Desde fevereiro, com a retomada dos protestos populares, a área de Análise e Tendências da CDN, responsável pelo Índice de Qualidade de Exposição na Mídia Social (IQEM-S), mergulhou nessa questão específica. E chegou a constatações interessantes. Por exemplo, o último capítulo da análise sobre as manifestações revela que a ação daqueles que protestam nas ruas não conta com a simpatia dos autores de posts. Embora a maioria concorde com a legitimidade das manifestações, 74% dos internautas se mostram contra elas. Mais pela forma do que pelo conteúdo, principalmente após o episódio envolvendo Santiago Andrade, cinegrafista da Band morto por um rojão disparado por um manifestante que teria confessado agir por dinheiro. Os internautas até concordam com questionamentos sobre Copa, corrupção e outras pautas colocadas nas manifestações, mas repudiam a violência, criticam o fato de alguns dos manifestantes receberem dinheiro e desconfiam dos reais interesses de quem está nas ruas. Sobra até para a imprensa, vista como tendenciosa. “Estamos começando esse trabalho mais sistemático dos posts sobre as manifestações, e talvez no futuro próximo possamos chegar à conclusão de que esse resultado tenha sido influenciado pela morte do cinegrafista da Band; mas por enquanto é surpreendente saber que a maioria dos usuários das redes sociais é contra esse tipo de manifestação”, diz Fernando Pesciotta, responsável pela área de Análise da CDN. Segundo ele, num universo de mais de 722 mil posts utilizados como referenciais e analisados, velhas pautas continuam valendo: transporte, mobilidade e a eficiência das gestões públicas não são protagonistas centrais, mas têm lá sua relevância para os internautas. Leia mais + Múltiplos ângulos de um mesmo fato + Abraji denuncia 96 agressões a jornalistas em protestos desde junho + Câmara paulistana debate relação entre manifestações de rua e redes sociais