José Hamilton Ribeiro e Lucio Flávio Pinto são dois dos mais admirados jornalistas brasileiros de todos os tempos. E conquistaram essa admiração por décadas de um denodado trabalho, que elevou ao mais alto patamar o jornalismo de nosso País.
Por isso, não seria justo com eles − nem com os demais jornalistas que continuam na lida − que disputassem uma das vagas entre os 100+ Admirados Jornalistas Brasileiros. Mesmo tendo sido muito bem votados e com pontuação para engrossar esse time de notáveis, J&Cia decidiu fazer a eles uma homenagem que faz justiça à história dos dois, dando-lhes o título de Hors Concours do Jornalismo Brasileiro. Eles estão em outra dimensão!
José Hamilton tem mais de 60 anos de jornalismo, 40 deles dedicados à Globo. Tem uma importância gigantesca na existência de J&Cia e do Portal dos Jornalistas. Foi dele a ideia de criar, em 1991, a coluna Moagem no jornal Unidade, do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, sobre o vaivém profissional, escalando para a tarefa o então colega Eduardo Ribeiro, diretor de J&Cia. A coluna permaneceu ativa por 21 anos e tornou-se o FaxMOAGEM, que posteriormente acabou virando o Jornalistas&Cia.

José Hamilton começou no jornalismo em 1955, trabalhando como redator na rádio Bandeirantes. Posteriormente, passou a atuar na imprensa escrita, no extinto jornal O Tempo e em seguida na Folha de S.Paulo. Em 1962, foi para a Editora Abril, como redator-chefe da revista Quatro Rodas. Neste período, ganhou dois Prêmios Esso, um em equipe (em 1963, com a matéria especial Radiografia do Rio) e outro na categoria Regional/Grupo A (em 1964, com o especial São Paulo de corpo inteiro), ao lado de Mino Carta, Vitor Antônio Gouveia, Paulo Patarra e José Roberto Pena. Em 1966, foi editor-chefe da revista Realidade, comandando grandes reportagens. Em março de 1968, atuou como enviado especial para cobrir a guerra no Vietnã. Foi nessa ocasião que perdeu a parte inferior da perna esquerda na explosão de uma mina terrestre.
Na Realidade, venceu mais quatro Prêmios Esso, três deles individuais, todos na categoria Informação Científica. Em 1974, foi repórter da revista Veja. Passou uma temporada no interior de São Paulo, trabalhando como diretor de O Diário, de Ribeirão Preto, em 1975, e dirigiu o Dia e Noite, de São José do Rio Preto, em 1977, onde ganhou mais um Prêmio Esso, na categoria Regional/Sudeste, com a matéria Na boca da milésima extracorpórea. Voltou a São Paulo em 1978, quando assumiu o cargo de editor-chefe de Jornalismo da extinta TV Tupi, além do de diretor-geral do programa Pinga Fogo. Passou definitivamente para a frente das telas em 1981, como repórter especial do Globo Repórter, da Rede Globo. No mesmo ano, começou a produzir reportagens para o programa e para a revista Globo Rural, da qual se tornou, posteriormente, repórter especial. Venceu o Prêmio Maria Moors Cabot, da Universidade de Columbia, um dos mais importantes do jornalismo mundial, na categoria Outstanding on Latin America, pelo seu comprometimento com a liberdade de imprensa. Está também entre os mais premiados jornalistas brasileiros.

Lúcio Flávio Pinto tem mais de cinco décadas de trabalho como jornalista, tendo iniciado a carreira em 1966. Aos 16 anos, trabalhou como repórter no jornal A Província, do Pará. Dois anos depois, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde trabalhou por pouco tempo no Correio da Manhã. Depois foi para São Paulo, atuando em Diário de S. Paulo, Diário da Noite, Veja, IstoÉ, Jornal da República, Jornal da Tarde e O Estado de S. Paulo, onde consolidou sua carreira, atuando como repórter entre os anos de 1971 e 1989. Ao mesmo tempo, trabalhou na imprensa alternativa, nos jornais Opinião e Movimento. Formou-se em Sociologia pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo, em 1973.
De volta a Belém, em 1975, editou o suplemento alternativo Bandeira 3, nos moldes do antológico Pasquim. Trabalhou em O Liberal, das Organizações Romulo Maiorana (ORM). Posteriormente, fundou o Jornal Pessoal, em 1987, o primeiro veículo independente do Pará. Em 2016, passou a integrar, como colunista, a redação da agência Amazônia Real.
Na carreira, venceu diversos prêmios, incluindo quatro prêmios Esso e três prêmios internacionais: Foi o primeiro não europeu premiado com a Colombe d’Oro per la Pace, a mais importante premiação da imprensa italiana; venceu o prêmio anual do Comittee for Jornalists Protection, dos Estados Unidos; e foi eleito um dos 100 heróis do jornalismo pela organização Repórteres Sem Fronteiras. É autor de mais de 20 livros sobre a Amazônia. Foi por muitos anos o +Premiado Jornalista da Região Norte, além de sempre figurar entre os +Premiados do País, em ranking realizado por este J&Cia.
Em 2023, Lúcio encerrou as atividades do Jornal Pessoal, que manteve por 36 anos. O motivo da decisão foi o Mal de Parkinson, do qual se descobriu portador em 2018. Ele segue sendo colaborador da Amazônia Real, com o envio de textos semanais.
Especializado na cobertura da Amazônia, Lúcio percorreu a região de forma intensa por quase 40 anos, de 1966 a 2002. No período, cobriu praticamente todos os acontecimentos e episódios importantes da região. E como viu tais acontecimentos com os próprios olhos, destaca que isso lhe possibilitou “criar uma visão tanto global − o que inclui fatos externos − como detalhada, factual e personalizada, com fontes em todos os Estados da região”.























