e desde então as duas casas em que mais trabalhou em São Paulo foram o Grupo Bandeirantes e o Grupo Estado. Mineiro, começou a carreira em sua terra, em 1963, tendo passado por Correio de Minas, Diário de Minas e O Binômio. 

Vereador de Rio Preto ameaça de morte repórter do Diário da Região

Fenaj, Abraji, ANJ, APJ e OAB repudiaram as ameaças de morte feitas pelo vereador de Rio Preto César Gelsi (PSDB) ao repórter de política do Diário da Região Rodrigo Lima no último 5/2, quando dava entrevista a outro profissional do jornal.

O caso ganhou repercussão depois que o Diário publicou declarações de Gelsi de que guarda “porrete” em seu gabinete e que iria “abrir a cabeça” do jornalista (confira texto e áudio aqui). Houve também manifestações em sites de relacionamento, o que acabou pautando a edição de 9/2 do jornal.

O motivo da ira de Cesar Gelsi seriam pelo menos duas reportagens que trataram de sua vida pública: uma publicada em 4/9/2012, intitulada Eles querem voltar, cujo texto, em tom de ironia, tratou ex-vereadores como “mortos-vivos da política” que tentavam novamente se eleger; e outra, de 20/1, que revelou os nomes de autoridades municipais que eram cobradas judicialmente pela Prefeitura de Rio Preto por impostos em atraso.

Como essa não foi a primeira vez que Gelsi fez ameaças de morte e agressão a Rodrigo, este registrou boletim de ocorrência no 1º Distrito Policial da cidade. Uma cópia do áudio da entrevista de Gelsi foi apreendida pelo delegado Fernando Campanelli Frey.

Para Marcelo Moreira, presidente da Abraji, “é um absurdo que situações como essa ainda aconteçam nos dias de hoje, de grupos que utilizam o poder político para fazer calar jornalistas. Isso não pode ocorrer em região alguma, mas muito menos na região Sudeste do Brasil, uma das mais desenvolvidas do País. Eu confio que as autoridades sejam capazes de apurar e de punir seja quem for. E tenho certeza de que fatos como esse não impedem jornalistas de levar informação e de desenvolverem seu papel na sociedade”.

Brasil receberá Conferência Global de Jornalismo Investigativo

A Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) irá promover em outubro, pela primeira vez no Brasil, a Conferência Global de Jornalismo Investigativo, principal evento do setor no mundo, que nesta edição acontecerá em paralelo aos já tradicionais Congresso Internacional da Abraji (8ª edição) e Conferencia Latinoamericana de Periodismo de Investigación (5ª edição). Ainda com palestrantes a serem definidos, o evento irá reunir de 11 a 14/10, no Rio de Janeiro, jornalistas e especialistas para debaterem temas recorrentes e atuais, como organização de Copa do Mundo e Jogos Olímpicos, acesso a informações públicas, planejamento urbano, administração pública, política e outros, além de oferecer oficinas práticas de novas técnicas jornalísticas, como uso de banco de dados, reportagem com auxílio de computador e investigação de contas públicas. Ao todo, são esperados cerca de 1.200 profissionais. “Trata-se de uma raríssima oportunidade de troca de conhecimentos com jornalistas dos principais veículos mundiais”, afirma o presidente da Abraji Marcelo Moreira.

Prêmio Embratel encerra inscrições nesta 5ª.feira

Esta 5ª.feira (14/2) é o último dia de inscrições para a 14ª edição do Prêmio Imprensa Embratel, que distribuirá um total R$ 194 mil líquidos nas três categorias: Grande Prêmio Barbosa Lima Sobrinho, Prêmios Nacionais e Prêmios Regionais. As matérias devem ter sido publicadas entre junho de 2011 e novembro de 2012. Em Prêmios Regionais, o vencedor de cada uma das cinco regiões – independentemente da mídia em que a matéria tenha sido veiculada – receberá R$ 6.000. Já os Prêmios Nacionais são subdivididos por assunto ou mídia, com valores variando entre nove e 13 mil reais. O vencedor do Grande Prêmios receberá R$ 32.000 líquidos. Para mais informações, regulamento e inscrição, acesse  www.premioimprensaembratel.com.br.

Memórias da Redação ? Agruras de um assessor de imprensa

Luiz Roberto Souza Queiroz, o Bebeto (luizroberto@lrsq.com.br), traz essa semana alguns casos do fundo do baú, dois dos quais agora publicamos.   Agruras de um assessor de imprensa          “Eu não mando nada no Zoológico, mas se fosse diretor, juro que ponhava dois ou três índios numa jaula, que havia de atrair muita gente”. A frase, dita por um tratador do Zoo de São Paulo para um repórter da Folha, quase custou a cabeça deste então assessor de imprensa da instituição.          Corria a década de 1960. Alguém teve a ideia de incluir índios xavantes na São Silvestre e um magote deles foi levado a conhecer o Zoológico, é claro que acompanhado por vários “coleguinhas”. Impressionados, os índios discutiram como seria difícil abater um elefante com flechas, qual o ponto mais vulnerável do rinoceronte. O repórter da Folha chegou atrasado, depois que a visita havia terminado. Para não perder a matéria e na ausência do diretor do Zoo, dos diretores e mesmo do assessor de imprensa, pegou um tratador semialfabetizado – um dos ex-presidiários a que o Zoo dava emprego por ordem do governador –, e mandou ver na entrevista. O tratador contou mal e mal o que os índios tinham dito e, sobre o que achou da visita, saiu-se com a frase politicamente incorretíssima, em que explicava que fosse diretor, incluiria entre os animais expostos alguns índios, receita certa para atrair grande número de visitantes. Quando a informação da entrevista chegou à sala do diretor Mário Autuori, mandou me chamar de imediato e recebi a incumbência de convencer o jornal a não publicar a entrevista, dada por pessoa não autorizada, que não representava o pensamento do Zoológico, que daria uma impressão errada da seríssima instituição etc.. Foi dureza, mas o chefe de Reportagem entendeu e a notícia jamais foi publicada. Projeto de urubuservação          Ainda no Zoológico – assessoria tão complicada que quando me perguntavam o que eu fazia minha resposta é que fora contratado para substituir o gorila nas folgas dele –, criou-se um problema quando dezenas de urubus descobriram que alimentávamos com sardinha fresca as garças, colhereiros, socós e tuiuiús.          Depois de um tempo havia mais urubus do que cisnes e garças nos lagos do Zoo. O chefe do Setor de Aves, Werner Bokerman, mandou construir uma arapuca tamanho família, capturava urubus em quantidade, e o caminhão que ia a Araçoiaba pegar capim e cana para os elefantes passou a levar cargas de urubus, que eram anilhados e soltos perto de Sorocaba. O anilhamento era para verificar se os bichos venceriam ou não os 80 km e voltariam ao Zoológico, o que por sinal alguns fizeram.          Entusiasmado e assessor de imprensa foquinha, preparei um release contando a história e sapequei o título: Zoológico inicia projeto inédito de urubuservação          O release, é claro, não chegou a ser distribuído.

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