O canal Meio completou oito anos em 3/10 e, para comemorar, lançou produtos como o streaming Meio Premium. O aplicativo será o espaço de programas e documentários produzidos pela equipe, além de outros que o canal já começou a licenciar. Tratará de história, de ciência, de religião e, claro, de política. Lá, os assinantes também poderão assistir ao que é produzido para o YouTube.
Desde o lançamento, o Meio comprometeu-se a produzir informação para o ambiente digital onde já existem hábitos de consumo. Por isso, estão no e-mail, nas redes sociais, nos podcasts, no YouTube e, agora, no streaming. A segunda razão para começar a produzir vídeo com a qualidade superior que a TV de tela grande exige, e em mais formatos, é a ideia de que o Brasil está em disputa e parte desta briga ocorre justamente nos formatos do streaming. Em algum lugar é preciso mostrar o Brasil sem teorias conspiratórias nem vontade de dividir os brasileiros em tribos fragmentadas.
Ainda como parte da comemoração do aniversário, a Edição de Sábado, exclusiva para assinantes premium, estará aberta para todos até o final do mês, com artigos e reportagens sobre os assuntos mais diversos. Segundo o canal, “o Meio pretende, cada vez mais, ser o lugar na internet de defesa da moderação, do diálogo, da pluralidade. Da democracia”.
O mercado de anúncios digitais nos Estados Unidos está demonstrando uma resiliência e crescimento mais acentuados do que o esperado para 2024. O Interactive Advertising Bureau (IAB) revisou as articulações de crescimento para o setor, ajustando para cima suas expectativas. Inicialmente, o IAB previa um crescimento de 9,5% para este ano, mas agora espera um aumento de 11,8% em comparação com 2023.
Esse movimento de alta foi impulsionado por uma aceleração no mercado publicitário durante os últimos meses, influenciado principalmente por gastos eleitorais e outros eventos cíclicos. Na segunda metade de 2024, o mercado deverá crescer 16%, uma alta significativa em comparação com o crescimento de 7,9% apresentado na primeira metade do ano.
O relatório do IAB aponta que praticamente todos os canais de mídia digital devem registrar taxas de crescimento superiores às de 2023. Um dos setores que se destaca é o de podcasting, que passou por uma das revisões mais expressivas. Agora, a previsão é que os investimentos em publicidade para podcasts cresçam 12,6% em 2024, superando a estimativa anterior de 9,6%. No campo do áudio digital como um todo, o crescimento também foi revisado para cima: de 6% para 8,3%, excluindo os podcasts.
Outro ponto relevante é o aumento da participação do áudio digital no mercado publicitário. De acordo com o IAB, os podcasts deverão captar 5,4% dos investimentos totais em publicidade em 2024, um aumento expressivo em relação aos 3,8% específicos em novembro do ano anterior. O áudio digital, sem considerar os podcasts, deverá alcançar uma participação de 3,6%, somando 9% do total de investimentos publicitários em mídias que não são transmitidas via radiodifusão.
A televisão, por sua vez, tem apresentado uma recuperação rápida nos investimentos, impulsionada por sua relevância em eventos eleitorais e globais, como as Olimpíadas. No entanto, o crescimento mais significativo vem da TV conectada (CTV), com previsão de aumento de 18,4% nos investimentos em anúncios, superando de longe a TV linear, que deverá crescer apenas 4,3% no mesmo período. Essa mudança reflete a migração dos anunciantes para plataformas digitais, com o vídeo digital continuando a ocupar a maior fatia do bolo publicitário, enquanto as mídias tradicionais, como TV linear, seguem em declínio.
Essa recuperação no setor publicitário digital dos EUA, segundo o IAB, está associada à diminuição das preocupações econômicas. Em novembro de 2023, 49% dos anunciantes expressaram preocupações com uma possível desaceleração econômica, mas em 2024 esse número caiu para 38%. No entanto, surgiram novas preocupações, como a medição de audiência entre diferentes canais, que preocupa 46% dos anunciantes. Outros temas que ganharam relevância são a inflação da mídia (36%) e o uso de IA generativa (23%). Além disso, 22% dos profissionais de marketing mencionam a segurança da marca e a adequação do conteúdo como pontos críticos para o investimento.
Dessa forma, o cenário publicitário digital dos Estados Unidos para 2024 revela-se positivo, com novos desafios e oportunidades, especialmente no âmbito da integração de novas tecnologias e medição de eficiência entre canais. O crescimento acelerado em setores como podcasts, áudio digital e TV conectada ilustra a transição dos investimentos publicitários das mídias tradicionais para as plataformas digitais, que seguem liderando o mercado.
O avanço contínuo das plataformas digitais sobre as mídias tradicionais é uma tendência que se reflete não apenas nos investimentos publicitários, mas também no comportamento do consumidor. Com a ascensão dos serviços de streaming e o crescente consumo de conteúdo sob demanda, os anunciantes estão realocando seus orçamentos para acompanhar essa mudança de paradigma. A TV conectada (CTV), por exemplo, oferece maior flexibilidade e personalização de anúncios, algo que a TV linear não pode proporcionar, o que torna um canal altamente atraente para os profissionais.
O relatório do IAB também destaca a importância do áudio digital nesse cenário. Com os podcasts e outras formas de conteúdo em áudio se consolidando como um meio preferido por muitos consumidores, especialmente os mais jovens, a publicidade nesse setor está se expandindo rapidamente. Esse crescimento é impulsionado pela capacidade dos podcasts de atingir nichos de audiência altamente engajados, permitindo aos anunciantes direcionar suas campanhas de maneira mais precisas e eficientes.
Os desafios, no entanto, permanecem. A medição da eficácia das campanhas publicitárias em múltiplos canais continua a ser uma preocupação significativa. Com 46% dos anunciantes expressando incertezas sobre como medir o desempenho de suas campanhas de forma integrada entre as diferentes plataformas, o setor de busca por soluções mais robustas. A pressão para demonstrar retorno sobre investimento (ROI) em um ambiente de mídia fragmentado é uma tarefa que exige ferramentas avançadas de análise de dados, muitas vezes equipadas em inteligência artificial.
A inflação da mídia, outro ponto destacado pelo relatório, também apresenta desafios para os anunciantes. À medida que os custos de veiculação em plataformas digitais aumentam, a eficiência dos gastos publicitários torna-se uma prioridade. A IA generativa, citada como uma preocupação por 23% dos profissionais de marketing, tem potencial para ajudar nesse cenário, oferecendo novas formas de otimização de campanhas e criando conteúdos personalizados em grande escala, mas também levanta questões sobre ética e controle de qualidade nas produções.
Por fim, a segurança e a adequação da marca ao ambiente digital não podem ser ignoradas. Em um ecossistema no qual a publicidade pode aparecer ao lado de conteúdos gerados por usuários e algoritmos, garantir que as marcas não sejam associadas a conteúdos inadequados é essencial para manter a confiança do consumidor. Isso torna a escolha de parceiros publicitários e plataformas mais criteriosa, com um foco maior na transparência e no controle sobre onde os anúncios são veiculados.
Álvaro Bufarah
Você pode ler e ouvir este e outros conteúdos na íntegra no RadioFrequencia, um blog que teve início como uma coluna semanal na newsletter Jornalistas&Cia para tratar sobre temas da rádio e mídia sonora. As entrevistas também podem ser ouvidas em formato de podcast neste link.
(*) Jornalista e professor da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e do Mackenzie, pesquisador do tema, integra um grupo criado pela Intercom com outros cem professores de várias universidades e regiões do País. Ao longo da carreira, dedicou quase duas décadas ao rádio, em emissoras como CBN, EBC e Globo.
A 89ª Vara do Trabalho de São Paulo determinou que a Record TV deve indenizar o jornalista e apresentador Arnaldo Duran em R$ 400 mil por danos morais após “dispensa discriminatória” em 2023. A sentença também confirma uma liminar concedida no início do ano que obrigava a emissora a recontratar o repórter. As informações são TRT-2.
Em 2016, Duran foi diagnosticado com ataxia espinocerebelar tipo 3, uma doença rara e degenerativa que afeta os movimentos musculares. A indenização foi concedida em decorrência do prejuízo socioeconômico, mental e à dignidade do profissional. O Tribunal Superior do Trabalho entende que dispensas de empregados com esse tipo de patologia são consideradas discriminatórias, estabelecendo, assim, o direito à reintegração do profissional no emprego.
Pela lei, o desligamento é aceito somente “mediante prova cabal e insofismável de que a dispensa não teve relação direta ou indireta com a enfermidade”. A alegação da emissora de que a decisão foi tomada exclusivamente por questões financeiras foi interpretada como algo que “reforça o abuso de direito e a conduta ilícita”.
Além da indenização, deverão ser pagos os direitos trabalhistas referentes ao período de 2006 a 2018 ao jornalista, uma vez que ele atuava como PJ, mas o cargo cumpria os requisitos de um funcionário CLT, incluindo férias e décimo-terceiro salário. Cabe recurso.
O Instituto Serrapilheira e Centro Latinoamericano de Investigación Periodística (El Clip) lançaram um edital que fornecerá bolsas para reportagens investigativas sobre biodiversidade na Amazônia. Serão selecionados 12 jornalistas da América Latina que receberão cada um US$ 600 mensais (cerca de R$ 3.300 mil) durante três meses para a produção das reportagens. As inscrições começam em 15/10 e vão até 5 de novembro.
Além do apoio financeiro, os selecionados vão participar de um workshop presencial no Rio de Janeiro, em fevereiro de 2025, para capacitação em jornalismo de dados, com foco em informações da região amazônica. Os custos de hospedagem e transporte serão pagos pelo Serrapilheira. O workshop está previsto para acontecer entre 10 e 14 de fevereiro de 2025 e os participantes terão até maio do mesmo ano para a produção e publicação das reportagens.
Interessados devem enviar as propostas de pautas de reportagens investigativas baseadas em dados, abordando a biodiversidade na Amazônia. É necessário que os projetos mostrem também como as investigações serão estruturadas a partir dos dados e o potencial de colaboração com colegas de outros países. Os candidatos devem, de preferência, ter tido alguma experiência em trabalhos de investigação e temas ambientais.
O apresentador Zeca Camargo assinou contrato com a CNBC Brasil, emissora focada em jornalismo de negócios que estreia em novembro. Camargo fará parte da equipe de entretenimento do canal, comandando um programa sobre viagens e o universo de negócios de turismo.
“Não é de hoje que todo mundo conhece minha vocação pra explorar o Brasil e o mundo”, declarou o jornalista sobre a novidade. “Mas agora com o Passaporte CNBC eu tô na área VIP pra focar só nisso: o mundo das viagens, das oportunidades dos negócios de turismo às dicas mais quentes dos lugares por onde eu passo”.
Camargo tem mais de 30 anos de carreira como jornalista e apresentador. Iniciou a carreira como repórter da Folha de S.Paulo. Trabalhou em MTV, Bandeirantes e Globo, nesta última comandou por muitos anos o programa Fantástico. Especializou-se na cobertura de viagens e turismo, com diversas reportagens especiais sobre os lugares que visitava.
Estão abertas as inscrições para o curso Literacia em Saúde para Jornalistas, Comunicadores e Produtores de Conteúdo de Saúde. Oferecido pelo Programa de Verão 2025 da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), o curso é voltado para estudantes e profissionais de comunicação com interesse em pautas relacionadas à saúde.
O curso tem o objetivo de aprimorar as habilidades de profissionais que informam e educam sobre saúde, por meio de ferramentas que auxiliam na produção e publicação de notícias. A ideia é capacitar ainda mais os participantes a produzir notícias sobre saúde e ajudá-los no combate à desinformação.
Na modalidade digital, as aulas ocorrerão de 3 a 7 de fevereiro de 2025, das 14h às 18h. A carga horária total é de 20 horas e ao final serão emitidos certificados. As inscrições, com taxa de R$ 400, devem ser realizadas até 4 de dezembro.
Está marcado para 13 de novembro, na ESPM (campus Renato Castelo Branco), em São Paulo, a edição 2024 do seminário Mega Brasil Benchamarking. O encontro, das 8h30 às 13h, cujo tema é A comunicação, as marcas e os influenciadores, terá as participações já confirmadas de Cauã Taborda (YouTube), Diego Santelices (Grupo Petrópolis), Juliana Isidoro (TIM Brasil), Marina Zveibil (Amazon), Michele Dovoezem (Hotmart) e Rodrigo Azevedo (Influency.me).
As vagas são limitadas e as inscrições custam R$ 550. Até 18 de outubro elas poderão ser feitas por R$ 300, subindo, na sequência, para R$ 450, até 4 de novembro. Outras informações aqui.
A edição 2024 do Prêmio Excelência e Inovação em PR, ou Prêmio Jatobá PR, como é conhecido, bateu novamente o recorde de inscrições e de organizações participantes. Foram inscritos, no total, 343 cases, sendo 112 por Grandes Agências; 104 por Agências-Butique; 127 por Organizações (114 Privadas e 13 Públicas). Na comparação com 2023, quando o número de cases inscritos foi de 309, o crescimento foi de 11%.
Em relação ao número de organizações participantes da premiação, a expansão foi ainda maior, saltando de 117 em 2023 para 141 em 2024 (aumento de 20,51%).
“São oito edições e praticamente oito recordes de participação, o que nos coloca de fato no patamar de mais importante prêmio de PR da América Latina, atraindo o interesse de todo o mercado”, diz Helio Garcia, diretor do Grupo Empresarial de Comunicação (Gecom), mantenedor da iniciativa. “Crescemos em todas as verticais, ou seja, entre as grandes agências e as agências-butiques e entre as organizações empresariais e públicas”.
No olhar de Marco Rossi, outro dirigente do Gecom, essa participação transversal reverte-se numa oportunidade estratégica de convívio entre clientes e agências: “No Jatobá, sempre pensamos em como reunir clientes e agências de uma forma harmônica, complementar, e é por essa razão que as categorias são diferentes no caso das agências e das organizações. A ideia é que a participação seja complementar e não predatória, com cliente concorrendo contra sua própria agência e vice-versa”.
Thales Toffoli, também diretor do Gecom, atribui esse surpreendente desempenho ao trabalho contínuo de divulgação e aproximação do Jatobá com o mercado: “Nossa equipe não perde tempo. Tão logo se encerra a festa de premiação, em dezembro, já começa a planejar e a motivar o mercado a se engajar na premiação seguinte. Sempre com inovações, como aconteceu este ano com as novas categorias (inteligência artificial e media trainning), com os certificados para todos os participantes das equipes e com a expansão territorial da categoria PR Internacional para todo o mundo”.
Esses cases e organizações confirmados em 2024 entram agora na disputa direta pelos 41 troféus da premiação, considerando-se todas as categorias regulares (34), mais as premiações regionais (5) e as premiações especiais de Cases e Organizações do Ano (6).
Nesta terça-feira (8/10) os trabalhos serão direcionados para os mais de 70 jurados, que terão até 26 de outubro para fazerem suas análises. As shortlists com os cases finalistas serão divulgadas em 31 de outubro pelos veículos e canais parceiros do Prêmio Jatobá PR.
A festa de premiação está marcada para 2 de dezembro (Dia Nacional das Relações Públicas) no Hotel Renaissance, em São Paulo. Outras informações com Clara Francisco, pelo [email protected].
A Justiça Eleitoral derrubou uma liminar que determinava a retirada de reportagens do Jornal Plural, de Curitiba, sobre um caso de coação a funcionários da Prefeitura de Curitiba, que receberam ordens de comprar ingressos para um jantar do PSD. As reportagens voltaram ao ar no domingo (6/10).
Após a publicação das reportagens, a coligação de Eduardo Pimentel, vice-prefeito e candidato à prefeitura de Curitiba pelo PSD, pediu a derrubada dos textos. Em caráter liminar, a derrubada foi acatada, por decisão do juiz Marcelo Mazzali, sob a justificativa de que os posts do jornal faziam “propaganda negativa” e poderiam criar “estados mentais artificias” contra o vice-prefeito. Foram retirados três reportagens e cinco posts de Instagram.
O Jornal Plural entrou com um mandado de segurança e conseguiu derrubar a liminar. Para Claudia Cristina Cristofani, desembargadora eleitoral responsável pelo julgamento do mandado de segurança, “quando a imprensa é livre, permite-se o debate aberto e plural, elementos cruciais para uma democracia saudável, onde os cidadãos podem participar ativamente e questionar decisões que impactam suas vidas. Limitar essa liberdade enfraquece a própria base da democracia”.
Este ano, durante o período eleitoral, a imprensa sofreu cerca de 38 mil ataques online entre 16 de agosto e 18 de setembro. Segundo o monitoramento da Coalizão em Defesa do Jornalismo (CDJor), formada por 11 organizações da sociedade civil em defesa da liberdade de imprensa, a maioria dos ataques ocorreu no X (34.801), seguido por Instagram (2.716) e TikTok (491).
O monitoramento considerou contas, publicações, hashtags e termos específicos durante a pesquisa nas três redes sociais. No caso do X, a coleta de dados continuou mesmo após o bloqueio determinado pelo STF em 31/8, embora os números tenham diminuído.
No X, os relatórios revelaram um padrão de hostilidade, especialmente contra o Grupo Globo, com hashtags como #globolixo e #foraglobolixo aparecendo com frequência. Outros veículos de notícias, como CNN e Jovem Pan, também foram alvos de hashtags similares, como #cnnlixo e #jovempanlixo.
O Instagram também foi utilizado para descredibilizar a mídia, associando-a a termos como “esquerdista”, “esquerda” e “comunista”, o que reforçou a percepção de viés político na imprensa.
Além do ambiente virtual, o monitoramento registrou dez denúncias offline, como o caso do jornalista Artur Rodrigues, do ABC Paulista, que foi ameaçado pelo vereador Paulo Chuchu (PL), que, rindo, mostrou uma pistola após questioná-lo sobre seu voto.