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quinta-feira, agosto 21, 2025

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Globo lançará canal esportivo no YouTube com transmissões ao vivo e gratuitas

A Globo vai lançar ainda este ano o GE TV, canal no YouTube que transmitirá programas e eventos esportivos de forma gratuita.

A Globo vai lançar ainda este ano o GE TV, canal no YouTube que transmitirá programas e eventos esportivos de forma gratuita. A ideia da emissora é atingir novos públicos, em especial os mais jovens, e competir com projetos esportivos concorrentes que atuam principalmente na internet, como a CazéTV. As informações são de Gabriel Vaquer, do F5 (Folha de S.Paulo).

A ideia do canal é utilizar um projeto esportivo semelhante a outros canais que atuam da mesma forma, com linguagem informal e transmissões descontraídas em debates e grandes eventos do Esporte. Segundo apurou o F5, a Globo não pretende utilizar quase ninguém de sua equipe esportiva da TV aberta e do SporTV. Serão escalados profissionais que atuam no setor de internet da empresa, além de influencers esportivos. Uma dos nomes avaliados é o de Fred Bruno, que hoje comanda o Globo Esporte de São Paulo.

O principal atrativo do canal será a exibição de eventos, jogos e torneios esportivos, de forma gratuita. A oferta, porém, será limitada para manter a exclusividade de certas transmissões para a televisão. Segundo o F5, um dos produtos que a Globo negocia para exibir no GE TV é a NFL, a liga de futebol americano. A emissora está negociando para obter os direitos de transmissão do evento.

A Globo vai reutilizar o canal do Globo Esporte no YouTube, que já conta com mais de seis milhões de inscritos. Até o momento, no canal, a emissora publica os melhores momentos dos jogos de futebol nacional.

Morre Luiz Humberto Monteiro Pereira, grande descobridor de talentos do jornalismo automotivo

Luiz Humberto Monteiro Pereira

Morreu na noite desta quinta-feira (31/7), no Rio de Janeiro, aos 61 anos, o diretor da Agência AutoMotrix e da revista Roda Rio Luiz Humberto Monteiro Pereira. Ele estava com sua filha quando sentiu-se mal. Ele chegou a entrar no carro para ir a um hospital, mas sofreu uma parada cardíaca fulminante no caminho. Já no hospital, tentaram reanimá-lo com massagens cardíacas, mas sem sucesso.

Formado em Jornalismo pela Escola de Comunicação da UFRJ, em 1985, Luiz Humberto começou a carreira como videomaker, redator publicitário, autor de fotonovelas e roteirista das tiras de quadrinhos Pink Frog (Jornal do Brasil) e Fábrica Faglianostra (O Globo), além de ter atuado como repórter freelancer para a revistas Fatos & Fotos.

Em 1990, ao lado de Eduardo Fonseca da Rocha, criou a Carta Z Notícias, inicialmente para a criação dos noticiários TV Press e, mais tarde, ampliando os serviços com os lançamentos da Agência Auto Press, site MotorDream, Anuário Auto Press e Revista Auto Press.

Por lá, foi responsável por descobrir e formar grandes talentos que despontariam no jornalismo automotivo brasileiro. Entre os jornalistas que iniciaram sua carreira na CartaZ/Auto Press estão nomes como Diego Ortiz (Estadão), Diogo de Oliveira (Jornal do Carro/Estadão), Igor Macário (Jornal do Carro/Estadão), Julio Cabral (ex-Autoesporte e JAC Motors), Karina Craveiro (Volkswagen), Marcelo Cosentino (ex-Toyota, Cummins e Renault), Marcus Lauria (CarPoint News), Raphael Panaro (ex-Autoesporte e Car and Driver) e Rodrigo Machado (Acelerados).

Também passaram por lá, entre outros, Fernando Miragaya (Automotive Business) e Roberto Dutra (Webmotors).

Luiz Humberto Monteiro Pereira

Em 2018 encerrou a sociedade na Carta Z para fundar a Agência AutoMotrix, que atualmente abastece jornais e sites em diversos estados brasileiros. Dois anos mais tarde lançou a revista digital semanal Roda Rio, uma das finalistas na categoria Revistas da eleição dos +Admirados da Imprensa Automotiva Brasileira 2021, promovida por Jornalistas&Cia. A última edição da Roda Rio. A publicação estava em sua Edição 253, publicada no final da semana passada.

Ele deixa a esposa, Maria Luiza, com quem era casado desde 1994, e três filhos, João, Juliana e Catarina. Seu velório acontecerá neste sábado (2/8), das 12h45 às 15h45, no Cemitério da Penitência (R. Monsenhor Manuel Gomes, 307 – Capela 8), no Caju, Rio de Janeiro.

Do SEO ao GEO: a nova batalha do jornalismo na era das buscas por IA

Por Luciana Gurgel 

Luciana Gurgel

Há menos de três anos, quando o ChatGPT foi lançado, os primeiros alertas sobre o impacto da inteligência artificial generativa no jornalismo se concentravam em dois grandes temores: a substituição de profissionais nas redações e o aumento da desinformação.

No entanto, à medida que a tecnologia evolui e se integra aos mecanismos de busca, um novo desafio se mostra ainda mais preocupante: a queda no tráfego dos sites de notícias.

A presença da IA nas ferramentas de busca − especialmente no Google, com o recurso IA Overview − alterou de forma rápida e inesperada a maneira como o público acessa conteúdos. Esse novo comportamento vem sendo documentado por estudos como o divulgado recentemente pelo Pew Research Center.

A pesquisa analisou a navegação real de 900 adultos norte-americanos e constatou que, quando um resumo gerado por IA aparece no topo da página, as pessoas tendem a clicar menos nos links. Nas buscas com esse tipo de resposta automática, apenas 8% dos acessos resultaram em cliques, comparados a 15% quando o resumo não estava presente. E apenas 1% clicou nos links incluídos no próprio resumo.

O dado mais alarmante: 26% dos usuários encerraram a navegação após visualizar o resumo. Isso indica que, ao oferecer uma resposta considerada suficiente, a IA torna o clique irrelevante.

E essa mudança de comportamento afeta uma parcela significativa da população. Em outra pesquisa, o Pew identificou que 34% dos adultos norte-americanos utilizam o ChatGPT − número que sobe para 58% entre os menores de 30 anos. O levantamento não incluiu o uso de outras ferramentas de IA.

Para veículos que dependem do tráfego para gerar receita, o alerta é máximo. A nova realidade digital fez surgir mais uma sigla no vocabulário da indústria de mídia: GEO, de Generative Engine Optimization. É como se o jogo tivesse sido reiniciado.

Leia mais sobre a pesquisa do Pew Research Center em MediaTalks.


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Esta semana em MediaTalks

Pulitzer Center financia reportagens sobre oceanos, pesca e biodiversidade. Veja como se inscrever

Tentativas de censura judicial e leis repressivas de governos locais ameaçam a imprensa no México. Leia mais

Jornalista da Guatemala completa 3 anos preso por denunciar corrupção; ONGs globais exigem libertação imediata. Leia mais

Filmes e séries culpam usuários e poupam Big Techs por problemas das redes sociais, mostra estudo da Universidade da Califórnia. Leia mais

Fernanda Moro assume apresentação do Globo Esporte em Santa Catarina

O Grupo Globo anunciou que Fernanda Moro vai assumir de forma definitiva a apresentação do Globo Esporte em Santa Catarina, posição que já vinha ocupando provisoriamente. Além de âncora do programa, ela seguirá realizando reportagens para TV Globo, CBN Diário e também como colunista do NSC Total.

Fernanda começou a carreira na NSC TV em Chapecó, como repórter, integrando a equipe do Jornal do Almoço. Em 2022 mudou-se para Florianópolis e, um ano depois, passou a integrar a equipe de esportes, fazendo reportagens para o Globo Esporte. Além disso, comandava o quadro de esportes no Bom Dia Santa Catarina. Na equipe esportiva do NSC TV, cobriu diversos eventos em diferentes modalidades esportivas diversas. Em 2023, acompanhou a largada da The Ocean Race, regata de barcos, diretamente da África do Sul.

Leão Serva deixa a TV Cultura

Leão Serva deixa a TV Cultura
Leão Serva (Crédito: LinkedIn)

Leão Serva, diretor internacional de Jornalismo da TV Cultura e correspondente em Londres, está deixando a emissora. O contrato com o canal foi encerrado, mas o jornalista seguirá como colaborador eventual.

Serva chegou à TV Cultura em agosto de 2019. Na emissora, atuou como diretor de Jornalismo por quase quatro anos e como diretor internacional de jornalismo e correspondente por mais de dois anos. No canal, Leão comandou diversas edições de debates eleitorais e ficou conhecido pela agilidade e pulso firme em conter adversidades entre candidatos. No ano passado, era Leão quem estava à frente do debate à Prefeitura de São Paulo no qual o então candidato José Luiz Datena acertou o também candidato Pablo Marçal com uma cadeira. Em 2022, durante debate entre candidatos ao Governo de São Paulo promovido pela TV Cultura, ele defendeu Vera Magalhães após ela ter sido agredida verbalmente, arremessando o celular do agressor para longe. Foi a primeira vez que um dirigente da TV brasileira rebelou-se fisicamente para impedir um ataque contra um de seus jornalistas.

Com mestrado e pós-doutorado em Comunicação e Semiótica, Leão tem mais de 25 anos de carreira no jornalismo. Antes da Cultura, foi diretor de redação e de jornalismo em outras publicações, como Revista Placar, Lance, Jornal da Tarde, iG e Diário de São Paulo. Foi correspondente de guerra pela Folha de S.Paulo e cobriu conflitos em vários países, como a Angola, Somália e a ex-lugoslávia, sobre a qual escreveu os livros A Batalha de Sarajevo (1994) e Jornalismo e Desinformação (2001). Atuou também como colunista da rádio CBN, coordenador de imprensa da Secretaria Municipal de Comunicação de São Paulo e dirigiu a agência Santa Clara Ideias. Além disso, foi por mais de 12 anos professor de Ética e Jornalismo Opinativo da ESPM.

Fiocruz oferece oficina para comunicadores populares de todo o Brasil

Vai até o próximo domingo (3/8) o prazo para inscrições na oficina de Jornalismo de ciência e saúde para comunicadores populares, oferecido pela Fiocruz. É voltada para jornalistas, repórteres, editores, videomakers e criadores de conteúdo vinculados a veículos populares e comunitários de favelas, periferias e comunidades tradicionais de todas as regiões do País.

As duas primeiras edições dessa oficina foram presenciais, restritas ao Rio de Janeiro. Desta vez, o curso tem alcance nacional e será realizado de forma online. O objetivo é fortalecer a presença de pautas de ciência, saúde, tecnologia, clima, meio ambiente, história e sustentabilidade na comunicação, feita a partir dos territórios populares.

Ao todo, serão selecionados 25 comunicadores populares, ou seja, cinco vagas por região. Além do curso de formação, os participantes poderão ter uma mentoria com jornalistas da Fiocruz para a produção de matérias que serão publicadas no Invivo, o site de ciências do Museu da Vida Fiocruz. Os autores das matérias selecionadas serão remunerados pelo trabalho.

Natalia Viana vence o Maria Moors Cabot 2025

Natalia Viana

A Escola de Jornalismo da Universidade de Columbia, em Nova York, anunciou os vencedores do Prêmio Maria Moors Cabot 2025, que reconhece e valoriza o trabalho de jornalistas nas Américas. Entre os vencedores está Natalia Viana, cofundadora da Agência Pública. É a primeira vez que uma jornalista de um veículo brasileiro independente vence o prêmio.

Em texto publicado no site do Maria Moors Cabot, a organização do prêmio descreveu Natalia como “o tipo de jornalista que nossos tempos exigem: repórter, editora, contadora de histórias e mentora das novas gerações”.

Natalia fundou em 2011, ao lado de Marina Amaral, a Agência Pública, veículo de comunicação independente e sem fins lucrativos. Ao longo da carreira, Natalia assinou reportagens investigativas de fôlego, liderou equipes de reportagem e expôs ilegalidades, trabalhando em diferentes formato de mídia, em texto, áudio e vídeo.

Antes, também integrou a equipe de Julian Assange, fundador do site WikiLeaks, durante o Cablegate, vazamento de telegramas diplomáticos dos Estados Unidos que detalhavam correspondências entre o Departamento de Estado e embaixadas estadunidenses ao redor do mundo. Durante a divulgação dos dados, ela foi a responsável pela edição dos documentos publicados no Brasil e nas Américas do Sul e Central.

Foi responsável também por trabalhos que tiveram impactos profundos na sociedade brasileira, como reportagens sobre ilegalidades na Operação Lava Jato e parcialidade da Justiça Militar em casos de morte de cidadãos por parte de militares. A organização do Maria Moors Cabot declarou que Natalia recebeu o prêmio  “por sua liderança, inovação e ética jornalística intransigente”.

Pela segunda vez em 86 anos de história da premiação, todas as vencedoras são mulheres. Além de Natalia Viana, venceram o Maria Moors Cabot 2025 Isabella Cota, do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (México); Nora Gámez Torres, de Miami Herald e El Nuevo Herald (Estados Unidos); e Omaya Sosa Pascual, do Centro de Jornalismo Investigativo (Porto Rico).

Natalia se junta a um seleto grupo de jornalistas brasileiros que também venceram o prêmio. No ano passado, o fotojornalista Lalo de Almeida, da Folha de S.Paulo, esteve na lista de vencedores. Além deles, entre os brasileiros que já receberam o Maria Moors Cabot, estão nomes como Adriana ZehbrauskasAssis ChateaubriandCarlos LacerdaClóvis RossiDorrit HarazimEliane BrumFernando RodriguesJosé Hamilton RibeiroJoão Antonio BarrosLucas MendesMauri KonigMerval PereiraMiriam LeitãoOtavio Frias FilhoPatrícia Campos MelloPaulo SoteroRoberto Civita, Roberto Marinho Rosental Calmon Alves.

Canal BM&C News estreia novo estúdio e lança programa focado em geopolítica

Canal BM&C News estreia novo estúdio e lança programa focado em geopolítica

O canal BM&C News, focado em jornalismo econômico, anunciou que concluiu um investimento de R$ 2 milhões em seu novo estúdio, que passa a contar com infraestrutura de ponta, que inclui modernização completa do espaço, instalação de painéis de LED de alta definição, câmeras robotizadas, cenografia dinâmica e sistemas de iluminação inteligente.

O novo estúdio sediará um programa inédito dedicado à geopolítica, com análises aprofundadas sobre os principais eventos internacionais e como eles impactam o mercado brasileiro e o global. “Este ano de 2025 está sendo o melhor momento do canal desde o seu lançamento, e investir na melhor infraestrutura mostra aonde queremos estar nos próximos anos”, afirmou Paula Moraes, que comandará o novo programa.

A BM&C News está presente na TV por assinatura (Claro – canal 547 | Vivo – canal 579 | SKY), nas plataformas Samsung TV Plus (canal 2045), Pluto TV, TCL (canal 2030), e no YouTube.

100+ Admirados: Primeiro turno chega ao fim, com mais de 2.300 nomes indicados

Foi um primeiro turno movimentado e que de certo modo demonstrou o apreço do mercado
pelo jornalismo e pelos jornalistas. Com votos de todo o País, vindo das próprias redações,
das assessorias e agências de comunicação e de profissionais de áreas afins, o Prêmio
100 +Admirados Jornalistas Brasileiros, recriado como parte das celebrações dos 30 anos de Jornalistas&Cia, teve mais de 2.300 nomes indicados, dentre os quais 246 (os de maior votação) seguem agora para uma disputa personalizada, que elegerá os vencedores da premiação.

Entre os classificados, estão colegas de todas as regiões e de praticamente todas as
plataformas editoriais (televisão, rádio, jornal, revista, web) e profissionais de texto e
imagem.

A região Sudeste liderou a votação, com 195 indicações. Na sequência aparecem Centro-Oeste, com 20 profissionais, Sul, com nove, Norte, com sete, e Nordeste, com quatro. Outros oito jornalistas que atuam fora do Brasil também estão entre os classificados, além de sete profissionais que hoje têm atuação independente.

No segundo turno, que começa nesta terça-feira (29/7) e vai até 11/8, os eleitores poderão
indicar até cinco profissionais, classificando-os do 1º ao 5 º colocado. Cada posição renderá uma pontuação, seguindo a ordem de 100, 80, 65, 55 e 50 pontos, respectivamente. A somatória final dos pontos definirá não apenas os 100 primeiros colocados, mas também os TOP 10 +Admirados Jornalistas de 2025 e os cinco campeões regionais.

Além da tradicional lista com os nomes dos finalistas, disponibilizamos nesta fase as fotos de todos os indicados, facilitando assim a escolha e tornando o segundo turno ainda mais democrático. Também há um tutorial na cédula de votação para quem tiver alguma dificuldade em votar.

Eleitores também poderão escolher os TOP 10 Correspondentes Estrangeiros

Outra novidade desta fase final do prêmio é a inclusão da categoria dos +Admirados Correspondentes Estrangeiros do Brasil. Entram na disputa os 37 profissionais associados à ACE – Associação dos Correspondentes Estrangeiros, que também poderão ser votados nas cinco colocações disponíveis. Ao final da votação, os TOP 10 correspondentes que somarem maior pontuação também serão homenageados na festa de premiação, marcada para o dia 29 de setembro, em São Paulo.

Confira a lista completa na edição especial de Jornalistas&Cia.

E clique aqui para votar no segundo turno!

100 anos de Rádio no Brasil – Rádio: uma referência diante da era da desinformação

Por Álvaro Bufarah (*)

Na fotografia global do consumo de notícias, o rádio permanece como um ponto de confiança em meio ao turbilhão digital. O Digital News Report 2025, divulgado pelo Instituto Reuters, mostra que, embora a audiência das mídias tradicionais continue em declínio, o rádio mantém um papel resiliente e relevante, especialmente como fonte de credibilidade em tempos de incerteza. Enquanto a TV aberta e os jornais impressos perdem terreno para plataformas digitais e redes sociais, o rádio preserva parte de seu espaço, principalmente entre ouvintes que ainda valorizam a apuração e a profundidade do jornalismo profissional.

Essa resiliência contrasta com a crescente fragmentação do consumo de notícias no ambiente digital. Segundo o relatório, o engajamento com mídias tradicionais caiu globalmente, enquanto redes sociais, agregadores e serviços de vídeo, como YouTube, TikTok e Instagram, ampliaram seu alcance como canais informativos. Cerca de 36% dos entrevistados afirmam recorrer ao Facebook para notícias, e 30% ao YouTube, enquanto o TikTok registra 16% de uso para conteúdos jornalísticos, especialmente entre os mais jovens.

O estudo destaca que as redes sociais já rivalizam, em muitos mercados, com os meios tradicionais de informação. O TikTok é o exemplo mais emblemático: cresceu quatro pontos percentuais no último ano, tornando-se a rede que mais ganha relevância para notícias, embora carregue elevados níveis de preocupação com desinformação, segundo 58% dos entrevistados em países como Nigéria e Quênia. No Brasil, essa preocupação é igualmente intensa, uma vez que WhatsApp, YouTube e TikTok estão entre as principais fontes de notícias, especialmente entre jovens de 18 a 24 anos.

Ainda de acordo com o levantamento, a confiança geral nas notícias se manteve estável em 40% pelo terceiro ano consecutivo, embora esteja quatro pontos abaixo do pico alcançado durante a pandemia. Serviços públicos de radiodifusão e marcas jornalísticas reconhecidas ainda figuram como as fontes mais confiáveis para verificação de fatos, algo que reforça a relevância do rádio como referência editorial.

Outro ponto central do relatório é o papel dos influenciadores digitais, podcasters e criadores de conteúdo. Nos Estados Unidos, 22% da audiência declaram consumir notícias e comentários do podcaster Joe Rogan, enquanto na França o jovem Hugo Travers (HugoDécrypte) alcança o mesmo percentual entre menores de 35 anos via YouTube e TikTok. Esses números sinalizam um fenômeno global: as novas vozes do jornalismo já não estão apenas nas redações, mas em canais independentes e plataformas digitais, muitas vezes com formatos híbridos que misturam opinião, reportagem e entretenimento.

Essa tendência é ainda mais perceptível no Brasil, onde a explosão de podcasts jornalísticos, como Café da Manhã (Folha/Spotify) e Durma com Essa (Nexo), conquistou públicos jovens e qualificados. Segundo a Kantar IBOPE Media, o País já ultrapassa 40 milhões de ouvintes regulares de podcasts, um dado que dialoga diretamente com a migração do público das ondas do rádio para os feeds digitais sob demanda.

O Digital News Report 2025 revela também que 65% do consumo de notícias no mundo já acontece via vídeos curtos em redes sociais, um crescimento expressivo se comparado aos 52% registrados em 2020. Plataformas como YouTube e TikTok lideram esse movimento, enquanto jornais tradicionais tentam adaptar seu conteúdo a formatos rápidos e visuais.

Esse comportamento reflete uma mudança cultural: em mercados como Filipinas, Tailândia e Índia a maioria das pessoas prefere assistir às notícias em vez de lê-las. No Brasil, a Globo, a Folha e veículos independentes como o Metrópoles e o UOL têm ampliado investimentos em redações multimídia, com foco em curtas para redes sociais e vídeos explicativos.

A pesquisa aponta que 7% dos consumidores já usam ferramentas de IA, como chatbots, para buscar notícias semanalmente − número que salta para 15% entre jovens de 18 a 24 anos. Embora exista entusiasmo com aplicações como traduções automáticas (24%) e resumos de notícias (27%), persiste um ceticismo sobre a transparência e precisão das informações geradas por IA.

No Brasil, a adoção de inteligência artificial em redações está em expansão. O jornal O Globo analisou mais de 600 mil discursos legislativos (2001-2024) com suporte de algoritmos para gerar conteúdo. Esse movimento mostra que a IA já é uma ferramenta estratégica para análise de dados e personalização, mas ainda enfrenta resistência editorial para a produção de notícias complexas.

Se o consumo migra para o digital, o rádio busca reinvenção e complementaridade. Em mercados como Reino Unido e Canadá, emissoras públicas apostam em plataformas digitais, transmissões híbridas e podcasts para manter relevância. No Brasil, rádios como a CBN e a BandNews FM já distribuem conteúdos multiplataforma, com boletins ao vivo no dial, streaming online, vídeos curtos e podcasts diários.

A força do rádio está em sua credibilidade histórica e na capacidade de adaptação: seja no carro, no smartphone ou em smart speakers, continua sendo um meio de escuta atenta, especialmente para notícias de última hora. Em um mundo de algoritmos e ruídos, o rádio mantém seu poder como uma voz clara e direta.

Fontes consultadas:

  • Reuters Institute for the Study of Journalism. Digital News Report 2025
  • Kantar IBOPE Media. Inside Radio Brasil 2024
  • Statista. Podcast Market Trends in Brazil, 2024
  • Folha de S. Paulo. Café da Manhã: dados de audiência 2024
Álvaro Bufarah

Você pode ler e ouvir este e outros conteúdos na íntegra no RadioFrequencia, um blog que teve início como uma coluna semanal na newsletter Jornalistas&Cia para tratar sobre temas da rádio e mídia sonora. As entrevistas também podem ser ouvidas em formato de podcast neste link.

(*) Jornalista e professor da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e do Mackenzie, pesquisador do tema, integra um grupo criado pela Intercom com outros cem professores de várias universidades e regiões do País. Ao longo da carreira, dedicou quase duas décadas ao rádio, em emissoras como CBN, EBC e Globo.

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