Morreu em 13/8 o jornalista e publicitário Mauro Cid, aos 80 anos, em Mato Grosso. O profissional enfrentava uma pneumonia e estava internado desde o fim de semana. O enterro deverá ocorrer no Cemitério da Piedade, em Cuiabá. As informações são do G1 MT.
Formado em Jornalismo, Publicidade, Propaganda e Direito, durante os anos 1970 atuou como chefe da Casa Civil no governo de José Fragelli, e no início dos anos 80 fundou a MCA, considerada por muitos como a primeira agência de propaganda em Mato Grosso. Em 1984, liderou a Secretaria de Comunicação no governo de Júlio Campos.
Cid também se destacou por profissionalizar as campanhas políticas no estado, que levaram a vitória de candidatos como o ex-prefeito Frederico Campos e o ex-governador Dante de Oliveira.
Em 2015, ele decidiu fazer uma pausa e passar mais tempo com sua família. Deixa quatro filhos e sete netos.
No dia 8 de agosto, associados da ABCPública reuniram-se em assembleia online para eleger a diretoria e órgãos colegiados auxiliares para o biênio 2024-2026.
A diretoria terá pela primeira vez na presidência um dos fundadores da associação, o professor e jornalista Jorge Duarte, que enfatizou a importância de descentralizar e empoderar as regionais, vice-presidências e comitês. “Sinto-me absolutamente honrado. A ABCPública está aí para ser capaz de fortalecer regiões, por isso a ideia é empoderar diferentes atores da associação. O conceito que quero trabalhar é esse: queremos dar autonomia e liberdade dentro dos princípios da ABCPública”.
A data também marcou a saída da servidora da Câmara dos Deputados Cláudia Lemos da presidência da associação, que esteve no cargo nos últimos dois biênios. “Eu tenho imenso orgulho de ter sido presidente da associação nesses dois períodos. É uma enorme alegria estar junto de pessoas com um núcleo de crença comum, que é fazer uma comunicação pública que pensa na cidadania, no direito à comunicação e participação”, afirmou a jornalista, que agora fará parte do Conselho Consultivo da ABCPública.
Fundada em 2016, a ABCPública possui mais de 360 associados. Em 2024, a entidade completou a instalação de diretorias em todos os estados brasileiros, cumprindo um dos objetivos da gestão anterior. A gestão 2024-2016 já tem um plano de atividades em que constam os seguintes objetivos:
1) Consolidar a expansão da associação;
2) Ampliar as ações de capacitação;
3) Fortalecer o papel de porta-voz da comunicação pública no Brasil
4) Influenciar avanços na legislação; e
5) Manter e buscar novas parcerias.
Confira os nomes de todos os eleitos na área Sobre Nós do site.
Depois de dois anos à frente da área de Assuntos Corporativos e Sustentabilidade da Volkswagen do Brasil, Silene Chiconini anunciou sua saída da fabricante automotiva. A decisão, segundo a executiva, foi motivada por razões pessoais e decidida em conjunto com o comando da empresa.
“Ciclos que terminam, ciclos que se iniciam. Foram dois anos de intensa entrega, crescimento, desafios e transformações. Acelerando para o futuro, fortalecendo as relações, criando impactos positivos, no ambiente e nas pessoas, estabelecendo pontes com as vozes femininas, gerando um sentimento de pertencimento, segurança e protagonismo”, destacou Silene ao J&Cia Auto. “Sou muito grata a todas e todos que comigo conviveram e me ajudaram nessa construção, foram meus guias, meus parceiros e confidentes. Bora para os novos desafios e oportunidades, com otimismo, ética e propósito!”.
Antes da Volkswagen, Silene liderou times de Comunicação em grandes empresas, como BNP Paribas, Monsanto, Votorantin Metais, Walmart, DuPont, HP e Hill & Knowlton. Enquanto não define seus novos rumos profissionais, ela atende pelo chiconini@uol.com.br.
Até a Volkswagen decidir quem substituirá Silene, Cláudio Rawicz (claudio.rawicz@volkswagen.com.br), gerente executivo de Imprensa, Comunicação Digital & Clássicos, assume interinamente o comando da área.
Estão abertas as inscrições para a oitava edição do Congresso Internacional de Jornalismo de Educação, realizado pela Associação de Jornalistas de Educação (Jeduca). O evento, presencial e online, acontecerá nos dias 2 e 3 de setembro, na Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap), em São Paulo.
O congresso abordará temas essenciais para o jornalismo de educação, como educação infantil, educação inclusiva, inteligência artificial no ensino e cobertura das eleições municipais deste ano. Um dos destaques será o impacto da crise climática na educação, tema abordado logo na sessão de abertura. Participarão do debate Giovanna Corrêa, de Porto Alegre; Jahzara Ona, de São Paulo; e Txai Suruí, de Cacoal (Rondônia)
Outro tema que será debatido no congresso é o impacto de eventos climáticos extremos na educação. Uma das conversas reunirá jornalistas gaúchas que estiveram na cobertura dos alagamentos no Rio Grande do Sul, Isabella Sander, repórter do jornal Zero Hora, e Kelly Mattos, da Rádio Gaúcha. Também participará do debate a jornalista norte-americana Sarah Carr, autora do livro Hope Against Hope, sobre os impactos do Furacão Katrina nas escolas em Nova Orleans por meio das experiências de um aluno, um professor e uma família.
Outra convidada internacional é Silvia Bacher, jornalista argentina que atua como representante da América Latina e do Caribe na Aliança Global para Parcerias em Alfabetização Midiática e Informacional (UNESCO MIL Alliance). Ela vai compor a mesa sobre educação no combate à desinformação.
As inscrições para participar presencialmente do congresso custam R$ 25 para associados da Jeduca e R$ 50 para não associados. Estudantes e professores de jornalismo pagam R$ 25, mesmo que não sejam associados.
E para participar online, a inscrição é gratuita para associados, estudantes e professores de jornalismo. Não-associados pagam R$ 25.
O Prêmio Einstein +Admirados da Imprensa de Saúde, Ciência e Bem-Estar, iniciativa promovida pela Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein em parceria com Jornalistas&Cia, recebe até esta quinta-feira (15/8) as indicações para sua primeira fase de votação. Nela, o colégio eleitoral formado por jornalistas e profissionais da Comunicação poderá indicar livremente até cinco jornalistas ou veículos em cada categoria. A cédula de votação está disponível aqui.
São oito categorias destinadas aos profissionais, com destaque para a principal, que homenageará os TOP 25 +Admirados Jornalistas de Saúde, Ciência e Bem-Estar. Além dela, mais uma vez haverá reconhecimentos especiais ao +Admirado Jornalista Especializado em Ciência, ao +Admirado Colunista e aos +Admirados Jornalistas Regionais (Centro-Oeste, Nordeste, Norte, Sudeste e Sul).
Já para os veículos, são sete categorias: Agência de Notícias, Áudio (Programa de Rádio/Podcast), Jornais e Revistas (Impresso ou Digital), Programa de TV, Veículo Impresso e/ou Digital Especializado em Saúde, Veículo Especializado em Jornalismo Científico e Site/Portal.
Os nomes mais indicados na primeira fase classificam-se para o segundo turno, em que serão definidos os TOP 25 + Admirados Jornalistas e os TOP 3 +Admirados nas demais categorias. Na cerimônia de premiação, ainda a ser marcada, também serão conhecidos os TOP 5 +Admirados Jornalistas da Imprensa de Saúde e Bem-Estar do Brasil e os mais votados em cada categoria temática.
Foram homenageados na noite desta segunda-feira (12/8), em São Paulo, os jornalistas e veículos +Admirados da Imprensa do Agronegócio 2024. Quinta colocada da eleição geral em 2023, a apresentadora e editora da Record News Kelly Godoy subiu quatro posições neste ano para garantir o título de +Admirada Jornalista do Agronegócio 2024.
Em quatro anos de premiação, ela é a quarta profissional diferente a receber a honraria, que nos anos anteriores teve como ganhadores Renata Maron, do Terraviva, em 2023, Beatriz Gunther, do Canal Rural, em 2022, e Sidnei Maschio, também do Terraviva, em 2021.
Completaram os TOP 5 deste ano, pela ordem, Fabiano Reis, do Canal do Boi, novamente Beatriz Gunther, do Canal Rural, Aleksander Horta, do Notícias Agrícolas, e Cristina Vieira, do programa Globo Rural, da TV Globo.
Nas categorias destinadas aos veículos, os prêmios foram para Agência Embrapa (Agência de Notícias), CBN Agro (Áudio), Clima Tempo (Canal Digital), Canal Rural (Site), Globo Rural (Programa de TV Geral), Valor Econômico (Veículo Impresso), Rural Notícias (Programa de TV Especializado) e Globo Rural (Periódico Especializado).
Mauro Zafalon recebe prêmio por Contribuição ao Jornalismo
Um dos pontos altos da noite foi a homenagem a Mauro Zafalon, repórter da Folha de S.Paulo, que recebeu o troféu de Contribuição ao Jornalismo do Agronegócio. Titular da coluna Vaivém das Commodities, que completou 35 anos em maio, Zafalon cobre o setor há mais de 50 anos. Ele foi o segundo profissional a receber a homenagem – o primeiro foi José Hamilton Ribeiro, em 2021.
A eleição dos +Admirados da Imprensa do Agronegócio 2024 contou com os patrocínios de Cargill, Mosaic, Syngenta e Yara, apoios de Elanco, Portal dos Jornalistas e Press Manager, colaborações de Bosch, BRF e Lavoro e apoios institucionais de Faesp – Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo e Rede Agrojor.
Confira a relação completa de homenageados na edição especial de Jornalistas&Cia.
A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), através do projeto Defensores Ambientais, oferecerá apoio financeiro a jornalistas interessados em desenvolver reportagens investigativas sobre a Amazônia Legal. Serão selecionadas três propostas de pauta, cada uma recebendo até R$ 15 mil para a realização das matérias. Interessados devem consultar o regulamento e se inscrever até 27 de agosto.
Os três jornalistas selecionados receberão, além do financiamento, mentoria e suporte técnico de especialistas indicados pela Abraji. As propostas devem abordar temas como desmatamento, mineração ilegal, crimes ambientais, e impactos em biodiversidade e populações locais.
Os participantes devem elaborar um plano de segurança em campo, além de orçamento com todos os custos da produção. A seleção dará preferência a profissionais que residam e atuem na Amazônia Legal. O resultado será divulgado em 4 de setembro.
A entidade também está recrutando mentores para apoiar os jornalistas selecionados no programa. Os mentores devem estar disponíveis para responder a dúvidas e oferecer orientações rápidas durante o processo de produção das reportagens. A mentoria terá uma carga de 10 horas até janeiro de 2025, quando as reportagens serão publicadas, com remuneração de R$ 5 mil por todo o período.
As inscrições para mentoria vão até 16 de agosto e devem ser feitas aqui.
O narrador esportivo Milton Leite anunciou sua saída do Grupo Globo após 19 anos de casa. Seu último trabalho na emissora foi no sábado (10/8), comandando a transmissão das provas de atletismo das Olimpíadas de Paris 2024. Emocionado, Leite explicou que decidiu sair para descansar e passar mais tempo com a família.
O narrador explicou que conversou no começo do ano com a direção da Globo para deixar a emissora. Em comum acordo, foi decidido que Leite faria sua última participação na cobertura das Olimpíadas de Paris. Ele agradeceu aos amigos que fez ao longo dos 19 anos de Globo.
“Uma relação de 19 anos não termina por um motivo, tem vários motivos, alguns maiores, outros menores. (…) Decidi principalmente porque quero descansar um pouco, quero ter mais tempo com meus netos, as minhas filhas, minha esposa”, disse o narrador após as provas de atletismo.
Milton Leite chegou à Globo em abril de 2005. Com bordões marcantes como “Que beleza!” e “Que fase!”, tornou-se um dos grandes nomes da narração esportiva da Globo nos últimos anos. Narrou diversos eventos esportivos importantes ao longo da carreira, como cinco Copas do Mundo e oito Olimpíadas. No SporTV, apresentou os programas SporTV Repórter, Arena SporTV e O Grance Círculo.
Pedro Henrique Miranda Santos faleceu na tarde da última quinta-feira (8/8), aos 28 anos, em Petrolina (PE). Formado pela Universidade do Estado da Bahia (Uneb), em Juazeiro, Pedro teve passagens por veículos como G1 Petrolina, Redação Virtual, e atuava atualmente no Estadão. As informações são do G1 Petrolina.
No G1, entre 2020 e 2021, Pedro foi responsável pela divulgação diária dos dados da Covid-19 nos 23 municípios do Sertão de Pernambuco. Além disso, escreveu sobre a adaptação dos comediantes para manter sua produção naquele período desafiador. Apaixonado por animais, Pedro também produziu diversas matérias sobre o bem-estar animal.
Com um texto praticamente impecável, criava pautas que sempre atraíam os leitores do portal. Era muito estimado por professores e colegas, tanto da faculdade quanto do trabalho, sendo lembrado por seu compromisso e dedicação.
Além do G1 Petrolina, a Uneb de Juazeiro expressou solidariedade pela partida precoce do ex-aluno. A causa da morte não foi divulgada.
Os protestos da extrema direita que se alastraram pelo Reino Unido nos últimos dias, após um ataque a faca em uma escola de dança de Southport que deixou três crianças mortas, encontraram rapidamente um mordomo para levar a culpa: amídia social.
No entanto, nem todos concordam que as redes sejam as únicas responsáveis, abrindo um debate no país sobre o papel das plataformas e meios para regulá-las, mas também sobre a contribuição da grande mídia, aliada a narrativas extremistas e dos políticos que as insuflam.
O que detonou os protestos foi a notícia (errada) publicada nas redes sociais apontando um imigrante como autor do crime. Mas é apenas a ponta do iceberg.
Essa história de reação violenta a imigrantes − sejam eles ilegais, refugiados com direto a asilo ou gente que se estabeleceu no Reino Unido legalmente para trabalhar − não é de hoje e nem de longe pode ser vista apenas como reação a um crime trágico.
Ela tomou corpo com o Brexit. Sair da União Europeia parecia uma ideia absurda, mas venceu raspando um plebiscito em 2016, por 52% a 48%, expondo um “Reino Desunido”.
A campanha pró-Brexit tinha uma narrativa muito parecida com a que está sendo utilizada pelos extremistas da English Defense League (EDL) para atacar mesquitas, queimar carros, encarar policiais e até incendiar uma delegacia de polícia, um desafio à autoridade que não é comum por aqui.
Ela prega: “We want our country back.”
Uma guerra cultural
O lema não diz respeito apenas a não querer estrangeiros supostamente tomando empregos dos britânicos. É uma reação à multiculturalidade, dizendo não a pessoas que praticam outra religião, ouvem outras músicas, usam outras roupas ou comem outras comidas. Mais do que empregos, os alinhados à EDL são motivados por identidade cultural.
É claro que não se pode negar o poder de influenciadores extremistas, principalmente Tommy Robinson eAndrew Tate, com respectivamente 800 mil e 9,2 milhões de seguidores no Twitter / X.
Eles haviam sido banidos, mas foram readmitidos na plataforma por Elon Musk, que chegou a retuitar uma postagem de Tate nos últimos dias e agora comprou uma briga pública com o premiê Keir Starmer, afirmando que uma guerra civil é inevitável no país.
Mas esses influenciadores chegaram aonde estão porque conseguiram aliciar gente comum. E essa gente comum não se informa (?) apenas por redes sociais.
GB News: a Fox News britânica deu palanque a Nigel Farage
O Reino Unido tem a sua Fox News, chamada GB News. Não na mesma escala, masa rede criada em 2021 por apoiadores do Partido Conservador, na esteira da saída da União Europeia, tem audiência de 2,8 milhões de pessoas por mês. Em 2023 seus canais online registraram mais de 50 milhões de pageviews.
E ela deu palanque para uma figura central no discurso contra imigrantes: Nigel Farage, cada vez mais apontado como um dos culpados pelo clima que levou aos protestos da extrema direita no Reino Unido.
Nigel Farage
Depois de muitas tentativas, o controvertido político conquistou pela primeira vez um assento no Parlamento nas eleições realizadas em julho, tendo desistido de ir trabalhar na campanha de seu amigo do peito Donald Trump, como já fez no passado, ao ver que havia terreno fértil para sua candidatura e do seu partido, o Reform UK.
Farage é um hábil comunicador, que ganhou um programa quatro vezes por semana na GB News, e utiliza há três anos o palanque eletrônico para martelar a retórica nacionalista.
Como jornais britânicos ajudaram a construir a guerra cultural
Ainda na grande mídia, todos os jornais do Reino Unido estão obviamente contra os protestos. Mas alguns deles poderiam fazer o seu mea culpa pela violência nas ruas.
O Daily Telegraph, um dos grandes diários nacionais britânicos, segue a mesma retórica no editorial e no time de articulistas fixos que emprega. O mesmo acontece com os tabloides Daily Express e Daily Mail.
Este último, o mais lido do país depois do gratuito Metro, estampa manchetes absurdas como O verdadeiro peso dos migrantes para o Reino Unido, alegando que metade dos britânicos sofria problemas de acesso a escolas, saúde pública e habitação devido aos estrangeiros − muitos europeus trabalhando em empregos que eles não queriam e pagando impostos. E não devido à gestão catastrófica do Partido Conservador que perdeu as eleições de lavada.
Retórica da mídia
Esses veículos da mídia tradicional atingem gente que está dentro e fora das redes sociais. E vêm construindo há anos uma visão de mundo que trata o diferente como ruim − em um país que, pela sua história imperial, devido a acordos com as colônias, sempre recebeu imigrantes e teve um diálogo mais aberto com outras culturas.
Mas o que publicam ou veiculam também repercute nas redes sociais, em seus próprios canais ou compartilhado pelos que lá estão circulando livremente, mesmo respondendo a acusações criminais, casos de Tate e de Robinson.
As fontes do conteúdo da mídia e das redes sociais
A terceira perna nesse tripé é a fonte para o conteúdo de ódio, polarizador e nacionalista da imprensa tradicional e das mídias sociais.
Aí entram políticos que realmente acreditam nessas teses, e aqueles que por oportunismo embarcam nela, como Farage e Boris Johnson.
O ex-jornalista que virou premiê e teve que sair da política (pelo menos por enquanto) devido aos sucessivos escândalos em sua gestão, como o Partygate, um dia foi contra o Brexit, escrevendo isso em colunas de opinião. Mas virou de lado e se elegeu primeiro-ministro em 2019 com larga maioria no Parlamento, bradando que iria entregar a saída da União Europeia no momento em que um acordo estava complicado e pressões por um novo plebiscito ganhavam força.
Seu dream team na gestão do país entre 2019 e 2023 foi formado por figuras políticas controvertidas, que usaram durante todo esse tempo sua exposição em todas as mídias e na tribuna do Parlamento para defender o nacionalismo e o “fora imigrantes”, além de proporem ou implantarem medidas efetivas nessa direção, como o controvertido projeto de enviar refugiados para Ruanda.
A culpa é só das redes?
É fácil culpar apenas grandes plataformas de mídia social, sobretudo o Twitter / X, por deixarem esse conteúdo nocivo circular e não banirem os extremistas.
Mas é como enxugar gelo, pois as redes do submundo, fora do alcance das regulamentações, continuariam aliciando gente mais inclinada a embarcar nessas teses.
Outras pessoas, certamente suscetíveis porém menos “engajadas”, talvez não embarcassem se não fosse a ajudinha de políticos com credibilidade nacional e redes de mídia tradicional.
Apesar de todas as pesquisas apontando descrédito na imprensa, ela ainda desfruta de uma aura de confiável, sobretudo a que fala aquilo que o seu público está querendo ouvir em vez de abrir espaço para opiniões diversas. E seu conteúdo é compartilhado para colocar mais lenha na fogueira da guerra cultural.
As redes sociais têm culpa, mas não deveriam sentar sozinhas no banco dos réus em um julgamento sobre quem é o vilão que levou aos confrontos que estão assustando o Reino Unido.
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