A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) realizou, de 16 a 19 de outubro, em Punta Cana, na República Dominicana, a 81ª edição de sua Assembleia Geral. O evento debateu a crescente hostilidade contra o jornalismo nas Américas. No Brasil, o destaque negativo foi o aumento significativo no número de processos judiciais contra profissionais da imprensa.
A Associação Nacional de Jornais (ANJ) enviou um relatório à SIP sobre o tema, destacando também um padrão de violência organizada e ataques coordenados contra jornalistas e veículos no Brasil, muitas vezes promovidos por autoridades públicas e políticos. No relatório, a ANJ destacou o caso da jornalista Rosane de Oliveira e do jornal Zero Hora, do Grupo RBS (RS), condenados pela 3ª Vara Cível de Porto Alegre a pagar R$ 600 mil por divulgar informações públicas sobre a remuneração de magistrados. Para a entidade, a decisão trata-se de assédio judicial e reflete um “ambiente de insegurança e intimidação, que afeta profissionais e veículos, impõe custos financeiros e psicológicos e enfraquece o jornalismo de interesse público”.
Em um contexto geral, a SIP alertou para a crescente deterioração da liberdade de imprensa nas Américas, com grande hostilidade ao jornalismo, incentivada por líderes políticos como Javier Milei, na Argentina, Daniel Noboa, no Equador, e Gustavo Petro, na Colômbia. A entidade abordou também os impactos das atitudes do governo de Donald Trump, nos Estados Unidos, no jornalismo estadunidense, e como tais ações afetam o jornalismo como um todo nas Américas.
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