Um acordo entre TV Tribuna, TV Capixaba e a Rede Sim promete reorganizar as afiliações de emissoras no Espírito Santo em 2025. A partir de 1º de janeiro, a TV Tribuna deverá retransmitir a programação da Band, enquanto a Rede Sim assumirá como nova afiliada do SBT e a TV Capixaba ficará responsável pela Record News. Conforme informado por A Gazeta, o entendimento foi discutido em uma reunião entre representantes jurídicos e comerciais, mas ainda precisa ser formalizado. A iniciativa busca encerrar disputas judiciais relacionadas às afiliações no estado.
As negociações foram motivadas por desentendimentos entre o SBT e a TV Tribuna, que enfrentaram impasses desde o início de 2023. Apesar de o SBT ter assinado contrato com a Rede Sim, a Justiça de Pernambuco determinou a continuidade do vínculo com a TV Tribuna, considerando os investimentos feitos pela emissora. Esse cenário impulsionou a Rede Tribuna, de Recife, a buscar uma parceria com a Band, alinhando interesses com a Rede Sim e a TV Capixaba para reorganizar o mercado local.
No novo arranjo, a TV Capixaba, do grupo Sá Cavalcante, assumirá apenas a programação da Record News, sem mudanças na rádio BandNews. A TV Tribuna deve manter a programação local, podendo incluir conteúdos da Band, enquanto a Rede Sim ajustará sua grade para abrigar a programação do SBT. As emissoras envolvidas não comentaram oficialmente o acordo, que, se formalizado, deverá estabilizar as operações no estado e encerrar as disputas.
A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e outras 24 organizações da sociedade civil de sete países latino-americanos apresentaram à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) um relatório sobre tendências de censura indireta à liberdade de expressão na América Latina. O documento identifica três estratégias principais para o enfraquecimento da democracia: estigmatização da imprensa por líderes políticos, controle social por tecnologias de vigilância e judicialização abusiva de questões de interesse público.
O relatório aponta o uso de narrativas oficiais que atacam jornalistas, ferramentas como reconhecimento facial e cyberpatrulhamento para vigilância, e processos judiciais desproporcionais que visam silenciar críticos, podendo levar até ao exílio.
As organizações pedem à CIDH ações para monitorar os Estados, priorizar casos pendentes e reforçar compromissos com a liberdade de expressão, assim como a criação de um protocolo sobre comunicação digital estatal e a publicação de relatórios específicos sobre. O documento reforça a urgência de medidas concretas para prevenir violência online e offline contra jornalistas e proteger a democracia na região.
A Polícia Civil de Santa Catarina está exigindo que o Intercept Brasil revele as fontes da reportagem sobre o caso Mari Ferrer, assinada pela repórter Schirlei Alves em 2020. O texto denunciou humilhações sofridas no tribunal pela influencer Mariana Ferrer, que declarou ter sido vítima de estupro em 2018. O Intercept negou o pedido.
As exigências da polícia fazem parte de um inquérito para apurar o suposto vazamento de informações do processo judicial do caso Mari Ferrer. Em texto publicado na semana passada, o Intercept revelou que a polícia está exigindo a “identificação detalhada das fontes de informação usadas na preparação da reportagem, incluindo dados que indiquem a origem do conteúdo confidencial mencionado”, além de “informações sobre como o material divulgado foi obtido”.
O Intercept Brasil classificou a investigação como “escandalosa” e negou as exigências da polícia, afirmando que elas “violam nossos direitos constitucionais”. O veículo destacou que o sigilo de fonte é um direito garantido pela Constituição para profissionais da imprensa: “O Estado brasileiro e seus agentes não podem compelir jornalistas a entregar seus instrumentos de trabalho, sob pena, além da mais completa nulidade destas provas, de eventual responsabilidade por excessos que cometer, na forma da lei. (…) Esforços de relativização do sigilo de fonte são reminiscências de um inverno autoritário de tristíssima memória”.
Em nota, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo repudiou as exigências da polícia e também relembrou que o sigilo de fonte é um direito constitucional do jornalismo: “Está garantido no inciso XIV do art. 5º. E é condição pétrea para o exercício profissional, sobretudo no que diz respeito a denúncias de interesse público. Este é o caso da reportagem, que acabou ensejando a aprovação de uma lei para evitar que vítimas de violência sexual sejam humilhadas em julgamentos”.
Vale lembrar que Schirlei Alves, autora da reportagem, enfrenta diversos processos judiciais em decorrência de seu trabalho. A jornalista chegou a ser condenada a um ano de prisão em regime aberto e R$ 400 mil de multa por difamação após a publicação da reportagem. Em abril deste ano, relatoras da ONU ligadas aos diretos das mulheres enviaram uma carta ao Estado brasileiro na qual pedem a anulação de processos contra a repórter.
Caso Mari Ferrer
Em novembro de 2020, a repórter Schirlei Alves, do Intercept Brasil, publicou uma reportagem que denunciou humilhações sofridas no tribunal pela influencer Mariana Ferrer, que declarou ter sido vítima de estupro em 2018.
O texto expõe falas ofensivas e humilhantes direcionadas a Mariana Ferrer pela defesa do empresário André de Camargo Aranha, acusado de estuprá-la. A influenciadora chegou a chorar e implorar por respeito após ter sido desqualificada pelo advogado de defesa, Cláudio Gastão da Rosa Filho. Aranha foi absolvido em 2021.
A reportagem de Alves levou à aprovação da Lei Mariana Ferrer, sancionada em 2021, que protege vítimas e testemunhas de crimes sexuais no contexto de julgamentos.
O Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo (Projor) iniciou o processo de coleta de dados para a 7ª edição do Atlas da Notícia, projeto que mapeia o jornalismo local e identifica os desertos de notícias no Brasil. O resultado do censo será divulgado em julho de 2025.
O Atlas vai coletar dados de veículos de jornalismo local em cada um dos 5.570 municípios brasileiros. Nesta edição, o foco será em novos meios de comunicação surgidos em municípios até então considerados desertos de notícias; na atualização da base de dados; e no acompanhamento do fechamento de veículos de comunicação impressos e digitais.
Sérgio Lüdtke, presidente do Projor e coordenador geral da pesquisa, destaca a importância do projeto: “A atualização anual do Atlas da Notícia serve como um retrato do estado do jornalismo local no país, permitindo perceber os movimentos, os aumentos e recuos da cobertura jornalística nos territórios, além de identificar os modelos de organização que povoam o ecossistema de notícias no país”
O censo é conduzido por um coordenador de pesquisa em cada região brasileira. São eles Jéssica Botelho (Norte), Angela Werdemberg (Centro-oeste), Mariama Correia (Nordeste), Dubes Sônego Júnior (Sudeste) e Marcelo Crispim da Fontoura (Sul). Os coordenadorem vão comandar o trabalho de estudantes de comunicação e voluntários que se oferecem para colaborar com a coleta de dados. Interessados em contribuir com o Atlas da Notícia podem se inscrever neste formulário.
Alexandre Formisano, Lalo de Almeida, Mayara Paixão e Sandra Lefcovich (Crédito: E.Andrade/CICV)
Mayara Paixão e Lalo de Almeida, da Folha de S.Paulo, venceram 6ª edição do Prêmio CICV de Cobertura Humanitária Internacional com a série de reportagens Darién, a selva da morte, que mostra os perigos dessa travessia e suas conexões com o Brasil e o mundo. O prêmio visa a valorizar e incentivar trabalhos jornalísticos sobre questões humanitárias urgentes.
Nas reportagens, Mayara e Lalo mostram um panorama da crise migratória que ocorre na selva de Darién, localizada na fronteira da Colômbia com o Panamá, e suas relações com o Brasil. A floresta é rota de milhares de pessoas que sonham em chegar aos Estados Unidos.
Em segundo lugar, ficou a reportagem Resgates no Mediterrâneo, do programa Profissão Repórter. A equipe, composta por Caco Barcellos, Nathalia Tavolieri, Márcia Pereira Gonçalves e outros jornalistas, acompanhou o trabalho do Médicos Sem Fronteiras (MSF) no resgate de refugiados no Mar Mediterrâneo, uma das rotas migratórias mais perigosas do mundo.
E o terceiro lugar foi para a reportagem especial Refugiados no Brasil, de Ítalo Di Lucena, Daniella Carlini e Edson Gabriel, do Jornal Hoje (TV Globo). A reportagem mostra a realidade de mais de 400 mil pessoas que solicitaram reconhecimento como refugiados no Brasil desde 2011.
João Bernardo Simões (Crédito: Programa JB/YouTube)
O apresentador João Bernardo Simões, conhecido como JB, foi encontrado morto dentro de casa em Santos, no litoral de São Paulo. Ele tinha 64 anos. Segundo informações do jornal A Tribuna, ele teria sofrido um infarto, mas a causa oficial da morte ainda não foi divulgada. O velório acontece nesta terça-feira (10/12), no Memorial Necrópole Ecumênica, em Santos, reservado para familiares. Ele deixa uma filha, Maria Vitória.
Nascido em 1960, em Santos, JB tornou-se referência no colunismo social da TV de Santos. Graduado em Administração de Empresas e pós-graduado em Administração de Recursos Humanos, ele iniciou a carreira na comunicação com uma coluna social no então jornal Boqueirão News. Em 1997, fundou o Programa JB, veiculado na TV Santa Cecília desde 1997. JB ganhou notoriedade pela cobertura de diversos eventos sociais, corporativos, culturais e beneficentes por toda a Baixada Santista.
O prefeito de Santos, Rogério Santos (Republicanos), lamentou a morte de JB e decretou luto oficial de três dias: “Que o céu faça uma grande festa e prepare vários microfones para ouvir sua voz. Sentiremos saudades, meu amigo. Descanse em paz, JB! Obrigado por tudo!”
A Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) divulgou os vencedores do 1° Prêmio Ibá de Jornalismo, que receberão R$ 36 mil, incluindo troféus e certificados, por reportagens de destaque sobre o setor de árvores cultivadas e o meio ambiente. A primeira edição do prêmio tem como tema O setor de árvores cultivadas como aliado no combate às mudanças climáticas.
São quatro categorias: Escrita, Rádio, TV e Veículo Especializado. O primeiro colocado de cada uma receberá R$ 4 mil, o segundo, R$ 2 mil e o terceiro, R$ 1 mil. Haverá ainda quatro menções honrosas, premiadas com R$ 2 mil cada. Na categoria Escrita venceu a reportagem Afinal, o cultivo de eucalipto é mesmo prejudicial ao meio ambiente?, de Ricardo Westin, da Agência Senado. Em TV ganharam Renato Franco, Cibele Penholate, Sandro Romero, Fabrício Andrade, Bruna Cevidanes e Reginaldo Medina, da Rede Minas, com Florestas Plantadas: Veredas em Minas.
O SBT anunciou na segunda-feira (9/12) a contratação de Leandro Cipoloni, que assume a direção nacional de Jornalismo da emissora. Ele substitui a Luiz Alberto Weber, que ficou no cargo por 6 meses.
Cipoloni iniciou a carreira como repórter de jornais impressos e passou por Jornal da Tarde (Folha de S.Paulo) e A Gazeta Esportiva. A trajetória na televisão teve início em 1999, na TV Gazeta. Em 2004, Cipoloni chegou à Record TV, onde trabalhou por mais de 15 anos, passando por posições de liderança, incluindo o posto de diretor de Jornalismo.
Em 2019, assinou com a CNN Brasil para ajudar a fundar e estruturar a marca no Brasil. Na emissora, atuou como vice-presidente de Jornalismo até julho de 2023. Foi coordenador na campanha do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB).
Graciliano Ramos foi um dos primeiros escritores brasileiros a escrever sobre bullying, quando essa expressão ainda nem existia.
Em 1939, Graciliano escreveu e publicou A Terra dos Meninos Pelados, cujo personagem, Raimundo, tem um olho azul e outro preto. Isso é suficiente pra ele ser maltratado pelas pessoas à sua volta. Sofre e termina indo para um lugar habitado por iguais a ele.
Essa história foi adaptada pela TV Globo em dezembro de 2003.
Nessa mesma linha, a contista neozelandesa Katherine Mansfield (1888-1923) escreveu, um ano antes de morrer de tuberculose, A Casa de Bonecas. Nessa história há duas irmãs, Lil e Else Kelvey, que são menosprezadas por colegas de escola só pelo fato de serem pobres e morarem em uma comunidade, como se diz hoje.
As colegas de escola de Lil e Else, as riquinhas Kezia, Isabel e Lottie, não as convidam para conhecer a casinha de boneca recebida de presente de uma amiga ricona da mãe das três irmãs. É um conto incrível, uma lição sutil pra quem faz bullying.
Guimarães Rosa foi um craque que pintou com originalidade o roteiro pelo qual se movimentaram seus inúmeros personagens. E tinha por gosto inventar palavras e anular sinais gráficos na sua prosa. O mesmo fazia, vejam só, o irlandês James Joyce (1882-1941).
Ulisses, de Joyce, traduzido para o português por Antônio Houaiss (1915-1999), é exemplo disso.
Joyce foi buscar em Homero inspiração para desenvolver a história, que tem como personagens principais Leopold, Marion e Stephen. Esses três representam na obra de Homero, respectivamente, Ulisses, Penélope e Telêmaco.
Primeiramente publicada em capítulos na revista Little Review, de Nova York, a história de Joyce foi censurada. Liberada por um tribunal dos EUA, a obra saiu no formato de livro em 1922.
James Joyce
A obra de Homero continua viva na memória de muita gente. Tem sido publicada em tudo quanto é língua e é referência dos mais diversos autores, como Voltaire.
Na obra-prima Cândido, Voltaire cita Homero e sua Ilíada. Mais: Virgílio, Camões, por aí.
O personagem que dá título ao clássico de Voltaire é um jovem pra lá de otimista. Anda por várias partes do mundo, enfrentando adiversidades. Começa na Alemanha e segue por países da América do Sul, incluindo Paraguai e Argentina. Essa história termina em Constantinopla, depois de passar por França e Inglaterra.
A personagem feminina que faz par com Cândido é Cunegundes.
No correr dos capítulos, 30 no total, há muita violência e até estupros.
Mais uma vez a ficção leva autores a desenvolver histórias extraídas do real. Caso aqui de Cangaceiros, romance do paraibano José Lins do Rego, publicado em 1953.
A heroína é Alice, uma jovem que finda por apaixonar-se por Bento, filho de um cangaceiro e que tem por irmão um celerado impiedoso chamado Aparício. Violentíssimo e temido até pelo cão.
Numa parte do livro lê-se: “(…) Aparício tinha atacado a cidade de Pão de Açúcar e feito uma desgraça, matando o sargento do destacamento, arrastando para a rua a família de Fidélis de Sousa. Os cabras serviram-se da mulher do homem, até que a pobre não deu mais sinal de vida (…)”.
A mãe de Bento e Aparício, Josefina, foi estuprada e acaba por suicidar-se com uma corda no pescoço.
Nesse livro de Zé Lins há muitas cenas chocantes e violentas.
José Lins do Rego
Bento, incentivado por um cantador repentista, foge com a sua amada.
O real também se acha no romance A Inquilina de Wildfell Hall, de Acton Bell, pseudônimo da inglesa Anne Brontë (1820-1849), a caçula dentre as irmãs literatas Emily e Charlotte.
O livro conta a história de Helen, que ao se-casar descobre que o marido não é o cara que ela imaginara. Arthur é violento, jogador, beberrão e mulherengo. Humilha a mulher de todas as formas. Um dia ela toma coragem e vai-se embora com o filho de cinco anos, deixando o ex-amado irado e a subir paredes. No lugar que escolhe para morar troca de nome e passa a viver dos quadros que pinta. Discretíssima, chama a atenção das fofoqueiras da região e de um jovem que logo demonstra ter muito carinho para dar: Gilbert.
Emily Brontë (1818-1848) é a autora do clássico O Morro dos Ventos Uivantes, publicado um ano antes de ela morrer.
A outra irmã, Charlotte (1816-1855), também deixou grande marca na literatura inglesa.
Não teve sorte na vida pessoal. Apaixonou-se por um sujeito já casado e com ele não teve futuro.
As principais obras de Charlotte são Jane Eyre (1847), Shirley (1849), Villette (1853), O Professor (publicado postumamente, em 1857) e Emma, deixado inacabado e publicado em 1860.
Curiosa e também quase real é a trilogia formada por A Empregada (2023), O Segredo da Empregada (2024) e A Empregada Está de Olho (2024), de Freida McFadden. A personagem principal desses três livros é Millie, uma mulher que foi presa e condenada por assassinar um desclassificado que partira pra cima de uma jovem decidido a violentá-la. Passou dez anos na tranca e ao sair encontra mil e uma dificuldades para trabalhar. Ficha suja.
No primeiro dos três livros dá graças a Deus por conseguir emprego na casa de um casal que tem uma filha chatíssima. A patroa a humilha de todos os modos e humilha também o maridão, que parece conformado com a situação. E por aí vai.
No segundo, Millie carrega consigo um segredo, o clima cresce a cada capítulo. O terceiro volume… tã-tã-tããã… Millie encontra um italiano chamado Eno, com ele tem uma menina e um menino… Decidida a ser feliz com o marido… É aí que a coisa pega fogo. O final é hilariante.
O universo dos podcasts continua a evoluir, consolidando-se como uma das plataformas mais engajadoras e diversificadas da atualidade. O relatório Podcast Pulse 2024, produzido pela Acast em parceria com a Edison Research, destaca como esse formato transcendeu suas origens para se tornar um ecossistema multifacetado, reunindo áudio, vídeo, redes sociais e eventos ao vivo. Essa expansão reflete a crescente demanda do público por conteúdos mais personalizados e conectados com seus interesses.
Os dados da pesquisa mostram que os podcasts têm uma capacidade única de engajamento. Dois em cada três ouvintes semanais compartilham com a mídia a melhor forma de aprender sobre assuntos de seu interesse. Com a média de consumo de seis diferentes tópicos, os ouvintes demonstram como o formato é capaz de atender a uma ampla diversidade de interesses e aprofundamento, que muitas vezes passam despercebidos em outros meios. Para 66% dos entrevistados, os podcasts oferecem análises mais elaboradas do que a mídia tradicional.
A relevância publicitária é outro ponto alto do formato. Os anúncios em podcasts são vistos como os mais autênticos e relevantes para 56% dos ouvintes, superando redes sociais e rádio. Além disso, 88% dos ouvintes afirmaram já ter tomado alguma ação após ouvir anúncios, como visitar o site de uma marca ou realizar compras. Esses dados reforçam o impacto de campanhas externas para o público de podcasts, especialmente em nichos com audiências menores, porém mais leais e engajadas. Esses programas de nicho são descritos no relatório como uma oportunidade para marcas criarem conexões mais profundas e eficazes.
A pesquisa também ressalta a forte relação emocional entre os ouvintes e os anfitriões dos podcasts. Cerca de 63% dos ouvintes inspecionam as recomendações dos apresentadores, evidenciando as alterações e revisões que o formato oferece. Essa conexão cria comunidades vibrantes, onde os ouvintes não consomem apenas conteúdo, mas também participam, seja comprando produtos associados a podcasts, participando de eventos ao vivo ou interagindo em redes sociais.
Um dos destaques do relatório é a transição dos podcasts para um ecossistema omnicanal. Quatro em cada cinco ouvintes seguem criadores de podcasts em outras plataformas, como YouTube e Instagram, ampliando ainda mais a interação. Campanhas publicitárias que integram múltiplos canais têm um impacto significativo: 84% dos ouvintes realizam alguma ação após serem expostos a essas iniciativas.
Os resultados do Podcast Pulse 2024 deixam claro que os podcasts são mais do que apenas áudio. Eles são uma ponte para conexões autênticas, oferecendo oportunidades únicas para marcas e criadores. À medida que o formato continua a crescer, aqueles que exploram o seu potencial de forma criativa e integrada visam a vanguarda da comunicação e da publicidade no século XXI.
Álvaro Bufarah
Você pode ler e ouvir este e outros conteúdos na íntegra no RadioFrequencia, um blog que teve início como uma coluna semanal na newsletter Jornalistas&Cia para tratar sobre temas da rádio e mídia sonora. As entrevistas também podem ser ouvidas em formato de podcast neste link.
(*) Jornalista e professor da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e do Mackenzie, pesquisador do tema, integra um grupo criado pela Intercom com outros cem professores de várias universidades e regiões do País. Ao longo da carreira, dedicou quase duas décadas ao rádio, em emissoras como CBN, EBC e Globo.