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quinta-feira, agosto 7, 2025

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100 anos de Rádio no Brasil – A voz do tubo: o futuro do podcast em telas grandes

Por Álvaro Bufarah (*)

Era só uma questão de tempo. Aquilo que começou com vídeos de gatos, tutoriais de maquiagem e gravações amadoras feitas em quartos mal iluminados agora dita as regras do jogo também no universo sonoro. O YouTube, o gigante da imagem, parece querer ser também o senhor dos sons. Em janeiro de 2025, a plataforma anunciou um feito que, à primeira vista, parece descomunal: atingiu a marca de 1 bilhão de ouvintes mensais de podcasts.

Mas, como em toda boa história da mídia, é preciso saber ouvir além dos números. Segundo o próprio YouTube, esse dado considera qualquer interação com conteúdos marcados como podcast, mesmo que o usuário tenha clicado sem querer ou ouvido apenas por alguns segundos. A reprodução automática entra na conta. Não é exatamente uma audiência fiel, mas, convenhamos, é um marco simbólico. E simbologia, em comunicação, tem peso.

Ainda assim, os números impressionam. Em outubro de 2024, a Edison Research já indicava que o YouTube era a plataforma mais utilizada para ouvir podcasts nos Estados Unidos – superando inclusive players de áudio puro, como Spotify e Apple Podcasts. O Spotify, por exemplo, havia registrado 120 milhões de ouvintes mensais no final de 2024. Já a Apple, segundo dados da Podtrac, ainda mantém uma forte presença em volume de downloads, embora com um número absoluto menor de ouvintes.

Mas o que, afinal, é um podcast no YouTube? Essa é a pergunta que bagunça a métrica. Na plataforma, são os próprios criadores que classificam suas playlists como podcasts. Isso permite que a aba de podcasts nos Estados Unidos abrace desde programas noticiosos tradicionais – como o NBC Nightly News ou o PBS NewsHour – até listas de reprodução de clipes jornalísticos soltos, como o australiano 7NEWS Just In. Não é raro encontrar videocasts, programas com estúdio e plateia, entrevistas filmadas, debates esportivos e até lives reeditadas figurando como “podcast”.

Tim Katz, apresentado agora como vice-presidente de Parcerias em Podcasts do YouTube – cargo que pouco aparecia em comunicações oficiais ou mesmo em seu LinkedIn −, afirmou em entrevista à Bloomberg que esse crescimento é “orgânico”. Segundo ele, o YouTube apenas deu visibilidade a um comportamento que já existia. A constatação é interessante: a plataforma não criou a onda, apenas ampliou a maré.

Mas nem todos estão convencidos. Justin Jackson, cofundador da Transistor.fm – uma empresa de hospedagem de podcasts –, apontou que a indústria pode estar superestimando o impacto do YouTube como destino final para ouvintes. Já Hernan Lopez, ex-CEO da Wondery, lembrou que os 400 milhões de horas de podcasts consumidas por mês em TVs ainda representam pouco dentro das 30 bilhões de horas mensais de vídeo no YouTube em telas grandes (dados da própria Alphabet). Ele também alerta que os números sobre o mercado de podcast, estimado em US$ 2 bilhões anuais, muitas vezes não contemplam receitas internacionais, assinaturas, publicidade de vídeo e conteúdo exclusivo de grandes plataformas.

Enquanto isso, o modelo tradicional de podcast – aquele que nasceu como uma extensão digital do rádio e que virou trilha de academia, trânsito e noites insones – tenta se reinventar. O consumo mudou de dispositivo: saiu dos fones e foi para a TV. É o podcast no sofá da sala, compartilhado com a família, transformado em programa de variedades com luz, câmera e ação. Um retorno silencioso ao espetáculo visual.

O fenômeno aponta para algo mais profundo: a convergência total dos formatos. O YouTube é vídeo, mas agora é som. O podcast era áudio, mas agora é imagem. O rádio virou stream. E o futuro, ao que tudo indica, será multimodal – com conteúdo fluido, narrativas transversais e dados difíceis de comparar.

Na guerra dos ouvidos e olhos, o YouTube larga na frente com um alcance massivo. Mas ainda não está claro se essa é a vitória de um novo modelo de podcast ou apenas mais um capítulo da plataforma que se adapta a tudo e tudo engole. Como o velho rádio que resistiu à televisão, talvez o podcast raiz encontre seus espaços de respiro fora do tubo, nas curvas da escuta íntima.


Fontes consultadas

Edison Research. The Infinite Dial 2024. Disponível em: https://www.edisonresearch.com/

Podtrac. Top Podcast Publishers Rankings. Acesso em: https://podtrac.com/

Bloomberg. YouTube Hits 1 Billion Monthly Podcast Listeners. 2025. (para assinantes)

Spotify. Q3 2024 Earnings Report. Acesso: https://investors.spotify.com

Alphabet/YouTube. YouTube Internal Data 2024. Trechos publicados em Bloomberg e The Verge.

Jackson, Justin. Just Good Enough – Podcasting Trends. Blog pessoal: https://justinjackson.ca

Lopez, Hernan. Entrevistas e análises publicadas em Medium e Bloomberg Tech.

Álvaro Bufarah

Você pode ler e ouvir este e outros conteúdos na íntegra no RadioFrequencia, um blog que teve início como uma coluna semanal na newsletter Jornalistas&Cia para tratar sobre temas da rádio e mídia sonora. As entrevistas também podem ser ouvidas em formato de podcast neste link.

(*) Jornalista e professor da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e do Mackenzie, pesquisador do tema, integra um grupo criado pela Intercom com outros cem professores de várias universidades e regiões do País. Ao longo da carreira, dedicou quase duas décadas ao rádio, em emissoras como CBN, EBC e Globo.

Jornalistas brasileiros são selecionados para fellowships em Stanford e Harvard

Jornalistas brasileiros são selecionados para fellowships em Stanford e Harvard
Crédito: Foto do Sério (Arquivo Pessoal/Latam Journalism Review) Foto da Simone (Reprodução/Linkedin)

Sérgio Spagnuolo, fundador e diretor do Núcleo Jornalismo, e Simone Iglesias, da Bloomberg em Brasília, foram selecionados para fellowships em Stanford e Harvard, respectivamente.

Sérgio vai fazer o John S. Knight Journalism Fellowships, programa de bolsas oferecido pela Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. A iniciativa, presencial, será de setembro de 2025 a maio de 2026. Durante nove meses, ele planejará e desenvolverá métodos e estruturas que contribuam com o jornalismo, sobretudo frente à dependência de grandes empresas de tecnologia.

Spagnuolo continuará como diretor do Núcleo Jornalismo, veículo independente, com foco no impacto da tecnologia e das redes sociais na sociedade. Segundo ele, ao retornar da bolsa, pretende dedicar-se mais à estratégia e ao desenvolvimento institucional do projeto, com menor envolvimento na operação.

A jornalista gaúcha Simone Iglesias foi selecionada pela Nieman Foundation for Journalism, da Universidade de Harvard. Com passagens por Correio do Povo, Rádio Guaíba e Zero Hora, ela atuou como repórter de governo em O Globo e na Folha de S.Paulo, e atualmente integra a equipe de Economia e Governo da Bloomberg News, em Brasília.

Durante um ano, Simone vai se dedicar a pesquisas sobre a crescente influência da China no Brasil e na América do Sul, além de investigar os impactos dessa movimentação geopolítica na atuação e nos interesses dos Estados Unidos na região.

Marina Zveibil começa na AstraZeneca

Marina Zveibil começa na AstraZeneca
Crédito: Reprodução/Linkedin

Marina Zveibil assumiu agora em maio a Gerência Executiva de Comunicação Interna e Externa na AstraZeneca. Ali chega poucas semanas após ter deixado a Amazon, em que atuou por quase 12 anos, os últimos na função de gerente sênior de PR, para devices e Alexa Americas. Também já esteve em Agência Ideal, Apple e Mercado Livre.

No Linkedin, Marina compartilhou suas impressões sobre o novo desafio:”Uma semaninha! Parecem semanas, ou até meses. Me sinto muito sortuda em me juntar a uma companhia com tanta gente talentosa e inspiradora. Fui muito bem recebida e fiquei inspirada pelas ambições da AstraZeneca focadas em pacientes, sustentabilidade e inovação”.

Congresso Mega Brasil de Comunicação já está com inscrições abertas

Congresso Mega Brasil de Comunicação já está com inscrições abertas

Foram abertas em 5/5 as inscrições para a 28ª edição do Congresso Mega Brasil de Comunicação, Inovação e Estratégias Corporativas, novamente na Unibes Cultural (rua Oscar Freire, 2.500, em São Paulo), de 27 a 29 de agosto, este ano com o tema geral Inovação, Tecnologias Emergentes, Humanidades e Comunicação.

Serão, ao todo, 10 sessões, nelas incluídas a Arena da Inovação e o Fórum do Pensamento, que debaterão, respectivamente, A Revolução das Inteligências Artificiais e Horizontes de um mundo em transição.

O evento já tem confirmados os apoios das organizações Carrefour, Diageo, Ecorodovias, Gerdau, Hospital Israelita Albert Einstein, Intel, Itaú, Vale e Vivo e das agências Jabuticaba, P3K e Prospectiva.

As inscrições custam R$ 2.500, mas até o dia 23/5 poderão ser feitas pelo valor promocional de R$ 800,00. A partir do dia 24, os valores serão corrigidos progressivamente a cada período.

SJSP cobra resposta da Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Piracicaba após denúncia de omissão

SJSP cobra resposta da Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Piracicaba após denúncia de omissão
Crédito: Reprodução/SJSP

O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (SJSP), por meio da Regional Piracicaba, manifestou preocupação com a atuação da assessoria de Comunicação Social da Prefeitura de Piracicaba após denúncia da jornalista Cristiane Bonin, editora do jornal online O Diário Piracicabano. Segundo ela, as solicitações enviadas à Prefeitura têm sido sistematicamente ignoradas desde o ano passado.

O SJSP destacou que é dever do gestor público responder a questionamentos relacionados à administração municipal e que a omissão vai contra os princípios de transparência e acesso à informação previstos na legislação brasileira.

De acordo com a publicação, ao ser questionada sobre a conduta, a prefeitura ignorou também o sindicato, repetindo a postura adotada em relação ao jornal, “demonstrando um desapreço ao diálogo, à prestação de informações e à transparência”.

Katherine Rivas assume coluna sobre dividendos no portal E-Investidor

Katherine Rivas
Katherine Rivas

Katherine Rivas, eleita a +Admirada Jornalista de Economia, Negócios e Finanças de 2024 segundo Jornalistas&Cia, passa a assinar uma coluna no portal E-Investidor focada na cobertura de dividendos. A coluna Dividendo à Vista, cuja estreia foi em 6/5, será publicada a cada 20 dias, sempre às terças-feiras. Além da coluna, Rivas deve seguir na produção de reportagens semanais.

O espaço abordará ações de empresas conhecidas como boas pagadoras de dividendos ou aquelas que estejam aprimorando suas políticas de remuneração de acionistas para torná-las mais recorrentes e atrativas. A coluna terá também análises críticas e aprofundadas, simulações, estudos originais e entrevistas exclusivas com CEOs, CFOs e gestores. A ideia é apresentar aos leitores, com base em análises criteriosas, empresas do capital aberto que podem pagar bons dividendos.

“É importante que o leitor saiba separar o joio do trigo e entenda, entre todas as opções que lhe oferecem uma renda passiva, o que realmente tem fundamento para o longo prazo”, afirmou Katherine em nota divulgada sobre a novidade. “A missão da coluna será aproximar o investidor dessas empresas e produtos, mas sempre com um olhar muito seletivo e criterioso. Reconheceremos as boas teses, mas também não hesitaremos em apontar erros e divergências do mercado”.

Katherine tem quase dez anos de experiência no jornalismo, sendo seis deles focados em economia e três deles exclusivamente na cobertura de dividendos. Teve passagens por InvestNews, InfoMoney, IstoÉ Dinheiro, Money Report. Desde 2024, é também colunista de investimentos no UOL. No E-investidor, já atuava como repórter freelancer na cobertura de dividendos.

5º Prêmio de Comunicação Fundação José Luiz Setúbal abre inscrições

5º Prêmio de Comunicação Fundação José Luiz Setúbal abre inscrições

Estão abertas até 11 de julho as inscrições para a 5ª edição do Prêmio de Comunicação Fundação José Luiz Setúbal, organizado pela Fundação José Luiz Setúbal (FJLS), que premia e incentiva trabalhos jornalísticos sobre a saúde da criança e do adolescente no Brasil.

O prêmio tem quatro categorias voltadas para profissionais: Texto, Áudio, Vídeo e Redes Sociais; e duas categorias para estudantes universitários: Texto e Áudio. O primeiro colocado de cada uma das categorias profissionais receberá R$ 12.5 mil e os segundos colocados, R$ 5.5 mil. Nas categorias de universitários, os primeiros lugares serão premiados com R$ 8.4 mil, e os segundos lugares, com R$ 4.2 mil. Cada participante pode inscrever até três conteúdos diferentes.

Além do prêmio em dinheiro, os vencedores receberão troféus exclusivos e visibilidade nos canais da FJLS, incluindo no podcast Crescer com Saúde, que vai destacar os trabalhos vencedores e trazer discussões sobre os temas abordados.

Os finalistas serão divulgados entre agosto e setembro, e a cerimônia de premiação está marcada para 10 de novembro, em São Paulo. Leia o regulamento completo e inscreva-se aqui. 

Thiago Salles entra para a sociedade na S/A Comunicação

Thiago Salles entra para a sociedade na S/A Comunicação
Crédito: Reprodução/Linkedin

Thiago Salles está de casa nova. Aceitou convite do diretor e fundador da S/A Comunicação, Marco Antonio Sabino, para entrar de sócio na agência. Atuando nos últimos meses como consultor independente, ele foi entre janeiro de 2017 e outubro de 2024 executivo das agências que hoje integram o Grupo Burson – Máquina, Hill+Knowlton Strategies e JeffreyGroup. Como destaca em comunicado distribuído à imprensa no início desta semana, “empreender era o único capítulo que faltava na minha trajetória”.

Sua chegada se dá num período de crescimento da S/A, com a conquista de 7 clientes – Novibet, Brinks, Sinduscon-SP, Jader Almeida, Grupo Hiper Saúde, CDPQ e Ivanhoé Cambridge.

Morreu LAM, que fez história com a Maldita

Morreu LAM, que fez história com a Maldita
Crédito: Mariana Vianna/Divulgação

Luiz Antônio Mello, o LAM, morreu em 30/4, aos 70 anos, em Niterói, sua cidade natal. Ele estava internado no Hospital Icaraí, onde se recuperava de uma pancreatite, e teve uma parada cardíaca. A despedida ocorreu no dia seguinte (1º/5), no cemitério Parque da Colina, em Pendotiba. A Prefeitura de Niterói decretou três dias de luto oficial.

LAM começou no jornalismo ainda adolescente, em 1971, como cronista do Jornal de Icaraí. Foi programador musical, produtor e redator da Rádio Federal AM e repórter da Rádio Tupi AM; esteve ainda no jornal Última Hora e na Rádio Jornal do Brasil. Foi crítico musical no JB e redator, colunista e repórter dos semanários O Pasquim e Opinião, colunista em O Estado de S. Paulo e Folha de Niterói. Editou o semanário Lig, de Niterói, e fundou o jornal Setedias.

Foi para a Fluminense FM em 1981 e lá fez história (ver mais à frente). Depois de deixar a rádio pela primeira vez, participou da implantação da nova Globo FM e assumiu como subeditor do Caderno B do Jornal do Brasil. Foi ainda coordenador de promoções da Rádio Cidade FM, para a qual escreveu o programa 102 Decibéis. Em 1986, passou à Rede Manchete de Televisão, onde cuidou da parte musical internacional e foi redator-chefe do programa Shock.

Escreveu sete livros, entre eles Nichteroy, essa doida balzaca, Torpedos de Itaipu e Manual de sobrevivência na selva do jornalismo. Esteve no marketing do departamento internacional da gravadora PolyGram do Brasil e da área de mídia eletrônica da Company. Escreveu roteiros e dirigiu comerciais para televisão e atuou também como produtor musical de artistas. Em 1989, assumiu a presidência da Fundação Niteroiense de Arte (Funiarte). Era editor do jornal A Tribuna, de Niterói, desde 2021.

Prêmio Fiesc de Jornalismo tem inscrições abertas até 10/8

Prêmio Fiesc de Jornalismo tem inscrições abertas até 10/8

Estão abertas até 10 de agosto as inscrições para o Prêmio Fiesc de Jornalismo, organizado pela Federação das Indústrias de SC (FIESC), o mais antigo reconhecimento à imprensa em Santa Catarina. O prêmio incentiva e valoriza trabalhos jornalísticos com foco na economia industrial catarinense e em temas relacionados.

O prêmio tem três categorias: Áudio, Vídeo e Texto. O primeiro colocado em cada categoria receberá R$ 25 mil. Os segundos colocados, serão premiados em R$ 15 mil, e os terceiros, receberão R$ 10 mil. O valor total em premiações neste anos subiu de R$ 117 mil, em edições anteriores, para R$ 150 mil.

Podem ser inscritos trabalhos publicados em veículos impressos, rádios, televisão ou sites de qualquer lugar do Brasil. É preciso que as reportagens tenham sido veiculadas entre 1º de setembro de 2024 e 10 de agosto deste ano.

O edital do prêmio destaca que os trabalhos devem obrigatoriamente abordar economia industrial catarinense ou temas relacionados. A organização do prêmio recomenda temas como infraestrutura de transportes, inovação, inclusão, internacionalização, educação, saúde e segurança no trabalho, gestão, produtividade, competitividade e agenda ESG.

Confira mais informações e inscreva-se aqui.

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