Aurélio Goiano (Avante), prefeito de Parauapebas (PA), deu um tapa no rosto do repórter Wesley Costa, da Rádio Liberal, do Pará, em frente ao estúdio da emissora em Belém, durante a cobertura da COP30. O caso ocorreu na última sexta-feira (14/11). A organização da COP30 decidiu suspender a credencial de Aurélio Goiano.
Segundo informações da CBN, que ouviu pessoas próximas ao ocorrido, a agressão teria sido motivada por uma postagem feita por Costa nas redes sociais que mostrava Goiano, apoiador declarado do ex-presidente Jair Bolsonaro, conversando amigavelmente com o ministro da Secretaria Especial da Presidência, Guilherme Boulos.
Pouco tempo depois da publicação, a assessoria da prefeitura de Parauapebas confirmou uma entrevista de Goiano com o jornalista. Quando Costa chegou ao local marcado para realizar a entrevista, levou um tapa do prefeito. Antes da agressão, Goiano direcionou xingamentos a duas produtoras da Rádio Liberal. Seguranças da ONU conduziram o prefeito a uma área reservada. Costa recebeu atendimento médico e passa bem. Ele afirmou que fará uma queixa na polícia por agressão. O prefeito de Parauapebas não quis se manifestar.
A Articulação Brasileira de Indígenas Jornalistas (Abrinjor) realizou na quinta-feira (13/11) o pré-lançamento do Manual de Redação do Jornalismo Indígena, ferramenta que orienta profissionais imprensa sobre como cobrir e narrar, com responsabilidade, ética e respeito, as histórias dos povos originários. O evento de pré-lançamento ocorreu na Casa Maracá, em Belém, palco da COP30.
Com o título Poranga Marandúa (que significa “notícia boa” em Nheengatu, língua falada na terra indígena Alto Rio Negro), o manual, feito por mais de 60 jornalistas indígenas de mais de 40 povos, apresenta diretrizes para uma cobertura antirracista, decolonial e comprometida com a justiça climática, reconhecendo a centralidade da escuta, da comunidade e da ancestralidade nas práticas jornalísticas.
O evento de pré-lançamento reuniu comunicadores, pesquisadores e lideranças de diversos biomas do País para debater a cobertura sobre os povos indígenas. O encontrou refletiu sobre como a crise climática é também uma crise da comunicação, que acaba de certa forma silenciando e reproduzindo estereótipos sobre os povos originários.
Para Helena Sária, vice-presidente Regional Norte II da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), que esteve presente no evento, o manual é um grande marco para a imprensa brasileira: “O jornalismo brasileiro precisa aprender a ouvir quem há séculos protege a Terra. Este manual não é apenas um conjunto de orientações técnicas, é um chamado ético para que a imprensa reconheça os povos indígenas como protagonistas e especialistas de suas próprias narrativas”.
Criada em 2022 e com a atuação de mais de 70 jornalistas indígenas de 45 povos, a Abrinjor trabalha com formação, defesa de direitos e produção de conteúdos que visibilizam saberes, realidades e lutas dos povos originários.
Nessa terça-feira (11/11), falando pela primeira vez na TV sobre a edição de seu discurso no dia da invasão do Capitólio exibida em um programa da BBC antes das eleições de 2024, Donald Trump foi direto: “Tenho obrigação de processar”.
No dia seguinte, o premiê britânico Keir Starmer foi pressionado no Parlamento pelo líder dos Liberal-Democratas a exigir que Trump desista da ação de US$ 1 bilhão, garantindo que ele não receba “nem um centavo” dos cofres públicos.
Starmer evitou o confronto. Destacou a importância da BBC em um mundo tomado pela desinformação, embora tenha reconhecido que a rede precisa “arrumar a casa”. E aproveitou para acusar o antigo governo Conservador de orquestrar uma campanha para desacreditar a emissora pública.
Os dois episódios expõem um cenário cada vez mais evidente desde o vazamento de um relatório interno publicado pelo Daily Telegraph, apontando falhas na imparcialidade da BBC, inclusive na edição de falas de Trump.
O debate vai além de teorias sobre imparcialidade ou erros pontuais. Ganha força a ideia de um “golpe” para atingir a BBC por onde mais dói: o bolso.
Financiada com recursos públicos e uma taxa obrigatória paga por domicílios, a emissora tem seu contrato renovável em 2027. A ofensiva para minar sua credibilidade começou no governo de Boris Johnson.
Um dos nomes centrais da nova crise é um conselheiro indicado por ele, acusado de ter articulado o vazamento que deu a Trump munição para atacar mais uma instituição da imprensa, chamando seus jornalistas de “corruptos”.
Há dúvidas sobre a viabilidade de um processo por difamação, já que o programa nem foi exibido nos EUA. Também chama atenção o fato de Trump só ter se ofendido um ano depois – e de não ter processado outros veículos que noticiaram suas falas incendiárias na época da invasão.
Mas isso é secundário. O que importa é que a crise cruzou o Atlântico, envolvendo o líder da maior potência global – e inimigo declarado da liberdade de imprensa – em uma disputa com desdobramentos mais transformadores – não necessariamente para melhor – do que outras crises já enfrentadas pela rede.
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Um profundo corte atingiu em cheio nesta semana as equipes dos suplementos automotivos do Estadão. Segundo apurou este Jornalistas&Cia, foram desligados ou não terão seus contratos renovados cinco profissionais, entre eles, na equipe do Jornal do Carro, o editor-chefe de digital Diogo de Oliveira e os repórteres Igor Macário, Rodrigo Tavares e Vagner Aquino, que permanece até o fim do mês, quando seu contrato chega ao fim; e no Estradão, o repórter Thiago Vinholes.
Antes do Estadão, Diogo teve uma rápida passagem pela HPE, como analista de Comunicação para as marcas Mistubishi e Suzuki, foi editor multiplataforma e repórter da Autoesporte, editor de automóveis do portal R7 e repórter da Autopress.
Igor integrava a atual equipe do JC desde maio, em sua segunda passagem pela publicação, onde somava sete anos no total, e antes atuou em Karvi, Quatro Rodas e Autopress.
Também oriundo do Rio de Janeiro, assim como Diogo e Igor, Rodrigo era freelancer para o suplemento do Estadão há quase três anos. Foi criador do poodcast PodCarro.
Com quase 20 anos de atuação no setor automotivo, Vagner estava no Jornal do Carro há cinco anos e meio e antes teve passagens destacadas pelo Grupo Printer e pelo Diário do Grande ABC.
Há um ano e meio no Estradão, Thiago tem sua carreira destacada tanto na imprensa automotiva – com passagens por Carsale e Motorpress – quanto na especializada em aviação, tendo sido editor-chefe do site Airway por quase seis anos.
A tragédia da relação de uma mãe com o filho psicopata, desde o seu nascimento até a morte prematura, é retratada num doloroso exercício de catarse e purificação por Irene Vucovix em O Filho Perdido (Geração Editorial). Jnto ao drama e à dor, às contradições e ao desespero da narradora, o leitor acompanha a história de uma mãe que tenta desesperadamente salvar aquele que ama, enquanto guarda um segredo aterrador que ele só saberá no final.
“Não foi fácil escrever”, explicou a autora em artigo publicado no Blog do Fausto Macedo. “Foi muito sofrido, arrastado: avançava, parava, recomeçava, parava outra vez. Quase como desnudar-me em praça pública. Escrevi em primeira pessoa, como se estivesse conversando com ele, e de certa forma, estava, porque há tantos assuntos sobre os quais nunca falamos, tantas palavras nunca ditas, tantas feridas não curadas, tanto amor sufocado”.
Já disponível na Amazon, a obra terá um lançamento oficial neste sábado (15/11), a partir das 16h30, no Barouche da Vila Madalena (rua Medeiros de Albuquerque, 401), em São Paulo.
O apresentador e comentarista esportivo Abel Neto está de volta ao Grupo Globo após sete anos. Ele deixou a ESPN no final de agosto e, a partir de janeiro do ano que vem, fará parte da equipe de comentaristas do SporTV. Segundo informações do F5 (Folha de S.Paulo), Abel deve participar com mais frequência do programa Fechamento SporTV, às noites de domingo, com André Rizek e o ex-jogador Denilson.
Abel Neto retorna à Globo, onde trabalhou por 18 anos. O jornalista iniciou a carreira no Lance! e, pouco tempo depois, assinou com a TV Tribuna, afiliada da Globo em Santos (SP), na cobertura do dia a dia do Santos FC. Posteriormente, mudou-se para a capital paulista, para atuar como setorista dos principais clubes de São Paulo. A partir de 2012, passou a atuar como apresentador eventual do Globo Esporte, substituindo as folgas do então titular Tiago Leifert.
Entre 2013 e 2018, apresentou programas do SporTV, como o Seleção SporTV. Também comandou quadros de esportes em outros canais do Grupo Globo, como no Bom Dia São Paulo, e esteve à frente do programa Espaço Aberto Esporte, na GloboNews. Deixou a Globo em 2018 e assinou com a Fox Sports. Posteriormente, passou a fazer parte da equipe da ESPN, após a fusão das duas emissoras. Lá, apresentou o Tarde Redonda, o Futebol 360 e se tornou o primeiro apresentador negro do Linha de Passe. Deixou a ESPN em agosto deste ano, em processo de reformulação do canal.
Faleceu nessa terça-feira (11/11) em São Paulo, aos 82 anos, Anthony de Christo. Com atuação destacada na extinta Gazeta Mercantil e passagens pelas redações de Veja, TV Cultura, Expansão, Visão e JT e pelas assessorias de imprensa de Cetesb e Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo, foi um dos pioneiros na cobertura do jornalismo ambiental no Brasil.
Durante a ditadura militar, em outubro de 1975, ficou preso por dez dias na sede do DOI-Codi, em São Paulo, onde foi interrogado e torturado. Sua liberação deu-se apenas dois dias após o assassinato de Vladimir Herzog, ocorrida no mesmo local.
Ironia do destino, faleceu poucas semanas após as celebrações em memória aos 50 anos do assassinato de Vlado – e do período em que ele próprio esteve preso – e durante a realização da COP30, em Belém, conferência que acompanhou durante tantos anos.
A Comissão Organizadora do prêmio +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira, formada por este Jornalistas&Cia, pelos sites Neo Mondo e 1 Papo Reto e pela Rede JP – Jornalistas Pretos, definiu os homenageados especiais desta edição da premiação. Assim como nos anos anteriores, a iniciativa concederá o Troféu Luiz Gama a um decano e uma decana negros e que sejam referência para o jornalismo brasileiro, e o Troféu Glória Maria para a Personalidade do Ano.
Antonio Carlos Fon
Para receber o Troféu Luiz Gama foram escolhidos os jornalistas Antonio Carlos Fon, ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas de SP, que teve passagens por JT, Veja, IstoÉ e Quatro Rodas; e Céres Marisa Silva dos Santos, ativista do movimento negro, coordenadora do Conselho de Promoção da Igualdade Racial, em Juazeiro, na Bahia, e professora da UNEB.
O Troféu Glória Maria será entregue a Flávia Martins, diretora executiva da Associação Museu Afro Brasil e ex-presidente de DEI da TransUnion para o Brasil.
Ceres Santos
As homenagens aos três profissionais serão entregues durante cerimônia de premiação dos +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira, marcada para 25 de novembro, na ESPM, em São Paulo. Durante o encontro, também serão conhecidos os TOP 10 +Admirados Jornalistas do Ano e os vencedores das categorias temáticas (Profissional de Imagem/Vídeo, Veículos Geral e Veículos Liderados por Jornalistas Negros ou Negra).
Flávia Martins de Carvalho
A iniciativa, vale destacar, conta com patrocínios de Unilever e Uber, e apoio da GSS Carbono e Bioinovação. Empresas interessadas ainda podem se associar ao projeto. Mais informações com Vinicius Ribeiro ([email protected]).
O Renaissance Hotel, em São Paulo, será novamente o palco da cerimônia de entrega do Prêmio Jatobá PR, que neste ano, em sua nona edição, será realizado em 1º de dezembro, a partir das 19 horas.
Com lotação quase completa, o jantar de premiação acomodará perto de 400 pessoas representando a maior parte das organizações que classificaram um total de 185 cases para a finalíssima.
“Ainda temos vagas, mas elas já são menos de 30”, lembra Célia Radzvilaviez, diretora do Gecom (Grupo Empresarial de Comunicação) e coordenadora do evento de premiação. Ela alerta que quem deixar para comprar depois corre o risco de ficar de fora: “Até sexta-feira (14/11) estaremos com lotação completa”, garante.
Este ano o Prêmio Jatobá PR entregará 55 troféus, considerando as 42 categorias regulares e as 13 categorias especiais, além de um especial para o jornal Valor Econômico, que será homenageado com o Troféu Decio Paes Manso pela contribuição à comunicação corporativa.
Além desses 55 troféus, a premiação entregará a todos os finalistas um minitroféu Jatobá, em que constarão o nome da organização e as categorias em se classificaram. “Quem chegou até aqui já é vitorioso”, destaca Helio Garcia, também diretor do Gecom, “e merece levar pra casa um troféu, ainda que em miniatura, para integrar a galeria de prêmios da organização”.
A TV Cultura anunciou na última semana o encerramento do contrato com a apresentadora Karyn Bravo, do Jornal da Cultura. Segundo comunicado emitido pelo canal da Fundação Padre Anchieta, a decisão teria sido tomada em comum acordo, uma vez que a jornalista, que comandava a atração há seis anos, irá se dedicar a novos projetos.
Enquanto não define um substituto, a atração está sendo apresentada interinamente por Rodrigo Piscitelli. Formado pela Unesp, o profissional está há mais de 12 anos na TV Cultura. Desde 2013, atuou como repórter do Jornal da Cultura, com importantes coberturas, incluindo algumas internacionais. Em 2022, começou também a atuar como âncora na emissora.