
A ONG Repórteres sem Fronteiras publicou nessa segunda-feira (25/1) a última parte do balanço que analisa os ataques do governo Bolsonaro contra a imprensa em 2020. O relatório conclui que as “condições de trabalho dos jornalistas se deterioraram consideravelmente por causa da constante pressão do presidente e de seus aliados”.
Segundo a RSF, foram 580 ataques no total, sendo os veículos do Grupo Globo os mais atingidos, seguido por Folha de S.Paulo, Grupo Estado e CNN Brasil. Mulheres sofreram mais ataques (34) em comparação aos homens (29).
Os agentes públicos que mais agrediram a imprensa são três representantes da família Bolsonaro: o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSC-SP), com 208 ataques; o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), com 103; e o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), com 89.
Para a RSF, essa ofensiva da família Bolsonaro, repetida por membros do governo, como a ministra Damares Alves, da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, é um antigo projeto: “A hostilidade demonstrada por Jair Bolsonaro não é novidade. Ela reflete como o presidente, sua família e seus apoiadores refinaram, ao longo do ano passado, um sistema focado em desacreditar a imprensa e silenciar jornalistas críticos e independentes, considerados inimigos do Estado”.