Por Assis Ângelo

Autoridades de verdade são, naturalmente, respeitadas aqui e alhures.

Autoridades canalhas, vagabundas, têm de ser extirpadas da boa convivência social, pois não merecem respeito algum.

Como sabemos, e todos deveriam saber, nós, brasileiros, tempos atrás vivemos perrengues de todos os tipos. Amordaçados, inclusive.

Passamos dolorosamente por golpes e tentativas de golpes, desencadeados por milicos de altos coturnos. Marechais, generais e outras figuras de péssima lembrança.

O período de mordaça mais longo que vivemos durou 21 anos, ininterruptamente. Começou em 1964 e terminou em 1985. Tivemos nesse período cinco poderosos verdes-oliva predizendo o nosso destino: Castello Branco, Costa e Silva, Médici, Ernesto Geisel e Figueiredo… Todos esses se acham a ferver nos caldeirões em brasa do Inferno. E que lá continuem.

Por pouco, muito pouco, escapamos de cair numa nova ditadura. Isso em 2023.

No dia 21 de setembro de 2025, mais no final da tarde, alguns dos mais expressivos artistas da nossa música popular foram às ruas do Rio engrossar o desejo dos brasileiros de boa índole que lutam pela paz do Brasil. Entre esses artistas estavam Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Paulinho da Viola e Djavan. Cantaram, inclusive. Foi uma festa e tanto, ali em Copacabana.

Paulinho da Viola, Djavan, Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil cantam no Rio (Crédito: Poder360)

Além do Rio, o movimento pela paz e contra o retrocesso estendeu-se por outras capitais brasileiras.

Todos pediam o cancelamento de pautas da Câmara e do Senado, especialmente as que blindam os parlamentares de qualquer investigação e os cabeças e participantes da tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023, anistiando-os.

É bom que se saiba e que nunca se esqueça que todo e verdadeiro poder emana do povo.

Dito o que disse, lembro da história contada por Shakespeare no ano de 1601. Título: Rei Lear.

A história trata da divisão de um reino por seu rei. A divisão coube a duas das três filhas do rei. Quem fica fora é a caçula, Cordélia.

Depois de muita traição, violência de todo tipo e mais o inimaginável, o pobre rei perde tudo e fica doido. As filhas todas morrem.

Ainda no decorrer da trama, um poderoso nobre de nome Gloucester tem um filho legítimo, Edgar, e outro bastardo, Edmund.

Edmund tece uma tramoia contra seu irmão por parte de pai. A ideia era deserdá-lo. Resultado: o velho nobre Gloucester se revolta e, além de traído, tem os olhos arrancados.

O fim de Rei Lear é tragicamente patético.

Outro livro muito bom de ser lido é A culpa é das estrelas, de John Green. A trama envolve adolescentes portadores de câncer. A protagonista tem 16 anos e o seu amado, 17.

O livro, publicado em 2012, começa com a protagonista Hazel sendo chamada à atenção pela mãe, que a vê em depressão profunda. A menina lê muito e muitas vezes, um livro só: Uma aflição imperial, de Peter Van Houten.

Na trama se acha uma mulher que vê apenas com um olho. É viúva.

Hazel e o seu namorado Augustus têm um amigo em comum. É o adolescente Isaac, que fica cego de um olho e, pouco depois, do outro olho.

Todos os personagens de John Green são muito bem-humorados, mesmo carregando consigo a marca breve de um fim de tempo.

Curiosidade: Uma ambição imperial é um livro irreal, nunca foi publicado. E o seu autor na vida real jamais existiu, mas são muito importantes na trama criada por Green. E mais não digo.

E rei por rei, tivemos o do Sertão: Lampião (1898-1938).

Houve vários cangaceiros cegos. Um deles, Serapião das Almas, que fez o que fez Édipo Rei, de Sófocles.


Contatos pelos [email protected], http://assisangelo.blogspot.com, 11-3661-4561 e 11-98549-0333

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