O Ministério da Educação e Cultura recebeu na semana passada um dossiê com farta documentação para respaldar o pedido oficial de inclusão, no currículo escolar obrigatório do Ensino Fundamental, dos feitos científicos do padre Roberto Landell de Moura, inventor do rádio e responsável pela primeira transmissão da voz humana realizada no mundo. O material, endereçado ao ministro Henrique Paim por Eduardo Ribeiro, diretor do Portal dos Jornalistas e integrante do Movimento Landell de Moura – MLM, que há cinco anos encabeça campanha pelo reconhecimento da vida e da obra do padre, foi recebido em 4/4 pelo Cadastro Geral do MEC, enviado ao cadastro do gabinete do ministro, onde recebeu o controle SIDOC Nº 018 705/2014-97, e em seguida encaminhado à Chefia de Apoio, que cuidará de fazer o acompanhamento do assunto. Constam do dossiê abaixo-assinado com mais de seis mil assinaturas de pessoas que apoiam a iniciativa, muitas delas autoridades e personalidades públicas; resumo da vida e obra do padre; lâminas sobre fatos em torno da criação do rádio e de inventos em outras áreas da telecomunicação que ele pesquisou; patentes que registrou no Brasil (1901) e nos Estados Unidos (1904); selo dos Correios comemorativo ao sesquicentenário do nascimento de Landell (21/1/2011); título de Cidadão Paulistano a ele concedido in memoriam pela Câmara Municipal de São Paulo, em abril de 2011; assinatura da presidente Dilma Rousseff autorizando a inscrição do nome do padre Roberto Landell de Moura no Livro dos Heróis da Pátria, em abril de 2012; e imagem do site do MLM. Vale lembrar que documentação de teor semelhante já havia sido entregue ao MEC em duas ocasiões anteriores por representantes do MLM: em 30/11/2011, por Katia Cubel, ao então ministro Fernando Haddad, na presença da senadora Ana Amélia Lemos (PP/RS); e a Rolf Hackbart, assessor parlamentar de Aloízio Mercadante, sucessor de Haddad, pelo biógrafo de Landell Hamilton Almeida, em 13/3/2013. Como desde então ninguém teve qualquer notícia sobre o paradeiro dos dossiês, decidiu-se pela entrega protocolar. Agora, com o número de controle nas mãos, o MLM tem condições de acompanhar e cobrar o andamento do processo. Leia mais + MEC recebe dossiê sobre Landell de Moura + Prêmio Estácio abre inscrições e vai distribuir R$ 100 mil brutos + Caco de Paula é o novo gestor do projeto Educar para Crescer, da Abril
Há vaga! ? Site busca frila para cobrir Irã na Copa
O site IranWire, capitaneado pelo repórter e documentarista irano-canadense Maziar Bahari, busca profissional credenciado para cobrir a Copa do Mundo que esteja disposto a acompanhar a seleção iraniana. O interesse é em reportagens escritas, fotos e vídeos sobre a seleção do país e as sedes em que estarão para os jogos – Curitiba (em 16/6 contra a Nigéria), Belo Horizonte (em 21/6 contra a Argentina) e Salvador (em 25/6 contra Bósnia-Herzegovina). “O time iraniano provavelmente não estará na segunda fase, mas quem sabe? Se passarem, nós vamos querer segui-lo no fase seguinte também”, disse Bahari a Igor Ribeiro (Meio&Mensagem), ex-editor de J&Cia que fez chegar a nós esse “apelo”. Ex-repórter de Newsweek (1998-2011), Bahari foi personagem de uma reportagem de Igor para a Revista Imprensa, publicada em maio de 2011, quando esteve no Brasil como jurado do festival de documentários É tudo verdade. Na matéria de Igor – que convidou o colega estrangeiro para assistir a um jogo em Santos –, ele conta sobre sua paixão pelo futebol e a importância que o esporte tem para o país. Nascido em Teerã, Bahari formou-se em Comunicação pela Concordia University em Montreal, em 1993, e produziu inúmeros documentários e reportagens para BBC, Channel4, HBO, Discovery, Canal+ e NHK. Em 2009, foi preso enquanto cobria os protestos contra a recondução de Mahmoud Ahmadinejad ao governo do país. Permaneceu preso pelo regime ditatorial por mais de cem dias e apanhou até confessar um suposto crime de espionagem. Excelente oportunidade para quem fala inglês, curte futebol e quer ter uma cobertura diferente para no currículo. Contatos pelo [email protected]. Leia mais + Alessandro Giannini retorna ao Estadão como editor-assistente de Internacional + Unesco lança manual para jornalistas investigativos + Com apoio de criador do eBay, Glenn Greenwald lança The Intercept
Observatório da Imprensa concorre a prêmio de ativismo online
O Observatório da Imprensa foi indicado para o Prêmio The Bobs, concurso internacional de ativismo online promovido pela rede de radiodifusão Deutsche Welle (Alemanha). Comandado por Alberto Dines e Luiz Egypto, o Observatório concorre com outros 13 sites ativistas de diferentes lugares do mundo na categoria Repórteres sem fronteiras pelo trabalho de análise crítica aos meios de comunicação brasileiros na cobertura dos protestos populares iniciados em junho de 2013. O vencedor será escolhido por um júri internacional e também por votação popular via internet. O resultado será divulgado no dia 7 de maio. Os prêmios serão entregues numa cerimônia em Bonn no final de junho.
Verónica Goyzueta une-se à Virta para liderar divisão América Latina
No Brasil desde os anos 1990, a peruana Verónica Goyzueta, que presidiu a Associação de Correspondentes Estrangeiros de São Paulo em 2002 e 2009, acaba de se juntar à Virta para liderar a Virta Latam, divisão da agência responsável por trabalhos de assessoria de imprensa e produção de conteúdo para a América Latina. Com passagens por Dow Jones, America Economia, Mergemarket e como comentarista do programa Legião Estrangeira, da TV Cultura, ela seguirá correspondente do jornal espanhol ABC, para o qual escreve desde 2002 (“Por ficar em outro continente, não gera nenhum tipo de conflito”), além de sócia do bar paulistano Tubaína e professora de jornalismo na ESPM. Segundo Verónica, a Virta não é sua primeira experiência em comunicação corporativa, pois entre 2000 e 2002 fez um trabalho de comunicação interna e endomarketing para a Ericsson do Brasil, além de jobs pontuais na área. “A proposta desse novo trabalho é juntar a experiência da Virta em assessoria de imprensa com o meu conhecimento de América Latina, acumulado em anos de colaborações para veículos especializados na região”, diz. “Eu já era solicitada havia muito tempo por empresas e assessorias para fazer esse trabalho informalmente e agora só farei pela Virta. A ideia é trabalhar com empresas brasileiras que queiram fazer divulgação nos países de língua espanhola, e o contrário, com as companhias latino-americanas interessadas em fazer o mesmo no Brasil”. Outro foco da Virta Latam, informa ela, será a criação de uma unidade de inteligência para fazer analises específicas sobre países e setores econômicos regionais, sob demanda.
Sobre dúvidas e certezas
Nos últimos anos, estudiosos e empresários da comunicação de todo o mundo vêm analisando os impactos da internet, da mobilidade, das redes sociais e congêneres sobre a imprensa, principalmente os jornais, com o objetivo de encontrar alternativas para ao menos mitigar o seu inegável declínio como negócio. O universo digital conturbou de tal maneira o de papel que os protagonistas deste têm sido levados a, em maior ou menor grau, fazer experiências para tentar garantir a sobrevivência de seus veículos nesse admirável mundo novo criado pela explosão da tecnologia da informação. Mas, como ouvimos recentemente de um alto executivo de jornal em uma palestra em São Paulo, “temos muitas dúvidas e poucas certezas na nossa área neste momento. E a certeza maior é de que não podemos ficar parados”. Jornalistas&Cia também resolveu colaborar com essa discussão e para celebrar o Dia do Jornalista, neste 7 de abril, traz nesta edição especial as opiniões de 53 profissionais, sem ter tido a preocupação de convidá-los em função de idade, cargo ou região geográfica. Temos, pois, desde diretores de Redação a repórteres, passando por renomados professores, freelancers e editores. Todos refletem com suas vivências, interpretações e conhecimentos o que esperam ou querem ver sobre o jornalismo, dentro da temática O mercado que nos espera. E o que o mercado espera de nós? Este trabalho não tem a ambição de ser acadêmico ou mesmo uma pesquisa. A decidir fazê-lo, nossa única motivação foi medir a pulsação dos profissionais, instigando-os a usar o calor das opiniões para gerar a luz das reflexões. Da mídia tradicional à mídia transcendental, representada pela comunicação digital e móvel, tudo está presente neste especial, que levou aos protagonistas que aqui assinam seus nomes 13 questões, talvez por ser esse o nosso número da sorte. Vários optaram por escrever pequenos artigos sobre a temática e outros se dispuseram a responder uma a uma todas as indagações. Houve até quem fez as duas coisas. O resultado das previsões desses profissionais você confere nas próximas páginas. (Aliás, pedimos aqui licença para fazer nossa a declaração de um dos respondentes ao justificar por que não se manifestaria sobre um dos temas: “Um dia alguém vai catalogar todas as ‘previsões’ e checar o que de fato aconteceu. Não dá agora, com tanta tecnologia disruptiva sendo jogada a toda hora na nossa cara.”) No roteiro proposto, buscamos abordar, entre outros aspectos, a qualidade do jornalismo contemporâneo; o que mais chama nele a atenção, positiva e negativamente; quem já teria encontrado um caminho para sobreviver e quem está na frente nesse processo de transição; a possibilidade de surgimento de novas marcas relevantes no jornalismo; o nível técnico e cultural das novas gerações de jornalistas; o mercado de trabalho daqui a cinco ou dez anos; a pulverização da publicidade e o pagamento por acesso a conteúdo. Completam esse elenco de opiniões dois documentos que, embora já publicados, consideramos de grande relevância aqui reproduzir, com as devidas autorizações. Um é a entrevista que Caio Túlio Costa deu a Carlos Müller para o Jornal ANJ nº 248 (fevereiro/2014), sobre o estudo que fez no ano passado na Escola de Jornalismo da Universidade Columbia para desenvolver o que chama de “um modelo viável para as empresas jornalísticas no meio digital”. Nesse estudo, cuja íntegra estará na edição de abril da Revista de Jornalismo da ESPM, ele adverte: “A empresa precisa recomeçar do zero – mesmo na produção de conteúdo. O digital é outra coisa, com outras leis e com outra forma de consumo. E a empresa não deve temer ter de matar a sua própria empresa-mãe para se dar bem no meio digital. Caso contrário, outros a matarão. Neste caso é melhor que você mesmo faça este serviço de morte e renascimento”. O outro documento a que nos referimos é o artigo Um novo consenso sobre o futuro do jornalismo, do crítico norte-americano de mídia Dean Starkman, que o Observatório da Imprensa publicou em sua edição 789 (11/3/2014). Nele, após fazer um retrospecto das discussões, “muitas vezes inflamadas – às vezes, surpreendentemente esclarecedoras, e, às vezes, profundamente idiotas”, a respeito do “consenso do futuro das notícias” nos últimos dois anos, Starkman elenca seis novos pontos que considera consensuais sobre o futuro das notícias, “ou, talvez melhor, o consenso das notícias no dia de hoje, uma vez que isso não parece tanto para onde vamos, e sim, onde estamos”. Dadas as características desta edição, esperamos que ela ajude você em suas reflexões sobre o futuro da nossa atividade. Por isso, sugerimos que a guarde e leia sem pressa, critique e saboreie. Concorde ou não com as opiniões aqui expressas, elas representam o resultado de um esforço voluntário dos que aceitaram nosso convite para colaborar. A eles nosso mais profundo agradecimento. Boa leitura! J&Cia – Especial Dia do Jornalista
Vaivém das Redações!
Veja o resumo das mudanças que movimentaram nos últimos dias as redações de São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Minas Gerais e Bahia: São Paulo Erika Palomino, publisher da revista L’Officiel Brasil, anunciou a chegada de Sophia Alckmin, filha do governador Geraldo Alckmin, como nova diretora de Estilo. Ela vai tocar as principais seções de moda e lifestyle da publicação, além de auxiliar na sugestão de pautas para outros produtos da casa, como L’Officiel Hommes e Voyage. Marina Diana, titular da coluna Leis e Negócios no iG ([email protected] e 11-982-672-630), assumiu também na semana passada o posto de editora-chefe da revista Advogado – Mercado & Negócios. Com ela seguiu a repórter Sheila Wada, ex-subeditora de Política do DCI e ex-CDN, entre outros. Ambas chegam à revista, que está em sua 48ª edição, no bojo de diversas mudanças promovidas pela Selem Bertozzi Consultoria, que a adquiriu em meados do ano passado. A empresa tem outras publicações e está se especializando no segmento de imprensa corporativa advocatícia. Rio de Janeiro Liana Verdini deixa o Brasil Econômico, onde era sub de Finanças, e se muda para Brasília, a convite da Secretaria de Comunicacao Social da Presidência da República. A editora Eliane Velloso deve substituí-la em breve. Fabio Nascimento vai integrar a editoria de Finanças do Brasil Econômico como subeditor, no lugar vago com a saída de Liana Verdini, que foi para a Secom, como noticiamos em J&Cia 941. Nascimento era ultimamente gerente de Comunicação Corporativa e Negócios da Oi, chefiou a assessoria da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado, e tem MBA em Gerência de Projetos pela FGV. Antes da comunicação corporativa, foi repórter de Finanças na Economia de O Globo, além de Extra, O Dia e Jornal do Commercio. Distrito Federal No portal do Jornal de Brasília quem saiu foi a editora Amanda Carvalho, substituída, também interinamente, pela repórter Tatiane Nardele. Outra que deixou o jornal foi a repórter Camila Max, ainda sem substituição. Em Na Hora H, outro título da empresa do Jornal de Brasília, a xará Amanda Amaral de Souza deixou a Reportagem. Para o lugar dela foi Virgínia Negretto. Minas Gerais Pedro Lobato, editor de Opinião do Estado de Minas, retomou as suas atividades no jornal após ter ficado afastado por 11 dias devido a uma cirurgia. Bahia Elane Varjão, sócia da Varjão, passa a assinar uma coluna social no portal Bahia Notícias. Além do BN, tem um espaço na revista Yacht e outro no site Resenha Bahia. Leia mais + Vaivém das Redações! + Vaivém das Redações! + Vaivém das Redações!
Paulo Markun estreia programa no Canal Brasil
Paulo Markun estreia no Canal Brasil nesta 2ª.feira (7/4), às 20h30 (com reprises aos sábados, às 13h), a série semanal Retrovisor. O programa é um talk show no qual atores revivem personagens históricos já falecidos e dão entrevista a Markun – que também é o idealizador da atração – e ao público presente no auditório da Biblioteca Mario de Andrade, em São Paulo, onde foram feitas as gravações. A emissora exibirá os 13 episódios da primeira temporada; a segunda, com 26 programas, já está em fase de pré-produção. A personagem de estreia é Anita Garibaldi, vivida por Lucienne Guedes. Também foram revisitadas no programa as histórias de, entre outros, Monteiro Lobato, José do Patrocínio, Euclides da Cunha, Luís Carlos Prestes, Mario e Oswald de Andrade. Leia mais + Paulo Markun começa a gravar Retrovisor + SescTV estreia série sobre habitação e cultura + Júlio Moreno deixa a Fundação Padre Anchieta
Memórias da Redação ? Pastéis de queijo para Mikhail Gorbachev
A história desta semana, de Luiz Ruffato, foi publicada originalmente no site brasileiro de El País em 24/2 e está sendo aqui reproduzida com as autorizações do autor e do veículo. Mineiro, Ruffato chegou a São Paulo em 1990 e desempenhou diversas funções no Jornal da Tarde, onde ocorreu o episódio que ele relata. Desde 2003 dedica-se exclusivamente à literatura. Pastéis de queijo para Mikhail Gorbachev Luziane, a moça que vendia quitutes na redação, havia, sem saber, enfrentado um dos homens mais importantes e poderosos do mundo Em 1993 o presidente da República era Itamar Franco, o ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, e a moeda, o cruzeiro real. Eu trabalhava como redator no Jornal da Tarde, de São Paulo, e aguardava, ansioso, o nascimento da minha filha, Helena. Mikhail Gorbachev estava no auge de sua popularidade. Responsável pelas reformas política (glasnost) e econômica (perestroika) que possibilitaram o fim da guerra fria e, ao mesmo tempo, resultaram na dissolução da União Soviética, vivia de ministrar palestras ao redor do mundo. Numa destas, acabou dando com os costados no jornal O Estado de S. Paulo, cuja redação funcionava no mesmo andar da do Jornal da Tarde, separadas apenas por um estreito corredor. Todos os dias, às cinco horas da tarde, Luziane descia do sétimo andar empurrando um carrinho lotado de guloseimas. Estacionava-o num canto e aguardava a chegada dos jornalistas, de ambas as redações, que rapidamente esgotavam suas provisões. Em geral, oferecia coxinhas, rissoles, quibes, enroladinhos de salsicha, esfirras, chocolates e refrigerantes. Mas, durante alguns meses de 1993, a cantina resolveu inovar e, além de salgadinhos e doces tradicionais, Luziane trazia também pastéis quentinhos, de carne e de queijo, que, por serem poucos, eram disputados por meio de empurrões e cotoveladas. Depois, ela percorria o sexto andar, mesa em mesa, cobrando a conta. Quase nunca lhe davam calote. Até porque, compreendíamos, ela é quem pagava a diferença do caixa, se houvesse. A entrada de Gorbachev na redação de O Estado de S. Paulo ocorreu de maneira espalhafatosa. Acompanhado pela mulher, Raisa, por diretores da empresa e políticos, e cercado por seguranças enormes, tensos e carrancudos, o ex-líder soviético seguiu arrastando seu séquito, simpático, porém intangível. Então, alguém, querendo lhe agradar, dirigiu-se ao carrinho de Luziane, que acabara de baixar do sétimo andar, e, tomando dois pastéis de queijo, repassou-os às mãos de Gorbachev e Raisa, explicando ser aquilo “uma iguaria brasileira”, conceito que a tradutora deve ter se esforçado para transmitir ao casal. Não lembro se eles experimentaram os pastéis ou se, polidos, apenas agradeceram a gentileza, reencaminhando-os a algum assessor. Sei que, como chegaram, começaram a sair, feito um trem que, após breve parada na estação, retoma os trilhos, apressado. V.P. era conhecido pelas brincadeiras, muitas de mau gosto, que perpetrava nos colegas. Sempre atento a oportunidades para exercitar suas zombarias, percebeu a retirada iminente de Gorbachev e denunciou-o a Luziane, Olha lá, aquele careca está indo embora sem pagar. Imediatamente, ela largou o carrinho e, correndo, intrometeu-se no meio do cortejo, sem dificuldades, franzina que era. Quando os seguranças perceberam, Luziane já se encontrava de pé, dedo em riste, gritando para um boquiaberto Gorbachev, O senhor não vai embora sem pagar não! Depois eu que tenho que arcar com o prejuízo! Diante da incredulidade da comitiva, que não entendia o que estava acontecendo, alguém desembolsou uma nota que cobria com folga a despesa, entregou-a com descaso a Luziane, e, pensando em se desvencilhar dela com presteza, falou, Pode ficar com o resto. Mas ela, paciente, sem arredar um milímetro do lugar onde se plantara, contou e recontou o troco, devolveu o dinheiro excedente, agradeceu, e, só então, o grupo voltou a se movimentar. Luziane retornou com um sorriso vitorioso, tendo sido discretamente aplaudida por alguns jornalistas. Ela havia, sem saber, enfrentado um dos homens mais importantes e poderosos do mundo, apenas com seu corpo frágil e sua determinação de sobrevivente. Raisa morreu seis anos depois, de leucemia. Aos 82 anos, Gorbachev continua dando palpites na política interna da Rússia, embora suas ideias hoje pouco influenciem a opinião pública. De Luziane, não se sabe. Em algum momento no final da década de 1990 regressou para o interior de Pernambuco. Talvez ainda esteja por lá, enfrentando, com seu corpo frágil e sua determinação de sobrevivente, os poderosos do mundo… Leia mais + Memórias da redação – O quinteto do Bom Retiro + Memórias da redação – O “senador” + Memórias da redação – PUM
Prêmio SAE Brasil de Jornalismo prorroga prazo de inscrição
Com foco em reportagens relacionadas à tecnologia da mobilidade nos segmentos terrestre (sobre rodas, ferroviário, máquinas agrícolas e de construção), aeroespacial e naval, a premiação teve seu prazo prorrogado até 13/4 (domingo). Podem concorrer trabalhos veiculados em mídias impressas ou internet, entre 1º de março de 2013 e 21 de março de 2014. Os primeiros colocados (um por categoria) receberão R$ 7 mil em dinheiro; as menções honrosas (duas por categoria) serão contempladas com R$ 2 mil cada uma; e os destaques (dois por categoria) receberão certificados. As fichas de inscrições e o regulamento estão disponíveis no site do prêmio. Mais informações pelo 11-4435-0000, com Maria do Socorro Diogo, Michelle Raeder, Susete Davi ou Michele Alves.
Alexandre Coelho começa na equipe do Carros e Motos
A seção Carros e Motos do site do jornal fluminense Extra passou a contar com o reforço do repórter freelancer Alexandre Coelho. Com passagens por Automania, O Dia e agência AutoPress, ele chega para produzir notas e matérias para o portal, sob responsabilidade de Fernando Miragaya, que segue integrando a equipe de reportagem dos cadernos Carro etc (O Globo) e Motor Extra (Extra).






