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terça-feira, setembro 23, 2025

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IstoÉ está de volta em formato digital. Dinheiro será a próxima

A IstoÉ Publicações, empresa que em 2023 adquiriu os direitos do uso digital das marcas da extinta Editora Três (IstoÉ, Dinheiro, Gente, Motorshow, Planeta, Menu e Dinheiro Rural), e que desde então vinha editando os sites dessas publicações, está expandindo seus negócios e entrando de vez no segmento das revistas digitais. A primeira aposta veio no início do mês, com o relançamento da IstoÉ.

A publicação, que havia circulado pela última vez em 31 de janeiro deste ano, três dias antes de a Justiça de São Paulo decretar a falência da Editora Três, não terá, pelo menos por enquanto, uma versão impressa. Mas agora, acompanhada do subtítulo “A Semana”, promete aliar o conteúdo mais contextualizado e aprofundado das revistas tradicionais, que vão além do noticiário fragmentado e instantâneo consumido diariamente, com estratégias e técnicas de integração multiplataforma com os demais canais digitais do grupo.

Para comandar o novo projeto foi contratada a editora executiva Lena Castellón, que já havia atuado na própria IstoÉ entre 2000 e 2008, e que ao longo de sua carreira também passou por Meio&Mensagem, O Globo e Folha de S.Paulo. Ela responde a Daniel Hessel Teich, CEO e diretor editorial da IstoÉ Publicações e, além de contar com toda estrutura dos jornalistas que atuam nos sites das publicações do grupo, contará em sua equipe com o diretor de arte Alexandre Akermann e a designer Mayara Novais.

Em entrevista ao Portal dos Jornalistas, Teich falou sobre as estratégias para o relançamento deste e de outros títulos que fizeram história pela Editora Três, as questões legais que envolvem o projeto e a possibilidade de a publicação voltar às bancas no futuro. Confira:

Portal dos Jornalistas – O que o público pode esperar dessa “nova” IstoÉ?

Daniel Hessel Teich O retorno da IstoÉ partiu de um processo experimental, que tem uma lógica diferente de uma revista tradicional. É um modelo digital compartilhável pelas plataformas sociais, que tem como grande objetivo estar totalmente integrado com os nossos sites, permitindo criar uma capilaridade muito maior e atingir públicos que tradicionalmente não compram revistas em bancas.  Um público que cada vez mais se informa por WhatsApp e redes sociais.

PJ – Como funcionará o modelo de distribuição?

Daniel Hessel Teich, CEO e diretor editorial da IstoÉ Publicações

Daniel – Em princípio estamos trabalhando com bancas digitais parceiras e disponibilizando gratuitamente as edições dentro do nosso site, que não tem paywall e nem assinatura como fonte de receita. Estamos pensando no futuro em criar sistema de cadastro para acessar e receber as edições quando elas forem publicadas. Além disso, também estamos analisando a possibilidade de no futuro criar áreas pagas com conteúdos selecionados, mas isso ainda é uma ideia mais distante.

PJ – Qual será a estratégia para produção de conteúdo?

Daniel – A ideia inicial era fazer um apanhado do conteúdo que publicamos em nossos sites, mas já na segunda edição percebemos que podemos levar adiante e trazer conteúdos e formatos exclusiva para a revista, com imagens exclusivas e gráficos que muitas vezes não utilizamos nos sites. Mas a chave do nosso negócio estará na interconexão entre as duas plataformas. A revista conversará com o site o tempo todo e vice-versa. Ela será como um grande apanhado do que mais de relevante publicamos ao longo da semana nos nove sites que editamos.

PJ – Por que adotar o complemento “A Semana” no nome da revista?

Daniel – A marca IstoÉ é um patrimônio da história brasileira e faz parte da essência do jornalismo em revista. Algumas de suas reportagens mudaram a história do Brasil e muitos prêmios relevantes foram conquistados por ela no seu passado. É um legado muito forte que a gente tem como obrigação manter. Desde o início do projeto, o que a gente sentiu é que ela não seria exatamente a mesma IstoÉ que as pessoas compravam. A intenção é que ela fosse um produto mais rápido, simples e dinâmico. Nós não temos colunas, por exemplo. Por isso nós adotamos esse subtítulo como uma forma de diferenciar os produtos. Claro que não está descartado ampliarmos esse conteúdo no futuro e deixa-la mais parecida com seu projeto inicial, mas isso é algo que não cabe ali dentro nesse momento?

Edições 1 e 2 da nova IstoÉ

PJ – A IstoÉ Publicações também é dona dos títulos impressos que pertenciam à Editora Três ou apenas os digitais?

Daniel – A negociação com a Editora Três, concluída em 2023, transferiu todos os títulos, em todas as suas plataformas, para a IstoÉ Publicações. Pelo mesmo acordo, que foi intermediado pelo juiz que cuidava da recuperação judicial da empresa, nós repassaríamos o direito de uso das publicações em suas versões impressas para a Editora Três. Com a falência do grupo, porém, nós passamos a ter o controle integral das marcas.

PJ – Mas há o interesse em retomar as versões impressas da IstoÉ e dos demais títulos?

Daniel – No momento não descartamos nenhuma possibilidade, mas primeiro precisamos entender se haverá demanda pelo projeto, entender o seu potencial e ver se ele é economicamente viável. Não há prazo algum para isso, por isso nosso foco, no momento, está voltado exclusivamente para a expansão da IstoÉ e de outras marcas do nosso portfólio.

PJ – Há alguma previsão para lançar a revista digital de outra marca?

Daniel – Sim. Já estamos com o planejamento bastante avançado para relançar a Dinheiro nas próximas semanas, em um modelo bem parecido do que adotamos com a IstoÉ. Inclusive já contratamos a Erica Polo* como editora responsável do projeto. É claro que são marcas diferentes, cada uma com suas particularidades e público-alvo, mas estamos bastante confiantes. E até novembro devemos apresentar o terceiro título, mas este ainda não podemos divulgar.

[*N. da R.: Erica Polo estava há um ano na Capital Aberto e antes passou por Valor Econômico, Exame e pela comunicação da OAB-SP]

E mais…

No portal da IstoÉ Dinheiro, a novidade ficou por conta da contratação do editor Alexandre Inacio, que chega para coordenar a cobertura de economia e negócios. Ele estava há um ano no NP Agro, plataforma da qual foi um dos fundadores, e antes passou por InfoMoney, Brazil Journal, JBS, Valor Econômico, Agência Estado e Gazeta Mercantil

 

Renata Agostini é a nova diretora de Comunicação da Anfavea

Renata Agostini
Renata Agostini (Crédito: LinkedIn)

A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) anunciou na última semana a contratação de Renata Agostini, que há um ano e meio vinha atuando como repórter especial e colunista de O Globo em Brasília, para assumir o cargo de diretora de Comunicação da entidade.

“Assumir a Comunicação da Anfavea é um desafio que me enche de orgulho e me motiva muito”, comemorou Renata. “O setor automotivo é um dos motores da economia e tem papel estratégico para o Brasil. Minha missão será ampliar os canais de diálogo da entidade com a sociedade e seus diferentes públicos de interesse”.

A chegada da nova executiva, que ficará baseada em Brasília, também resultou na mudança do comando da área, que deixa a sede da entidade em São Paulo e passa a operar a partir do escritório do Distrito Federal, onde já atua o presidente recém-empossado Igor Calvet. Apesar da mudança, o time de atendimento à imprensa (imprensa@anfavea.com.br), sob o comando do gerente Glauco Lucena, seguirá na capital paulista.

Com quase 20 anos de experiência em redações, Renata teve passagens por CNN Brasil, Estadão, Folha de S.Paulo, Exame, GloboNews e Veja. Ela assume o cargo que nos últimos seis anos e meio vinha sendo ocupado por Andre Jalonetsky, e que deixou a entidade em abril.

+Admirados de Economia, Negócios e Finanças chega à 10ª edição em 2025

Primeiro turno dos +Admirados da Imprensa de Economia termina nesta quinta (26/9)

Começou nesta quarta-feira (17/9) a décima edição do prêmio +Admirados da Imprensa de Economia, Negócios e Finanças, promovido por Jornalistas&Cia. Em seus 30 anos de trajetória, o J&Cia consolidou-se como uma plataforma que busca valorizar o jornalismo brasileiro e, dentro dessa história, já são dez anos dedicados ao reconhecimento dos profissionais e veículos que se destacam na cobertura de economia, negócios e finanças.

No primeiro turno, os eleitores podem indicar até cinco profissionais e veículos em cada categoria. Os mais votados avançam para o segundo turno, em que disputarão um lugar entre os TOP 50 +Admirados do País. Já entre os veículos, estão em disputa as categorias Agência de Notícias; Áudio (Programa de Rádio/Podcast); Canal de Vídeo (YouTube/Instagram); Jornal (Impresso e/ou Digital); Programa de TV; Revista (Impresso e/ou Digital); e Site/Portal.

A participação é simples: basta acessar o link da votação, preencher um breve cadastro e registrar as indicações. O primeiro turno vai até 2 de outubro, os finalistas serão divulgados em 6 de outubro e a cerimônia de premiação está marcada para 24 de novembro, no espaço Bisuti Cardoso de Melo, em São Paulo.

Eduardo Ribeiro, diretor deste J&Cia, destaca que “chegar à décima edição dos +Admirados de Economia, Negócios e Finanças justamente no ano em que o Jornalistas&Cia celebra 30 anos é simbólico. Mostra que nossa missão de valorizar o jornalismo se renova e se fortalece a cada ciclo”.

Vinicius Ribeiro, diretor de projetos, enfatiza a relevância da iniciativa: “Ao longo desta década, vimos gerações de jornalistas e veículos se destacarem e inspirarem novos profissionais. É uma honra conduzir esse processo e, ao mesmo tempo, um estímulo para seguirmos ampliando o reconhecimento e o alcance dessa iniciativa”.

Neste ano comemorativo, o prêmio conta com patrocínio de APqC, BTG Pactual, CNseg, Deloitte, Febraban e Grupo Nexcom; apoio de Honda, Press Manager e Portal dos Jornalistas; além do apoio institucional do IBRI e apoio de divulgação da 2Live.

Definidos os finalistas do Prêmio +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira 2025

Foram definidos os profissionais e veículos finalistas do Prêmio +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira

Após um primeiro turno bastante movimentado, com indicações e indicados de todo o Brasil, a terceira edição do Prêmio +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira traz neste especial a relação de profissionais e publicações classificados para a sua fase final. A iniciativa é organizada por Jornalistas&Cia, em parceria com os sites Neo Mondo e 1 Papo Reto e com a Rede JP – Jornalistas Pretos. Seguem na disputa 142 jornalistas de redação, 14 profissionais de imagem, 16 veículos liderados por jornalistas negros e outros 14 que se destacaram por suas coberturas em temas relacionados à justiça racial no Brasil.

Entre os Jornalistas que seguirão na disputa por um lugar nos TOP 50 +Admirados do Ano, 99 atuam no Sudeste, 19 no Centro-Oeste, 15 na Região Norte, sete no Nordeste e apenas dois na Região Sul. As mulheres, que ocuparam o lugar mais alto do pódio nas duas primeiras edições, com Zileide Silva (2023) e Aline Midlej (2024), são novamente a maioria entre os finalistas, com 83 indicações.

Além de eleger os TOP 50 Jornalistas +Admirados do Brasil, o segundo turno, que começa nesta terça-feira (16/9) e segue até 30 de setembro, definirá também os TOP 5 nas categorias Profissionais de Imagem (foto e vídeo) e Veículos (Geral e Liderados por Jornalistas Negros ou Negras).

Para votar, basta acessar este link, preencher um rápido cadastro e escolher, do 1º ao 5º colocado, até cinco opções dentre os finalistas de cada uma das categorias. Cada posição renderá uma pontuação, seguindo a ordem de 100 pontos para o 1º colocado, 80 para o 2º, 65 para o 3º, 55 para o 4º e 50 para o 5º. O resultado final será obtido da soma dessas pontuações.

Na cerimônia de premiação, marcada para 10 de novembro, na Câmara dos Vereadores de São Paulo, além dos troféus aos TOP 10 +Admirados Jornalistas e aos primeiros colocados das demais categorias temáticas, serão entregues as homenagens especiais aos Decano e Decana (Troféu Luiz Gama), Revelação do Ano (Troféu Tim Lopes) e Personalidade do Ano (Troféu Glória Maria).

O Prêmio +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira conta com patrocínios de Unilever e Uber, apoio de GSS Carbono e Bioinovação e apoio de divulgação da 2Live. Empresas interessadas em apoiar o projeto podem obter mais informações com Vinicius Ribeiro (vinicius@jornalistasecia.com.br).

Confira os finalistas na edição especial de J&Cia!

ICL lança Revista Liberta, que traz diferentes abordagens sobre os acontecimentos da semana

ICL lança Revista Liberta, que traz diferentes abordagens sobre os principais acontecimentos da semana

O Instituto Conhecimento Liberta (ICL) lançou a Revista Liberta, publicação que será disponibilizada aos sábados com novas abordagens sobre os principais acontecimentos da semana, utilizando o slogan “Independência em cada palavra”. O valor da assinatura é de cerca de R$ 15 mensais.

A revista, 100% digital, trará para os assinantes reportagens exclusivas, análises aprofundadas e conteúdo editorial crítico e independente; curadoria de notícias feita por jornalistas, intelectuais e pesquisadores; e acesso a edições especiais e coberturas temáticas de temas relevantes.

São colunistas fixos da publicação Leandro Demori, Jamil ChadeJoão Cezar de Castro Rocha, Luís Costa Pinto, Andrea Dip, Márcia Tiburi e o grupo de humor Sensacionalista. Cada edição da revista terá ainda articulistas convidados. A edição de estreia, no último sábado (13/9), abordou caminhos do Brasil depois da condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe de estado.

Assine a Revista Liberta aqui.

MPF pede cassação das concessões públicas da Jovem Pan por desinformação nas eleições de 2022

Jovem Pan sofre ataque hacker e faz limpa de vídeos no YouTube

Em processo que move desde 2023, o Ministério Público Federal (MPF) pediu a cassação das concessões públicas da Jovem Pan por propagar informações falsas durante as eleições de 2022. O órgão pede também que a empresa pague uma multa de R$ 13,4 milhões por danos morais coletivos. A expectativa é que o caso seja julgado até novembro.

Segundo o MPF, a Jovem Pan foi responsável por veicular uma grande quantidade de fake news durante as eleições presidenciais de 2022 e apoiou teses que atentavam contra a democracia. Além da cassação das concessões públicas e da multa por danos morais coletivos, o órgão pediu que a Jovem Pan veicule, por quatro meses, conteúdo de direito de resposta em sua programação.

“A veiculação sistemática, pela emissora, de informações falsas, acompanhadas de incitações reiteradas à desordem e à intervenção das Forças Armadas sobre os Poderes constituídos, foi um dos componentes essenciais para o clima de insurreição que s golpistas pretendiam instaurar. Foram delitos graves”, declarou o MPF.

Caso a Justiça atenda o pedido do MPF, apenas as concessões públicas de rádio da Jovem Pan podem ser cassadas. O canal de notícias na TV paga e o canal do YouTube da empresa seguiriam operando normalmente.

Em Nota, a Jovem Pan contestou as acusações do MPF, destacando que a empresa “não é ré em nenhuma das ações penais recentemente julgadas pelo Supremo Tribunal Federal, tampouco figurou como investigada em quaisquer dos inquéritos que lhes deram origem” e que “não há, nesta ação, qualquer imputação de índole criminal”.

A Federação Nacional das Empresas de Rádio e Televisão (FENAERT) lamentou o processo da MPF contra a Jovem Pan: “A livre programação das emissoras, o direito à informação e a pluralidade de vozes são fundamentos indispensáveis de qualquer democracia sólida e não podem ser relativizados. A retirada de uma outorga de radiodifusão, além de representar medida extrema e desproporcional, compromete a segurança jurídica e abre perigoso precedente para todo o setor da comunicação social no país”.

Agência Carta Amazônia lança projeto de geojornalismo focado na COP30

(Crédito: Roni Moreira/Ag Pará)

A agência Carta Amazônia lançou em 11/9 o Carta Maps, projeto de geojornalismo pautado exclusivamente na COP30. A plataforma apresenta uma série de mapas interativos com múltiplos temas de interesse – com geolocalização, textos, fotos e vídeos – e atualizados periodicamente com informações sobre o encontro, que será realizado em novembro, em Belém.

Através do geojornalismo, a iniciativa visa investigar, dialogar e mostrar ao público diversos mapeamentos de dados sobre produtos, serviços e notícias da Conferência da ONU e da cidade-sede da COP30, coletadas de modo cruzado com base em dados e informações de cidadãos, universidades, governos e jornalistas.

“Compreendemos o geojornalismo como uma importante ferramenta de interpretação e comunicação baseada no espaço geográfico – seus lugares e territórios – e alinhada com os princípios do jornalismo”, destaca Adison Ferreira, cofundador e diretor de jornalismo da agência. “Essa iniciativa será mais um canal de informação e educação da agência Carta Amazônia, pautado na defesa da cidadania, do meio ambiente, justiça climática e no combate à desinformação sobre a região”.

Preciosidades do acervo Assis Ângelo: O cego na História (23)

Por Assis Ângelo

Mais uma vez o Brasil

Escapou de mergulhar

No terreno movediço

Da ditadura militar

Feia e sanguinária

Que não se cansa de matar…

 

O começo da tarde daquele 8 de janeiro de 2023 pegou de surpresa os brasilienses e brasileiros em geral.

Era um domingo ensolarado quando pelo menos 4 mil malucos e malucas quebraram tudo que encontravam na Praça dos Três Poderes. Muitos foram presos e pelo menos 1,6 mil tiveram de prestar contas à Justiça.

No começo da noite de 11 de setembro de 2025 os principais líderes golpistas pegaram penas pra eles inesperadas.

Ditadura, sabemos, é coisa que não presta.

Livro dos Cegos é obra do jornalista Marcio Salgado. Conta a história de uma mulher desaparecida durante os chamados anos de chumbo (1964-1974). Quem anda louco à procura da personagem é o filho, Antônio. O narrador, em determinado momento, depara-se com anotações em Braille feitas por alguém de nome Jeremias e com isso passa a juntar pedrinhas do jogo. Interessantíssimo.

Enquanto a ficção e a realidade se juntam no livro de Salgado, a realidade nua e crua ponteia a vida de uma mãe em busca do filho que fora sequestrado e levado à Base Aérea do Galeão, no Rio, onde teria sido assassinado. Corria o ano de 1971. A mãe chamava-se Zuzu e o filho Stuart. Ela morreu cinco anos depois do filho, vítima de um atentado provocado por trogloditas da ditadura militar.

Foi em 1976 que o baiano Milton Coelho de Carvalho foi preso e duramente castigado por ser militante do PCB. Perdeu a visão durante sessões de tortura. Morreu em abril de 2024, em Sergipe, aos 82 anos de idade.

Pululam nas crônicas, contos, poemas e romances a figura do cego, do míope…

No ótimo Fogo Morto (1943), do paraibano José Lins do Rego, acham-se o cego Torquato e o vagabundo José Passarinho. A este personagem é perguntado com quem aprendeu a cantar. Adorava beber e cantar. Era das proximidades do seleiro mestre Amaro. E ele responde mais ou menos assim: “Aprendi a cantar cantiga com um cego de Itambé”.

Em Fogo Morto aparecem soldados rasos, capitães, tenentes, coronéis, além de delegado, cangaceiro e juiz.

Tem até suicídio em Fogo Morto.

Num conto do autor paulistano Antônio de Alcântara Machado (1901-1935) intitulado Apólogo Brasileiro Sem Véu de Alegoria, o protagonista é um cego conhecido pela alcunha de Baiano. É rabequeiro. Ele está num trem lotado. De repente, o seu guia diz que o trem está completamente às escuras. E o cego na dele. O trem chega a seu destino aos trancos e barrancos, com seu interior todo depredado. A razão foi simples: o cego baiano improvisou um discurso dizendo que estava tudo errado, pois o preço das passagens cobria o que fosse preciso. Não cuidar do trem era algo impensável. Ao desembarcarem, pessoas eram abordadas pela polícia local. Um policial perguntou a um sujeitinho que carregava uma Bíblia nas mãos como tudo começou. E a resposta veio depressa: “Foi aquele cego”.

O policial, com cara amarrada, não pensou duas vezes e ao portador da Bíblia deu voz de prisão, dizendo: “Com autoridade não se brinca!”.

Contatos pelos assisangelo@uol.com.br, http://assisangelo.blogspot.com, 11-3661-4561 e 11-98549-0333

Conselho Nacional de Justiça e Jusbrasil lançam painel com dados de processos sobre liberdade de imprensa

Conselho Nacional de Justiça e Jusbrasil lançam painel com dados de processos sobre liberdade de imprensa
Crédito: Tingey Injury Law Firm/Unsplash

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Jusbrasil lançaram um painel com dados estatísticos sobre processos judiciais relacionados à liberdade de imprensa. O projeto, feito com o sistema de Inteligência Artificial do Jusbrasil, permite a consulta de processos por estado, tema, valor da causa, área do direito, tipo de decisão, tribunal, comarca, assunto, entre outros tópicos.

O painel foi lançado durante o Seminário Liberdade de Imprensa e Poder Judiciário, realizado pelo CNJ, em agosto. Segundo os dados coletados, desde 2015, foram identificados pouco mais de 24 mil processos considerados como de alta relevância, ou seja, que impactam significativamente a liberdade de imprensa no Brasil.

O tema central que mais aparece nos processos é de danos morais por reportagem, com cerca de 66% do total registrado, seguido por remoção de notícia (12,7%), propaganda eleitoral irregular (8,35%) e pedido de direito de resposta (6,4%). A maior parte dos processos detectados tramita na área cível (84%).

Entre os assuntos dos processos, a maioria aborda indenização por danos morais (cerca de 4.8 mil), e direito de imagem (quase 3 mil). Um dado positivo é que a maioria dos juízes/colegiado entendem a atividade jornalística julgada como exercício regular da profissão, com cerca de 60% do total registrado. E em cerca de 38% o entendimento foi de que o jornalismo aplicado extrapola o exercício regular da categoria.

Confira os dados do painel aqui.

Mapa de Regulamentação da ABCPública: O que é e como utilizar

O Mapa da Regulamentação é uma seção disponível no site da ABCPública que reúne normas aplicadas à comunicação dos mais diversos órgãos e instituições no Brasil. O objetivo é oferecer a profissionais, estudantes e pesquisadores uma plataforma de consulta a modelos e referências de regulamentação da área. O banco do mapa conta atualmente com mais de 200 normas e está em constante atualização.

Nele é possível encontrar normas publicadas pelos mais variados órgãos, a exemplo de Políticas de Comunicação, Manual de gerenciamento de Redes Sociais, de Relacionamento com a Mídia, de Governança de Portais, de Transmissão ao vivo de Eventos, de Cerimonial, de Identidade Visual, etc. Criada e mantida pelo Comitê de Regulamentação, o Mapa é uma das fontes de pesquisa promovida pela ABCPública. Além disso, um sistema de georreferenciamento possibilita a pesquisa por localização geográfica.

“É uma excelente fonte de consulta, mantida pelo Comitê de Regulamentação, e tem ajudado muitas pessoas da associação e fora da associação, já que é um serviço disponível ao público em geral. Eu mesma fiquei responsável por conduzir a construção da política de comunicação do meu antigo órgão, e utilizei muitos documentos disponíveis no Mapa da Regulamentação como benchmarking”, explica a coordenadora do comitê, Rachel Gonçalves.

A ideia do mapa surgiu em 2021, a partir da identificação de duas necessidades: compartilhar, entre os membros da ABCPública, as normas estruturantes dos setores de comunicação dos órgãos e incentivar a criação desses documentos como parte de um processo de transparência, um dos pilares da Comunicação Pública. Na época, Jéfferson Curtinovi, membro da associação, ficou à frente do grupo de trabalho criado para lançar a plataforma. Esse trabalho deu origem ao Comitê de Regulamentação da associação, sendo Jéfferson o primeiro coordenador.

Para acessar o Mapa de Regulamentação, clique aqui.

Também é possível para o público ajudar a completar o Mapa de Regulamentação. Caso o documento de algum órgão público ainda não esteja disponível, basta acionar a ABCPública por algum dos canais disponibilizados e enviar o arquivo para ser adicionado.

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