Estão abertas até 7 de setembro as inscrições para a segunda edição do Prêmio de Jornalismo Sistema Faemg, Senar, Inaes e Sindicatos, que vai premiar trabalhos jornalísticos sobre diversos aspectos da agropecuária de Minas Gerais.
Na edição de 2025, o tema do prêmio será Agro, motor da economia mineira: diversidade, inovação e impacto social. A organização incentiva reportagens sobre temas como diversidade, clima, solo, produtividade, impacto na geração de empregos, conexão de produtos agrícolas mineiros com o mundo, inovação e tecnologia.
São ao todo seis categorias em disputa: Jornalismo Impresso, Jornalismo em Vídeo, Jornalismo em Áudio, Jornalismo Digital ou Web Jornalismo e Fotojornalismo, além da categoria especial Jornalismo universitário. O primeiro colocado de cada categoria receberá R$ 8 mil, o segundo, R$ 5 mil e o terceiro, R$ 4 mil. O vencedor da categoria para estudantes será premiado com R$ 2 mil.
Os vencedores serão anunciados em cerimônia de premiação durante o mês de novembro, em Belo Horizonte. Mais informações e inscrições aqui.
A And, All divulgou na última semana os resultados da pesquisa Tendências de Comunicação Corporativa na América Latina − Trends 2025, realizada em 18 países da região no final de 2024 e início deste ano. O estudo apontou, segundo a agência, que “a comunicação corporativa na América Latina tem como prioridade aumentar a visibilidade das marcas e investir em mídias sociais”.
“Não é de hoje”, assinala mensagem que acompanha o estudo, “que a experiência de compra está cada vez mais conectada às plataformas sociais, uma vez que o público utiliza tais canais como meios de pesquisa, interação e consumo”. E prossegue: “Neste cenário, o marketing de conteúdo, eventos e o marketing de influência também aparecem como focos da atuação e investimentos. Em termos de valores, metade das empresas afirmaram que manterão o orçamento no ano”.
O trabalho aponta que “os recursos financeiros limitados, sempre considerados como barreiras para o setor, continuam na primeira posição entre os desafios, mas aparecem muito próximos de itens como dificuldade de mensurar resultados (2ª) e falta de pessoal especializado (3ª)”.
São dois pontos que impactam diretamente no desejo de 60% dos participantes, que buscam ampliar o uso de dados nas estratégias de comunicação, incluindo contratação de ferramentas de análises de dados, acompanhamento em tempo real e integração de dados de diferentes fontes.
Para Leandro Bornacki, Chief Growth Officer da And, All, que conduziu a pesquisa, o cenário traz boas oportunidades. “No ambiente digital, tudo pode ser mensurado. O ponto de atenção para as empresas é contar com um olhar especializado para reunir dados, interpretá-los e transformar em ação”, comenta.
O estudo completo pode ser solicitado pelo e-mail contato@andall.ag.
As repórteres Gabriela Biló e Thaísa Oliveira, da Folha de S.Paulo, estão desde a semana passada recebendo diversos ataques e ameaças nas redes sociais em decorrência do trabalho de cobertura feito por elas sobre os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, em Brasília.
Gabriela, repórter fotográfica da Folha, e Thaísa, que atua em Brasília, produziram reportagens sobre os presos após os atentados. Os ataques tiveram início após um perfil no X (ex-Twitter) insinuar que as duas profissionais seriam as responsáveis pela prisão de Débora dos Santos Rodrigues, mulher que pichou a estátua A Justiça com a frase “Perdeu, mané”. O caso está sendo julgado pela primeira turma do Supremo Tribunal Federal (STF) e Débora, se condenada, pode pegar 14 anos de prisão.
Diversos perfis em diferentes redes sociais enviaram às jornalistas ataques e ameaças, incluindo de violência física e de morte. Familiares de Gabriela e Thaísa também foram ameaçados. Os ataques incluem ainda vazamento de informações pessoais das profissionais. Além disso, os perfis afirmam que as jornalistas enviaram dados pessoais sobre a autora da pichação ao STF, o que é mentira.
Gabriela e Thaísa registraram Boletim de Ocorrência e o departamento jurídico da Folha está acompanhando o caso. Entidades defensoras da liberdade de imprensa como Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Associação de Repórteres Fotográficos e Cinematográficos no Estado de São Paulo (Arfoc) e Associação Nacional de Jornais (ANJ) repudiaram o caso.
A Abraji classificou as ameaças às jornalistas como uma “ação coordenada de ofensas pessoais, exposição de dados pessoais e ameaças de violência física e morte, difundidas pelas redes sociais com o claro intuito não só de atacar as duas profissionais como também de silenciar o trabalho da imprensa. Não é papel do jornalista julgar ou condenar, tampouco se omitir diante de informações relevantes para a sociedade”.
A Arfoc escreveu que, “em um momento em que a liberdade de imprensa e o direito à informação estão sendo ameaçados, é inaceitável que profissionais da comunicação sejam alvo de ataques por exercerem sua função com seriedade e compromisso com a verdade”.
A ANJ declarou que o caso faz parte de um “método mafioso que está chegando ao Brasil. É preocupante isso porque visa exatamente intimidar a investigação, destruir reputações, destruir o patrimônio pessoal e profissional do jornalista para impedir que ele faça seu trabalho. É uma violência absurda, inaceitável”.
A Abraji e a Transparência Internacional − Brasil oferecem 12 bolsas para profissionais que atuam na Amazônia Legal participarem presencialmente do 20º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo. O evento será realizado de 10 a 13 de julho de 2025, em São Paulo.
Terão prioridade as candidaturas de profissionais que tenham publicado ao menos uma reportagem sobre crimes ambientais, impactos socioambientais de grandes obras de infraestrutura ou defensores ambientais. Além do apoio com passagens aéreas, os jornalistas selecionados receberão hospedagem e ajuda de custo para alimentação e transporte durante o período do congresso.
Cada selecionado dividirá o quarto com outro bolsista. Após o evento, será necessário prestar contas do repasse dentro do prazo estipulado no regulamento e responder aos questionários de avaliação, especialmente sobre questões ambientais. O projeto cobre passagens em categoria econômica, sem custear multas por alteração de data e horário. Os interessados devem conferir o regulamento e preencher o formulário até 3 de abril.
Em decisão liminar, a Justiça do Rio de Janeiro derrubou uma reportagem do portal Metrópoles, assinada por Arthur Guimarães, sobre o suposto envolvimento do ex-procurador-geral de Justiça do estado, Marfan Martins Vieira, em esquema de propinas. Em segredo de justiça, Marfan move uma ação contra o jornalista e o Metrópoles e pede uma indenização de R$ 130 mil por danos morais. O caso ainda aguarda julgamento de mérito.
A reportagem em questão citava uma delação premiada do ex-secretário estadual de Saúde do Rio de Janeiro, Sérgio Côrtes, que apontou Marfan como um dos destinatários de pagamentos irregulares. O TJ-RJ determinou o arquivamento da investigação pois o Ministério Público Federal informou que não possuía documentos que corroborassem com a delação. Tal decisão ocorreu após a publicação da reportagem.
O TJ-RJ entendeu que a matéria era abusiva, pois não havia nenhuma condenação criminal contra Marfan, apenas a citação em delação premiada. A defesa do ex-procurador-geral de Justiça alegou que a reportagem viola os limites da liberdade de expressão e afirmou que o jornalista não ouviu Marfan antes da publicação do texto.
A defesa de Arthur e do Metrópoles argumentou que a reportagem apenas relatou fatos de interesse público e destacou que o repórter e o portal tentaram entrar em contato com Marfan via assessoria, mas não obtiveram retorno.
Em nota, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) escreveu que enxerga a ação como um risco à liberdade de imprensa: “É preocupante que um membro do Ministério Público busque censurar o trabalho jornalístico e utilize ferramentas como pedidos de condenação excessiva e sigilo judicial para impedir a publicação de informações de interesse público”, declarou Katia Brembatti, presidente da entidade.
(Transcrição de entrevista que Chico Anysio deu a Assis Ângelo para a revista Homem & Mulher em 1981)
CHICO ANYSIO: “Mulher é uma boa. A sapatão que o diga!”
Francisco Anísio de Oliveira Paula Filho, humorista, comediante, escritor, compositor, 50 anos, quatro casamentos. Dono de uma incrível capacidade de criação, ele se multiplica, se transforma e de repente é Topó, Salomé, Tavares, Meinha, Azambuja, Roberval Taylor e por aí afora, fazendo todo mundo rir. Mas, para HOMEM & MULHER, ele, Chico Anísio, é o seu maior personagem. Veja, nesta entrevista [ao repórter Assis Ângelo], se não é a pura verdade.
Chico Anysio
Homem & Mulher − Na verdade, quem é Chico Anysio?
Chico Anysio (sério, pigarreia, cruza as pernas e se ajeita na poltrona) − Eu sou poeta, teimoso, batalhador, trabalhador, cearense, cabeça chata. Três de mim juntos dá pra fazer um Caravelle descer… (faz pausa, dá um sorriso meio sem jeito; procura, com os olhos, um cinzeiro e acende um cigarro). Sou boa-praça, bom pai, bom caráter; sou mau amigo, porque procuro pouco os amigos; sou bom colega, procuro dar emprego; sou mau marido, pelo menos as aparências indicam; sou bom ator, não um bom comediante ou humorista. É isso aí. Sou impaciente por ser ariano e, por ser ariano, sou explosivo; e por ser explosivo, sou controlado para evitar que pinte a implosão (aqui, ele se abre num sorriso largo, satisfeito, talvez por encontrar as palavras certas para fazer o próprio perfil). Além do mais sou alto, forte, feio, fraco, baixo, lindo, louco, certo, esperto, errado, pilantra, mestre, miserável, estroina, bobo, bêbado, lúcido, lépido, lento, lerdo… dependendo do personagem que eu interprete.
Homem & Mulher − Tudo isso?
Chico Anysio − E mais alguma coisa. No fim, eu sou um covarde que se esconde atrás de várias caras por receio de me expor; ou um mau caráter que, em vez de se dar ao trabalho, prefere pôr vários infelizes para trabalhar no seu lugar. Mas faço questão de ser a música do Belchior, porque nasci num engenho, com o vento agitando o verde-marinho dos pendões da cana, num tempo em que havia galos, noites e quintais. Eu sou o quintal, de pé no chão, pião na unha, pião no mundo, rodando, rodando, rodando, esperando uma palma de mão que o sustente, pelo menos por algum tempo. Cadê?
“MINHA MÃE É MINHA MELHOR PARCEIRA”
Homem & Mulher − Poxa, que fôlego! Você grava discos, programas de televisão e rádio, faz shows, escreve livros, mantém colaborações frequentes em jornais e revistas e faz parceria com um monte de intérpretes da nossa música popular. E, mais ainda, nos faz rir. Agora, responda depressa: em você o que nasceu primeiro, o compositor ou o humorista?
Chico Anysio − Eu acho que os dois nasceram ao mesmo tempo. Não há quem saiba o que vem antes, se o toco ou a água. As coisas vêm no rio. O rio corre, e eu nele. Comecei a fazer letra de música por volta de 1951 com o Jaime Florence, autor de Molambo. Depois com Altamiro Carrilho, Monsueto, Dolores Duran, João Roberto Kelly, Nonato Buzar, dona Aide, minha mãe e melhor parceira. Isso no tempo da Rádio Mayrink Veiga. O humor veio um pouco antes, na Rádio Guanabara.
Homem & Mulher − Como é que você consegue separar todas essas funções?
Chico Anysio − Simples: não tenho esquema nenhum.
Homem & Mulher − …e desenvolver uma por uma sem prejuízo de nada. Nesse seu trabalho tão diversificado você não se confunde, não mistura as bolas?
Chico Anysio − Olha, não dá pra confundir. São coisas muito diferentes. É como jogar futebol, basquete, beisebol. Quer dizer, tudo é jogo… mas são jogos diferentes, todos com bolas no campo, jogadores uniformizados e tal, mas não dá pra confundir (diminui a fala, sorri maroto, levanta as sobrancelhas; ar professoral). Nós podemos confundir economia com finanças, mas isto jamais acontecerá com o Delfim.
Homem & Mulher − Voltemos à música. A rapaziada de hoje não te conhece como compositor. O que é que você acha disso?
Chico Anysio (aparentemente indiferente) − Eu devo isso à falta de sucesso. Se eu tivesse alcançado o sucesso do Herivelto Martins, eu seria conhecido. Mas a música nunca foi o meu degrau mais importante, talvez o descanso da escada.
“SOU MAIS ATOR. O RESTO É ALFACE”
Homem & Mulher − Você disse que não se considera um bom humorista. Compositor, então? Ou escritor?
Chico Anysio − Ator. Mais ator, porque é disso que eu vivo. O resto é alface. (Luiz, o fotógrafo. pede para Chico mudar de poltrona. O comediante não se faz de rogado, e até concorda que a luz ambiente, fraca, pode prejudicar as fotos. E aproveita para dizer que, não faz muito tempo, fez, no Rio de Janeiro, um curso de fotografia com um profissional famoso. Diz também que chegou a montar um estúdio completo e a possuir onze câmaras.)
Personagens de Chico Anysio
Homem & Mulher − Atualmente, e olha que esse atualmente faz anos, fala-se muito em crise. Crise no humor, crise no Carnaval e outras. Há até quem garanta que o circo morreu…
Chico Anysio − Eu vejo isso com muita tristeza, porque é verdade. O rádio foi o veículo responsável pelo surgimento de muitos humoristas. Mas o rádio mudou. Ele hoje se abstém de lutar contra a televisão e, talvez por isso, tornou-se menos importante, principalmente para fazer novos humoristas. Um humorista não se faz em menos de dez anos.
Homem & Mulher − Chico…
Chico Anysio − Eu sou do tempo em que amar era feio, era pecado, era crime. Hoje em dia já se sabe que amar é bonito, é o lógico, é o certo. As pessoas começaram a ter novos interesses, descobriram o surf, o sol, o mar. Isso tudo é um pouco obra da minha geração, que permitiu que a geração atual tivesse o que tem. Apesar disso, acho que já não se fazem humoristas como antigamente.
Homem & Mulher − Quem está fazendo humor hoje no Brasil?
Chico Anysio (num repente) − Os mesmos de sempre. Nós somos vinte. Não aparece ninguém novo, embora eu tenha tentado muito. Cheguei a aceitar convites para ser jurado em festivais de humor da Record e da Globo, mas esses festivais foram cancelados porque faltou material de alguma categoria. Nível péssimo. Os textos que chegaram às nossas mãos eram, em sua maioria, copiados de revistas, banais ou profundamente cultos. Ora, o humorista não tem que mostrar cultura; humorismo é a arte do óbvio.
“SOU A FAVOR DO POBRE, DO PRETO E DO DESEMPREGADO”
Homem & Mulher − Você teve muitos problemas com a censura oficial?
Chico Anysio − Não. Eu nunca tive um texto cortado. Acho até que eu sou o sujeito menos censurado no Brasil, na área do humor, é claro.
Homem & Mulher − A que você deve isso?
Chico Anysio − A minha sinceridade. Eu nunca falei sobre hipóteses, nunca chamei ninguém de ladrão sem ter provas. Sempre falei a verdade. Eu não faço piadas sobre “o que eu acho que”, mas sobre “o que todo mundo sabe que”. Se eu faço uma piada sobre o Juca (Chaves) dizendo que ele tem o nariz grande, ele não pode reclamar. Mas se eu fizer uma piada dizendo que ele é sequestrador, ele pode me processar. E com razão, entende?
Homem & Mulher − Como é que você vê o sistema político implantado há 17 anos no Brasil?
Chico Anysio − Vejo tudo isso com a cabeça fria, porque não tenho culpa nenhuma do que aconteceu. Eu votei no Marechal Lott. Sou do pobre, do preto e do desempregado. E até do assaltante. Eu sou a favor do preso, do menor abandonado…
Homem & Mulher − E a “abertura”, e o liberalismo, e…
Chico Anysio − Acho que todos os excessos são demasiados. Outro dia eu comentava com um amigo que, atualmente no Brasil, só se fazem filmes de sacanagem. Mas acho que essa “abertura” acontece no mundo inteiro e é um processo irrefreável.
Homem & Mulher − Você acredita nela?
Chico Anysio − Eu habito nela. O acreditar não é importante. Acho que não há como evitar, há como maneirar. Se eu só dissesse palavrões nos meus shows, certamente não surtiriam efeito.
“A MULHER MANDA HÁ MUITO TEMPO”
Homem & Mulher − Falar em sacanagem, tem uma história aí que diz que nordestino é homem “até debaixo d’água”. Machismo? O que é que você acha disso?
Chico Anysio − Para mim, esse negócio de machismo é um equívoco. Não tem nada a ver. Acho que a gente andando em dois encontra o caminho mais fácil. O feminismo é a mesma coisa. Aliás, o feminismo nasceu por descuido de uma geração. Besteira pura, porque entendo que a mulher manda há muito tempo. Ela é o meio-campo.
Homem & Mulher − E os outros? Existe o homem e a mulher e os outros: “bicha”, “sapatão”, o escambau.
Chico Anysio (soltando uma risada) − É isso aí. A “sapatão” descobriu que mulher é uma boa, coisa que nós já sabíamos há muito tempo. Mas é uma minoria tão menor que não me preocupa. Inclusive, se eu fizer uma piada sobre “sapatões” não vai funcionar porque há mulheres que nem sabem que isso existe. Portanto, não faz sentido eu me preocupar.
Homem & Mulher − Chico, você não acha que o lesbianismo está aumentando cada vez mais?
Chico Anysio − Não sei, talvez sim, talvez não. Mas acho que o homem perdeu um pouco o romantismo. E a mulher sente falta disso, sem dúvida. Então, se vem uma pessoa e dá atenção à mulher, carinho e tudo o mais, a mulher vai se ligar, se prender a essa pessoa. A mulher quer se sentir mulher, isto é lógico. Também acho que homem nenhum tira uma mulher de outra mulher. Mulher que transa com mulher, “só” transa com mulher. É isso aí. E olha que tenho experiência própria.
Homem & Mulher − Esse tipo de mulher não sabe o que está perdendo…
Chico Anysio − Às vezes até que a danada sabe, só que pensa que acabou. Já tive implicações com mulheres que gostavam de outras mulheres. Mas eu só soube disso depois, porque se soubesse antes eu nem tentava. É uma pena, porque ninguém faz o “gol” sozinho. Alguém tem que dar a bola, é ou não é?
Morreu no domingo (23/3) Joel Santos Guimarães, um dos criadores do projeto da Agência de Notícias Brasil Árabe (ANBA), aos 73 anos, em Ubatuba, litoral de São Paulo, vítima de um infarto. Deixa os filhos Cynthia, Leonardo, Maíra e Nara, além de três netos e uma bisneta.
Especializado em Economia, Política e Agronegócio, Joel trabalhou ao longo da carreira nos jornais Diário do Comércio, Jornal de Londrina, Jornal da Tarde e O Globo, neste último atuou por mais de 20 anos exercendo diversas funções, entre elas a de chefe de redação da sucursal de São Paulo.
Em 2003, fundou a Agência de Notícias Brasil Árabe, lançada pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira com o objetivo de promover a comunicação entre o Brasil e os países árabes. Desenvolveu e apresentou o projeto ao lado da jornalista e sua então esposa, Paula Quental. Joel foi gestor editorial da agência por dez anos. No período, a ANBA venceu 11 prêmios de jornalismo web e foi apontada como a terceira agência de notícias +Premiada do Brasil, segundo ranking elaborado pelo Jornalistas&Cia.
Sobre a convivência com o jornalista, Germano Oliveira, amigo de Joel desde 1975, declarou o seguinte: “Joel foi um irmão mais velho. Com ele, fizemos grandes coberturas jornalísticas. Ele era um repórter 24h por dia, de raro faro jornalístico. Destemido e corajoso. O jornalismo perde um grande profissional. Sua família perde um generoso pai. E eu perco um excelente parceiro de fantásticas jornadas e lutas políticas intensas. Joel sempre se destacou por seu trabalho incomparável e de liderança fraternal junto aos jornalistas que comandou. O Brasil perde um dos melhores repórteres das últimas décadas. Ele vai fazer muita falta não só ao jornalismo, mas à humanidade”.
A Secretaria de Comunicação do Paraná (Secom PR), liderada por Cleber Mata, que trabalhou anteriormente na Secretaria de Comunicação do governo de São Paulo e na Assembleia Legislativa de São Paulo, venceu o prêmio internacional Reed Awards 2025, que premia produções de comunicação pública, campanhas políticas e marketing eleitoral.
A Secom PR foi premiada na categoria Melhor Filme da América Latina com a campanha publicitária Força Máxima, que destaca os investimentos do Estado na área de segurança pública e a redução nos índices de criminalidade. A cerimônia de premiação ocorreu em 21/3, em Austin, no Texas, nos Estados Unidos.
A campanha foi idealizada pelo publicitário Jorge Gerez, sócio da Lua Propaganda, uma uma das empresas licitadas que atende o Governo do Paraná. As peças publicitárias mostram os investimentos expressivos do Estado do Paraná em equipamentos de última geração para as forças de segurança e evidencia a queda nos índices de roubos, furtos e homicídios e o aumento significativo na apreensão de drogas.
Os audiolivros transformaram rapidamente a indústria editorial, tornando-se um dos formatos mais populares de consumo de conteúdo literário. A crescente adesão ao formato reflete a mudança nos hábitos dos leitores, que buscam opções mais acessíveis e práticas para consumir literatura. De acordo com a Edison Research, em 2024, cerca de 52% dos adultos nos Estados Unidos ouviram pelo menos um audiolivro, totalizando aproximadamente 137 milhões de pessoas.
A tendência de crescimento do setor é evidente. A taxa de penetração de usuários de audiolivros deve atingir 18,7% em 2024 e aumentar para 21,7% até 2029. Em média, os ouvintes consumiram 6,8 títulos no último ano, superando os 6,3 audiolivros de 2023. O mercado infantil também se fortalece, com 53% dos pais relatando que seus filhos escutam audiolivros regularmente. Os Estados Unidos lideram globalmente esse segmento, com uma previsão de receita de US$ 3,4 bilhões até o final de 2024, representando uma receita média por usuário (ARPU) de US$ 5,46.
Um setor em franca expansão
Os dados refletem uma tendência global de valorização das experiências imersivas e práticas na mídia. Em 2020, o mercado global de audiolivros alcançou US$ 1,2 bilhão em vendas, um crescimento de 17% em relação ao ano anterior. Já em 2023, 53% dos adultos americanos ouviram audiolivros, um aumento significativo de 35% em relação a 2022.
Ficção é a categoria mais vendida no formato, respondendo por 64% da receita do mercado. Os gêneros mais populares incluem Ficção Geral (21%), Ficção Científica/Fantasia (14%) e Romance (11%). Além disso, audiolivros de mistério e suspense representam 42% das vendas nos EUA. O público predominante varia entre 18 e 44 anos, correspondendo a 57% dos consumidores desse formato.
Os serviços de assinatura desempenham um papel fundamental nesse crescimento. Plataformas como Audible registram adesão crescente, com 63% dos ouvintes assinando pelo menos um serviço. Paralelamente, aplicativos de bibliotecas digitais também contribuem para a disseminação do formato, com 46% dos ouvintes pegando audiolivros emprestados digitalmente. No entanto, a pirataria ainda preocupa o setor, já que 47% dos ouvintes acessam audiolivros gratuitamente por meio de plataformas como YouTube ou sites de compartilhamento de arquivos.
O impacto da experiência do usuário
A escolha de um audiolivro vai além do conteúdo. A qualidade da narração é um fator decisivo para os consumidores: 64% dos ouvintes acreditam que um narrador de alta qualidade é essencial para uma boa experiência, e 59% afirmam ter abandonado um audiolivro por não gostarem da voz do narrador.
A tecnologia também desempenha um papel importante no setor. A inteligência artificial começa a ser utilizada para a narração de audiolivros, com plataformas como Apple Books e Google Play Livros adotando o recurso. No entanto, a aceitação do público ainda é limitada: 55% dos ouvintes nunca ouviram um audiolivro narrado por IA, e apenas 13% se dizem totalmente abertos à ideia.
O impacto global dos audiolivros
A China é o segundo maior mercado de audiolivros do mundo, seguida pela Europa. Em 2020, mais de 569 milhões de chineses ouviram um audiolivro, mais que o dobro do número registrado em 2016. Na Europa, o setor é avaliado em mais de US$ 850 milhões, com previsão de crescimento de 18,6% ao ano até 2025. A Alemanha lidera o mercado europeu, com 32% de participação, enquanto os países nórdicos emergem como novos centros de expansão do formato.
Os audiolivros também são cada vez mais populares fora do universo anglófono. O conteúdo em outros idiomas já representa 37% do novo material publicado nos EUA, embora ainda corresponda a apenas 4% do valor total do mercado. Essa tendência deve crescer à medida que as editoras expandirem suas produções para atender a um público diversificado.
O artigo sobre audiolivros continuará na próxima semana com mais dados sobre o mercado mundial e detalhes sobre a tecnologia
Álvaro Bufarah
Você pode ler e ouvir este e outros conteúdos na íntegra no RadioFrequencia, um blog que teve início como uma coluna semanal na newsletter Jornalistas&Cia para tratar sobre temas da rádio e mídia sonora. As entrevistas também podem ser ouvidas em formato de podcast neste link.
(*) Jornalista e professor da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e do Mackenzie, pesquisador do tema, integra um grupo criado pela Intercom com outros cem professores de várias universidades e regiões do País. Ao longo da carreira, dedicou quase duas décadas ao rádio, em emissoras como CBN, EBC e Globo.
O InfoMoney, especializado em notícias sobe economia, investimentos e negócios, completa 25 anos de existência com uma série de ações e novidades. A primeira delas foi uma campanha comemorativa, com a frase “A economia fala. O InfoMoney traduz”, exibida no telão da Nasdaq, uma das maiores bolsas dos Estados Unidos, na Times Square em Nova York.
“Nascido em 2000, o InfoMoney surgiu quando os investidores na bolsa brasileira não passavam de alguns poucos milhares e ao longo dos anos tanto consolidou seu papel de traduzir o “economês” para as pessoas interessadas em cuidar melhor do seu dinheiro quanto passou a conversar com novos públicos”, escreveu o site sobre seus 25 anos.
Outras novidades ao longo do ano incluem novos programas como o InfoMoney Entrevista, que vai entrevistar figuras renomadas da economia, dos negócios, da política, da academia e cena pop; e o Game Changers, talkshow com jogadores e executivos sobre negócios do esporte.
O InfoMoney vai ainda reformular sua grade de colunistas, abrindo espaço para vozes influentes do “mundo hiperconectado da atualidade”. Outras novidades são novas newsletters focadas em “conteúdo premium” produzido pela equipe, lançamento de guias, e-books e cursos gratuitos voltados à formação de seus leitores e eventos como o Outliers, premiação para os melhores gestores de fundos do País.