Governo investirá em mudanças e novos telejornais na TV Brasil
O Governo Federal pretende investir cerca de R$ 10 milhões em reformas na TV Brasil. As mudanças incluem reformulação gráfica e visual, troca total de cenários, e criação de programas e de telejornais regionais. A informação é de Ricardo Feltrin, colunista do UOL.
A Empresa Brasil de Comunicação (EBC), responsável pelo canal, pretende criar telejornais regionais no Distrito Federal, em São Paulo e no Rio de Janeiro, além de novas atrações em rede. Procurada pela coluna, a EBC confirmou a nova programação, mas não citou valores envolvidos.
Vale lembrar que trabalhadores da empresa, que abrange, além da TV Brasil, Agência Brasil e Rádio Nacional, denunciaram casos de censura e interferência nas pautas dos programas por parte do Governo Bolsonaro. Em carta aberta, os funcionários citaram diversos casos e reafirmaram o caráter público da empresa.
Encerrou-se nesta quarta-feira (24/3) o processo de transição no comando do Valor Econômico. Conforme adiantado no final do ano passado por este Portal dos Jornalistas e por Jornalistas&Cia, Vera Brandimarte, diretora de Redação desde 2003, passou o bastão para Maria Fernanda Delmas, que desde 2017 atuava como editora executiva da Redação Integrada da InfoGlobo.
A mudança já foi publicada no expediente, que confirmou também outras movimentações já ventiladas, como a promoção do editor executivo Cristiano Romero ao posto de diretor adjunto de Redação, e a reformulação na equipe de editores-executivos.
Zínia Baeta, que vinha atuando como editora de Legislação, assume a posição de Cristiano. Ela atuará ao lado de Sérgio Lamucci (ex-editor de Brasil), Robinson Borges (ex-editor do EU& Fim de Semana) e de Catherine Vieira, que já ocupava o cargo desde o começo de 2020.
Maria Fernanda Delmas assumiu nesta quarta-feira como diretora de Redação do Valor Econômico
Formada em Jornalismo pela UFRJ, Maria Fernanda iniciou a carreira na Gazeta Mercantil, em São Paulo. Foi repórter de Economia na revista IstoÉ e na sucursal do Estadão no Rio de Janeiro. Ingressou em O Globo em 2000 como repórter e foi editora de Economia. Por dois anos, atuou no mercado em outras atividades na área de comunicação e retornou para a Redação como editora executiva da Mesa Central.
Com a decisão, ela mudou-se novamente para São Paulo, de onde comandará o Valor. Letícia Sander, que respondia pela Redação Integrada na sucursal de São Paulo, assumiu as funções de Maria Fernanda, no Rio de Janeiro, e foi substituída por Renato Andrade, em São Paulo.
Há muitos anos, a saudosa revista Domingo do saudoso Jornal do Brasil publicou matéria sobre os então chamados “ecochatos”. Trazia na capa a foto de uma amiga de infância, bióloga, que viria a fazer uma brilhante carreira na área de política ambiental.
O que era excentricidade passou a ditar os rumos da economia. Empresas globais e o supermercado da esquina veem-se desafiados a adequar práticas e produtos a demandas da sociedade e da ciência.
E para quem está desconfortável com a geração de consumidores preocupados com o que compram, comem e se movem, um aviso: pode ficar ainda pior. A consciência social e ambiental tende a passar determinar cada vez mais onde aplicar o dinheiro.
A consultoria de investimentos americana ImpactAssets publicou um relatório mostrando como a visão de mundo influencia as estratégias financeiras dos millenials. O trabalho consolidou pesquisas para chegar a uma conclusão: a mentalidade dos investidores jovens mudou de dólares e centavos para dólares e bom senso, o chamado investimento de impacto.
Michael Sidgmore, um dos autores, salienta que a informação é um elemento central nesse processo. Diante da combinação de fundamentar escolhas financeiras em valores sociais e o acesso a tecnologias que proporcionam transparência em relação a dados e a opiniões sobre onde aplicar, a importância da reputação torna-se vital para quem depende de investidores.
Sidgmore acha até que há quem esteja aberto a aceitar retornos sociais mais elevados mesmo a custa de ganhos mais modestos. Ele crê que o futuro das finanças será moldado por investidores jovens e pelos mais maduros que reconhecem essa nova mentalidade. E que vão pensar muitas vezes antes de despejar suas economias em negócios poluentes ou não éticos.
Cientistas preocupados com as fake news
Foto: Mika Baumeister-Unsplash
Enquanto isso, a ciência corre para estancar a emergência climática. E encontrou mais um obstáculo: as fake news. O alerta veio da Suécia esta semana.
O trabalho aborda o paradoxo das mídias sociais para o problema do clima. De um lado, reconhece o valor das plataformas no impulso a mudanças comportamentais e no engajamento de cidadãos em protestos em favor da preservação. Mas aponta preocupações usuais com a falta de controle e com a dificuldade de separar fato e ficção.
As plataformas e os algoritmos são chamados de “a mão invisível”. E os autores indagam: será ela capaz de mover o mundo por caminhos mais sustentáveis?
Sabmyk, a nova teoria da conspiração a bordo do Telegram
Foto: Hope not Hate
As primeiras redes que vêm à mente no debate sobre desinformação são as gigantes digitais − Facebook, Twitter, Instagram. Mas estudiosos têm voltado as baterias para as redes menores e não moderadas. E para os serviços de mensagem.
Foi apontada como a sucessora do QAnon, depois que os adeptos do movimento associado a Donald Trump frustraram-se ao verem a saída dele do cargo sem que as profecias do “grande despertar” tivessem se confirmado.
O ideário é de um nonsense de espantar. Mistura princesas, espadas ancestrais e George Soros em uma salada digna de um quadro de Salvador Dali.
Mas é coisa séria. Os grupos arrebanharam mais de 1 milhão de pessoas desde janeiro. E a Hope Not Hate acredita que o modelo de manipulação online anônima é uma das maiores ameaças sociais que temos pela frente. Deve ser a tal mão invisível a que os suecos se referiram.
Em MediaTalks by J&Cia, leia mais sobre a Sabymik, sobre o alerta dos cientistas suecos para a ameaça das fake news ao controle do aquecimento global e também sobre outros assuntos internacionais que se destacaram na última semana.
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O jornal A Cidade, de Santa Maria (RS), encerrou em 17/3 sua versão impressa, com uma edição comemorativa do 23º aniversário da publicação. Desde 17 de março de 1998, o noticiário traz as principais notícias sobre empreendedorismo e novidades do Rio Grande do Sul. O jornal segue em formato online, no seu portal de notícias e na sua página do Facebook.
A decisão do encerramento ocorreu devido à queda no número de leitores do impresso. Em contrapartida, as redes sociais da publicação aumentaram. Em sua última edição, o jornal fez um resumo dos assuntos que sempre estiveram pautados no noticiário e destacou os parceiros presentes nos 23 anos de história do veículo.
Valdemar Roveda, editor de A Cidade, declarou que está grato “por ter citado dezenas de empreendedores que ao longo desse percurso estiveram com a gente no jornal impresso. Mas eu estou na batalha, continuarei retribuindo à cidade que me acolhe há 51 anos pelo quanto as portas se abriram para a família Roveda, a gente fez muito, mas nunca tanto quanto recebemos”. Roveda destaque que o jornal foi provedor de diversos eventos que movimentaram a região, como o Dia do Amigo, em julho, a Festa do Churrasco, em Estância do Minuano, concursos da Mais Bela Santa-mariense, entre outros.
Está ganhando cada vez mais força nas redes o novo movimento Sabmyk, que recicla as ideias do QAnon, agora enfraquecido após a derrota de Trump nas eleições americanas. Só que, em vez do ex-presidente, a figura endeusada é Sabmyk, o “governante predestinado da Terra”, que vai derrotar sozinho uma conspiração de celebridades, banqueiros, cientistas e donos de empresas que estariam manipulando o público em geral.
O movimento já tem mais de um milhão de seguidores no Telegram e vem conquistando mais de 40 mil novos adeptos por dia. Entre suas teorias, está a mítica espada de Shawunuwaz. Saiba mais sobre Sabmyk em MediaTalks by J&Cia.
Estudo sobre estratégias da extrema direita mostra aumento de ataques a jornalistas
A ONG Hope Not Hate divulgou nesta segunda-feira (22/3) o relatório State of Hate 2021, que analisou como a extrema-direita vem atuando após a pandemia para disseminar teorias conspiratórias e fomentar o terrorismo. O estudo foi feito no Reino Unido, mas as estratégias são semelhantes em outros países.
O trabalho aponta o uso cada vez maior de ativistas passando-se por jornalistas cidadãos, o engajamento de adolescentes em atividades terroristas e a intensificação de ataques contra jornalistas profissionais, sobretudo mulheres. A entidade defende medidas para controlar discurso de ódio nas plataformas digitais, mas alerta para o risco de uma abordagem excessivamente legalista intensificar a cultura do cancelamento.
Prêmio Lorenzo Natali de Jornalismo abre inscrições
O Prêmio Lorenzo Natali de Jornalismo, patrocinado pela Comissão Europeia, abriu inscrições até 18 de abril. A premiação valoriza reportagens sobre desenvolvimento, democracia e direitos humanos em todo o mundo.
Os inscritos na edição deste ano devem abordar algum dos seguintes temas: desigualdade, erradicação da pobreza, desenvolvimento sustentável, meio ambiente, biodiversidade, ação climática, disparidade digital, conectividade, e-governança, empreendedorismo, empregos, educação e desenvolvimento de habilidades, migração, saúde, paz, democracia e direitos humanos.
O prêmio tem três categorias: Grande Prêmio, para jornalistas cujo veículo está localizado em um dos países parceiros da União Europeia; Prêmio Europa, para profissionais em algum dos países da União Europeia; e Melhor Prêmio Jornalista Emergente, para jornalistas com menos de 30 anos em qualquer país parceiro e nos Estados-Membros da UE. O vencedor de cada categoria receberá EUR 10 mil (aproximadamente R$ 66 mil).
Os trabalhos devem ter sido publicados entre 10 de março de 2020 e 9 de março de 2021. As inscrições são aceitas em todos os idiomas, mas devem incluir uma tradução em inglês, francês ou espanhol, se não estiverem escritas em um desses idiomas.
Confira outras informações e inscreva-se no Prêmio Lorenzo Natali de Jornalismo aqui (em inglês).
Jason Miller, ex-assessor de Donald Trump, revelou em entrevista que o ex-presidente dos Estados Unidos pretende lançar nos próximos meses uma nova plataforma própria, que deve abrigar os milhões de seguidores que ficaram “órfãos” após o banimento de Trump das principais redes sociais.
A plataforma deve representar a retomada dos ataques frequentes à imprensa americana. Vale lembrar que em cinco anos e meio Trump tuitou mais de 2 vezes e meia por dia contra a mídia. Veja mais detalhes do assunto em MediaTalks by J&Cia.
A Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel) anunciou os vencedores da 14ª edição do Prêmio Abracopel de Jornalismo, que incentiva a produção de matérias sobre eletricidade segura.
Na categoria Mídia Impressa e Digital, a vencedora foi Bianca Vallant (Folha Vitória-ES), com a matéria Mais de 3000 crianças morrem todos os anos, vítimas de acidentes domésticos no Brasil.
Em Mídia Digital Rádio, a matéria Cuidado: o choque elétrico por estar logo aí” chegou junto com outras duas, mas no desempate foi a campeã; Lorena Pelanda, da (Band News Curitiba-PR), levou o prêmio para casa.
Na categoria Assessoria de Comunicação, a vencedora foi Patrícia Stédile, da Engenharia de Comunicação (Curitiba-PR), com a matéria Mortes por eletricidade superam as por dengue no Brasil.
E Danilo Girundi (MG1-Globo Minas) venceu a categoria Mídia EletrônicaTelevisão, com a matéria Choques elétricos causaram a morte de 17 pessoas no 1° semestre de 2020.
Nas premiações especiais, o Prêmio Especial José Rubens Alves de Souza foi para o engenheiro Danilo Ferreira de Souza, com o artigo A tomada de três pinos deve deixar de existir?, publicado pela Editora da UFMT. E o novo Prêmio Especial Anuário Estatístico de Acidentes, que premia qualquer matéria inscrita nesta edição e que tenha privilegiado os dados lançados no Anuário Estatístico do ano anterior, foi para o casal Leno Falk e Tereza Klein, da Agência RadioWeb.
Brasil é um dos países sem negros na liderança das redações, segundo Instituto Reuters
O Instituto Reuters para o Estudo do Jornalismo divulgou no Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial o relatório Raça e Liderança na Mídia, que analisou a presença de pessoas não brancas como diretores de redação dos principais veículos de 100 países. Brasil, Reino Unido e Alemanha foram os únicos países sem jornalistas não brancos no comando das empresas de mídia analisadas.
O estudo analisou ao todo 20 empresas de mídia brasileiras. Outro dado relevante é que a porcentagem de pessoas que se informam por veículos comandados por pessoas não brancas é zero. Para efeito de comparação, este número chega a 86% na África do Sul.