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sexta-feira, abril 19, 2024

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Edu Ribeiro tira chapéu para os admirados. Kotscho homenageia Audálio Dantas

De terno azul marinho e chapéu Panamá que não combinava com aquele traje formal, o anfitrião Eduardo Ribeiro, diretor deste Portal dos Jornalistas, causou alguma estranheza. Mas, ainda que ninguém entendesse muito bem o motivo daquele adereço, foi uma ótima referência para que todos pudessem localizá-lo em meio a dezenas de convidados (veja as fotos). Ao dar início à cerimônia de entrega dos troféus aos +Admirados, Edu por fim esclareceu o mistério: Muitos dos que me conhecem devem estar estranhando eu vir a essa festa de chapéu, um adereço incomum para mim. Pois bem, decidi usar pela primeira vez em minha vida um chapéu, um típico chapéu Panamá, para poder tirá-lo em público e nesse meu gesto simbólico homenagear a todos os jornalistas brasileiros, em especial esses 101 profissionais eleitos como Os +Admirados do País. Sim, para todos eles eu tiro o meu chapéu!!! E peço uma grande e intensa salva de palmas!! Espero que esta seja uma noite de emoções, alegrias, confraternização, encontros e reencontros. E que possamos sair daqui não só mais felizes, mas também esperançosos de dias melhores, de dias de um jornalismo cada vez mais comprometido com a ética, com a pluralidade, com a verdade e com a relevância. Mas paro por aqui, porque o dia, quer dizer, a noite, é de festa e eu não quero estragá-la com um longo discurso. Espero que vocês gostem e se divirtam com o que preparamos ao longo desses últimos dois meses. A admiração de um dos +Admirados No próprio dia da festa, Ricardo Kotscho decidiu fazer em seu Balaio do Kotscho uma homenagem pública ao profissional que ele considera o mais digno de admiração dentre todos: Audálio Dantas. Reproduzimos o texto a seguir, com a permissão do autor, fazendo apenas a ressalva de que Ricardo nele não menciona sua condição de também integrante da galeria dos +Admirados. Pois é, quem diria, Audálio Dantas está na moda O tempo passa, o tempo voa, o tempo não perdoa, mas ele continua aí firme e forte, na batalha. Aos 85 anos de idade e 60 de profissão, em plena atividade, o jornalista Audálio Dantas, alagoano de Tanque D´Arca, testemunha e protagonista da nossa História, prepara-se para receber esta noite mais um prêmio pelo conjunto da obra. Muito justo. Audálio está entre os Cem mais admirados jornalistas brasileiros que receberão seus troféus nesta noite de 2ª.feira, em São Paulo. Prêmios e homenagens já fazem parte da sua rotina, principalmente nestes últimos anos, mas o de hoje é especial: foi baseado numa pesquisa inédita promovida pelas empresas Maxpress e Jornalistas&Cia com mais de dois mil executivos de Comunicação Corporativa de todo o País, em votação direta, num universo que reúne 55 mil jornalistas profissionais. Firme nos gestos e lhano no trato, Audálio foi e é mestre e exemplo de várias gerações de jornalistas. Repórter por gosto e vocação, está fora do mainstream da grande imprensa desde o final dos anos 1970, quando foi presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo e nele teve papel central na denúncia do assassinato do nosso colega Vladimir Herzog, tema do livro As duas guerras de Vlado Herzog – Da perseguição nazista na Europa à morte sob tortura no Brasil, que lhe valeram os prêmios Jabuti (Livro-reportagem e Livro do ano de não ficção) e Intelectual do Ano (Juca Pato), em 2013. Somos amigos desde aquela época, mas nunca tive a oportunidade de trabalhar junto com ele numa redação. Foi em feiras de livros, debates, seminários e nas diretorias e conselhos de entidades sindicais que passei a admirar cada vez mais esse cidadão brasileiro que teve papel fundamental na longa e penosa trajetória da ditadura à democracia, sempre fiel a seus princípios, colocando os interesses da sociedade acima daqueles da sua vida pessoal. Sei o quanto isso lhe custou, e ainda está custando, mas nunca o vi reclamar da vida. Ao contrário, está sempre disposto a encarar o próximo desafio, ao lado da inseparável Vanira, sua mulher, geralmente em atividades não remuneradas, sua especialidade. “Você está ficando muito rabugento”, queixou-se ele, com razão, na última vez em que viajamos juntos para participar do Fórum das Letras de Ouro Preto, em novembro. Para Audálio, ao contrário, não tem tempo ruim, mesmo tendo enfrentado seríssimo problema de saúde no ano passado. Não fosse por seus cabelos branqueados já faz tempo, ninguém seria capaz de adivinhar a idade dessa figura, sobre a qual, aliás, ainda há controvérsias. Esta é apenas uma das muitas lendas que se criaram em torno dele, tantas quanto as reportagens e os livros que escreveu, desde que começou a trabalhar como repórter da Folha da Manhã (hoje Folha de S. Paulo). Uma das suas primeiras reportagens premiadas foi uma entrevista “não dada” por Guimarães Rosa, quando o escritor veio lançar Grande Sertão: Veredas em São Paulo. Sem conseguir falar com Rosa, Audálio ficou fuçando em torno da mesa em que ele dava autógrafos, anotando as respostas dadas aos leitores e copiando algumas dedicatórias. Além das características inatas de repórter que nunca desiste da pauta, Audálio sempre levou uma grande vantagem sobre a concorrência: sabe escrever, e escreve muito bem. Outra vantagem que levava nas redações é que saia para fazer uma matéria e voltava com várias, sobre os mais diversos assuntos. Nunca foi um especialista em nada. Claro que não dá para resumir neste breve texto os seus 60 anos de carreira, com passagens marcantes pelas revistas O Cruzeiro e Realidade. Uma das passagens mais marcantes da longa trajetória de Audálio foi a descoberta, durante uma reportagem, da fantástica personagem Carolina Maria de Jesus, favelada que se tornou escritora com o best-seller Quarto de Despejo, editado também no exterior. Nas voltas que a vida dá, foi deputado federal pelo extinto MDB e primeiro presidente eleito pelo voto direto da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), vice-presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), onde ainda atua como conselheiro, atividades que lhe renderam o Prêmio de Defesa dos Direitos Humanos da ONU.  

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