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terça-feira, dezembro 9, 2025

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Os limites da liberdade, da responsabilidade e da justiça

Capa The Times

Especial Reino Unido

Luciana Gurgel

Por Luciana Gurgel (https://twitter.com/lcnqgur?lang=pt), especial para o J&Cia

Os paradoxos impostos por novas tecnologias, que muitas vezes ao longo da história surgiram para resolver problemas e acabam criando outros, repetem-se neste momento no jornalismo. Ferramentas que permitem a qualquer pessoa ter seu próprio canal e viabilizam iniciativas jornalísticas independentes criam também situações de difícil solução.

Aqui no Reino Unido, onde há grande pressão para impor às plataformas digitais controles semelhantes aos da mídia tradicional, um caso judicial concluído na semana passada exemplifica bem uma das principais questões: uma pessoa que transmite notícias via redes sociais estaria sujeita às mesmas normas que valem para um jornalista?

O Tribunal entendeu que sim. O objeto deste caso é um personagem controvertido: Stephen Yaxley-Lennon, autodenominado Tommy Robinson. Um radical nacionalista, contrário a imigrantes e muçulmanos, que chegou a tentar sem sucesso uma vaga no Parlamento Europeu.

Robinson foi condenado à prisão por desacato ao Tribunal. Em maio do ano passado, ele transmitiu via Facebook o julgamento de jovens muçulmanos acusados de exploração sexual de adolescentes, incitando perseguição aos envolvidos. Como a imprensa não tem permissão para transmitir as sessões, o juiz mandou prendê-lo imediatamente, alçando-o ao patamar de celebridade entre outros nacionalistas radicais. Outro juiz concedeu-lhe liberdade até o julgamento final.

Ao condenar Robinson por infringir regras aplicadas a jornalistas, o Tribunal entendeu que ele também estava sujeito a elas, ainda que transmitindo para o seu canal pessoal. Mas entidades que defendem a liberdade de expressão não têm a mesma opinião. Há um movimento para evitar que propostas de regular e responsabilizar plataformas digitais (principalmente Google e Facebook) pelo conteúdo nelas veiculado acabem por provocar censura e cerceamento dos canais digitais de ativistas.

O assunto é tão controvertido que até as empresas de mídia tradicional levantam questionamentos quanto ao projeto de regulação do Governo, cuja consulta pública acaba de ser encerrada. Entidades que representam as organizações posicionaram-se contrárias a vários aspectos. Um deles é o risco de as empresas serem responsabilizadas pelo conteúdo dos comentários postados por leitores nas edições online.

O fato é que as regras a que a imprensa está submetida aqui são rigorosas, enquanto os independentes digitais gozam de boa liberdade. Além das atuantes entidades reguladoras, a Justiça tem papel ativo. Em 8/7, Heather Mills, ex-mulher de Paul McCartney, ganhou uma causa contra o News Group, que publicava o jornal News of The World, por ter tido o sigilo telefônico quebrado entre 1998 e 2008, no escândalo que culminou com o fechamento do título.

A batalha judicial durou dez anos. E a empresa que publicava o jornal teve que se desculpar na Corte, além de arcar com o que está sendo classificada como a maior indenização paga por uma empresa jornalística da história do país. Os valores não foram revelados.

Também por força de uma decisão judicial, The Times teve negado, depois de mais de um ano de tentativas, o direito de publicar matéria sobre um importante empresário britânico acusado de assediar sexualmente e moralmente seus funcionários. O juiz sustentou que a proteção da reputação do acusado tem precedência sobre o princípio de justiça aberta, em que a imprensa atua como olhos e ouvidos do povo na Corte.

Em vista disso, na sexta-feira (5/7), o jornal recorreu a uma solução que fez lembrar as páginas censuradas de nossos tempos de ditadura. Publicou a matéria com todos os detalhes e tarjas pretas sobre as menções ao nome do empresário. Uma edição de alto impacto.

Espera-se que casos como esses acabem por sinalizar os caminhos para um padrão que consiga combinar liberdade de expressão e responsabilidade, respeitando as características de empresas jornalísticas, plataformas digitais e indivíduos ou instituições com seus canais próprios. Afinal, tarja preta nunca foi o melhor remédio.

IT Mídia muda operação e equipe

IT Midia Logo

A IT Mídia promoveu uma cisão em sua operação. A partir de agora, seguirá com foco total nas plataformas de eventos IT Forum, IT Forum+ e IT ForumX, mantendo no cenário digital o site IT Forum 365 com a cobertura dos eventos da casa e colunistas.

Na outra ponta, criou a IT Trends, que nasce com mais de dois milhões de usuários únicos mensais e focada em três pilares de conteúdo: informativo, analítico e educacional, sendo os dois últimos pagos. Além do próprio IT Trends.com, que abraça todo conteúdo por assinatura e educacional, seguirá com as marcas IDG (CIO. ComputerWorld e PC World).

Com isso, toda a estrutura foi alterada. Vitor Cavalcanti ([email protected]), até agora diretor de Conteúdo e Produto na IT Mídia, foi promovido a CEO da IT Trends. No editorial, Carla Matsu, que era repórter do IT Mídia.com, foi promovida a editora B2B; Carol Pereira (ex-Serasa e Brasil Econômico) é a nova editora de Conteúdo Analítico e Educacional; e Joyce Macedo (ex-Canal Tech) foi contratada como editora B2C.

Caio Carvalho segue como repórter da PC World e Luiz Mazetto, da ComputerWorld. Passaram a integrar a equipe os estagiários de jornalismo Guilherme Petry, para conteúdos B2B, e Nina Gattis, para B2C. A empresa também trabalhará com freelances.

Destaque ainda para a chegada de Gustavo Costa (ex-Buscapé) como gerente de Marketing, e Sandoval Martins, ainda presidente do Buscapé e membro do Conselho do Banco BMG, como presidente do Conselho Consultivo da IT Trends.

O Fluminense não paga salários há dois meses

O Fluminense

Em 5/7, a redação do jornal O Fluminense, com cerca de 30 pessoas, completou dois meses de salários atrasados. Divulgou em conjunto, na data, uma carta com o relato da situação dos funcionários (não apenas da redação); os compromissos assumidos pela diretoria e, caso não sejam cumpridos, as providências que o grupo de trabalho pretende tomar.

A redação marcou uma reunião em que o presidente da empresa, Lindomar Alves Lima, foi representado pelo diretor comercial. Este relatou aos funcionários a crise financeira por que passa O Fluminense, de déficit nas contas, com atraso de salários para todos os setores. Mas informou que a empresa tem alternativas para a quitação, e marcou esta quarta-feira (10/7) para os pagamentos. E ainda que, até agosto, os salários serão creditados no quinto dia útil do mês, e a empresa pretende estudar as parcelas em atraso de FGTS, INSS e plano de saúde dos colaboradores.

Escaldados por promessas não cumpridas, os jornalistas da redação voltaram a se reunir e decidiram:

• Os plantões de jornalismo dos finais de semana não serão realizados enquanto a remuneração não for quitada;

• Se não for cumprida a promessa de pagamento até esta quarta-feira (10), os jornalistas de O Fluminense farão um indicativo de greve, por meio do Sindicato de Jornalistas do Estado do Rio de Janeiro;

• Os profissionais aguardam um posicionamento sobre os atrasos de FGTS, INSS e plano de saúde de todos os colaboradores.

Agência Mural busca novos correspondentes

Logo Agência Mural

Estão abertas até este domingo (14/7) as inscrições para a seleção de novos colaboradores na Agência Mural para a cobertura das periferias da capital e da Grande São Paulo. Os novos correspondentes/muralistas vão produzir reportagens, fotografias, vídeos e podcasts para a Agência ou organizações parceiras. Com a possibilidade de contribuírem também nas áreas de design e programação, que envolvem a criação de projetos especiais, séries, infográficos e outros produtos.

Para participar, é necessário morar na periferia, ter mais de 18 anos e identificar-se com a missão da Agência Mural. É importante destacar que o processo seletivo não é para vaga de emprego e que parte do que é feito na Agência ainda é voluntário, ou seja, sem remuneração.

Serão realizadas três fases de seleção, sendo as duas primeiras virtuais e a terceira presencial, no dia 3 de agosto. As inscrições estão disponíveis neste formulário online. Além dos dados pessoais, formação acadêmica e experiência profissional, é necessário enviar uma sugestão de pauta local alinhada com a missão da Agência.

Mauricio de Sousa Produções completa 60 anos com novidades

Logo MSP

A celebração dos 60 anos da Mauricio de Sousa Produções, em 18/7, será em cima das muitas novidades que começaram a ser apresentadas em janeiro passado: a chegada da nova personagem Milena e sua família ao bairro do Limoeiro; a entrada da Turma da Mônica Jovem nos Estados Unidos e Canadá; a exibição na National Geographic do documentário biográfico sobre Mauricio de Sousa; o alcance de dez milhões de inscritos no canal da Turma da Mônica no Youtube, que já tem mais de dez bilhões de visualizações; novos games, como Mônica e  Guarda dos Coelhos e Astronauta Toy: corrida espacial; e a abertura da nova subsidiária internacional da MSP no Japão – a Mauricio de Sousa Productions Japan. 

Maurício começou a carreira de desenhista em 1959 (até então era repórter) publicando as tirinhas de Bidu e Franjinha nas páginas da então Folha da Tarde (atual Folha de S.Paulo). Hoje, a Mauricio de Sousa Produções (MSP) transformou-se na maior empresa de entretenimento do Brasil, responsável pela Turma da Mônica.

Nos quadrinhos são produzidas mais de 1.200 páginas de historinhas por mês. Cerca de 150 empresas licenciam os personagens para mais de 3.500 itens. O reconhecimento é internacional, com premiações em Japão, Itália, China, Coreia do Sul, França, EUA, entre outros países.

Silvio Nascimento deixa Veja depois de 16 anos

Silvio Nascimento
Silvio Nascimento

Silvio Nascimento deixou na última semana a Abril, onde por 16 anos foi editor em Veja. Nessa função, participou do processo de transformação do site em portal e da atual integração entre editorias. Foi um dos coordenadores da cobertura da Copa de 2014, a primeira que integrou todas as mídias de Veja – revista, site, novas estruturas para mobile, redes sociais – e ainda participou das edições especiais em tablet. “Depois vieram a Olimpíada em 2016 – com nova cobertura inédita em Veja e no digital – e a Copa da Rússia, in loco”, conta. “Fui um dos pioneiros em novas tecnologias no site, como o uso de imagens e vídeos em 360 graus em uma série de especiais desde 2016.  E estava sob minha responsabilidade a chegada do site e redes sociais de Placar, em 2017,  sob o guarda-chuva de Veja”.

Silvio informa que vai agora tirar um rápido período de descanso e logo mais avisa sobre as novidades. Os contatos pessoais dele são [email protected] e 11-999-762-972.

Porã Bernardes reforça time da Atlântida

Porã Bernardes
Porã Bernardes

A partir desta quarta-feira (10/7), o time de comunicadores da Atlântida volta a contar com o reforço de Porã Bernardes. Um dos integrantes da formação original do Pretinho Básico, retorna à empresa em que atuou por mais de uma década para participar das duas edições do programa ao lado de nomes como Alexandre Fetter, Arthur Gubert, Duda Garbi, Luciano Potter, Magro Lima, Nego Di, Neto Fagundes, Peninha, Rafinha e Rodaika.

Jornalista formado pela PUCRS e mestre em Design Estratégico pela Unisinos, Porã já soma 27 anos de experiência em rádio. Teve passagens pelas extintas Ipanema FM e Pop Rock e, em julho de 2006, passou a compor o time de comunicadores da Atlântida, emissora em que ficou por 11 anos. Desde julho de 2017, atuava como diretor de Conteúdo da Unisinos FM. Ele se mantém no corpo docente da Universidade como professor de Jornalismo e segue na coordenação do curso de Produção Fonográfica, ao lado do colega Frank Jorge.

ICMBio veta André Trigueiro

André Trigueiro
André Trigueiro

Ancelmo Gois denunciou em seu blog em O Globo na última terça-feira (2/7) que o coronel da PM de São Paulo Homero de Giorge Cerqueira, presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), reuniu-se com os chefes das Unidades de Conservação de RJ, SP e MG e proibiu todos de conversarem com o repórter André Trigueiro, do Grupo Globo, especializado em meio ambiente.

Em sua página no Facebook, André escreveu: “Sobre a nota publicada hoje na coluna do Ancelmo (O Globo):

1) Não conheço o coronel. Suponho que a ordem veio de cima.

2) Sem transparência não há democracia.

3) Lisonjeado pela distinção a mim conferida.

Jornalismo que não incomoda é na verdade Assessoria de Imprensa ou Relações Públicas”. Em nota, Paulo Jerônimo de Souza, o Pagê, recém-empossado presidente da ABI, solidarizou-se com Trigueiro, destacou a “seriedade, ética e profissionalismo” que norteiam o trabalho dele, condenou o desrespeito à liberdade de imprensa e à democracia e criticou os “constantes ataques ao meio ambiente que vêm sendo desferidos no atual governo”.

Isabela Abdala começa na Avenida- RJ

Isabela Abdala
Isabela Abdala

Isabela Abdala ([email protected]) deixou a sociedade na Danthi e tornou-se sócia da Avenida Comunicação, de Aziz Filho ([email protected]).

Isabela foi diretora executiva da FSB, onde ajudou a estruturar o núcleo de política e atuou na coordenação de atendimento a clientes públicos e privados. Jornalista formada pela UnB, trabalhou em algumas das principais redações do País (O Globo, IstoÉ, JB e Jornal de Brasília) e conquistou dois prêmios Esso de Jornalismo. Em 2003 começou em assessoria de comunicação nos setores público e privado, com destaque para gerenciamento de crise. Foi da FSB por 11 anos e sócia da Dom Comunicação e da Danthi. Agora passa a trabalhar com Aziz, com quem é casada e tem uma filha de dois anos.

Aziz criou a Avenida em 2016 com Ramiro Alves e o primeiro trabalho foi a coordenação da Comunicação da campanha de Marcelo Crivella à Prefeitura. Em maio do ano passado, Ramiro faleceu e a empresa seguiu com Aziz, que coordenou a campanha de Marcelo Trindade (Partido Novo) ao governo do Rio, e comanda a Comunicação do BRT sob intervenção da Prefeitura. A agência também produz o site Diário do Porto, sobre políticas públicas para a região central do Rio de Janeiro.

Corpo de Paulo Henrique Amorim será velado no Rio de Janeiro

Paulo Henrique Amorim

Paulo Henrique Amorim

Paulo Henrique Amorim morreu na madrugada desta quarta-feira (10/7), aos 77 anos, vítima de um infarto fulminante em sua casa, no Rio de Janeiro. Na noite da terça-feira (9/7), ele havia saído para jantar com amigos.

Após 13 anos no comando do programa Domingo Espetacular, PHA estava afastado da Record TV desde 24 de junho. Antes, passou por diversos jornais, revistas e emissoras de televisão do Brasil. Nascido em 22 de fevereiro de 1942, estreou em A Noite, em 1961. Depois foi trabalhar em Nova York, como correspondente internacional da revista Realidadee, posteriormente, de Veja. Na televisão, passou pela extinta TV Manchete e pela TV Globo, também como correspondente internacional, em Nova York.

Em 1996, deixou a TV Globo e foi para a Bandeirantes, onde apresentou o Jornal da Band e o programa Fogo Cruzado. Depois, seguiu para a TV Cultura. Em 2003, foi contratado pela Record TV, onde apresentou o Jornal da Record segunda edição. No ano seguinte, ajudou a criar a revista eletrônica Tudo a Ver na emissora. E em 2006, assumiu a apresentação do Domingo Espetacular, onde ficou até junho.

O corpo será velado nesta quinta-feira (11/7), na sede da Associação Brasileira de Imprensa (Rua Araújo Porto Alegre-71, Centro do Rio), das 10h às 15h. Na sequência, ele será cremado no Crematório e Cemitério da Penitência, na zona portuária da capital fluminense.

Amorim deixa uma filha e a mulher, a jornalista Geórgia Pinheiro.

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