O PoderData, divisão de pesquisas do Poder360, fez um estudo para detectar o quanto os brasileiros confiam nas informações publicadas pela imprensa. Os resultados indicaram um aumento de dez pontos percentuais na desconfiança do trabalho dos veículos de comunicação. Os que consideram as informações publicadas pelas empresas jornalísticas como “pouco confiáveis” representam 23% e os que avaliam as notícias como “nem um pouco confiáveis” são 7%, totalizando 30% de desconfiança na imprensa.
No levantamento anterior, realizado em outubro, eram 20% os que não confiavam nas informações dos veículos (17% diziam ser “pouco confiável” e 3% achavam ser “nem um pouco confiável”).
Para cerca de 50% dos entrevistados (50%) a imprensa é “mais ou menos confiável”. Já 18% a consideram “muito confiável”. A pesquisa foi feita entre 21 e 23 de dezembro do ano passado, e levou em conta respostas de 2.500 participantes.
O levantamento mostra ainda como é essa ponderação entre eleitores e não eleitores de Bolsonaro: “A confiança na imprensa é maior entre quem desaprova o presidente Jair Bolsonaro. A proporção de brasileiros que confiam no setor é de 29% entre quem avalia o presidente como ‘ruim’ ou ‘péssimo’. São 11 pontos a mais que o resultado geral. Já entre quem avalia o presidente como ‘bom’ ou ‘ótimo’ as informações são confiáveis para 10%, numericamente o mesmo entre as avaliações regulares. A desconfiança segue a mesma linha: 11% para bolsonaristas e 3% para críticos de Bolsonaro”.
Miriam Leitão fica na segunda colocação e Cid Martins, em terceiro
Não é uma competição, até porque o Ranking dos +Premiados da Imprensa Brasileira tem como objetivo reconhecer o trabalho de excelência promovido por jornalistas em todo o Brasil. Mas se fosse, Eliane Brum e Miriam Leitão estariam protagonizando nos últimos anos uma disputa de gigantes.
Desde 2014 a gaúcha de Ijuí e a mineira de Caratinga lideram, eventualmente se alternando ou dividindo, o Ranking dos +Premiados Jornalistas da História. Miriam foi primeira colocada em 2014, 2015, 2016 e 2019. Em 2016, inclusive, liderou empatada com Eliane, que ficou em primeiro lugar também em 2011, na primeira edição da pesquisa, em 2017, 2018 e reassumiu a primeira colocação agora em 2020.
Beneficiadas pelas mudanças no sistema de pontuação, ambas viram seus pontos aumentarem em relação a 2019. Eliane saltou de 1.207,5 para 1.355 pontos, assumindo a liderança, enquanto Miriam passou de 1.240 para 1.327,5 pontos.
Eliane Brum (Crédito: Lilo Clareto)
Fato é que, cada uma à sua maneira, elas figuram há anos entre as mais respeitadas e premiadas jornalistas do Brasil e, porque não, do mundo. Os inúmeros reconhecimentos e homenagens nacionais e internacionais estão aí para provar.
Eliane é uma das jornalistas brasileiras mais premiadas no exterior. Conquistou em duas oportunidades o Prêmio SIP, além de já ter sido consagrada com o Ibero-americano Rei da Espanha. No Brasil, venceu premiações consagradas, como Esso (duas vezes), Vladimir Herzog (cinco), Mulher Imprensa (seis), Comunique-se (cinco) e um Jabuti de Melhor Livro Reportagem, entre outros.
Miriam Leitão (Crédito: Edilson Dantas/Agência O Globo)
Miriam tem entre seus principais reconhecimentos os prêmios internacionais Maria Moors Cabot e Econômico Ibero-Americano, e os nacionais Esso, Vladimir Herzog e Ayrton Senna. No campo da literatura, conquistou em 2012 o Jabuti de Livro do Ano Não Ficção, por Saga brasileira: A longa luta de um povo por sua moeda. É ainda uma das recordistas dos prêmio Comunique-se (13, no total) e Mulher Imprensa (nove), além de ser tetracampeã na eleição dos +Admirados Jornalistas de Economia, Negócios e Finanças. Também pelo conjunto da sua obra, recebeu os prêmios Abraji, ACIE e Personalidade da Comunicação.
Cid Martins
Na terceira colocação, cada vez mais próximo das líderes, aparece o repórter da Rádio Gaúcha Cid Martins, agora com 1.267,5 pontos. Ele, curiosamente, é o jornalista brasileiro com o maior número de premiações na carreira. Segundo ele próprio calcula, entre primeiros, segundos e terceiros lugares, ou menções honrosas, são mais de 100 reconhecimentos; mas para efeito de contabilização do ranking, que identifica apenas os prêmios em primeiro lugar, já são 66 conquistas.
A mudança na escala de pontos resultou em algumas alterações em posições do quarto ao décimo lugares. Mauri König subiu uma posição e assumiu o quarto lugar, com 1.160 pontos, ultrapassando Caco Barcellos, agora em quinto, 1.125 pontos. Com os prêmios conquistados em 2020, Marcelo Canellas ganhou duas posições e agora é o sexto colocado, com 890 pontos, seguido bem de perto por Carlos Wagner, com 880 pontos. Na oitava colocação, com 835 pontos, está Giovani Grizotti. André Trigueiro manteve-se na nona colocação, com 822,5 pontos e João Antônio Barros, com 780 pontos, completa os Top 10. Vale lembrar que a pesquisa abrangeu neste ano 170 premiações jornalísticas, nacionais e internacionais, ao longo de quase 80 anos de história.
Confira a lista com os 200 +Premiados Jornalistas da História:
O Poder360 fez um levantamento sobre a relação do presidente Jair Bolsonaro com a imprensa, analisando o número de vezes que ele atendeu a empresas jornalísticas. Ao todo, foram 135 entrevistas exclusivas desde que assumiu a Presidência, 27 delas para a Jovem Pan, veículo que mais vezes entrevistou o presidente.
A pesquisa do Poder360 revela também que a TV é o canal de comunicação predileto de Bolsonaro: foram 72 entrevistas em programas e telejornais do Brasil e outros países. Ao todo, o presidente conversou com 54 veículos de comunicação e sete canais no YouTube. No total, 91 profissionais de imprensa tiveram a oportunidade de entrevistá-lo com exclusividade.
Além disso, Bolsonaro reuniu-se com 24 executivos de mídia em seu mandato em 39 ocasiões, no Palácio da Alvorada ou do Planalto e em eventos de veículos. Executivos de Record e SBT tiveram sete encontros cada com o presidente, e da Band, cinco. Silvio Santos (SBT), Johnny Saad (Bandeirantes), Allan dos Santos (Terça Livre), Douglas Tavolaro (CNN) e Marcelo de Carvalho (RedeTV) encontraram Bolsonaro em quatro ocasiões cada um.
O programa Manhattan Connection estreia na TV Cultura em 20/1, mesmo dia da posse do novo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Apresentado por Lucas Mendes, Caio Blinder e Diogo Mainardi, irá ao ar às quartas-feiras, às 22h, e será reprisado aos domingos, às 23h.
Em 18/1, os três apresentadores participarão do Roda Viva para conversar sobre a história do Manhattan Connection, que por 28 anos foi exibido nos canais do Grupo Globo.
Entidades defensoras do jornalismo assinaram em dezembro uma nota conjunta em repúdio à censura judicial imposta à Ponte Jornalismo. O veículo foi obrigado a retirar do ar a reportagem Criticada no trabalho por seu cabelo, Luanna foi condenada a indenizar empresa, que destacava a reprodução do racismo a partir do Poder Judiciário, por ordem do desembargador relator Piva Piva Rodrigues do Tribunal de Justiça de São Paulo. Vale destacar que os portais Alma Preta e Yahoo Notícias, que também publicaram sobre o caso, foram atingidos pela mesma decisão.
As entidades escreveram que “destacam a gravidade da violação aos direitos de liberdade de expressão e de imprensa decorrentes da decisão que retira a matéria de circulação. Mais uma vez, observamos a atuação do próprio Estado em deslegitimar os conteúdos jornalísticos por meio de censura velada, disfarçada de legalidade”.
“O papel do jornalismo é a produção de conteúdos que apresentam, além de dados e fatos, perspectivas, críticas e denúncias, inclusive no que se refere ao Estado e suas esferas de articulação. Portanto, no Estado Democrático de Direito, os poderes, inclusive o Poder Judiciário, não estão isentos de serem observados a partir dos mais diversos vieses jornalísticos − inclusive, aqueles que tecem críticas”, diz o texto.
Assinam a nota Artigo 19, Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), Instituto Vladimir Herzog, Intervozes − Coletivo Brasil de Comunicação Social, Rede Jornalistas Livres, Rede Nacional de Proteção a Comunicadores e Repórteres sem Fronteiras.
Alguns dias antes da publicação da nota, a Abraji já havia detectado um aumento nos casos de censura a veículos jornalísticos nas últimas semanas de 2020, destacando os casos da própria Ponte, além de Alma Preta e Atilados, que foram obrigados a retirar conteúdo do ar, enquanto o Intercept Brasil precisou editar uma reportagem. A Abraji escreveu que “a decisão de retirar de circulação matéria é mais um instrumento de invisibilização e apagamento de determinados grupos − quando se tratando de conteúdo relativo às pautas de raça, gênero, sexualidade, entre outras”.
Amaury Ribeiro Jr, autor do livro Privataria Tucana, foi condenado com outras quatro pessoas pela juíza Barbara de Lima Iseppi, da 4ª Vara Federal de São Paulo, pela quebra dos sigilos fiscais de pessoas ligadas ao ex-senador José Serra e ao ex-vice-presidente executivo do PSDB Eduardo Jorge.
Segundo o jornal O Estado de São Paulo, Amaury teria aliciado um despachante para obter cópias das declarações do Imposto de Renda da filha e do genro de Serra, mediante uso de documento falso. O jornalista foi condenado à pena de sete anos e dez meses de reclusão, mas cabe recurso. A sentença afirma que Amaury tinha consciência sobre o emprego de meios ilícitos em sua solicitação, e, portanto, houve dolo direto para a prática de corrupção.
A Editora Abril comunicou em dezembro ao Sindicato dos Gráficos de São Paulo que vai encerrar as atividades de sua gráfica agora em janeiro, o que terá como consequência a demissão de aproximadamente 250 trabalhadores gráficos e 50 administrativos vinculados à operação da unidade.
A possibilidade do fechamento da gráfica já estava prevista no processo de recuperação judicial da Abril. Em 2021, todas as revistas da editora passarão a ser impressas em gráficas terceirizadas, o que já ocorre há algum tempo com parte das publicações da empresa.
Em nota, o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (SJSP) escreveu que “desde o início se opôs ao desmonte da empresa e às demissões em massa que esse processo tem provocado. Com relação às dispensas anunciadas para janeiro, hipotecou solidariedade aos trabalhadores gráficos e expressou a disposição de atuar conjuntamente com o Sindicato dos Gráficos em ações de mobilização e protesto, inclusive na porta da empresa, o que, infelizmente, acabou não acontecendo”.
A justiça britânica decidiu nesta segunda-feira (4/1) não extraditar Julian Assange, fundador do WikiLeaks, para os Estados Unidos, onde é acusado de espionagem pela publicação de documentos militares sigilosos em 2010. O representante legal do governo americano disse que vai recorrer da decisão.
A juíza Vanessa Baraitser afirmou na corte penal de Londres que negou a extradição por motivos de saúde, temendo que Assange cometa suicídio: “Diante de condições de isolamento quase total, (…) estou convencida de que os procedimentos (delineados pelas autoridades americanas) não impedirão o sr. Assange de encontrar uma maneira de cometer suicídio”.
Veja em MediaTalks a história de Julian Assange, as acusações feitas contra ele, os ativistas que o defendem, como foi o julgamento, o que disseram as entidades de defesa dos direitos humanos e as implicações políticas para o governo britânico.
A Fast Company, publicação com foco em inovação, tecnologia e negócios, está chegando ao Brasil. A revista vai operar no País por meio da Hack Tail, empresa fundada pelo empresário Marcelo Lobianco, que terá o direito de utilizar a marca de forma irrestrita por aqui, incluindo a reprodução do conteúdo da revista dos Estados Unidos e o que será produzido localmente por jornalistas brasileiros.
Além da versão impressa, a Fast Company terá uma plataforma digital com vídeos, podcasts e redes sociais, bem como serviços como consultoria, educação, eventos e premiações. No Brasil, Lobianco vai ocupar a função de CEO da empresa e Eduardo Vieira, coCEO do Grupo Ideal, e Fabiano Lobo, diretor-geral da Mobile Marketing Association (MMA) na América Latina, integrarão o conselho editorial. Marco Moreira, sócio da Hack Tail, atuará como COO.
Após três anos no UOL Carros, o repórter Vitor Matsubara despediu-se da casa em 18/12 para liderar a área editorial do Primeira Marcha, ao lado de André Paixão, que há alguns dias havia deixado o G1.
Com a nova equipe definida, o site entra em novo momento editorial, que terá inclusive com a estreia de novos site, identidade e estratégia em suas mídias digitais, em especial o canal no YouTube. A estreia da nova plataforma está prevista para a segunda quinzena de janeiro.
Antes do UOL Carros, Matsubara esteve por quase dez anos na equipe da Quatro Rodas, tendo passado também pela redação do Grande Prêmio. Ele atende a partir de agora pelo [email protected].