-2 C
Nova Iorque
segunda-feira, dezembro 8, 2025

Buy now

" "
Início Site Página 2

Confira os vencedores do 2º Prêmio Ibá de Jornalismo

A Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) anunciou os trabalhos vencedores da segunda edição do Prêmio Ibá de Jornalismo, que estimula e valoriza a cobertura jornalística do setor de árvores cultivadas para fins industriais e de restauração.

Na categoria Texto, o vencedor foi Leandro Fidelis, do Conexão Safra, com a reportagem Do pinus ao pixel, o futuro sustentável que brota no Sul do Brasil. O texto aborda a atuação de Paraná e Rio Grande do Sul no uso de tecnologia para preservação ambiental e transformação da silvicultura.

Em Vídeo, a vencedora foi a reportagem Pinus – O tesouro verde do Paraná, da Rede Massa, realizada por Adriana Justi, Angela Rosa, Rhuan Cachel, Valdir Bezerra, Bruno Romualdo, Paulo Sérgio, Giulia Lopes e Ana Paula Ribeiro, sobre a importância das florestas de pinus do Paraná como matéria-prima de casas e produtos do dia a dia.

E em Veículo Setorizado, o troféu foi para a reportagem Sustentabilidade na indústria de painéis de madeira, assinada por Thiago Rodrigo, da revista Móbile Fornecedores. O texto aborda a importância de práticas sustentáveis na produção de painéis de madeira, desde a extração, passando pela fabricação, até o produto acabado.

Último mês de inscrições para o 4º Prêmio MOL de Jornalismo para a Solidariedade

Estão abertas até 14 de janeiro de 2026 as inscrições para o 4º Prêmio MOL de Jornalismo para a Solidariedade, organizado pelo Instituto MOL, que reconhece e valoriza trabalhos
jornalísticos com propósito social, empatia e diversidade.

Podem participar comunicadores que tenham publicado trabalhos jornalísticos entre 1º de janeiro de 2025 e 14 de janeiro de 2026, data de encerramento das inscrições. Os trabalhos serão avaliados nas categorias Jornalismo Tradicional, Jornalismo Comunitário e Jornalista em Formação. Serão aceitos projetos nos formatos de texto, áudio, vídeo e fotojornalismo. Trabalhos multimídia só poderão ser inscritos na categoria de Jornalismo Comunitário.

Nesta edição, a grande novidade é o Troféu Helaine Martins, uma homenagem à jornalista carioca falecida em 2021, criadora do projeto Entreviste Um Negro e referência nacional na luta por um jornalismo antirracista.

Inscreva-se aqui.

Morreu Edgard Catoira, de grandes revistas

Edgard Catoira morreu em 28/11, aos 81 anos. O velório ocorreu no mesmo dia, no crematório e cemitério da Penitência, no Caju. Deixou viúva, dois filhos e quatro netos. Foi casado por mais de 50 anos com a também jornalista Lu Catoira, que fez carreira no jornalismo de moda. Era avô do jornalista Victor Irajá, ex-Veja e hoje na CNN Brasil.

Edgard Catoira

Paulistano, cursou o Instituto Mackenzie. Em 1968, a convite de Mino Carta, seu cunhado, participou da primeira equipe da Veja. Desta passagem, o obituário publicado na Veja recorda a noite da notícia da morte de Vladimir Herzog, em 1975, quando Carta e inúmeros outros amigos reuniram-se em torno de Catoira. “Eu não quero que minha casa vire um aparelho. Não sei o quanto aguento sob tortura”, disse para proteger os filhos, então crianças muito pequenas.

Anos depois, assumiu a sucursal da revista em Salvador, onde conheceu Lu, sua mulher. Chegou ao Rio para implantar a sucursal da Abril. Escreveu o livro Jardim Botânico do Rio de Janeiro, editado em 1992. Voltou a trabalhar com Mino na CartaCapital, fundada em 1994. Mais tarde, passou por secretarias Municipais do Rio. Foi diretor e conselheiro da ABI nas gestões de Maurício Azedo.

A Vida é Uma Maratona: Folha de S.Paulo promove debate sobre novo documentário de Drauzio Varella

A Vida é Uma Maratona: Folha de S.Paulo promove debate sobre novo documentário de Drauzio Varella
Claudia Colluci e Drauzio Varella

Por Gabriel Daniele, para o Portal dos Jornalistas

Foi realizada na noite de terça-feira (2/12) a exibição do documentário A Vida é Uma Maratona: Os novos limites da longevidade, que conta a história pessoal e profissional do dr. Drauzio Varella, utilizando como eixo central a relação do médico com a corrida, traçando paralelos entre a trajetória pessoal e as maratonas. Ao final da exibição, houve um debate entre o próprio Drauzio e Cláudia Collucci, repórter especial da Folha de S.Paulo. O  evento foi promovido pela própria Folha, nas dependências da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), em São Paulo.

Ao longo do filme, o médico relembra diferentes momentos de sua trajetória, como o falecimento precoce de sua mãe, quando tinha apenas oito anos de idade, a relação com os pais e irmãos, seu tempo como professor, as experiências como médico e comunicador, além de seu tempo prestando serviços médicos em presídios, como o Carandiru. Destaque para o envolvimento de Drauzio com as maratonas e as corridas. Ele começou a praticar atividades físicas com cerca de 50 anos, com o intuito de não se perceber em decadência com o passar dos anos. Graças a essa decisão, viu a prática de correr como sua principal aliada para um envelhecimento saudável e para o exercício da longevidade.

Já na comunicação, começou seu trabalho na Jovem Pan, quando gravou uma entrevista com o diretor da emissora na época, Fernando Vieira de Mello, sobre a AIDS, doença que estudava com afinco. A partir desse material, a emissora começou a soltar pequenas pílulas com mensagens de conscientização para a população sobre o vírus, transmissão e cuidados. Mais tarde, durante a pandemia do Covid-19, Drauzio fez diversos vídeos nas redes sociais informando as pessoas sobre as precauções, cuidados e avanços científicos. Desta vez, o foco foi o combate a desinformação, que agravou a confiança da população brasileira nas vacinas e na imunização.

Atualmente, elee segue participando de programas televisivos, como o Fantástico, da Rede Globo, além de manter a produção de vídeos informativos sobre saúde e medicina em suas redes sociais.

Debate 

Essa etapa foi dividida em dois momentos: uma bateria de perguntas com a repórter Claudia Collucci e dúvidas direcionadas pela plateia ao entrevistado. A jornalista focou suas perguntas nas histórias de maratonas de Drauzio. O médico contou que as maratonas mais bonitas são as corridas em que pôde apreciar as cidades. Ele declarou ainda que as corridas proporcionam movimento em sua vida, o que desperta calma e concentração, algo que ele “não troca por nada”. 

Na sequência, ao ser perguntado como engajar a população, contou que o exercício físico é contra a natureza humana e que a humanidade passou fome o tempo inteiro, disputando carne com animais ou com outros humanos. “O corpo é uma máquina que foi feita para o movimento e quando você encontra alimento o suficiente, você para”, concluiu o médico. 

Outro tema abordado por Drauzio foi a presença feminina e a compreensão da sexualidade, tópicos que estiveram presentes em sua vida. Ainda foi dito que a cadeia serviu de grande ensinamento para o entendimento de feminilidade e sexualidade como um todo. Como comunicador, valorizou a importância da comunicação ser objetiva e didática, pensando sempre na melhor compreensão das informações para seus ouvintes e telespectadores.

Por fim, respondendo à equipe deste Portal dos Jornalistas, Drauzio contou que há importância na convivência com diversas opiniões e pessoas: “A convivência com diferentes pessoas enriquece a vida. Se não fosse isso, a nossa existência seria muito pobre”.

Para conferir o documentário na íntegra, acesse o canal oficial de Drauzio Varella no YouTube.

BandNews estreia EmílIA, repórter criada com Inteligência Artificial

Crédito: Steve Johnson/Unsplash

A BandNews FM estreou na semana passada o projeto EmílIA, uma repórter criada com Inteligência Artificial que passa a fazer parte da programação esportiva da rádio. A estreia ocorreu durante a transmissão do jogo entre Flamengo e Palmeiras, pela final da Copa Libertadores da América, com a EmílIA trazendo, ao longo da cobertura, dados e curiosidades do confronto entre as duas equipes.

A inspiração para o nome EmílIA vem da personagem Emília da série Sítio do Picapau Amarelo, de Monteiro Lobato. Segundo a Bandeirantes, assim como a boneca de pano da história “a EmílIA também estará aprendendo no dia a dia e evoluindo conosco, a medida que essa tecnologia vai se transformando”.

A ideia, de acordo com a emissora, é utilizar, aos poucos, a repórter de IA em outras transmissões esportivas e programas, trazendo dados e detalhes obtidos com o uso de Inteligência Artificial, mas sempre com a checagem profissional dos jornalistas da Band.

Rita Lisauskas assume apresentação do Jornal da Cultura

Rita Lisauskas assume apresentação do Jornal da Cultura
Rita Lisauskas (Crédito: Instagram)

Rita Lisauskas é a nova apresentadora do Jornal da Cultura, da TV Cultura, principal telejornal da emissora, que vai ar às 21h. As informações são de Gabriel Vaquer, do F5 (Folha de S.Paulo). Rita substitui a Karyn Bravo, que comandava o Jornal da Cultura desde 2019 e deixou a emissora em novembro, após seis anos de casa.

Rita está na Cultura desde o ano passado. Ela comandava o programa semanal Opinião, que vai ao ar nas noites de quinta-feira. A apresentadora também comandava o Jornal da Cultura nas noites de sábado, e agora assume a apresentação do telejornal como titular. Desde a saída de Karyn Bravo, o programa vinha sendo comandado, de forma interina, por Rodrigo Piscitelli. Antes da Cultura, Rita passou por CNN Brasil, SBT, Record, Bandeirantes e RedeTV. Também trabalhou como repórter, colunista e editora do Estadão.

Segundo informações de Gabriel Vaquer, a TV Cultura fará um evento ainda nesta semana para anunciar novidades em sua grade de programação, com foco em novos projetos e programas e a cobertura das eleições de 2026.

Confira os vencedores do XIII Prêmio República

Confira os vencedores do XIII Prêmio República

Foram anunciados no final de novembro os vencedores do XIII Prêmio República, organizado pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), que reconhece trabalhos relacionados à atuação do Ministério Público Federal (MPF). Entre os vencedores estão trabalhos premiados nas categorias de Jornalismo Escrito e Jornalismo Audiovisual.

Em Jornalismo Escrito, o vencedor foi a reportagem 61 candidatos concorrem às eleições mesmo sendo procurados pela Justiça, de Judite Cypreste e Camila da Silva, do g1. No texto, as jornalistas mostram que a maioria dos casos (46) tratava-se de assuntos de pensão alimentícia, e 14 envolviam processos criminais como homicídio, roubo e estupro de vulnerável.

E na categoria Jornalismo Audiovisual, o prêmio foi para Melissa Maria de Oliveira Duarte, Tácio Lorran Soares Silva e Manuel Mateus Marçal, do Metrópoles, com a reportagem O assédio sexual nos câmpus em 128 atos. Fruto de nove meses de investigação, o trabalho mostra o perfil e o modus operandi de assediadores que, com elogios constrangedores, piadas de duplo sentido, mensagens indiscretas, comentários inadequados, toques no corpo, investidas físicas e até estupros foram denunciados por estudantes de universidades e institutos federais de todo o País.

Série de reportagens sobre influência das bets na economia vence Prêmio IREE de Jornalismo

Série de reportagens sobre influência das bets na economia vence Prêmio IREE de Jornalismo

Foram anunciados no começo da semana os vencedores da 6ª edição do Prêmio IREE de Jornalismo, que reconhece trabalhos sobre a importância e o fortalecimento da democracia. O grande vencedor da premiação foi Vinícius Valfré, do Estadão, com uma série de reportagens que mostra a influência das bets na economia, no Estado, no futebol e nos poderes públicos do País.

Ao longo de oito reportagens, Valfré mostra como funcionam as apostas no Brasil, cujo consumo vem crescendo exponencialmente, destacando inclusive temas como fraudes, golpes e a relação das bets com o jogo do bicho.

Na categoria de Política, o primeiro lugar ficou com Rafael Soares, de O Globo, com a série de reportagens Os tentáculos do Comando Vermelho. Nos textos, o repórter abordou grandes esquemas da organização criminosa, mostrando conversas nas quais chefes do Comando Vermelho dão ordens até a policiais do Rio de Janeiro no Complexo do Alemão.

E na categoria Economia e Negócios, o troféu foi para Idiana Tomazelli, da Folha de S. Paulo, com a série Desafio fiscal de estados e municípios, sobre a relação entre gastos com emendas parlamentares e o aumento da despesa dos municípios.

Além das categorias, o Prêmio IREE de Jornalismo concedeu dois prêmios Hours Concours pelo conjunto da obra e carreiras de dois nomes muito importantes para o jornalismo: Ricardo Kotscho e Fausto Macedo.

SBT News contrata Larissa Alves e Luara Castilho

SBT News contrata Larissa Alves e Luara Castilho

O SBT News, novo canal do Grupo Silvio Santos que estreia em 15/12, anunciou as contratações de Larissa Alves, ex-Bandeirantes, e Luara Castilho, que até então atuava na TV Vanguarda, afiliada da Globo no interior paulista.

Larissa chega para integrar a equipe de reportagem do SBT News. Ela estava no Grupo Bandeirantes há sete anos, trabalhando nos telejornais Jornal da Band e Bora Brasil, e também na rádio BandNews FM.

Já Luara estava no Grupo Globo desde 2022. Começou como repórter da EPTV Campinas e, no fim de 2023, mudou-se para São José dos Campos para assinar com a Rede Vanguarda, afiliada da Globo no interior de São Paulo. Participou de coberturas especiais e chegou a comandar a bancada do Link Vanguarda, ao lado de Rogério Correa e Talita França.

Larissa e Luara se junta ao time de jornalistas do SBT News, que conta com nomes como Celso Freitas, Leandro Magalhães, Raquel Landim, Amanda Klein, Basília Rodrigues, Sidney Rezende, Roberta Russo e Lucio Sturm. Camila Mattoso, ex-Folha de S.Paulo, será a diretora de redação do novo canal.

Preciosidades do acervo Assis Ângelo: O cego na História (33)

Por Assis Ângelo

Antes de os portugueses aportarem na nossa costa baiana, habitavam nossas matas, nossas terras, muito mais de cinco milhões de indígenas. A esse número também chegaram africanos e africanas trazidos à força para cuidar dos interesses dos ricos e poderosos aboletados na terra brasilis. Sim, essa mesma terra em que vivemos em nome de Deus e da paz.

O escriba Pero Vaz de Caminha, integrante da frota cabralina, enviou carta ao rei D. Manuel I dizendo das maravilhas que os seus olhos vislumbravam. Referindo-se ao Brasil, escreveu: “…querendo-a [a terra] aproveitar, dar-se-á nela tudo, por bem das águas que tem”.

Tivemos, entre tantos, um escritor cearense da mais alta inspiração: José Martiniano de Alencar (1829-1877).

Alencar é considerado o pai da literatura brasileira. É considerado também o principal expoente do indianismo.

Sobre a temática indianista, José de Alencar escreveu o clássico O Guarani (1857), seguido de Iracema (1865), “a virgem dos lábios de mel”, e Ubirajara (1874).

No romance Ubirajara, o mestre cearense mostra quão valente é o personagem que dá título ao livro. Em luta com uma centena de indígenas de uma tribo inimiga, o herói de Alencar acaba com todos e ganha como prêmio Araci, a filha do cacique. Antes, o imbatível guerreiro vencera e cegara Pojucã, numa briga à toa.

As histórias do Brasil não são poucas e não são poucas as histórias criadas em prosa e verso por nossos intelectuais.

As histórias verdadeiras e inventadas no nosso Patropi ocorreram e ocorrem todos os dias, independentemente do mês.

O bom e velho Machado de Assis falou nos seus textos de tudo ou quase tudo, incluindo temas políticos e religiosos.

Em 1893, Machado escreveu e publicou na coluna A Semana, do jornal Gazeta de Notícias, um dos seus contos mais famosos: Missa do Galo, cujo enredo conta com um jovem chamado Nogueira e o amigo Menezes, casado em segunda núpcias com Conceição.

Nogueira tinha 17 anos e Conceição, 30.

O mocetão Nogueira achava-se hospedado na casa de Menezes. Só que Menezes trabalhava a semana inteira e nos fins de semana ia encontrar-se com uma amante. Todos em casa sabiam disso: dona Inácia, mãe de Conceição, dois escravos e a própria Conceição, que achava natural o que o maridão fazia.

A história desenvolve-se numa noite de Natal e entre Nogueira e Conceição rola um clima…

Machado de Assis escreveu em gêneros diversos incluindo romances, contos e poemas, além de peças para teatro e crônicas para jornais e revistas do seu tempo. Aliás, seu primeiro texto publicado num jornal foi um poema. Tinha 14 anos. Com o passar dos anos, ele tornou público o Soneto de Natal. Este:

 

Um homem – era aquela noite amiga,

Noite cristã, berço do Nazareno –,

Ao relembrar os dias de pequeno,

E a viva dança, e a lépida cantiga,

 

Quis transportar ao verso doce e ameno

As sensações da sua idade antiga,

Naquela mesma velha noite amiga,

Noite cristã, berço do Nazareno.

 

Escolheu o soneto… A folha branca

Pede-lhe a inspiração; mas, frouxa e manca,

A pena não acode ao gesto seu.

 

E, em vão lutando contra o metro adverso,

Só lhe saiu este pequeno verso:

“Mudaria o Natal ou mudei eu?”

 

E por falar em soneto, é do Brasil o autor até agora com o maior número de sonetos escritos. São milhares. Seu nome? Glauco Mattoso, como todo mundo o conhece.

Glauco, de batismo Pedro José Ferreira da Silva, tem publicados em papel e no formato de PDF pelo menos 200 livros. É um tarado. Escreve todos os dias, incluindo feriados, sábados e domingos. É daqueles poetas que não vai dormir com a garganta apertada. Isto é: diz sempre o que quer, no papel e na fala ouvida.

Lá pelos anos de 1970, Glauco já era chamado de poeta maldito. Aliás, essa expressão foi cunhada por Alfred de Vigny (1797-1863), francês, de profissão dramaturgo e poeta. Depois, essa expressão foi popularizada por Paul Verlaine, ao publicar a seleta Les Poètes Maudits (1884).

O detalhe nessa história toda é que Glauco perdeu completamente a visão em 1995, vitimado que foi pelo glaucoma. E para não sofrer demais além da conta, o poeta reinventou-se de todas as maneiras. Trocou até de nome.

No Brasil, atualmente, há pelo menos 1,7 milhão de pessoas portadoras de glaucoma.

Bom, em vez da bandeira de Pedro I, Independência ou Morte, a bandeira de Glauco Mattoso sempre foi Independência e Arte!

Sobre tudo e também sobre o Natal, Glauco escreveu o soneto que aqui segue:

Glauco Mattoso, por Fausto Bergocce

SONETO 925 – NATAL

 

Nasci glaucomatoso, não poeta.

Poeta me tornei pela revolta

Que contra o mundo a língua suja solta

E a vida como báratro interpreta.

 

Bastardo como bardo, minha meta

Jamais foi ao guru servir de escolta

Nem crer que do Messias venha a volta,

Mas sim invectivar tudo o que veta.

 

Compenso o que no abuso se me impôs

(pedal humilhação) com meu fetiche

lambendo, por debaixo, os pés do algoz

 

Mas não compenso, nem que o gozo esguiche,

Masoca, esta cegueira, e meus pornôs

Poemas de Bocage são pastiche.

 

A partir da próxima semana publicaremos neste espaço, inspirado bate-papo que Glauco e eu tivemos. Aguarde, pois valerá a pena.

Ah! Sim: ia me esquecendo de dizer que Glauco é leitor contumaz de Sade, Masoch, Rimbaud e autodeclarado herdeiro intelectual do baiano Gregório de Matos e Guerra, o Boca do Inferno.

Últimas notícias

pt_BRPortuguese