Há menos de três anos, quando o ChatGPT foi lançado, os primeiros alertas sobre o impacto da inteligência artificial generativa no jornalismo se concentravam em dois grandes temores: a substituição de profissionais nas redações e o aumento da desinformação.
No entanto, à medida que a tecnologia evolui e se integra aos mecanismos de busca, um novo desafio se mostra ainda mais preocupante: a queda no tráfego dos sites de notícias.
A presença da IA nas ferramentas de busca − especialmente no Google, com o recurso IA Overview − alterou de forma rápida e inesperada a maneira como o público acessa conteúdos. Esse novo comportamento vem sendo documentado por estudos como o divulgado recentemente pelo Pew Research Center.
A pesquisa analisou a navegação real de 900 adultos norte-americanos e constatou que, quando um resumo gerado por IA aparece no topo da página, as pessoas tendem a clicar menos nos links. Nas buscas com esse tipo de resposta automática, apenas 8% dos acessos resultaram em cliques, comparados a 15% quando o resumo não estava presente. E apenas 1% clicou nos links incluídos no próprio resumo.
O dado mais alarmante: 26% dos usuários encerraram a navegação após visualizar o resumo. Isso indica que, ao oferecer uma resposta considerada suficiente, a IA torna o clique irrelevante.
E essa mudança de comportamento afeta uma parcela significativa da população. Em outra pesquisa, o Pew identificou que 34% dos adultos norte-americanos utilizam o ChatGPT − número que sobe para 58% entre os menores de 30 anos. O levantamento não incluiu o uso de outras ferramentas de IA.
Para veículos que dependem do tráfego para gerar receita, o alerta é máximo. A nova realidade digital fez surgir mais uma sigla no vocabulário da indústria de mídia: GEO, de Generative Engine Optimization. É como se o jogo tivesse sido reiniciado.
Leia mais sobre a pesquisa do Pew Research Center em MediaTalks.
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O Grupo Globo anunciou que Fernanda Moro vai assumir de forma definitiva a apresentação do Globo Esporte em Santa Catarina, posição que já vinha ocupando provisoriamente. Além de âncora do programa, ela seguirá realizando reportagens para TV Globo, CBN Diário e também como colunista do NSC Total.
Fernanda começou a carreira na NSC TV em Chapecó, como repórter, integrando a equipe do Jornal do Almoço. Em 2022 mudou-se para Florianópolis e, um ano depois, passou a integrar a equipe de esportes, fazendo reportagens para o Globo Esporte. Além disso, comandava o quadro de esportes no Bom Dia Santa Catarina. Na equipe esportiva do NSC TV, cobriu diversos eventos em diferentes modalidades esportivas diversas. Em 2023, acompanhou a largada da The Ocean Race, regata de barcos, diretamente da África do Sul.
Leão Serva, diretor internacional de Jornalismo da TV Cultura e correspondente em Londres, está deixando a emissora. O contrato com o canal foi encerrado, mas o jornalista seguirá como colaborador eventual.
Serva chegou à TV Cultura em agosto de 2019. Na emissora, atuou como diretor de Jornalismo por quase quatro anos e como diretor internacional de jornalismo e correspondente por mais de dois anos. No canal, Leão comandou diversas edições de debates eleitorais e ficou conhecido pela agilidade e pulso firme em conter adversidades entre candidatos. No ano passado, era Leão quem estava à frente do debate à Prefeitura de São Paulo no qual o então candidato José Luiz Datena acertou o também candidato Pablo Marçal com uma cadeira. Em 2022, durante debate entre candidatos ao Governo de São Paulo promovido pela TV Cultura, ele defendeu Vera Magalhães após ela ter sido agredida verbalmente, arremessando o celular do agressor para longe. Foi a primeira vez que um dirigente da TV brasileira rebelou-se fisicamente para impedir um ataque contra um de seus jornalistas.
Com mestrado e pós-doutorado em Comunicação e Semiótica, Leão tem mais de 25 anos de carreira no jornalismo. Antes da Cultura, foi diretor de redação e de jornalismo em outras publicações, como Revista Placar, Lance, Jornal da Tarde, iG e Diário de São Paulo. Foi correspondente de guerra pela Folha de S.Paulo e cobriu conflitos em vários países, como a Angola, Somália e a ex-lugoslávia, sobre a qual escreveu os livros A Batalha de Sarajevo (1994) e Jornalismo e Desinformação (2001). Atuou também como colunista da rádio CBN, coordenador de imprensa da Secretaria Municipal de Comunicação de São Paulo e dirigiu a agência Santa Clara Ideias. Além disso, foi por mais de 12 anos professor de Ética e Jornalismo Opinativo da ESPM.
Vai até o próximo domingo (3/8) o prazo para inscrições na oficina de Jornalismo de ciência e saúde para comunicadores populares, oferecido pela Fiocruz. É voltada para jornalistas, repórteres, editores, videomakers e criadores de conteúdo vinculados a veículos populares e comunitários de favelas, periferias e comunidades tradicionais de todas as regiões do País.
As duas primeiras edições dessa oficina foram presenciais, restritas ao Rio de Janeiro. Desta vez, o curso tem alcance nacional e será realizado de forma online. O objetivo é fortalecer a presença de pautas de ciência, saúde, tecnologia, clima, meio ambiente, história e sustentabilidade na comunicação, feita a partir dos territórios populares.
Ao todo, serão selecionados 25 comunicadores populares, ou seja, cinco vagas por região. Além do curso de formação, os participantes poderão ter uma mentoria com jornalistas da Fiocruz para a produção de matérias que serão publicadas no Invivo, o site de ciências do Museu da Vida Fiocruz. Os autores das matérias selecionadas serão remunerados pelo trabalho.
A Escola de Jornalismo da Universidade de Columbia, em Nova York, anunciou os vencedores do Prêmio Maria Moors Cabot 2025, que reconhece e valoriza o trabalho de jornalistas nas Américas. Entre os vencedores está Natalia Viana, cofundadora da Agência Pública. É a primeira vez que uma jornalista de um veículo brasileiro independente vence o prêmio.
Em texto publicado no site do Maria Moors Cabot, a organização do prêmio descreveu Natalia como “o tipo de jornalista que nossos tempos exigem: repórter, editora, contadora de histórias e mentora das novas gerações”.
Natalia fundou em 2011, ao lado de Marina Amaral, a Agência Pública, veículo de comunicação independente e sem fins lucrativos. Ao longo da carreira, Natalia assinou reportagens investigativas de fôlego, liderou equipes de reportagem e expôs ilegalidades, trabalhando em diferentes formato de mídia, em texto, áudio e vídeo.
Antes, também integrou a equipe de Julian Assange, fundador do site WikiLeaks, durante o Cablegate, vazamento de telegramas diplomáticos dos Estados Unidos que detalhavam correspondências entre o Departamento de Estado e embaixadas estadunidenses ao redor do mundo. Durante a divulgação dos dados, ela foi a responsável pela edição dos documentos publicados no Brasil e nas Américas do Sul e Central.
Foi responsável também por trabalhos que tiveram impactos profundos na sociedade brasileira, como reportagens sobre ilegalidades na Operação Lava Jato e parcialidade da Justiça Militar em casos de morte de cidadãos por parte de militares. A organização do Maria Moors Cabot declarou que Natalia recebeu o prêmio “por sua liderança, inovação e ética jornalística intransigente”.
Pela segunda vez em 86 anos de história da premiação, todas as vencedoras são mulheres. Além de Natalia Viana, venceram o Maria Moors Cabot 2025Isabella Cota, do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (México); Nora Gámez Torres, de Miami Herald e El Nuevo Herald (Estados Unidos); e Omaya Sosa Pascual, do Centro de Jornalismo Investigativo (Porto Rico).
Natalia se junta a um seleto grupo de jornalistas brasileiros que também venceram o prêmio. No ano passado, o fotojornalista Lalo de Almeida, da Folha de S.Paulo, esteve na lista de vencedores. Além deles, entre os brasileiros que já receberam o Maria Moors Cabot, estão nomes como Adriana Zehbrauskas, Assis Chateaubriand, Carlos Lacerda, Clóvis Rossi, Dorrit Harazim, Eliane Brum, Fernando Rodrigues, José Hamilton Ribeiro, João Antonio Barros, Lucas Mendes, Mauri Konig, Merval Pereira, Miriam Leitão, Otavio Frias Filho, Patrícia Campos Mello, Paulo Sotero, Roberto Civita, Roberto Marinhoe Rosental Calmon Alves.
O canal BM&C News, focado em jornalismo econômico, anunciou que concluiu um investimento de R$ 2 milhões em seu novo estúdio, que passa a contar com infraestrutura de ponta, que inclui modernização completa do espaço, instalação de painéis de LED de alta definição, câmeras robotizadas, cenografia dinâmica e sistemas de iluminação inteligente.
O novo estúdio sediará um programa inédito dedicado à geopolítica, com análises aprofundadas sobre os principais eventos internacionais e como eles impactam o mercado brasileiro e o global. “Este ano de 2025 está sendo o melhor momento do canal desde o seu lançamento, e investir na melhor infraestrutura mostra aonde queremos estar nos próximos anos”, afirmou Paula Moraes, que comandará o novo programa.
A BM&C News está presente na TV por assinatura (Claro – canal 547 | Vivo – canal 579 | SKY), nas plataformas Samsung TV Plus (canal 2045), Pluto TV, TCL (canal 2030), e no YouTube.
Foi um primeiro turno movimentado e que de certo modo demonstrou o apreço do mercado
pelo jornalismo e pelos jornalistas. Com votos de todo o País, vindo das próprias redações,
das assessorias e agências de comunicação e de profissionais de áreas afins, o Prêmio
100 +Admirados Jornalistas Brasileiros, recriado como parte das celebrações dos 30 anos de Jornalistas&Cia, teve mais de 2.300 nomes indicados, dentre os quais 246 (os de maior votação) seguem agora para uma disputa personalizada, que elegerá os vencedores da premiação.
Entre os classificados, estão colegas de todas as regiões e de praticamente todas as
plataformas editoriais (televisão, rádio, jornal, revista, web) e profissionais de texto e
imagem.
A região Sudeste liderou a votação, com 195 indicações. Na sequência aparecem Centro-Oeste, com 20 profissionais, Sul, com nove, Norte, com sete, e Nordeste, com quatro. Outros oito jornalistas que atuam fora do Brasil também estão entre os classificados, além de sete profissionais que hoje têm atuação independente.
No segundo turno, que começa nesta terça-feira (29/7) e vai até 11/8, os eleitores poderão
indicar até cinco profissionais, classificando-os do 1º ao 5 º colocado. Cada posição renderá uma pontuação, seguindo a ordem de 100, 80, 65, 55 e 50 pontos, respectivamente. A somatória final dos pontos definirá não apenas os 100 primeiros colocados, mas também os TOP 10 +Admirados Jornalistas de 2025 e os cinco campeões regionais.
Além da tradicional lista com os nomes dos finalistas, disponibilizamos nesta fase as fotos de todos os indicados, facilitando assim a escolha e tornando o segundo turno ainda mais democrático. Também há um tutorial na cédula de votação para quem tiver alguma dificuldade em votar.
Eleitores também poderão escolher os TOP 10 Correspondentes Estrangeiros
Outra novidade desta fase final do prêmio é a inclusão da categoria dos +Admirados Correspondentes Estrangeiros do Brasil. Entram na disputa os 37 profissionais associados à ACE – Associação dos Correspondentes Estrangeiros, que também poderão ser votados nas cinco colocações disponíveis. Ao final da votação, os TOP 10 correspondentes que somarem maior pontuação também serão homenageados na festa de premiação, marcada para o dia 29 de setembro, em São Paulo.
Na fotografia global do consumo de notícias, o rádio permanece como um ponto de confiança em meio ao turbilhão digital. O Digital News Report 2025, divulgado pelo Instituto Reuters, mostra que, embora a audiência das mídias tradicionais continue em declínio, o rádio mantém um papel resiliente e relevante, especialmente como fonte de credibilidade em tempos de incerteza. Enquanto a TV aberta e os jornais impressos perdem terreno para plataformas digitais e redes sociais, o rádio preserva parte de seu espaço, principalmente entre ouvintes que ainda valorizam a apuração e a profundidade do jornalismo profissional.
Essa resiliência contrasta com a crescente fragmentação do consumo de notícias no ambiente digital. Segundo o relatório, o engajamento com mídias tradicionais caiu globalmente, enquanto redes sociais, agregadores e serviços de vídeo, como YouTube, TikTok e Instagram, ampliaram seu alcance como canais informativos. Cerca de 36% dos entrevistados afirmam recorrer ao Facebook para notícias, e 30% ao YouTube, enquanto o TikTok registra 16% de uso para conteúdos jornalísticos, especialmente entre os mais jovens.
O estudo destaca que as redes sociais já rivalizam, em muitos mercados, com os meios tradicionais de informação. O TikTok é o exemplo mais emblemático: cresceu quatro pontos percentuais no último ano, tornando-se a rede que mais ganha relevância para notícias, embora carregue elevados níveis de preocupação com desinformação, segundo 58% dos entrevistados em países como Nigéria e Quênia. No Brasil, essa preocupação é igualmente intensa, uma vez que WhatsApp, YouTube e TikTok estão entre as principais fontes de notícias, especialmente entre jovens de 18 a 24 anos.
Ainda de acordo com o levantamento, a confiança geral nas notícias se manteve estável em 40% pelo terceiro ano consecutivo, embora esteja quatro pontos abaixo do pico alcançado durante a pandemia. Serviços públicos de radiodifusão e marcas jornalísticas reconhecidas ainda figuram como as fontes mais confiáveis para verificação de fatos, algo que reforça a relevância do rádio como referência editorial.
Outro ponto central do relatório é o papel dos influenciadores digitais, podcasters e criadores de conteúdo. Nos Estados Unidos, 22% da audiência declaram consumir notícias e comentários do podcaster Joe Rogan, enquanto na França o jovem Hugo Travers (HugoDécrypte) alcança o mesmo percentual entre menores de 35 anos via YouTube e TikTok. Esses números sinalizam um fenômeno global: as novas vozes do jornalismo já não estão apenas nas redações, mas em canais independentes e plataformas digitais, muitas vezes com formatos híbridos que misturam opinião, reportagem e entretenimento.
Essa tendência é ainda mais perceptível no Brasil, onde a explosão de podcasts jornalísticos, como Café da Manhã (Folha/Spotify) e Durma com Essa (Nexo), conquistou públicos jovens e qualificados. Segundo a Kantar IBOPE Media, o País já ultrapassa 40 milhões de ouvintes regulares de podcasts, um dado que dialoga diretamente com a migração do público das ondas do rádio para os feeds digitais sob demanda.
O Digital News Report 2025 revela também que 65% do consumo de notícias no mundo já acontece via vídeos curtos em redes sociais, um crescimento expressivo se comparado aos 52% registrados em 2020. Plataformas como YouTube e TikTok lideram esse movimento, enquanto jornais tradicionais tentam adaptar seu conteúdo a formatos rápidos e visuais.
Esse comportamento reflete uma mudança cultural: em mercados como Filipinas, Tailândia e Índia a maioria das pessoas prefere assistir às notícias em vez de lê-las. No Brasil, a Globo, a Folha e veículos independentes como o Metrópoles e o UOL têm ampliado investimentos em redações multimídia, com foco em curtas para redes sociais e vídeos explicativos.
A pesquisa aponta que 7% dos consumidores já usam ferramentas de IA, como chatbots, para buscar notícias semanalmente − número que salta para 15% entre jovens de 18 a 24 anos. Embora exista entusiasmo com aplicações como traduções automáticas (24%) e resumos de notícias (27%), persiste um ceticismo sobre a transparência e precisão das informações geradas por IA.
No Brasil, a adoção de inteligência artificial em redações está em expansão. O jornal O Globo analisou mais de 600 mil discursos legislativos (2001-2024) com suporte de algoritmos para gerar conteúdo. Esse movimento mostra que a IA já é uma ferramenta estratégica para análise de dados e personalização, mas ainda enfrenta resistência editorial para a produção de notícias complexas.
Se o consumo migra para o digital, o rádio busca reinvenção e complementaridade. Em mercados como Reino Unido e Canadá, emissoras públicas apostam em plataformas digitais, transmissões híbridas e podcasts para manter relevância. No Brasil, rádios como a CBN e a BandNews FM já distribuem conteúdos multiplataforma, com boletins ao vivo no dial, streaming online, vídeos curtos e podcasts diários.
A força do rádio está em sua credibilidade histórica e na capacidade de adaptação: seja no carro, no smartphone ou em smart speakers, continua sendo um meio de escuta atenta, especialmente para notícias de última hora. Em um mundo de algoritmos e ruídos, o rádio mantém seu poder como uma voz clara e direta.
Fontes consultadas:
Reuters Institute for the Study of Journalism. Digital News Report 2025
Kantar IBOPE Media. Inside Radio Brasil 2024
Statista. Podcast Market Trends in Brazil, 2024
Folha de S. Paulo. Café da Manhã: dados de audiência 2024
Álvaro Bufarah
Você pode ler e ouvir este e outros conteúdos na íntegra no RadioFrequencia, um blog que teve início como uma coluna semanal na newsletter Jornalistas&Cia para tratar sobre temas da rádio e mídia sonora. As entrevistas também podem ser ouvidas em formato de podcast neste link.
(*) Jornalista e professor da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e do Mackenzie, pesquisador do tema, integra um grupo criado pela Intercom com outros cem professores de várias universidades e regiões do País. Ao longo da carreira, dedicou quase duas décadas ao rádio, em emissoras como CBN, EBC e Globo.
A Amazônia Vox e o Centro Knight para Jornalismo nas Américas realizam a partir de quarta-feira (30/7) uma série de webinários gratuitos sobre a cobertura climática. Em um total de seis encontros online, a iniciativa vai reunir 20 especialistas para debater ferramentas, fontes e narrativas para jornalistas e comunicadores interessados em cobrir as mudanças climáticas no Brasil e no mundo.
As sessões serão realizadas nos dias 30 de julho (quarta-feira); 6, 13, 20 e 27 de agosto; e 3 de setembro, sempre às 19h. Entre os jornalistas confirmados nos webinários estão Cris Tardáguila (Agência Lupa), Angela Evans (Solutions Journalism Network), Ana Carol Amaral (freelancer) e Alice Martins (Amazônia Vox e O Eco). Os mediadores das sessões serão Daniel Nardin e Larissa Noguchi. Quem confirmar presença em pelo menos quatro sessões receberá um certificado de participação.
Vale lembrar que os seis encontros online terão transmissão simultânea em português e em inglês, com foco na preparação de jornalistas e comunicadores para a COP30. Confira a programação completa e inscreva-se aqui na versão em português e aqui na versão em inglês.
Colunatas em ruínas de Pasárgada, no Irã (Crédito: Zereshk)
Por Assis Ângelo
Pois é, o Oriente Médio reúne hoje pelo menos 15 países. Nem todos são árabes. Nem todos falam a língua árabe.
A Palestina, durante algum tempo, quedou-se aos domínios da Arábia Saudita.
A Palestina tem muito a ver com filisteus.
A história é longa.
A Palestina tem a ver com Ciro.
Ciro, o Grande, foi o cara, na Antiguidade, que transformou o mundo num império por ele feito o maior de todos.
Claro, estou falando do mais importante império da Antiguidade patrocinado por um guerreiro sem limites: Ciro.
Ciro foi o cara que colocou a pedra fundamental de Pasárgada.
Pois é, Pasárgada ainda existe na memória iraniana. Fisicamente, com relembranças táteis.
Colunatas em ruínas de Pasárgada, no Irã (Crédito: Zereshk)
Manuel Bandeira quando escreveu Pasárgada estava completamente infantil, nos seus 16 anos de idade.
É como se diz, e se rediz: a história é longa.
E é longa porque há sempre o que contar em qualquer história ou histórias.
O pernambucano Manuel Bandeira, poeta de temas que anteciparam a famosa Semana de 22, contou sem vergonha a história natural da sua vida. Em Infância, por exemplo, ele não tem pruridos quando lembra seus anos de juventude. Quase cego.
Meninote, vejam só, diz ele que uma menina o carrega pelas mãos num corredor. Lá chegando, ela levanta a sainha e diz: “Mete!” (Infância).
Essa é uma das histórias que Manuel Bandeira conta nos seus tempos de antigamente. Naqueles tempos, ele falou das dores da cegueira que compartilhou com a tuberculose que o levou à morte.
Meu amigo, minha amiga: você sabe qual é o país mais antigo do mundo?