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Prêmio Knight recebe indicações até domingo (27/2)

O Centro Internacional para Jornalistas (ICFJ, na sigla em inglês), recebe até o próximo domingo, 27 de fevereiro, as indicações para o Prêmio Knight Internacional de Jornalismo 2022. A iniciativa, uma das mais relevantes da imprensa mundial, reconhece o trabalho de profissionais cuja cobertura pioneira ou inovações na mídia tenham causado impacto na vida das pessoas em seus países ou regiões.

Vale lembrar que no ano passado a homenagem foi entregue para Natalia Leal, fundadora e CEO da Agência Lupa, especializada em fact-checking, e para a jornalista investigativa tcheca Pavla Holcová.

Natalia, a propósito, foi a terceira profissional brasileira a receber o Prêmio Knight, iniciativa criada em 1998. Além dela, foram agraciados com o prêmio, em 2005, Marcelo Beraba, que é um dos fundadores e primeiro presidente da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), e em 2010, Daniela Arbex, jornalista mineira especializada em Direitos Humanos, e que é autora, entre outros, de Holocausto Brasileiro (2013), Cova 312 (2015), Todo dia a mesma noite (2018) e Arrastados (2021).

As indicações devem ser feitas através de um formulário online, em inglês.


Leia mais:

Justiça de SP anula condenação de Hans River a indenizar Patrícia Campos Mello

O Tribunal de Justiça de SP anulou a sentença de Hans River, ex-funcionário da Yacows, condenado a pagar uma indenização de R$ 50 mil à repórter Patrícia Campos Mello, da Folha de S.Paulo. A anulação deu-se por motivos processuais e agora o juiz de primeira instância terá de decidir o caso novamente.

River foi uma das fontes da repórter da Folha em reportagem sobre uso de nome e CPF de idosos para registrar chips de celular e disparar mensagens em massa para beneficiar políticos durante as eleições de 2018. A empresa Yacows fazia parte do esquema. Na CPMI das Fake News, River mentiu, dizendo que a jornalista teria oferecido sexo em troca de informações que utilizaria na reportagem.

Os desembargadores entenderam que a decisão anterior, do juiz André Augusto Salvador Bezerra, não havia considerado todas as questões formuladas por River, e, portanto, foi citra petita: “Julgamento citra petita é nulo, por não esgotar a prestação jurisdicional. Não suprida a falha em embargos de declaração, o caso é de anulação da decisão pelo tribunal, inclusive de ofício, com devolução e baixa para novo pronunciamento”, declarou o desembargador e relator Matheus Fontes. River respondeu à ação da repórter com uma reconvenção, pedindo R$ 150 mil por danos morais causados pela reportagem.

A defesa de Patrícia Campos Mello afirmou discordar do posicionamento.

Na decisão que condenava River, o juiz Augusto Bezerra afirmou que “as críticas dirigidas à autora pelo réu, citado na reportagem, não focam o trabalho. Focam a sua condição de mulher, o objeto de dominação sexual, conforme históricas práticas colonialistas que, em pleno século XXI, ainda proporcionam forma ao sexismo”.

Procurador-geral de Justiça de MG ajuíza ações contra Thiago Herdy (UOL)

Procurador-geral de Justiça de Minas Gerais retira denúncia contra Thiago Herdy, do UOL

O procurador-geral de Justiça de Minas Gerais, Jarbas Soares Júnior, publicou em seu Instagram que ajuizou ações, nas esferas civil e criminal, contra o repórter Thiago Herdy devido a uma reportagem que ele publicou no UOL sobre o acordo de reparação da tragédia de Brumadinho, assinado pelo governo de Minas com a Vale. Soares foi um dos negociadores.

Segundo a matéria, ao negociar o acordo compensatório de R$ 37,7 bilhões, o procurador-geral pediu a inclusão de uma obra de R$ 113 milhões para a construção de uma ponte na cidade de São Francisco, localizada a 612 km do local do acidente, onde moram integrantes de sua família.

A reportagem destaca também declarações e homenagens públicas que Soares recebeu em São Francisco devido à ajuda para que o pleito fosse atendido. A matéria informa que, no pacote de compensação, foram inseridas obras em cidades distantes de Brumadinho, mas a ponte em São Francisco foi incluída por força da ação direta do chefe do Ministério Público mineiro.

Em nota, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) repudiou a ação de Soares: “É extremamente preocupante que, ao se sentir ofendido em sua honra, um procurador-geral, chefe do Ministério Público, use a estrutura de seu gabinete e a força de seu cargo para pedir ao próprio MP que investigue e processe um repórter que escreveu uma matéria sobre ele. É lastimável e condenável a tentativa de criminalizar um jornalista por exercer seu papel de informar. Trata-se de clara prática intimidatória ao exercício da liberdade de imprensa. Os processos contra jornalistas na esfera criminal são típicos de períodos e regimes autoritários e têm se multiplicado pelo País”.

A Abraji destaca casos recentes de ofensivas judiciais contra jornalistas, como o de Augusto Aras, procurador-geral da República, que tentou punir Conrado Hübner, colunista da Folha de S.Paulo, por artigos de opinião, e o de Aílton Benedito, procurador da República, que abriu investigação criminal contra Vera Magalhães por postagens dela no Twitter. Os dois casos foram arquivados.

O dia em que Arnaldo Jabor me prometeu um emprego

Por José Paulo Lanyi

 

Ele fala, fala, mas ninguém parece querer escutá-lo. Não é de hoje que Arnaldo Jabor vem a público exorcizar a autoria de textos que nunca escreveu e que fazem sucesso na internet. “Ou mentem para me incriminar ou admiram-me pelo que eu teria de pior; sou amado pelo que não escrevi”, diz o jornalista e cineasta, em um desses seus artigos que rescendem a impotência, no jornal O Globo.

Atribuem-lhe passagens como esta:

“Por que comprar a vaca, se você pode beber o leite de graça? Aqui está a novidade para vocês: hoje em dia 80% das mulheres são contra o casamento e sabem por quê? Porque as mulheres perceberam que não vale a pena comprar um porco inteiro só para ter uma linguiça!”

Em 2004, eu coordenava a produção de rede do Jornal Hoje, na TV Globo/SP. Por vezes, avançava-se nas horas, o suficiente para coincidir com a chegada de Jabor, que nos cumprimentava e se punha a preparar o seu comentário para o Jornal da Globo.

Numa dessas noites, uma editora lhe deu os parabéns, exultante que estava com uma sábia reflexão de seu colega sobre as coisas da vida. “Mas eu não escrevi isso”, protestou ele. “Onde está esse texto? Me mostra”.

A moça guardou o sorriso, digitou o título no Google e… “Que bobagem…”, deplorou ele, que, já com o impresso nas mãos, pôs-se de pé e leu o artigo em voz alta. Às vezes, parava, inconformado. “Você acha que eu escreveria isso?”. A editora hesitava, sem graça. “Você acha mesmo que eu escreveria uma bobagem dessas?”.

Para quebrar o constrangimento, recorri ao cinema. “Por que você não volta a produzir?” “Não tenho tempo”, ele respondeu. “O jornalismo me paga as contas. Como é que eu vou me afastar?”.

Passamos, os três, a falar sobre suas obras. Ele fez uma autocrítica, rechaçou as pornochanchadas e declarou sua predileção por Eu sei que vou te amar, drama de 1986 protagonizado por Fernanda Torres (que por esse trabalho recebeu o prêmio de melhor atriz em Cannes) e por Thales Pan Chacon (que faleceu em 1997). Jabor se orgulhava do roteiro que escrevera. “Sabe o que é segurar um filme inteiro só com diálogos dentro de um apartamento?”.

Conversa vai, conversa vem, comentei com ele: “Você já viu umas comunidades no Orkut em sua homenagem? Tem umas outras também, como ‘Eu odeio o Arnaldo Jabor!’. E ele: “É mesmo? Eu quero ver”.

Abri, para começar, uma do gênero “Eu amo…”.  Mas Jabor se impacientou. “Essa não me interessa! Quero ver as que falam mal!”. Achei aquilo engraçado e cliquei nas páginas que acabavam com a sua raça. “Fascistas…”, reagiu, lacônico, com o acento italiano do “sc” original.

Jabor voltou para o seu lugar, e eu insisti: “Você devia filmar”. E ele, que nem sabia o meu nome ou o que eu fazia, saiu-se com esta: “Vamos combinar uma coisa. Eu prometo que, se eu voltar, vou te chamar para ser meu assistente”.

Eu ri e lhe disse que estava combinado. Seis anos depois, quando ele estava para dirigir a A suprema felicidade, comentei com um amigo: “Imagina se eu ligo e falo “Alô, Jabor? Aqui é o Fulano de Tal. Você me prometeu que, se voltasse a filmar, me chamaria para ser seu assistente. Pois é. Aqui estou”.

Hoje eu trabalho, entre outras coisas, como roteirista e produtor executivo de cinema. Desde já eu lhe aviso, Arnaldo Jabor: na primeira você deu sorte. Mas na próxima descobrirei o seu número e lhe cobrarei essa conta atrasada. 

Agora, se não foi com você que eu falei aquele dia, por favor me desculpe este mal-entendido.


Em função da morte de Arnaldo Jabor (ver capa), republicamos nesta edição colaboração de José Paulo Lanyi que saiu em J&Cia 1.038, de fevereiro de 2016. Lanyi é jornalista, escritor, produtor e assessor de comunicação, autor de 12 livros com conteúdo literário e jornalístico. 

Nosso estoque do Memórias da Redação continua baixo. Se você tem alguma história de redação interessante para contar mande para [email protected].

RSF pede investigação rigorosa de assassinato de jornalista no Ceará

Givanildo Oliveira foi morto a tiros na noite da última segunda-feira (7/2), em Fortaleza, próximo de sua casa.
Givanildo Oliveira foi morto a tiros na noite da última segunda-feira (7/2), em Fortaleza, próximo de sua casa.

A Repórteres Sem Fronteiras (RSF) pediu às autoridades do Ceará que façam uma investigação transparente e rigorosa do caso do assassinato de Givanildo Oliveira, jornalista morto a tiros em 7/2, em Fortaleza. Ele comandava o portal de notícias Pirambu News.

No canal, que tinha cerca de 74 mil seguidores no site e nas redes sociais, Oliveira denunciava casos de violência e crimes que ocorriam no bairro de Pirambu. A última postagem abordou a prisão de um suspeito de duplo homicídio ocorrido no domingo (6/2). Segundo a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), o jornalista foi ameaçado para que não publicasse informações sobre criminosos da região.

Para Emmanuel Colombié, diretor do escritório regional da RSF para a América Latina, “as circunstâncias que sugerem uma relação direta entre a atividade jornalística exercida por Givanildo Oliveira e seu assassinato devem ser levadas a sério e consideradas como prioritárias na linha de investigação sobre o crime. As autoridades locais devem conduzir uma investigação rigorosa e transparente para identificar os autores e mandantes desse crime”.

A RSF declarou que vai acompanhar os desdobramentos do caso e pressionar as autoridades para que o autor do crime não saia impune. A entidade lembra também que Oliveira foi o primeiro jornalista assassinado no Brasil este ano e que, na última década, ao menos 30 comunicadores perderam a vida no País.

Vale lembrar que o Brasil ocupa a 111ª posição entre 180 países no Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa, elaborado pela própria RSF. O País está na zona vermelha, em que a liberdade de imprensa é considerada “difícil”.

17º Congresso de Jornalismo Investigativo da Abraji será híbrido

17º Congresso de Jornalismo Investigativo da Abraji será híbrido

O Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) terá formado inédito em 2022, ano em que a entidade completa 20 anos de existência. Pela primeira vez, o evento será híbrido, mesclando a parte online e a presencial, em São Paulo.

Nesta 17ª edição, será realizado durante cinco dias, de quarta-feira a domingo, entre 3 e 7 de agosto. Os dois primeiros dias, 3 e 4/8, serão online e gratuitos. Os três restantes, 5, 6 e 7/8, serão presenciais, na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), com inscrições pagas. No último dia do evento, ocorrerá o 4º Domingo de Dados, com oficinas e palestras sobre jornalismo de dados e bastidores de investigações ligadas ao tema.

O congresso terá a participação de referências nacionais e internacionais do jornalismo investigativo para debater técnicas de apuração, projetos inovadores, transparência pública, segurança profissional e outras questões relevantes para a democracia. A Abraji está recebendo ideias de palestras, cursos, oficinas, palestrantes e moderadores para o evento, e também para o Domingo de Dados. Interessados podem enviar sugestões por meio de formulário até 28 de fevereiro.

Leia também: 

A Cruz Haitiana, de Iara Lemos, será lançado em Portugal

A Cruz Haitiana, de Iara Lemos, será lançado em Portugal

Iara Lemos, gaúcha radicada em Brasília, prepara para este mês de fevereiro o lançamento, em Lisboa, de seu primeiro livro, A Cruz Haitiana − Como a Igreja Católica usou de seu poder para esconder religiosos pedófilos no Haiti, já lançado no Brasil pela Tagore Editora.

Em décadas de pesquisas, ela apresenta fatos sobre a atuação da Igreja Católica no Haiti, denunciando que aqueles que mais deveriam ser da confiança da população usaram do prestígio trazido pela posição religiosa que obtiveram junto à Igreja Católica para negociar favores sexuais com crianças famintas.

A obra chega à Europa com o objetivo de fortalecer a luta de jornalistas e entidades ligadas aos direitos humanos, que têm unido forças para denunciar religiosos que cometeram crimes de pedofilia e foram escondidos embaixo dos tapetes das sacristias. A primeira parada fora do Brasil será em Lisboa, em 25/2, às 18h30, na Livraria da Travessa (rua da Escola Politécnica, 46); e no dia 27, às 16h, no Palácio Baldaya, com a presença da autora. Em novembro, a obra, traduzida para o francês, será lançada na Bélgica. Versão online do livro está disponível na Amazon.

Iara, 42 anos, é graduada em Jornalismo pela UFSM e especialista em História Política do Brasil. Também é mestranda em Estudo sobre Mulheres – Gênero, Cidadania e Desenvolvimento pela Universidade Aberta de Portugal. Atuou em Folha de S.Paulo, Rede Globo, IstoÉ e Grupo RBS. Venceu um Prêmio Esso, categoria Interior, e tem menção honrosa no Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo, entre outros. 

Em setembro de 2020, durante o lançamento do livro no Brasil, Iara Lemos concedeu uma entrevista à Kátia Morais, editora de Jornalistas&Cia em Brasília. Confira!

Inscrições para programa de trainee para redatores da Empiricus vão até 21/2

Inscrições para programa de trainee para redatores da Empiricus vão até 21/2

Últimos dias de inscrições para o programa de trainee para redatores do Grupo Empiricus, que oferece dez vagas para jornalistas recém-formados interessados em escrever e cobrir o mercado de investimentos e temas relacionados a economia e finanças. As inscrições vão até a próxima segunda-feira (21/2).

O Grupo Empiricus engloba a casa de análise Empiricus, a corretora Vitreo, os portais Seu Dinheiro e Money Times, e a startup Real Valor. Os selecionados atuarão em São Paulo, de março a junho de 2022. Para participantes de outros estados, o programa oferece bolsa-auxílio, auxílio moradia e outros benefícios. Ao final do projeto, haverá a possibilidade de efetivação.

A ideia do programa é preparar profissionais de modo a que estejam prontos para cobrir o mercado de investimentos, que está em constante evolução: “Buscamos jovens com motivação e talento para aprender junto com a gente os caminhos do setor, que segue em larga expansão”, explica Thiago Veras, diretor de RH da Empiricus. “(…) O programa de trainee pode ser porta de entrada para uma carreira no mercado financeiro, vemos nele muito potencial para encontrar grandes novos talentos”.

Interessados devem inscrever-se no site do programa. O processo seletivo inclui um teste online, resolução de case e entrevistas. Os selecionados devem ser anunciados em 28 de março.

Tiago Leifert comentará jogo do Paulistão no YouTube

Tiago Leifert comentará no YouTube neste sábado (19/2), a partir das 18h30, o jogo entre Corinthians e Botafogo de Ribeirão Preto pelo Campeonato Paulista. Será a estreia do jornalista na função e seu primeiro trabalho fora da Globo, de onde saiu no ano passado após 15 anos de casa. Segundo Cristina Padiglione (Folha), a participação será como convidado, sem compromisso para futuras transmissões.

A partida marca o retorno de Leifert aos esportes. Ele iniciou a carreira aos 16 anos, como repórter do Desafio do Galo, torneio de várzea de São Paulo. Na Globo, foi editor e apresentador do Globo Esporte. Posteriormente, migrou para a área de entretenimento e apresentou The Voice Brasil e Big Brother Brasil. Ele também foi narrador da versão em português do jogo FIFA, de 2013 a 2020.

Em comunicado enviado à imprensa, Leifert declarou: “Eu me sinto muito feliz de participar de novo de uma transmissão de futebol! A última vez foi dentro de um videogame. Na vida real, faz uns 13 anos! Bom demais estar de volta. E outra: vai ser a minha primeira vez comentando ao vivo um jogo, antigamente eu era repórter”.

O jogo terá narração de Chico, do canal Desimpedidos, e comentários dos ex-jogadores Dodô e Milene. A partida faz parte do acordo do YouTube com a Federação Paulista de Futebol para transmitir gratuitamente jogos do Paulistão. De 2022 até 2024, o YouTube exibirá 16 partidas do torneio por temporada, incluindo uma das semifinais e as duas finais.

Na era pós-pandemia, eventos híbridos podem reduzir pegada de carbono e ser mais inclusivos

Na era pós-pandemia, eventos híbridos podem reduzir pegada de carbono e ser mais inclusivos

Por Luciana Gurgel

Luciana Gurgel

Uma das dez palavras do ano do dicionário Collins em 2021 foi trabalho híbrido, confirmando que o modelo de combinar dias no escritório e dias em casa veio para ficar.

A ideia agora está se estendendo a encontros corporativos e atividades como coletivas de imprensa e congressos, que começam a ressurgir depois do período de trevas que alguns países viveram em 2021.

Mesmo sem as restrições do ano passado, vários encontros estão adotando este ano o formato combinado, oferecendo a possibilidade de participar ao vivo ou virtualmente.

Um dos exemplos é o Simpósio Internacional de Jornalismo Online do Knight Center, que está com inscrições abertas.

Para quem gosta da ideia, aqui vai mais um argumento: eventos híbridos podem ser mais sustentáveis − desde que algumas regras sejam seguidas.

Essa foi a constatação de um estudo publicado na revista Nature Communications, provando em números que as conferências virtuais ou híbridas têm o potencial de mitigar os efeitos das mudanças climáticas.

O tamanho do negócio é gigante. Os cinco autores citam um levantamento da Oxford Economics constatando que em 2017 os eventos empresariais mobilizaram 1,5 bilhão de pessoas de 180 países, demandaram US$ 2,5 trilhões em investimentos e contribuíram com 26 milhões de empregos.

Mesmo com o abalo causado pelo pandemia, a previsão é otimista. A Allied Market Research tinha avaliado há dois anos a indústria de eventos em US$ 1.135,5 bilhões. Em janeiro passado, projetou aumento de 11% até 2028.

Um grande negócio, mas também um grande problema ambiental, com megaestruturas e uma multidão de participantes cruzando os céus.

O tamanho do problema

Segundo os autores do trabalho, até agora esse impacto não tinha sido quantificado.

O que eles fizeram foi medir os efeitos de alimentação, acomodação, preparação, execução, tecnologia da informação e comunicação e transporte.

Depois de muitas contas, gráficos e tabelas, a conclusão foi de que a transição da conferência presencial para a virtual tem o potencial de diminuir a pegada de carbono em 94% e o uso de energia em 90%.

Se o evento tiver 50% de participação presencial, a pegada de carbono e o uso de energia podem ser reduzidos em dois terços.

Mas não basta trocar uma coisa pela outra. O estudo faz recomendações sobre como atingir esses resultados.

Uma delas é a descentralização. Os pesquisadores sugerem que conferências com mais de 50% de participação presencial devem ter hubs em diferentes localidades, a fim de reduzir deslocamentos.

Além disso, mudar o cardápio do coffee break de encontros presenciais para dietas baseadas em vegetais e melhorar a eficiência energética de tecnologia da informação e comunicação nos virtuais podem reduzir ainda mais a pegada de carbono.

Networking x Inclusão

Como tudo na vida, trocar o formato presencial por um modelo híbrido ou totalmente virtual traz vantagens e desvantagens.

A perda óbvia é o networking. Algumas conferências até criaram atividades de socialização online, mas elas não substituem a conversa do cafezinho.

Por outro lado, atividades virtuais e híbridas são mais inclusivas e podem alcançar mais público.

Uma pesquisa feita pela Nature Communications entre seus assinantes em março de 2021 revelou que 74% dos acadêmicos preferiam continuar com reuniões científicas somente virtuais ou ter uma opção virtual, apesar da “fadiga do Zoom”.

O motivo relatado foi a descoberta de que depois o isolamento da pandemia permitiu participar de mais eventos e apresentar mais trabalhos do que naquela era distante em que viagens eram permitidas, mas limitadas pelo tempo e pelos custos altos.

O mesmo raciocínio pode valer para reuniões de empresas, conferências de negócios e apresentações para a imprensa.

Juntando-se a isso o benefício em potencial para a mudança climática, o dicionário de palavras mais populares de 2022 pode ganhar um novo vocábulo: depois do trabalho híbrido, a conferência híbrida.

Confira a íntegra do estudo.


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