A Articulação Brasileira de Indígenas Jornalistas (Abrinjor) realizou na quinta-feira (13/11) o pré-lançamento do Manual de Redação do Jornalismo Indígena, ferramenta que orienta profissionais imprensa sobre como cobrir e narrar, com responsabilidade, ética e respeito, as histórias dos povos originários. O evento de pré-lançamento ocorreu na Casa Maracá, em Belém, palco da COP30.
Com o título Poranga Marandúa (que significa “notícia boa” em Nheengatu, língua falada na terra indígena Alto Rio Negro), o manual, feito por mais de 60 jornalistas indígenas de mais de 40 povos, apresenta diretrizes para uma cobertura antirracista, decolonial e comprometida com a justiça climática, reconhecendo a centralidade da escuta, da comunidade e da ancestralidade nas práticas jornalísticas.
O evento de pré-lançamento reuniu comunicadores, pesquisadores e lideranças de diversos biomas do País para debater a cobertura sobre os povos indígenas. O encontrou refletiu sobre como a crise climática é também uma crise da comunicação, que acaba de certa forma silenciando e reproduzindo estereótipos sobre os povos originários.
Para Helena Sária, vice-presidente Regional Norte II da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), que esteve presente no evento, o manual é um grande marco para a imprensa brasileira: “O jornalismo brasileiro precisa aprender a ouvir quem há séculos protege a Terra. Este manual não é apenas um conjunto de orientações técnicas, é um chamado ético para que a imprensa reconheça os povos indígenas como protagonistas e especialistas de suas próprias narrativas”.
Criada em 2022 e com a atuação de mais de 70 jornalistas indígenas de 45 povos, a Abrinjor trabalha com formação, defesa de direitos e produção de conteúdos que visibilizam saberes, realidades e lutas dos povos originários.






















