A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) segue monitorando os ataques a jornalistas e meios de comunicação no Brasil em 2022. Entre janeiro e abril deste ano, foram identificados 151 casos de agressão física, verbal, ou outras formas ataque ao trabalho jornalístico, como restrições de acesso à informação, exposição de dados pessoais (doxing), processos civis e penais, assassinato, entre outros. Esse número representa um aumento de 26,9% no total de ataques em relação ao mesmo período em 2021.

Acompanhando uma tendência que se repete desde 2019, o tipo de agressão mais frequente em 2022 é o de discurso estigmatizante, presente em quase 67% do total de ataques. Foram registradas 101 agressões desse tipo, 12 a mais do que em 2021.

A segunda forma mais frequente foram “agressões e ataques”, que incluem violência física, atentados e ameaças explícitas. No total, ocorreram 36 agressões do tipo até abril, o que representa um aumento de 80% em relação ao ano passado. Na sequência, estão restrições na internet (7), restrições de acesso à informação (2) e processos judiciais (2).

O único caso de assassinato foi de Givanildo Oliveira, morto a tiros em 7/2, aos 46 anos, em Fortaleza. O Programa Tim Lopes, da própria Abraji, está acompanhando o caso.

Em relação aos autores dos ataques, pouco mais de 70% são de pessoas relacionadas ao Estado, e quase 58% cumprem mandatos em cargos eletivos.

Do 151 agressões, 106 foram feitas por atores estatais, sendo que 70 (66%) envolveram um ou mais membros da família Bolsonaro. Novamente acompanhando tendência de levantamentos anteriores, o principal agressor é o presidente Jair Bolsonaro, que direcionou no total 32 ataques a jornalistas e meios de comunicação. Na sequência aparecem seus filhos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, com 23 ataques; o vereador Carlos Bolsonaro, com 12 casos; e o senador Flávio Bolsonaro, com 8.

Confira mais informações do levantamento no site da Abraji.

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