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terça-feira, dezembro 30, 2025

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Associação Mundial de Jornais lança parceria em prol da inovação de mídia

Do Brasil, participam Grupo RBS e PUC-RS A Associação Mundial de Jornais (do inglês World Association of Newspapers and News Publishers, WAN-IFRA) lançou a Aliança Internacional de Pesquisa e Inovação em Mídia, parceria mundial que visa a fazer com que entidades trabalhem em conjunto pela inovação da mídia, por meio do compartilhamento de iniciativas. O projeto reúne veículos de comunicação, universidades, pesquisadores, centros de inovação e provedores de tecnologia de diferentes nacionalidades. Duas entidades brasileiras integram o comitê-diretor da aliança: o Grupo RBS e a PUC-RS, que trabalham em conjunto com WAN-IFRA, École Polytechnique Fédérale de Lausanne (Suíça), iMinds – Vrije Universiteit Brussel (Bélgica), NextMedia, iniciativa da Finnmedia (Finlândia), Estúdio de Inovação em Mídia da School of Journalism and Media de UCLan (Inglaterra), Aalto University School of Business (Finlândia), Médias Suisses – associação dos editores da região francesa da Suíça (Suíça), e AFP – Agence France-Presse (França).

A Copa do Mundo e os direitos da infância: Andi lança guia para jornalistas

A Andi – Comunicação e Direitos lançou o Guia de referência para a cobertura jornalística – Grandes eventos esportivos e os direitos de crianças e adolescentes, cujo objetivo é mapear os principais riscos a que estão expostos crianças e adolescentes nas cidades-sede do Mundial 2014, e alertar autoridades para a necessidade de a sociedade brasileira estar atenta a situações que potencializam a ocorrência de graves violações de direitos, como exploração sexual, trabalho infantil e abuso de drogas. O guia apresenta as iniciativas desenvolvidas pela sociedade para garantir os direitos fundamentais desses grupos etários durante os megaeventos esportivos e traz dados detalhados sobre a situação da infância e da adolescência brasileira e suas vulnerabilidades no contexto da Copa, em visão ampla sobre as ações que integram a Agenda de Convergência Proteja Brasil. A articulação tem caráter multissetorial, envolvendo órgãos das três esferas de governo, entidades da sociedade civil, organismos de cooperação internacional e representantes do empresariado. A operação se dá em nível nacional e local, buscando fortalecer as diferentes instâncias do chamado Sistema de Garantia de Direitos de Crianças e Adolescentes. Em cada uma das 12 cidades-sede da Copa foram criados Comitês Locais de Proteção de Crianças e Adolescentes, cuja responsabilidade é instalar, manter e gerir Plantões Interinstitucionais, que reúnem Equipes Itinerantes de Atendimento e fazem uso de Espaços Temporários de Convivência. Além da atenção dada aos estádios, as estruturas também estão nas proximidades dos locais de realização das Fan Fests, pelo impacto que estas provocaram nos índices de violações de direitos de crianças e adolescentes durante a Copa das Confederações, em 2013. A publicação é uma iniciativa da Andi em parceria com Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente, e Conselho Nacional dos Direitos da Crianças e do Adolescente.

Congresso Abraji terá sessão exclusiva de O mercado de notícias

O documentário O mercado de notícias, de Jorge Furtado, será exibido em sessão exclusiva, no dia 24/7, durante o Congresso da Abraji. Ao fim da exibição do filme, o cineasta será entrevistado por Bob Fernandes, editor-chefe do Terra Magazine e comentarista de política no Jornal da Gazeta, de São Paulo.

O filme aborda mídia e democracia, em um debate sobre a credibilidade e demanda de notícias, aspectos abordados na peça inglesa The staple of News, de Ben Jonson, na qual se baseia a produção brasileira. No obra de Furtado, a encenação é intercalada com entrevistas de Bob Fernandes, Cristiana Lôbo, Fernando Rodrigues, Geneton Moraes Neto, Janio de Freitas, José Roberto de Toledo, Leandro Fortes, Luís Nassif, Maurício Dias, Mino Carta, Paulo Moreira Leite, Raimundo Pereira e Renata Lo Prete.

O diretor montou ainda o site www.omercadodenoticias.com.br, para compartilhar seu processo de produção e possíveis novas entrevistas. As inscrições para o congresso seguem em preço promocional até 23/6, pelo abraji.org.br/congresso.

Prêmio Vladimir Herzog abre inscrições

Estão abertas até 5/8 as inscrições para a edição 2014 do Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, do qual jornalistas profissionais brasileiros podem participar em oito categorias: Artes (ilustrações, charges, cartuns, caricaturas e quadrinhos), Fotografia, Documentário de TV, Reportagem de TV, Rádio, Jornal, Revista e Internet.  Para concorrer, os candidatos devem se inscrever pelo www.premiovladimirherzog.org.br, preenchendo a ficha cadastral e anexando sua obra publicada entre 5/8/2013 e 5 de agosto de 2014.  O julgamento dos trabalhos será em 30/9, na Sala Oscar Pedroso Horta da Câmara Municipal de São Paulo, com transmissão ao vivo pela internet; a cerimônia de premiação, em 29/10, às 20h, no TUCA, também em São Paulo. Como ocorre desde 2009, a Comissão Organizadora do prêmio indicou jornalistas para serem agraciados com o Prêmio Especial por relevantes serviços prestados às causas da Democracia, Paz, Justiça e contra a Guerra. Neste ano, receberão as homenagens Sandra Passarinho e Rubens Paiva (in memoriam). 

Vaivém das Redações!

Veja o resumo das mudanças que movimentaram nos últimos dias as redações de São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Feral e Minas Gerais: São Paulo Mudanças no comando editorial da Rolling Stone. Após quase oito anos de casa, o editor-chefe Pablo Miyazawa deixou a publicação e em seu lugar assumiu a editora assistente Bruna Veloso. Com a reestruturação, a editora do site Stella Rodrigues acumula seu cargo com o de editora assistente da versão impressa.   Repórter de negócios globais da Exame desde abril de 2012, com passagens por iG e Valor Econômico, Guilherme Manechini despediu-se da revista e assumiu nesta 2ª.feira (9/10) o posto de editor de Reportagem da GQ. Guilherme é um dos idealizadores do documentário sobre o assassinato de Antônio da Costa Santos, o Toninho do PT, então prefeito de Campinas, morto em setembro de 2001.   O ex-editor-chefe do Gizmodo e repórter especial dos sites da F451 Leo Martins  despediu-se da casa para assumir o posto de editor-chefe do Motherboard. O site de tecnologia faz parte do grupo Vice, que recentemente teve uma parcela do seu controle comprada pela NewsCorp.   Mudanças na RedeTV. Evaldo Dell’Omo (ex-TV Cultura, Record News e TV Brasil) chegou para a assumir o posto de chefe de Redação no lugar de Roberto Munhoz, e Helena Fernandes (ex-SBT) assumiu a Chefia de Reportagem na vaga de Dayana Tosta, que, assim como Roberto, seguiu para a TV Record. Ari Borges (ex-Band) assumiu a Direção de Esportes no lugar de Luciano Borges, que deixou a empresa, e Carlos Martins, o Kaká, (ex-Band News), assumiu o cargo de editor-chefe do Rede TVNews, em substituição a Marcelo Magalhães.   Após três anos atuando como editora do Fantástico, Beatriz Peres despede-se da TV Globo para tocar integralmente sua produtora de vídeo, a Parece Cinema. Criada em 2011 em parceria com Camilo Cassoli, a produtora vem trabalhando principalmente com documentários e vídeos institucionais.   Renata Cafardo ([email protected]) está de volta aos telejornais da Globo, depois de uma temporada de três meses no Bem Estar. Retorna à escala de SP-TV 2ª Edição, Bom Dia Brasil e Jornal da Globo, entre outros.   Marisa Marega assumiu no início de junho a Chefia de Redação do Observatório do Terceiro Setor, grupo de comunicação cujo objetivo é divulgar e promover o trabalho realizado por ONGs, associações e fundações que compõem o segmento, por meio de seus canais: programa na Rádio Trianon AM 740, canal aberto de televisão (NET Cidade Canal 2, TV Êxito), portal e as mídias sociais facebook e twitter, além de parceria de conteúdo com a Rádio ONU. Com 25 anos de carreira, Marisa foi chefe de pauta /reportagem, editora e editora-executiva das tevês Globo, Bandeirantes, Cultura, SBT e Record, Diário do Grande ABC, assessora de imprensa da OAB-SP, Prodesp, Colégio Palmares e consultora de Comunicação da ONU-Mulheres.   Matheus Pichonelli, editor-assistente do núcleo online, deixou a CartaCapital e assumiu a Assessoria de Imprensa do CPFL Cultural, em Campinas. Para o lugar dele chegou Clarice Cardoso, vinda do Estadão, onde era editora-assistente do Caderno 2. Com a mudança, José Antonio Lima passa a editor-executivo de conteúdo online. O comando geral da equipe é de Lino Bocchini.   Rio de Janeiro Sabrina Valle começou na Bloomberg do Rio, vinda da Agência Estado. Deixaram a sucursal da agência o argentino Rodrigo Orihuela, transferido para a Espanha, e Adriana Chiarini.   Bruna Martins, editora do Cidade Alerta da TV Record Rio, deixou a emissora e seguiu para a Receita Federal.   Joanna Chigres ([email protected]), ex-Diagramação de O Dia, está agora na Malagueta PDV, como gerente de Criação da equipe de design, no atendimento aos clientes da agência, entre eles a área regional da Tim de telefonia.   Felipe Hannickel, editor de áudio e vídeo, com dez anos de trabalho, por último na TV Câmara, procura nova colocação. Tem experiência em direção de imagens (seleção de material ou corte em estúdio), videografismo (animação gráfica de painéis e dados) e técnica em formatos (conversão e adaptação para sistemas de edição, difusão e armazenamento).  Distrito Federal Eduardo Bresciani começou na sucursal de O Globo nesta 2ª.feira (9/6). Ele cobre Nacional, em uma vaga que estava aberta. Bresciani estava há quase três anos e meio no Estadão, onde foi sucedido por Fábio Branti, vindo do Valor Econômico.   Na sucursal do Valor, registro para a contratação, na semana passada, de Lorena Rodrigues, para a cobertura do Ministério da Fazenda. Ela está de volta a Brasília depois de deixar a sucursal da Folha de S.Paulo, em julho de 2012, e se mudar para Curitiba, onde trabalhou, de frila, como corresponde do Valor no Paraná. Nesse período, também se dedicou ao mestrado em Economia. Minas Gerais Marlyana Tavares passou a responder pelo caderno Prazer em Ajudar do Estado de Minas, no lugar de Cristiana Andrade, agora editora do caderno de Ciência e Saúde.   Ainda por lá, Rodrigo de Oliveira, que cursa o 8°período de Jornalismo, é o novo estagiário da editoria de Opinião, auxiliando o editor Pedro Lobato. Os contatos da editoria são [email protected] e 31-3263-5373.   No Hoje em Dia, Carlos Moreira ([email protected]) assumiu a editoria de Política, no lugar de Izabel Zoglio, que deixou o jornal. Quem também começou no caderno foi a repórter Ana Luiza Souza.   Camila Dias voltou a integrar o Jornalismo da rádio Itatiaia, onde esteve anteriormente de 2005 a 2012. Ela se desligou da TV Record após o término de sua licença-maternidade para voltar à reportagem da rádio. Já Priscila Mendes, que havia deixado a Record em março, está na produção do Itatiaia Patrulha.   Deixaram a rádio as produtoras Francine Alves e Ione Caetano devido ao término do contrato de estágio. Os novos estagiários são Luciano Vieira, que atuará na produção do Plantão da Cidade, e Nathália Ferreira, no Rádio Vivo.   Leia mais + Vaivém das Redações! + Vaivém das Redações! + Vaivém das Redações!  

Prêmio Estácio de Jornalismo prorroga inscrições até 20 de junho

Jornalistas de todo o Brasil terão até 20/6 para se inscreverem na edição 2014 do Prêmio Estádio de Jornalismo. Podem participar reportagens que abordem ensino superior e tenham sido veiculadas entre 11/6/2013 e 10 de junho deste ano. As inscrições devem ser feitas pelo www.premioestaciodejornalismo.com.br, onde também é possível fazer o upload das matérias. Quem preferir pode enviar o material pelos Correios. Este ano serão distribuídos R$ 100 mil aos vencedores, divididos nas modalidades Nacional e Regional, que estão subdivididas em Impresso (jornal e revista), Televisão, Rádio e Internet. O vencedor do prêmio principal, o Grande Prêmio Estácio de Jornalismo 2014, do qual participam todos os finalistas, receberá a quantia bruta de R$ 20 mil.

Rodrigo Mora troca G1 pela Folha de S.Paulo

Após dois anos e meio na reportagem de Carros do G1, Rodrigo Mora está de casa nova. Ele começou em maio como repórter do caderno Veículos da Folha de S.Paulo, em substituição a Felipe Nóbrega, que havia deixado o jornal no começo de maio a caminho da General Motors.

Antes do G1, Rodrigo teve passagens por iG Carros, Matel e programa Auto+. Ainda na Folha de S.Paulo, destaque para a chegada do estagiário Gabriel Garcia, que estava na revista Info. Entra na vaga de Bruno Rosas, que deixou a casa no mês passado.

Célia Perrone começa no Correio Braziliense

Na Economia do Correio Braziliense, Célia Perrone, ex-GloboNews em São Paulo, chegou esta semana para integrar a equipe de Vicente Nunes.

Ela estava estudando em Nova York por oito meses e entrou na vaga de Juliana Borre, que havia deixado o jornal. Com a reestruturação da equipe, Sílvio Ribas foi para subeditoria e Célia ficou na reportagem.

Ainda por lá, Guilherme Araújo despediu-se do jornal e seguiu para o Ministério do Planejamento. E, numa solução caseira, como explica Vicente, Rodolfo Costa, que começou como estagiário na editoria, foi remanejado de Cidades, onde já vinha atuando como contratado

O Escritor, da UBE, publicará entrevista inédita com Rodolfo Konder

Colhido por Betty Vidigal em 2005, depoimento integra a série Onde você ficou quando o Muro caiu? Uma entrevista inédita com Rodolfo Konder, falecido recentemente, feita e gravada em 2005 por Betty Vidigal, será publicada na próxima edição de O Escritor, da UBE – União Brasileira dos Escritores, no final do mês. Joaquim Maria Botelho, presidente da UBE, é também o editor da publicação. O depoimento é parte de uma série de entrevistas, todas em resposta à mesma questão: Onde você ficou quando o Muro caiu?, em alusão à queda do Muro de Berlim, que mudou os rumos do socialismo no mundo. Editada em forma de depoimento do próprio Konder, a entrevista mostra de forma sucinta sua trajetória e as razões de rejeitar, em determinado momento da vida, o comunismo que abraçara desde a juventude. Revela, por exemplo que se tornou comunista no útero da mãe, sob a influência devastadora do pai, mas que só se ligou ao PCB quando entrou para a Petrobras, no começo dos anos 1960, tornando-se dirigente sindical: “Como nos ensinava Heráclito, aquele misterioso cidadão que viveu na Grécia Antiga, não podemos ver as coisas senão como um rio em transformação”   “Os únicos valores nos quais acredito são a Democracia e a Liberdade” Sobre a queda do Muro, afirmou não ter sido surpresa, pois quem não era tão sectário já antevia o fracasso da experiência soviética: “Mas o que veio à tona foi pior do que eu imaginava. Stalin foi responsável por mais mortes que Hitler”. Num trecho, um mea-culpa: “O PCB era uma organização moderada, contrária à violência, mas dócil em relação à União Soviética. Alguns amigos meus, como meu querido irmão Leandro Konder, ficam horrorizados com o meu reacionarismo atual. Acham que só o ‘socialismo real’ fracassou, mas não conheço o irreal. Em toda parte a experiência socialista fracassou. Fico chateado comigo mesmo por ter defendido isso durante anos. E paguei um preço alto: fui duas vezes exilado, fui preso, torturado”. Noutro, duras críticas a Cuba e à Coreia do Norte: “Fidel Castro era um dos meus heróis. Muitos amigos meus não têm coragem de criticar, quando as evidências mostram que Fidel se tornou um patético ditador que manda fuzilar jovens! Não há liberdade, não se pode criticar nem sair daquela porcaria. A Coreia do Norte é outra ditadurazinha socialista nojenta, onde o poder passa de pai para filho”. Ceticismo com as esquerdas: “Depois do AI-5, em dezembro de 1968, eu estava muito visado no Rio. Fugi para São Paulo. Aceitei um convite para trabalhar na revista Realidade e retomei minha militância. Mas, quando o Afeganistão foi ocupado pelas tropas soviéticas, escrevi um artigo violentíssimo contra a invasão e novamente a direção do partido veio em cima de mim. Dessa vez fui oficialmente punido. Eu era membro do Comitê de Imprensa e fui rebaixado a quadro de base, veja que coisa ridícula. É o espírito militar que essas organizações de esquerda têm. Como eu conheço as entranhas da esquerda, não tenho mais ilusões”. No depoimento a Betty Vidigal, Konder lembrou ainda que o comunismo era um sonho, mas o caminho para chegar a ele tinha de passar pelas definições leninistas: “A primeira etapa é a ditadura do proletariado. Pergunto: em algum lugar o ser humano foi capaz de ir além disso? Não. Ficaram nesta etapa, porque ninguém abre mão do poder. Principalmente um poder ditatorial. Essas coisas do Zé Dirceu, isso foi em função do poder: ‘se dinheiro é poder no capitalismo, vamos arrecadar dinheiro’. Ele é um Comissário do Povo. Conheci vários. Querem ficar trinta anos no poder. O projeto era esse, claro. Abandonaram a ética para garantir o poder, como Fidel. Um sujeito que manda fuzilar quatro jovens, sem processo, porque queriam sair de Cuba, é um filho da puta. As pessoas precisam ter coragem de dizer isso”. Ao assumir que também ele, Konder, foi um Comissário do Povo, salientou ser isso apenas uma metáfora, pois disse nunca ter acreditado que os fins justificam os meios: “Nunca acreditei que pudéssemos chegar a um regime ético abandonando a ética. Por isso, nunca tive um poder maior, tive cargos de direção intermediária. Fui o primeiro-secretário: recrutava pessoas, recolhia dinheiro. E não era ‘caixa dois’. Marcava reuniões, determinava a pauta”. Sobre o sindicato e a Petrobras: “Eu era responsável pela estrutura à qual pertencia. Por exemplo, na Petrobras, eu era da direção do sindicato. Depois, entre os jornalistas, também. O Vlado Herzog entrou no PCB por meu intermédio, ele me pediu, queria entrar. Uma das coisas que aquele episódio me mostrou foi que não sou herói. Escrevi um artigo na Playboy, anos atrás, que começava dizendo: “A vida me ensinou duas coisas que parecem banais mas me custaram muito caro: Papai Noel não existe e homem chora”. Um homem desiludido: “Hoje não sou mais guru de ninguém, sou uma pessoa desiludida. Os únicos valores nos quais acredito são a Democracia e a Liberdade. Não fiquei um velho ranheta, mas vejo que os jovens vivem aprisionados no agora, não investigam o passado. O dia a dia é o que interessa. Vão ter que encontrar um caminho, novos sonhos, porque se não encontrarem podemos estar caminhando para um novo holocausto”. Sobre Lula, Bush e Hitler: “No Brasil temos um mau exemplo, porque Lula se orgulha de ter chegado à Presidência da República sem estudar. Ele não tem o hábito da leitura. Vê-se pelas reflexões rasteiras, toscas. Vou entrevistá-lo para a TV Cultura, e a primeira pergunta que pretendo fazer é sobre o sentido da História. Vou obrigá-lo a expor sua indigência. Como George Bush. Já consultei o Pinotti sobre ser um caso raro de anencefalia em que o bebê sobreviveu e chegou à idade adulta. Hitler também era uma criatura tosca, sem preparo. Por que chegou ao poder? Porque a grande Alemanha de Beethoven e Thomas Mann tinha se desumanizado. Bertold Brecht, judeu comunista e alemão, definiu com muita sensibilidade o que aconteceu na Alemanha: ‘Muito antes de as bombas caírem sobre nossas cidades,/ caminhávamos nas ruas que ainda existiam,/ mas já vivíamos mergulhados na insensatez’”. Konder lembrou que, “nessa guerra, morreram 25 milhões de pessoas, na maioria esmagadora homens. As mulheres tiveram que assumir as funções deles, senão seus países entrariam em colapso. No mundo inteiro houve uma mudança radical no papel da mulher. Dialeticamente, esse foi o lado positivo da guerra, mas não a justifica”. Ao final ressaltou: “Tivemos ao longo da História fases mais criativas, mas tivemos grandes civilizações que desapareceram. A nossa não está imune a esse perigo. O que está aí parece sólido, mas ‘tudo que é sólido se desmancha no ar’. Visitei as ruínas de Teitchuacán, no México, de uma cultura fantástica da qual não resta nada, visitei as ruínas dos Maias, também uma cultura maravilhosa. O que ficou dos Astecas não é nada; dos Incas, no Peru, também. O continente africano está naufragando. Estamos numa fase de desumanização, violência cada dia maior, destruição do meio ambiente, narcotráfico, lideranças incompetentes. Os problemas se agravam, as desigualdades aumentam. Mas ainda acredito em uma saída”. E encerrou com uma indagação: “Somos capazes de encontrar novas utopias, que mobilizem os seres humanos? Só tenho dúvidas, mas acredito na possibilidade de que o pessoal jovem encontre as respostas”.

Memórias da Redação – Altevir e Alexandre

Esta semana temos nova contribuição de Eduardo Brito, editor de Política do Jornal de Brasília.

Altevir e Alexandre

Baixinho, bigodudo e riquíssimo, o senador Altevir Leal gostava de rebocar jornalistas para almoçar com ele no restaurante do Senado, no final dos anos 1970 e começo dos 80. Fazia isso menos para se promover, pois tinha pouco a contar, e mais para se informar e principalmente para ter companhia. Representante do longínquo Acre, tinha poucos conhecidos em Brasília. As más línguas diziam que, nesses almoços, Altevir coçava a cabeça com o garfo e palitava os dentes com a faca. Maldade pura. Embora simples, Altevir era educadíssimo. Só não tinha voto. Por uma dessas maravilhas do sistema eleitoral brasileiro, Altevir teve dois mandatos de senador sem jamais ter recebido um único voto popular.

Sua vida política começara em 1970. Os candidatos da Arena ao Senado pelo Acre eram o general José Guiomard, considerado o pai do Estado, e o promissor deputado Geraldo Mesquita. Como de praxe, dois milionários locais foram arrolados como suplentes, para financiar a campanha. Eram Jorge Félix e Altevir Leal. Na hora de fechar a chapa, Jorge Félix bateu o pé. Queria a suplência do idoso Guiomard. Altevir conformou-se e ficou com Mesquita.

Era o ano do tricampeonato, do milagre brasileiro, da censura e da escalada da repressão. Beneficiária de tudo isso e principalmente da mordaça, a Arena venceu em todo o País. Guiomard e Mesquita se elegeram, derrotando o senador Oscar Passos, presidente nacional do oposicionista MDB. Sem mandato, Oscar Passos deixou o cargo, abrindo caminho para ninguém menos do que Ulysses Guimarães, iniciando sua épica jornada.

Eram também os tempos de governadores nomeados. Em meio ao mandato, Geraldo Mesquita foi escolhido governador do Acre pelo general de plantão. Altevir Leal ganhou quatro anos de mandato. Enquanto isso, José Guiomard permanecia firme e forte, para desespero de seu suplente.

Chegaram as eleições de 1978, com uma nova figura, criada pelo chamado Pacote de Abril. Era a eleição indireta de um dos dois senadores que teriam o mandato renovado e que, por isso mesmo, foram apelidados de biônicos. Tudo para evitar que a governista Arena perdesse a maioria no Senado. Na hora de preencher a vaga do Acre, nenhuma surpresa. O biônico seria o idoso José Guiomard. Podia ser entrado em anos, mas tinha ótima memória. Na hora de escolher o suplente, o velho vetou a recondução do seu.

– Esse aí apostou em minha morte. Vai o outro.

O outro, claro, era o feliz Altevir Leal. Aceitou a suplência, evitando disputar a outra vaga, a ser preenchida pelo voto direto. Passou-se algum tempo e José Guiomard morreu. Altevir Leal ganhou novo mandato, o segundo.

Foi então que o presidente Ernesto Geisel escolheu seu sucessor, o general João Baptista de Figueiredo. Uma vez ungido, mas ainda não eleito, Figueiredo abriu um escritório eleitoral no Hotel Aracoara, no centro de Brasília. Lá passava os dias, recebendo empresários e políticos. Uma festa. A turma fazia fila, sempre tendo em mãos um presente para o futuro presidente. Sabido que era o gosto do general por cavalos, apareciam às dúzias quadros e estátuas de quadrúpedes, levados pelos visitantes desejosos de cair nas boas graças de Figueiredo.

Como o poder estava se transferindo, jornais e emissoras destacaram para o Aracoara seus melhores repórteres. O Jornal do Brasil escolheu Alexandre Garcia, até essa época setorista da Presidência da República. Fica o registro de que, ratificada a indicação do general Figueiredo, Alexandre passaria a porta-voz do Planalto. De lá iniciaria uma nova carreira de sucesso na televisão, primeiro na Manchete e depois na Globo.             Lá estava Alexandre Garcia quando aparece ninguém menos do que Altevir Leal. Levando seu presentinho para o futuro presidente, o senador foi atendido com rapidez, conversou por cinco minutos e já saía quando Alexandre puxou conversa.

– Senador, foi conversa política?

– Sim, e muito boa.

– O senhor veio conversar sobre o quê?

– Minha candidatura a governador. (a essa altura, os governadores ainda eram nomeados, embora pela última vez)

– Mas o que, especificamente, sobre a candidatura?

– Vim saber se o presidente tem alguma coisa contra ela.

– E poderia ter?

– Bom, tem um probleminha de terras por lá…

Deve ter sido a mais curta candidatura a governador de todos os tempos. Grande proprietário de terras no Acre e em outros estados da região Norte, Altevir enfrentava acusações de grilagem, de invasão, de falta de titulação, mas até sua desastrada visita a Figueiredo ninguém falava disso em Brasília. Ele negava todas as denúncias, mas admitia – até por não ter como contestar – que suas terras ultrapassavam o máximo permitido para um só proprietário em municípios de fronteira.

Nunca mais se falou na pretensão de Altevir Leal ao governo. Ele ainda completou seu segundo mandato de senador e encerrou aí sua vida política sem jamais ter recebido voto popular.

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