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quinta-feira, dezembro 11, 2025

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Brasil Post está na rede

Parceria da editora Abril com o norte-americano Huffington Post, o site Brasil Post (www.brasilpost.com.br) estreou nesta 3ª feira (28/1), com Redação sob o comando de Ricardo Anderáos. “Decidimos adiar a estreia [inicialmente prevista para dezembro] para que a equipe tivesse tempo de ser treinada para trabalhar com a plataforma. Poderíamos ter lançado antes, mas seria uma coisa correndo. Em comum acordo [entre Abril e Huffington], decidiu-se esperar e estrear sem solavancos e com uma preparação melhor da equipe”, disse Anderáos. O perfil da equipe é de jovens jornalistas, já com experiência digital e sólidos conhecimentos em mídias sociais e SEO (Search Engine Optimization), “com brilho nos olhos e faca nos dentes”, brinca o diretor. Além dele, integram a Redação o editor-chefe Otávio Dias, o editor sênior de Notícias Diego Iraheta, o editor sênior de Blogs Lucas Pretti, o editor de Mídias Sociais e Tendências Thiago Araújo e os repórteres Daniela Carasco, Amanda Previdelli, Cauê Marques e Gabriela Loureiro. Completam o time Cleber Facchi (Conteúdo e Mídias Sociais) e Daniel Lazaroni Apolinário (diretor de Arte).   Saiba mais sobre os profissionais Ricardo Anderáos (diretor) – Doutor em História pela USP, começou no Jornalismo como repórter de Entretenimento da Folha de S.Paulo, em 1988, da qual também foi correspondente em Madri e editor. Acumula passagens por Estadão, UOL, NEO Interativa, CartaCapital e Metro. Foi diretor de Negócios Online do Grupo Bandeirantes, diretor de Mídia Digital da MTV e diretor Mídia Social e Transmídia do Grupo Abril, posto que ocupou até aceitar comandar o Brasil Post. Otávio Dias (editor-chefe) – Esteve por 12 anos na Folha de S.Paulo, onde atuou como editor das colunas de opinião, correspondente em Londres, repórter e pauteiro, passando pelas editorias Ilustrada, Política e Mundo. Também passou pelo Estadão, no qual editou o Link (sobre Tecnologia) e o portal estadao.com.br. “Aceitei o convite para trabalhar no Brasil Post porque o Huffington Post Media Group, já presente em dez países (incluindo o Brasil), é um dos, se não o principal, players do novo jornalismo mundial. Já nasceu na era da internet e está totalmente enfronhado nela. Participar de uma experiência 100% digital, e aprender muito com isso, é uma oportunidade imperdível”, disse ao Portal dos Jornalistas. Diego Iraheta (editor sênior de Notícias) – Natural de Porto Alegre, formou-se em Jornalismo pela UnB. É mestre em Mídias Digitais pela University of Sussex, na Inglaterra. Teve passagens por Correio Braziliense – em que começou a carreira –, TV Globo, CBN, BandNews FM Brasília, em que chegou a editor-chefe e âncora. Após temporada em Londres, onde cobriu a morte de Amy Winehouse e os grampos do conglomerado de Rupert Murdoch, mudou-se para São Paulo e foi gerente de Mídias Digitais e Sociais do jornal para tablets Brasil 247. Na capital paulista, também passou pelo R7, onde esteve até novembro passado, quando aceitou o desafio de editar o Brasil Post. Lucas Pretti (editor sênior de Blogs) – Formado pela Unesp, participou do Curso de Focas do Estadão em 2004, e retornou ao jornal em 2007, após passar por veículos do interior paulista. Por lá, foi redator Tecnologia, editor de homepage do estadao.com.br, repórter do Link por dois anos (que havia sido criado por Anderáos e no qual trabalhou com Otávio Dias) e editor-assistente do Divirta-se. No início de 2010, largou o jornalismo para fazer teatro. Em seguida juntou-se ao coletivo Casa da Cultura Digital e colaborou com projetos culturais, entre eles Produção Cultural no Brasil e Festival CulturaDigital.Br. Como produtor cultural, idealizou o Festival BaixoCentro, que, segundo ele, teve impacto importante na cena cultural e ativista paulistana. “Passei a circular muito pelo universo do ativismo da cultura livre, software livre, crowdfunding, plataformas, redes/ruas etc.”, disse ao Portal dos Jornalistas. Em 2012, chegou ao Brasil a plataforma de abaixo-assinados Change.org, que “pescou” Lucas para que ele ajudasse a implantar o modelo no País. “Em um ano e meio trabalhando na Change.org conseguimos feitos incríveis, ainda mais em ano de manifestações (2013): passamos de 200 mil a 1,6 milhão de usuários, tivemos 30 campanhas vitoriosas”, comentou. “Já havia desistido de atuar no mercado jornalístico tradicional, e só mesmo sendo o Huffington Post para me fazer repensar essa decisão. Admiro muito o trabalho deles na sede desde o início, em 2005, e creio que eles conseguiram encontrar o modelo de negócios e operações ideal para a era digital. Eu precisava fazer parte disso. Sou responsável por formar a equipe de colaboradores. Antes mesmo de estrear tínhamos mais de cem nomes confirmados, o que me deixou muito orgulhoso. De qualquer forma, é um desafio imenso tentar pautar o debate, para que seja progressista. O Huffington tem um histórico militante, de apoiar causas gay, de mulheres, negros etc., sempre com ideias que abrem a cabeça, não conservadoras. E só por isso aceitei esde desafio: para dar voz e direitos a todos, assim como já vinha fazendo como ativista da cultura”, concluiu. Thiago Araújo (editor de Mídias Sociais e Tendências) – Graduado em Jornalismo pela Universidade Federal de Viçosa, começou a carreira em 2011, quando participou do Curso Abril de Jornalismo. Antes do término do curso, foi contratado como editor de Mídias Sociais da Contigo e ganhou inclusive o Prêmio Abril de Uso de Redes Sociais no ano seguinte, pela criação de um jogo social para a marca. Também na Abril, esteve ao lado de Anderáos na área de Mídias Sociais e Transmídia do grupo, desenvolvendo estudos de audiência, público, monitoramento, estratégias; gerenciando o relacionamento das marcas Abril com twitter, facebook, Google e outros parceiros; e construindo especiais que aliam o uso das plataformas sociais com conteúdos Abril, cujas ações vão ser vistas na Copa 2014: “O Huffington Post foi a principal influência durante a pesquisa do meu TCC ainda na universidade, e desde a época acompanho o site de perto. Curadoria de conteúdo, foco no público e no relacionamento entre os jornalistas com a comunidade de leitores sempre foram minhas paixões. Minha carreira é relativamente curta, mas foi bastante intensa na área de redes sociais. Participei de vários projetos na área dentro da Abril, e agora, nesse novo cargo, como editor de Mídias Sociais e Tendências do Brasil Post, posso aliar o conhecimento de Social com o fazer jornalístico diário. Criar uma voz para nossas presenças sociais e fazer de nosso site um lugar ainda mais interessante que a timeline das pessoas é o grande desafio. Queremos ser essenciais no dia a dia de quem se sente perdido em um universo de informação que parece nunca acabar. Como uma bússola, vamos apontar para o melhor conteúdo da web: seja ele próprio, de parceiros, de veículos concorrentes e até mesmo um comentário em um status de facebook”, explicou. Daniela Carasco (repórter) – Formada em 2010 pela PUC-SP, começou a carreira estagiando na CDN. Em 2009, foi para a Online Editora, ainda como estagiária das revistas Faça Fácil e Faça Fácil Cozinha. No ano seguinte, seguiu para a reportagem do portal MdeMulher, no qual permaneceu até dezembro passado, quando foi contratada para a equipe do Brasil Post. Amanda Previdelli (repórter) – Com passagens por Info iG, revista Espaço Aberto e Exame.com, onde esteve até novembro passado, é também colaboradora da Salada de Cinema e do Guia do Estudante. Formou-se em Relações Internacionais pela PUC-SP e em Jornalismo pela USP. Ao Portal dos Jornalistas, falou sobre a motivação de ingressar no Brasil Post: “O que me motivou foi a perspectiva de trabalhar em um projeto totalmente novo, um tipo de jornalismo que ainda não existe aqui no Brasil. Conheço o Huffington Post e admiro o fato de eles praticarem um jornalismo transparente e progressista, sem medo de se colocar quando é preciso. A importância que vamos dar para redes sociais por aqui também me interessa, porque sei o poder que facebook, twitter e outras redes (as que já existem e as que sem dúvida virão) têm para disseminar informação e, mais que isso, promover debate”. Gabriela Loureiro (repórter) – Gaúcha de Santa Maria, formou-se pela UFSM em 2011 e logo se mudou para São Paulo, onde fez o Curso Abril de Jornalismo. Na editora, atuou com infografia para iPad da Superinteressante. Em seguida foi freelancer no site de Veja, para o qual posteriormente foi contratada como repórter de Internacional, que cobriu durante dois anos e meio, e por dois meses fez reportagens especiais para Educação. Também por Veja.com foi enviada a Roma quando se deu a renúncia do papa Bento XVI. Fluente em quatro idiomas além do português (inglês, italiano, francês e espanhol), escreveu ainda para Superinteressante, Capricho, Nova e Saúde. “Acredito que [fazer parte da equipe do Brasil Post] é uma oportunidade única de começar um projeto novo que tem tudo para dar certo no País. Acompanho o HP há algum tempo e sempre gostei das chamadas irresistíveis e das sacadas inteligentes do site. Uma vez iniciada na Huffingtonland, só nutri mais admiração pelo projeto. Estou muito animada, acho que vai ser incrível”, vibrou. Cauê Marques (repórter) – Antes do Brasil Post, passou por CBN, Diário Catarinense e Veja. “Aceitei vir para cá para porque é um jeito novo de fazer internet no Brasil, o que dá espaço para muitas oportunidades diferentes”, comentou. Cleber Facchi (Conteúdo e Mídias Sociais) – É formado em Jornalismo pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, no Paraná. Ingressou na Abril em maio de 2012 como repórter e coordenador de Mídias Sociais, Dados e Geração de Conteúdos dentro da Diretoria de Mídias Sociais e Transmídia, comandada por Anderáos. Paralelamente, mantém o blog sobre música Miojo Indie, criado em 2010. Daniel Apolinário (editor de Arte) – Graduado em Desenho Industrial / Programação Visual pela Unesp, atua na Abril desde 2010, tendo passado por Superinteressante, Guia do Estudante, Mundo Estranho e Recreio com trabalhos em webdesign, arquitetura de informação e design multimídia (infográficos e games). No início de 2013 foi promovido a webdesigner sênior do braço de mídia digital do Grupo.

Abraji lança Manual de Jornalismo de Dados na Campus Party 

A Abraji – Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo – lança nesta 5ª.feira (30/1), seu Manual de Jornalismo de Dados. A obra é uma versão traduzida e ampliada do Data Journalism Handbook (O´Reilly Media), iniciativa do European Journalism Centre e da Open Knowledge Foundation e será apresentada durante a Campus Party, maior evento de cultura digital do Brasil, que acontece de 27/1 a 2/2 no Anhembi. Com tradução de Tiago Mali e apoio de uma equipe de voluntários, o manual será online e além de trazer todo conteúdo de sua versão em inglês, foi atualizado e ampliado com novas contribuições de nomes como Claudio Weber Abramo, Alberto Cairo, Marcelo Träsel, José Roberto de Toledo e Gustavo Faleiros. “Já temos algumas boas iniciativas de jornalismo de dados no Brasil, mas falta material de referência e reflexões sobre o tema por aqui. Com exemplos de boas práticas mundiais e mostrando o caminho das pedras de novas técnicas, a obra começa a preencher essa lacuna. Ela deve elevar o nível da discussão sobre o tema”, explica Tiago. A apresentação acontece a partir das 18h15, no Open Campus, área do evento em que não é necessário o uso de credenciais ou ingressos.

Claudio Carsughi é eleito melhor comentarista de tevê em pesquisa do UOL

Pesquisa promovida pelo UOL com seus leitores elegeu Claudio Carsughi (Jovem Pan e Sportv) como o melhor comentarista de tevê em 2013. O jornalista ítalo-brasileiro, especializado em futebol e automobilismo, recebeu quase 75% dos votos. “Sinceramente, não sei [porque é o preferido]”, disse ele ao UOL Esporte. “Sempre comentei da mesma forma. Não busco a publicidade fácil ou a manchete sensacionalista, mas acho que você pode apresentar sua ideia e seu pensamento, e cabe ao telespectador ver se ele concorda ou discorda. Nunca tive a pretensão de ser o dono da verdade. Respeito a todos, mas quero fugir do sensacionalismo, porque ele dá uma publicidade momentânea, mas a longo prazo é negativo”.

André Paixão começa na editoria de Carros do G1

A equipe de Carros do G1 passou a contar desde a última semana com o reforço do repórter André Paixão. Recém-formado em Jornalismo, ele esteve por um ano atuando como estagiário na Quatro Rodas, onde colaborava com as seções Mercado, Via Expressa, Caderno Paulista e Auto-Serviço. Chega para integrar o time que estava desfalcado desde outubro, após a ida de Priscila Dal Poggetto para a Assessoria de Imprensa da Citroën.

ECT abre inscrições para Prêmio Correios de Jornalismo

Estão abertas até 28/2 as inscrições para o 1º Prêmio Correios de Jornalismo, e também para o 1º Concurso Nacional de Fotografia dos Correios, oferecidos pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) em comemoração aos 350 anos dos serviços postais no Brasil. O prêmio, que visa reconhecer reportagens que informem a sociedade sobre as atividades da ECT, divide-se nas categorias Jornalismo Impresso, Webjornalismo, Radiojornalismo, Telejornalismo e Fotojornalismo, entre regionais e nacionas, além do Grande Prêmio Correios de Jornalismo. Já o concurso, dividido nas categorias Profissional e Amador, selecionará 20 trabalhos que retratem a atuação dos Correios. Mais informações sobre o prêmio estão no http://migre.me/hC0gH, e sobre o concurso, no http://migre.me/hC0br.

Memórias da Redação – A sigilosa cirurgia nos tempos de Collor

A história desta semana é do piauiense Antonio Epifânio Moura Reis ([email protected]), que havia algum tempo não frequentava este espaço. Ele atuou em Belo Horizonte (Diário de Minas, Diário da Tarde e Correio de Minas), Rio de Janeiro (Correio da Manhã, Última Hora e O Globo) e São Paulo, onde vive desde 1972. Na capital paulista, foi chefe da Redação da sucursal de O Globo, onde ficou quase dez anos, chegou a montar uma empresa de comunicação especializada em publicações empresariais, foi crítico de cinema do Jornal da Tarde e depois da revista VIP, e chefe de Reportagem de Política e repórter da editoria no Estadão. Passou também pela assessoria do Governo do Estado de SP, dirigiu o Diário do Comércio e foi editor de Suplementos e dos cadernos especiais no Diário de S. Paulo, de onde saiu em 2007. A sigilosa cirurgia nos tempos de Collor O início do governo Collor, em março de 1990, reacendeu, embora poucos se lembrem, a chamada “síndrome do Hospital de Base”, vigente desde que o presidente eleito Tancredo Neves fora internado em 1985, na véspera da posse, para combater infecção que acreditava curável, e deu no que deu. Como vigorava norma do Palácio do Planalto de limitar ao presidente da República o acesso ao confiável Hospital das Forças Armadas, sobrou para as demais excelências civis o poder de requisitar passagens ou velozes jatinhos para São Paulo. E ninguém perdia tempo. Repórter da editoria de Política do Estadão, participei sei lá de quantas correrias hospitalares. Inesquecível, entre outras, a entrevista coletiva do cirurgião e futuro ministro da Saúde Adib Jatene na noite do domingo em que um enfarte interrompera, à tarde, o ensolarado fim de semana do senador Antônio Carlos Magalhães em Salvador. Transportado em jatinho para São Paulo, ACM fora operado prontamente pelo dr. Jatene e sua equipe no Hospital das Clínicas. Impecável em seu jaleco branco e gravata fina, pouco mais de uma hora depois de concluir a cirurgia, o médico impôs ordem ao grupo de repórteres reunido numa sala do hospital, que se divertia diante de um coração esverdeado, esculpido em madeira, quase do tamanho de um barril de chope, depositado solenemente por um enfermeiro em cima de grande mesa branca. Calmo, seguro, professoral, dr. Jatene retirou do coração de madeira, por  portinholas abertas a leves toques de dedo, finos tubos coloridos de plástico e explicou, sem economia de termos técnicos, o estado deplorável das artérias do senador baiano e como colocou tudo em ordem. Ao final, pelo que me lembro, de cerca de meia hora de exposição, colocou-se à disposição para esclarecer eventuais dúvidas. O silêncio um tanto constrangedor foi quebrado por perguntas circunscritas à previsão de alta, tempo de recuperação e retorno do senador às suas atividades parlamentares. Todos entendemos que o cacique da política baiana sofrera grave enfarte, fora operado eficientemente e por certo viveria mais alguns anos, o que de fato aconteceu. As internações de políticos nos rápidos tempos de Collor quase se tornaram pauta permanente desde que, no anedótico 1º de abril – 15 dias depois da posse –, o ministro da Educação Carlos Chiarelli foi trazido às pressas com diagnóstico de síncope cardíaca mas, curiosamente, operado no Hospital São Paulo de diverticulite, a famosa inflamação que atacara dr. Tancredo. Ao visitar o colega ministro, o chefe do Gabinete Militar, general Agenor Homem de Carvalho, sofreu aguda crise renal e se tornou o segundo homem do primeiro escalão do governo Collor a se internar ali mesmo, sem demora. O terceiro foi um pouco mais complicado, ou divertido, conforme o jeito de lembrar os fatos, que começaram num início de tarde da última semana do movimentado abril. A sucursal de Brasília agitou a editoria de Política com a informação, exclusiva pelo menos até aquele momento, de que o embaixador Marcos Coimbra, secretário-geral da Presidência e cunhado de Collor, estava internado no Hospital Albert Einstein. Minuciosos, os coleguinhas descobriram o número do apartamento e que o embaixador tinha como acompanhantes a mulher Leda e a cunhada Ana Luísa, irmãs do presidente. E não esqueceram o alerta quanto à fundamental diferença em relação aos casos anteriores: absoluto sigilo do governo. Oficialmente, o Palácio do Planalto não confirmava, o hospital negava e as irmãs Collor disfarçavam a voz ao telefone. O estranho comportamento em tempos de democracia restaurada reforçava a suposição de grave problema de saúde do mais próximo, influente e poderoso integrante da cúpula do primeiro presidente eleito pelo voto popular em 30 anos. Como conhecia o diplomata (embora em grau insuficiente para me apresentar como amigo) desde os anos 1960 no Itamaraty, com reencontro na campanha eleitoral – conselheiro e responsável pela agenda do cunhado candidato, Coimbra participou da definição e execução da estratégia de marketing, ao lado do filho Marcos Antônio, do Instituto Vox Populi –, fui escalado. E parti para o Morumbi com o Plano A de tentar chegar direto ao apartamento do embaixador. Ajustei a gravata, abotoei o paletó e, esperando não encontrar casualmente algum conhecido da assessoria de imprensa, atravessei o amplo e requintado salão de entrada do hospital e fui calmamente para os elevadores. Mas um halterofilista de terno escuro me abordou e avisou que deveria passar antes na recepção. Observei outros quatro ou cinco óbvios seguranças vindos de Brasília, que tentavam disfarçar andando nas laterais do salão. O contingente exagerado de “homens de preto” no hospital, induzia a uma só percepção: a coisa estava realmente preta. Caminhei devagar até o balcão e me apresentei à recepcionista como visitante. Informei o nome do paciente, Marcos Antônio Coimbra, o número do apartamento e a condição de amigo. Ela examinou fingiu olhar a lista de pacientes, levantou-se em silêncio e usou um telefone do outro lado do balcão, desprezando uns três ou quatro aparelhos à sua frente. Voltou visivelmente nervosa e afirmou que não havia paciente com aquele nome, indícios definitivos de que que a coisa estava muito mais do que preta. Percebi naquele instante, por acaso e sorte, que a porta de um dos elevadores se abriu e reconheci Leda Collor entre as pessoas que saiam. Caminhei rápido em sua direção e a saudei em voz alta: – Boa tarde, dona Leda! A irmã do presidente parou surpresa e ganhei tempo suficiente para me aproximar e perguntar em voz baixa: – Como está o embaixador? Ela continuou parada me olhando por algum tempo, poucos segundos certamente, mas com efeito de longos minutos, e murmurou autoritária: – Quem é o senhor? Este é um assunto delicado e particular. Murmurei de volta: repórter do jornal O Estado de S. Paulo. E contribuí para aumentar a ira da primeira irmã com algo como “desculpe, senhora, mas o secretário-geral da Presidência da República não é assunto particular e delicado, em hospital, significa estado grave”. Não sei até que ponto ela ouviu minha frase, pois me virou as costas, passou em frente às portas fechadas dos elevadores e desapareceu no primeiro corredor, seguida pelo atlético homem de preto. Meu Plano A estava liquidado. Voltei para a recepção com o único e inevitável Plano B: a carteirinha funcional e o pedido para falar com a direção do hospital. A recepcionista retornou ao telefone distante, conversou rapidamente e, tensão no olhar, disse que eu seria atendido pela assessoria de imprensa. Estranhamente, em poucos minutos – e tudo era estranho naquela tarde no conceituado hospital – apresentou-se um desconhecido engravatado, de uns 30 anos, sem gestual de assessor der imprensa, e me comunicou que, segundo normas éticas, o hospital nada poderia informar sem permissão da família, que considerava o assunto particular. E recomendou que me retirasse. Forcei um sorriso de desafio, repeti que nada referente à Presidência da República era assunto particular, que ocorria de fato tentativa de censura , que ele se lembrasse que o Estadão enfrentara a censura do regime militar e que eu não sairia de lá sem informação. E insisti em falar com o embaixador Marcos Coimbra. Ele se afastou, liguei para a redação de um dos orelhões na parede e fiz o que poderia fazer: esperei junto ao balcão da recepção, sob olhares menos aflitos e até certo sorriso da recepcionista e vigilância dos homens de preto. E ouvi, em poucos minutos, barulho de pneus “cantando”, vozes e movimentação dos homens de preto, indicativos de que a exclusividade da informação da sucursal de Brasília também naufragara. A turma estava chegando: equipes dos canais de televisão, com cinegrafista, câmera enorme, “paus de luz”, microfones e quilômetros de fios; os não menos barulhentos repórteres de rádios e os cada vez mais bonitos grupos de mulheres jovens que se tornavam maioria nas redações. A situação se aproximou rapidamente de animada festa até que, sem demora,  apresentaram-se dois reais assessores de imprensa com anúncio de entrevista coletiva. E se esforçaram para por ordem no salão. O porta-voz do hospital não se abalou com as luzes fortes nem com a quantidade de microfones, gravadores e das mãos que os seguravam muito próximo a seu rosto: explicou, pausadamente, que o embaixador Marcos Coimbra fora operado na véspera pelo cirurgião Victor Strassmann para “debelar inflamação” que o afligia havia uma semana em Brasília. “Mineiro discreto”, acentuou o porta-voz, Coimbra preferiu manter a internação em sigilo. Mas, “em respeito à liberdade de imprensa”, autorizou aquela entrevista. Explicou que o procedimento cirúrgico, “muito simples”, consistira na extração de três pequenos furúnculos em torno de pelos encravados na região da virilha esquerda, “seguida de sutura e limpeza da área infectada”. E informou que o paciente teria alta no dia seguinte, poderia voltar para Brasília e retomar suas atividades. Um dos repórteres de televisão se destacou: – Então, doutor, o embaixador foi operado de pente… Não terminou a frase, interrompido por gargalhada, também coletiva, que incluiu boa parte dos que se encontravam no grande salão do hospital e acompanhava, curiosa, a entrevista. Ouvi em seguida, pelo orelhão pregado na parede, idêntica reação, ao informar a redação as reveladas razões do sigilo imposto pela família presidencial. Ou, na moderna linguagem dos jornais: suposto temor do diplomata secretário-geral da Presidência da República, sua mulher, a cunhada e, supostamente, o cunhado presidente, a respeito de supostos arranhões na dignidade governamental provocados pela divulgação da viagem a São Paulo e internação hospitalar para prosaica da extração de pelos encravados. A edição do dia seguinte do Estadão incluiu matéria em duas colunas, assinada – o encontro casual do recorte reavivou a memória e permitiu este relato, mais de 23 anos depois –, em que obedeci ordem de evitar termos chulos, categoria em que os dicionários incluem os pentelhos. 

Prêmio Abracopel abre inscrições para sua oitava edição

Já estão abertas as inscrições para a oitava edição do Prêmio Abracopel de Jornalismo, promovido pela Associação Brasileira de Conscientização para o Perigos da Eletricidade. O tema este ano é segurança nas instalações elétricas. Podem concorrer autores de matérias veiculadas entre 12 de setembro de 2012 e 31 de julho de 2013, nas categorias profissionais Mídia Impressa – Jornal, Mídia Impressa – Revista, Mídia Eletrônica – Rádio e Mídia Eletrônica – TV; ou nas categorias abertas Mídia Digital – Internet vídeo, Mídia Digital – Internet áudio, Mídia Digital – Internet texto, Mídia Digital ou Impressa – Empresarial ou Institucional, e Artigo Técnico. Os vencedores receberão troféu e os finalistas, certificados, medalhas de participação e menções honrosas, além de prêmios oferecidos pelos patrocinadores, que serão informados oportunamente. Regulamento e inscrições no site da associação.

Autoesporte promove editores e extingue posto de redator-chefe

A revista Autoesporte vem promovendo uma série de ajustes em sua equipe após a saída, em dezembro, de seu redator-chefe Glauco Lucena, hoje gerente de Imprensa da Chrysler. Na nova estrutura, foram promovidos os editores Alberto Cataldi e Júlio Cabral, e o editor-assistente Leandro Alvares, ao posto de editores multiplataforma, e redistribuídas as funções que eram de Lucena, além de agregar outras novas. “A hierarquia foi horizontalizada e eles passam a atender a uma nova nomenclatura, que faz mais sentido levando em conta o impresso e os canais digitais da publicação”, explica o diretor de Redação Marcus Vinicius Gasques. “A ideia é tratar produção de conteúdo como única, sem distinção entre digital e impresso, evitando retrabalho e explorando da melhor forma as características de cada canal”. Outra promoção foi a de Gustavo Maffei, que já respondia pela equipe de Arte e passa a ser editor multiplataforma de Design. Oriundo do programa de estágio da Editora Globo, Guilherme Blanco Muniz foi efetivado e passa a integrar o time de reportagem, que em breve passará a contar também com o reforço de Alexandre Izo, colaborador da AE já há alguns anos.

Mariana Schreiber deixa a Folha para atuar na BBC, em Londres

Repórter de Economia da sucursal da Folha de S.Paulo em Brasília, Mariana Schreiber deixou o jornal em 17/1 e viaja esta semana para Londres, onde atuará na equipe da BBC Brasil. Vinda da capital paulista, Mariana estava na Folha havia quase quatro anos. Para substituí-la, chegou Sofia Fernandes, que já havia trabalhado no jornal e  vem de um ano e meio no Canadá. 

Orbitalab estimula empreendedorismo em evento na Campus Party Brasil

A Orbitalab realiza de 28 a 31/1, dentro da Campus Party Brasil, no Anhembi, em São Paulo, a desconferência StartupMediaBrasil (SMBR), cuja missão é estimular o empreendedorismo entre jovens jornalistas e acelerar a inovação na área de Comunicação e Mídia. Serão dois dias de painéis, quatro de oficinas, uma hackathon (maratona de hackers, programadores, desenvolvedores e inventores em geral) e uma maratona de negócios de mídia. A Orbitalab foi idealizada por Adriana Garcia, que forma equipe com Cristina Zahar, Patricia De Cia e Leandro Beguoci. Aos participantes do SMBR será fornecido um certificado de participação (28 horas de atividades). Como o evento acontecerá no Startup&Makers Camp, na Open Campus, a entrada é gratuita. Os estudantes podem se inscrever também na hackathon e na maratona de negócios. Para esta última, é preciso comprar o ingresso de campuseiro, que custa R$ 300 e dá direito a mentoria do Sebrae na Arena, a parte fechada da Campus. A ação tem apoio da Abraji, que ali lançará o Data Journalism Handbook e fará coleta de dados sobre educação na noite de 28 de janeiro. Estudantes interessados em trabalhar como voluntários na cobertura do evento nos dias 30 e 31/1 receberão mentoria do Orbitalab e um passe livre para acompanhar toda a programação restante. Interessados nas áreas de vídeo, produção, texto e social media podem mandar currículo para [email protected] até 24/1 (6ª.feira).

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