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quinta-feira, julho 24, 2025

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100 anos de Rádio no Brasil: Os podcasts conectaram-se ao mundo

Por Álvaro Bufarah (*)

O podcast vai se firmando como a trilha sonora do cotidiano de milhões de pessoas em todo o planeta. Longe de ser moda passageira, o formato já se tornou parte vital da dieta midiática global – e o Brasil, com seu DNA radiofônico e oralidade vibrante, posiciona-se acima da média mundial no consumo semanal de podcasts, segundo os dados mais recentes da YouGov (2025).

De acordo com a pesquisa YouGov Global Profiles, que cobre 49 mercados em todos os continentes, 41% dos consumidores globais escutam pelo menos uma hora de podcast por semana. E o Brasil não apenas acompanha esse ritmo, como ultrapassa a média: por aqui, 44% dos brasileiros declaram consumir o formato com frequência semanal, o que coloca o País entre os líderes da América Latina – atrás apenas do México (50%) e à frente da Colômbia (41%).

Berço da oralidade rica do rádio popular, das novelas radiofônicas e das rodas de conversa, o Brasil adaptou-se como poucos à lógica do podcasting. O formato, ao permitir escuta sob demanda, portabilidade e diversidade de vozes, encontrou solo fértil na pluralidade cultural e nas desigualdades de acesso que o País enfrenta. Afinal, como mostram dados do IBGE e do CETIC.br, o smartphone é o principal meio de acesso à internet no Brasil, sendo também o principal dispositivo de escuta de podcasts.

A expansão do formato, no entanto, não é exclusividade das terras tropicais. A pesquisa mostra que os maiores índices de engajamento estão em regiões aparentemente menos óbvias: o Oriente Médio e o norte da África são líderes globais na escuta regular. África do Sul, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos despontam com taxas que superam os 50%. Na Ásia, Tailândia, Indonésia e Índia reforçam a força do podcasting como um fenômeno de massas, com destaque para conteúdos educativos e espiritualistas, que se popularizam em apps locais.

Na Europa, o panorama é multifacetado. Enquanto os países escandinavos e do Leste Europeu já incorporaram o podcast como meio cotidiano, outras nações tradicionalmente ligadas à mídia impressa, como França e Alemanha, ainda demonstram um crescimento mais tímido. O Japão, por sua vez, registra níveis moderados, apesar de ser um dos maiores mercados de tecnologia e entretenimento do mundo – reflexo de uma preferência cultural por mídias visuais e conteúdos estruturados de forma diferente do modelo ocidental de podcast.

Os Estados Unidos, como era de se esperar, mantêm uma posição sólida. São o berço do podcast moderno – com plataformas como Apple Podcasts, Spotify e Amazon liderando a distribuição. Porém, a surpresa vem do Canadá, cujo engajamento é bem mais comedido, revelando que nem sempre o idioma ou a proximidade geográfica garantem aderência midiática semelhante.

No Brasil, os dados do Spotify e da Globo mostram que o público ouvinte cresce de forma exponencial, impulsionado por formatos variados: de investigações jornalísticas, como o Projeto Humanos, a humorísticos, como Podpah e Flow, passando por podcasts religiosos, de true crime e de educação financeira. Segundo a Kantar IBOPE Media, em 2024, mais de 40 milhões de brasileiros consumiam podcasts com regularidade.

Essa diversidade de vozes e narrativas dialoga com um mundo cada vez mais fragmentado e veloz. A escuta sob demanda oferece refúgio, companhia e, por vezes, sentido. Como destacou a jornalista americana Sarah Larson em artigo para a New Yorker, “os podcasts nos fazem companhia como um velho amigo invisível”. Esse companheiro invisível, aliás, atravessa fronteiras, sotaques e fusos horários com uma facilidade rara.

E por trás da expansão global do podcast está a sofisticação tecnológica: algoritmos de recomendação, análises de comportamento e a inteligência artificial já ajudam a moldar playlists personalizadas, criar vozes sintéticas e gerar transcrições automáticas. Ferramentas como a Podscribe e a Descript vêm transformando a forma como podcasts são editados e distribuídos.

Voltando ao Brasil, a oralidade que nasce no rádio, espalha-se pelos aplicativos de mensagens e encontra eco nos podcasts é parte da nossa identidade cultural. Ouvir, por aqui, é ato de resistência, de lazer, de aprendizado e de presença. Somos falantes por natureza – e agora também somos ouvintes de nós mesmos, em múltiplas telas e dispositivos.

A pesquisa da YouGov apenas confirma o que o cotidiano nos mostra: o podcast deixou de ser nicho. Tornou-se mainstream. E mais do que um formato, é uma linguagem, uma prática cultural que conecta vozes e mundos. Em tempos de ruído e dispersão, ainda há quem escolha escutar.


Fontes complementares:

  • YOU GOV. Global Profiles: Podcast listeners worldwide. 2025. Disponível em: https://yougov.com
  • KANTAR IBOPE MEDIA. Inside Radio Podcast Brasil. 2024.
  • LARSON, Sarah. Why Podcasts Are the Perfect Medium for the Pandemic Era. The New Yorker, 2020.
  • CETIC.br. TIC Domicílios 2023 – Acesso a dispositivos e conteúdos digitais.
Álvaro Bufarah

Você pode ler e ouvir este e outros conteúdos na íntegra no RadioFrequencia, um blog que teve início como uma coluna semanal na newsletter Jornalistas&Cia para tratar sobre temas da rádio e mídia sonora. As entrevistas também podem ser ouvidas em formato de podcast neste link.

(*) Jornalista e professor da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e do Mackenzie, pesquisador do tema, integra um grupo criado pela Intercom com outros cem professores de várias universidades e regiões do País. Ao longo da carreira, dedicou quase duas décadas ao rádio, em emissoras como CBN, EBC e Globo.

Preciosidades do acervo Assis Ângelo: O cego na História (15)

Preciosidades do acervo Assis Ângelo: O cego na História (15)
Manuel Bandeira

Por Assis Ângelo

Neste mundo velho sem porteira todos influenciam todos. Quando todos têm o que dizer, pra lá ou pra cá.

Inteligência não é produto.

No campo da filosofia, Sócrates influenciou Platão, que influenciou Aristóteles, que influenciou…

O francês René Descartes (1596-1650) estudou filosofia e matemática. Como Newton, tinha também paixão pela Ciência.

Isaac Newton (1643-1727) foi aquele cara que tentou descobrir e provar que a luz saía dos olhos, da retina, ao contrário do que pensavam os gregos. Pra isso, chegou a furar seus olhos…

Em 1637, Descartes publicou Discurso do Método. Nesse livro, definiu com primor a razão do ser em movimento na vida. Está lá: “Penso, logo existo”.

A isso chamou-se racionalismo. Quer dizer: a razão antes de qualquer compreensão.

Claro que Descartes leu os gregos, pois não à toa cravou com simplicidade a frase que nos faz pensar até hoje: “Viver sem filosofar é o que se chama ter os olhos fechados sem nunca os haver tentado abrir”.

E nesse mundo velho sem porteira quem não filosofa, hein?

Muita gente deve saber, e se não sabe fica sabendo agora, que o mineiro João Guimarães Rosa falava bem e muito bem umas 20 línguas, incluindo inglês, francês, italiano, espanhol, russo, árabe, húngaro, chinês, japonês e alemão.

João Guimarães Rosa (Reprodução: Wikimedia Commons)

Entre os autores alemães, Rosa apreciava e muito Schopenhauer e Nietzsche. Além desses dois, que ele cita aqui e ali em livros, gostava também de Franz Kafka (1883-1924).

De Kafka, Rosa colheu como fruto o fantástico permeado de um humor irretocável. Só dele.

Como se seguisse a dica de viver filosofando, o mestre de Minas faz isso em todos os seus contos e romances. Quer ver?

“As pessoas não morrem, ficam encantadas”.

“Viver é muito perigoso”.

“Qualquer amor já é um pouquinho de saúde, um descanso na loucura”.

“Felicidade se acha é em horinha de descuido”.

“Metafísica: é um cego, com olhos vendados, num quarto escuro, à procura de um gato preto que não existe”.

O nosso Rosa tinha óculos com lentes dessa grossura. Ele e tantos outros escritores e poetas como Manuel Bandeira (1886-1968) e Carlos Drumond de Andrade (1902-1987).

Não são poucos os cegos que Rosa põe pra andar nas páginas dos seus livros.

No conto Um Moço Muito Branco, aparecem o cego Nicolau e um padre de nome Baião. Esses dois personagens, como o moço branco, dão vida ao povoado de Serro Frio.

Em Grande Sertão, o cego é Borromeu. A propósito, Bandeira enviou uma curiosa e engraçada carta a Guimarães Rosa, datada de 13 de março de 1957. Nessa carta, são elogiados o autor e personagens lá contidos, como o cego e o seu guia, Guirigó.

João Guimarães Rosa era uma pessoa muito antenada. Anotava tudo o que lhe interessava.

Os filósofos da predileção de Rosa eram ateus. Ele, não.

Manuel Bandeira também não era de frequentar igreja, mas era também um cara muito curioso. Lia muito. Entre as leituras de seu interesse, a história antiga.

Era menino ainda Bandeira quando a história de Pasárgada lhe chamou a atenção. Atenção essa que resultou, em 1930, no poema famoso Vou-me embora pra Pasárgada:

Manuel Bandeira

Vou-me embora pra Pasárgada

Lá sou amigo do rei

Lá tenho a mulher que quero

Na cama que escolherei

 

Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada

Aqui não sou feliz

Lá a existência é uma aventura

De tal modo inconsequente

Que Joana a Louca de Espanha

Rainha e falsa demente

Vem a ser contraparente

Da nora que nunca tive

 

E como farei ginástica

Andarei de bicicleta

Montarei em burro brabo

Subirei no pau-de-sebo

Tomarei banhos de mar!

E quando estiver cansado

Deito na beira do rio

Mando chamar a mãe-d’água

Pra me contar as histórias

Que no tempo de eu menino

Rosa vinha me contar

Vou-me embora pra Pasárgada

 

Em Pasárgada tem tudo

É outra civilização

Tem um processo seguro

De impedir a concepção

Tem telefone automático

Tem alcaloide à vontade

Tem prostitutas bonitas

Para a gente namorar

 

E quando eu estiver mais triste

Mas triste de não ter jeito

Quando de noite me der

Vontade de me matar

− Lá sou amigo do rei −

Terei a mulher que eu quero

Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada

 

Passárgada foi a primeira capital do Império Persa.


Contatos pelos assisangelo@uol.com.br, http://assisangelo.blogspot.com, 11-3661-4561 e 11-98549-0333

O adeus a Luiz Roberto de Souza Queiroz

Bebeto Queiroz em depoimento para o documentário Estranhos na Noite – Mordaça no Estadão em tempos de censura (Crédito: Estadão/YouTube)

Morreu em 17/7 Luiz Roberto de Souza Queiroz, mais conhecido como Bebeto Queiroz, aos 83 anos, vítima de um infarto fulminante. Com mais de 50 anos de jornalismo, o profissional fez carreira atuando no Grupo Estado. Foi também um dos principais colaboradores do espaço Memórias da Redação, do Jornalistas&Cia.

Bebeto formou-se em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero. Ainda na faculdade, chegou ao Grupo Estado, onde faria sua carreira como jornalista. No Grupo, atuou como repórter do Estadão, Jornal da Tarde e Rádio Eldorado (no programa Horizontes). Em 1966, publicou um de seus primeiros trabalhos no Estadão: uma série de reportagens, no Suplemento Turismo, sobre uma viagem que fez em um Jipe de São Paulo até Rondônia, com o título De São Paulo até onde deu, publicada em cinco semanas.

Fez parte da equipe vencedora do Esso de Melhor Contribuição à Imprensa em 1975 pelo Suplemento Especial publicado em comemoração aos 100 anos do Estadão. O suplemento foi fruto de três anos de trabalho em um levantamento histórico, que serviu como base para a produção dos cadernos do centenário. Bebeto esteve presente também em momentos importantes da trajetória do Estadão, como o caso de censura em 1973 durante a Ditadura Militar que proibiu a publicação da demissão do então ministro da Agricultura, Cirne Lima. Além disso, auxiliou Carlos Lacerda na pesquisa para um livro sobre Julio Mesquita, proprietário do Estadão, e acompanhou Claude Lévi-Strauss na visita do antropólogo francês à USP em 1985.

Além do trabalho no Estadão, Bebeto atuou em TV Globo e Bandeirantes e foi diretor do Departamento de Jornalismo da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP). Fundou, ao lado da esposa e também jornalista Táta Gago Coutinho, a agência de conteúdo LRSQ Comunicação Empresarial. É autor de livros como A imprensa brasileira e O Eucalipto – Cem anos de Brasil. Escreveu também diversas obras focadas em pesquisa histórica e fauna silvestre.

Planejar pensando nas pessoas: curso completo discute urgência do planejamento em comunicação pública

Webinário debate Inteligência Artificial e Comunicação Pública em lançamento de e-book

Crises inesperadas, excesso de demandas operacionais, urgências e interferências externas: todos esses fatores impactam diretamente o cotidiano dos comunicadores públicos. Ainda assim, planejar é preciso. Esse foi o eixo central do segundo módulo do Curso Completo em Comunicação Pública – parceria da ABCPública com a Aberje – realizado no mês de maio.

“Planejar a comunicação é justamente o que permite atravessar os momentos de maior instabilidade sem perder o rumo”, destacou Aline Castro, comunicadora e uma das docentes do curso. Segundo ela, é essencial que os profissionais desenvolvam planos consistentes e realistas, com metas mensuráveis, que levem em conta a realidade institucional (diagnóstico) e o que se pretende construir (objetivos), considerando os cenários existentes.

Planejamento para pessoas, não públicos

Uma provocação importante do módulo foi a necessidade de romper com a lógica abstrata do “público-alvo” e adotar uma visão mais empática e segmentada. A pergunta central proposta foi: “Para quem estamos planejando a comunicação?”.

“Temos que ver as pessoas menos como público e mais como indivíduos. Quanto mais fizermos isso, mais efetivos vamos ser”, afirmou Aline durante a aula. Ela lembrou que cidadãos são diversos, com interesses e necessidades distintas, e que pensar neles como massa homogênea compromete a eficácia da comunicação pública.

A lógica do planejamento deve ser, portanto, um mix entre as necessidades das pessoas e os objetivos da instituição pública. Uma comunicação sem planejamento, alertou Aline, “tem potencial de atrapalhar mais do que ajudar”.

Antes de planejar, é preciso construir uma Política de Comunicação

Convidado especial do módulo, o professor Wilson da Costa Bueno chamou a atenção para um ponto central quando o assunto é comunicação estratégica: a importância de se institucionalizar políticas de comunicação. “Muitas instituições ainda enxergam o planejamento de forma exclusivamente operacional, o que reduz sua potência estratégica”, observou o professor.

Segundo ele, uma política de comunicação sólida deve vir antes do plano de ações e envolver instâncias como a alta administração, a área de recursos humanos, a tecnologia da informação e outros setores-chave. Ele destacou que esse processo de construção da política exige tempo e comprometimento: “Qualquer coisa feita em menos de seis meses não discutiu todas as questões de forma abrangente.”

O professor Wilson ressaltou ainda que a política de comunicação é o que permite decisões mais integradas e sustentáveis ao longo do tempo, alinhando expectativas, prioridades e recursos disponíveis.

O Curso Completo em Comunicação Pública ainda está acontecendo e tem módulos agendados até outubro de 2025. Veja aqui a programação completa e participe!

Band FM estreará afiliada em Porto Alegre (RS)

Band FM estreará afiliada em Porto Alegre (RS)
Tadeu Correia, Pedro Luiz Ronco e Emerson França comandam A Hora do Ronco diretamente do estúdio da Band FM na capital paulista. Crédito: Divulgação/Band FM

A Band FM está expandindo sua rede e vai estrear na próxima terça-feira (22/7) uma afiliada em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. A frequência 93.3 MHz vai atender cidades como Alvorada, Cachoeirinha, Canoas, Novo Hamburgo, São Leopoldo, Sapucaia do Sul, Viamão, entre outras, totalizando uma cobertura de 60 municípios e mais de 4,2 milhões de pessoas.

“A chegada da Band FM a Porto Alegre marca um passo importante na consolidação da nossa presença nacional. Ficamos muito felizes em levar nossa programação para uma praça estratégica como a capital gaúcha. Esse crescimento reforça o compromisso da emissora em estar cada vez mais próxima do público e dos parceiros em todo o Brasil”, declarou Amanda Andrade, diretora nacional de Rede e Rádios do Grupo Bandeirantes.

A estreia será às 6h, com o programa A Hora do Ronco, apresentado por Pedro Luiz RoncoTadeu Correia e Emerson França. Com a nova frequência, a Band FM passa a contar com 69 afiliadas em 13 estados brasileiros.

Nasce o “Movimento bstory − A experiência que transforma”

O Grupo Empresarial de Comunicação – Gecom, integrado pelos dirigentes das empresas Boxnet, Business News, Jornalistas&Cia e Mega Brasil, uniu-se aos irmãos comunicadores Paulo José Marinho (ex-Itaú) e Daniel Marinho (ex-Grupo CCR) para lançarem um movimento integralmente focado na geração 50+, o Movimento bstory.

“O Movimento bstory nasce com a proposta de catalisar, repercutir e dar ampla visibilidade às múltiplas iniciativas em curso no País, cujas contribuições já são uma realidade social, e de também incentivar e fomentar novas ações que possam amplificar e disseminar de forma ainda mais intensa a luta antietarista na sociedade brasileira”, afirma Eduardo Ribeiro, sócio do Gecom e do bstory.

O envelhecimento da população é fato. Segundo o IBGE, as pessoas acima dos 50 anos representam, atualmente, mais de 25% da população e 22% da força de trabalho no Brasil. A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que 2 bilhões de pessoas no mundo terão 60 anos até 2050. E até 2030 o Brasil estará em quinto colocado no ranking da população mais idosa do mundo.

“Queremos unir todas e todos em prol do bom combate ao preconceito do etarismo. Essa rede será ancorada em premiações, produção e disseminação de conteúdos, ofertas de mentorias, além de eventos estratégicos, como congressos, seminários, fóruns, workshops etc. O nosso objetivo é também o de conectar o Brasil com outros mercados, fortalecendo internacionalmente a reputação do País nas discussões e trocas sobre o tema”, complementa Paulo José Marinho, jornalista e um dos sócios no bstory.

Um prêmio inédito como ponto de partida

O ponto de partida do Movimento bstory é a criação do Prêmio bstory − A experiência que transforma, que mobilizará os múltiplos segmentos profissionais do País na jornada antietarismo. A premiação irá valorizar, dar visibilidade e reconhecer trajetórias bem-sucedidas que homens e mulheres aportam à causa, nas múltiplas atividades a que se têm dedicado ao longo de suas carreiras. E, paralelamente, também o fará em relação às iniciativas corporativas e sociais que façam a diferença nesse campo. Contará com 15 categorias, 12 delas contemplando perto de 40 setores da atividade econômica e inteiramente focadas nos Profissionais; e três dedicadas às iniciativas organizacionais, abrangendo os macrossetores Indústria, Comércio e Serviço.

A premiação terá o Conselho Maestro, que ficará incumbido de “reger” o Prêmio bstory – A experiência que transforma. Esse Conselho, estratégico para a premiação e os propósitos do Movimento bstory, será integrado por executivos que lideram as áreas de reputação e comunicação corporativas de empresas e instituições dos mais diversos setores econômicos, por uma razão simples e pragmática: a transversalidade de atuação deles nas organizações a que estão vinculados.

O Conselho Maestro, que poderá ser integrado por até 150 executivos, terá uma segunda atribuição no Prêmio bstory – A experiência que transforma: seus membros também vão integrar, nas respetivas especialidades, os Conselhos Orquestrais, aos quais caberá julgar as 15 categoriais da premiação. Serão, portanto, 15 Conselhos Orquestrais, cada um com média de dez integrantes, que deverão escolher, após duas rodadas de votação, os premiados com as medalhas de ouro (1º colocado), prata (2º colocado) e bronze (3º colocado).

Todos os demais finalistas, que não ficarem nas três primeiras colocações, receberão certificados de participação e reconhecimento. A solenidade de premiação está marcada para 2 de fevereiro de 2026, no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo. Mais informações sobre o movimento e a premiação no www.bstory.com.br.

O simbolismo e a sonoridade da palavra bstory

Em um mundo onde palavras e imagens moldam destinos, a marca bstory surge com uma visão singular: dar vida aos legados de pessoas e mostrar o poder de transformação dessas experiências. A concepção da ideia e o desenvolvimento da marca couberam a Vitor Patoh, sócio executivo da Yemni – Branding, Design & Comm. A escolha da palavra “story” remete às histórias de vida, experiências, da própria existência. Enquanto o “b”, representação fonética do verbo inglês “to be”, dá movimento, ação e capacidade de realização às narrativas.

Contatos: Paulo José Marinho – paulo.marinho@bstory.com.br / Edu Ribeiro – eduardo.ribeiro@bstory.com.br

Um dia para a BBC esquecer: relatórios sobre cobertura de Gaza e conduta no MasterChef aprofundam crise da emissora

Por Luciana Gurgel

Na segunda-feira, 14 de julho, a BBC enfrentou um dos dias mais difíceis de seus mais de 100 anos de história, aprofundando uma crise que ameaça seu futuro − ou ao menos sua existência no formato atual.

Luciana Gurgel

Dois relatórios devastadores para a reputação da emissora vieram a público simultaneamente, escancarando fragilidades editoriais e institucionais da rede pública britânica.

Em um deles, a BBC admitiu ter cometido uma grave falha ao exibir um documentário sobre a guerra em Gaza narrado por um adolescente que é filho de um integrante do Hamas.

No outro, um relatório independente confirmou denúncias de comportamento abusivo do apresentador Gregg Wallace nos bastidores do MasterChef, levando a BBC a anunciar que não voltará a trabalhar com ele.

Como se não bastasse, no dia seguinte a emissora voltou às manchetes com outra polêmica envolvendo o programa: o também apresentador John Torode foi acusado de ter usado linguagem racista em circunstâncias não totalmente esclarecidas.

Um episódio que provavelmente passaria despercebido, não fosse a ligação com a BBC, ilustrando a extensão de sua crise de imagem. Ele acabou demitido. Os reflexos dessa crise aparecem no relatório anual publicado no mesmo dia.

Apesar de distintos, os casos de Gaza e do MasterChef expõem uma mesma fragilidade: a dificuldade da BBC em equilibrar seu papel como emissora pública financiada por contribuintes com a obrigação de manter credibilidade editorial e tolerância zero a abusos internos.

As pressões sobre sua imparcialidade, independência editorial e padrões de conduta se intensificaram nos últimos anos, alimentadas por críticas de diferentes setores políticos e da sociedade civil.

Desde o governo de Boris Johnson, o modelo de financiamento da BBC − baseado em uma taxa de licença obrigatória, inclusive para quem assiste pela internet − tem sido alvo de questionamentos, com ameaças de reformulação que poderiam comprometer sua sobrevivência.

A emissora tem buscado alternativas para se reposicionar, como cortes de pessoal, paywall nos EUA, adoção da IA, terceirização de produção e investimentos em streaming.

Mas casos como os mais recentes só agravam o desgaste da marca, em um cenário cada vez mais adverso.

O relatório de 2025 informa que 300 mil residências deixaram de pagar a taxa em um ano. O baque financeiro, de £50 milhões, parece grande. Mas é pequeno perto do baque institucional.

Leia o artigo completo em MediaTalks.


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Relatório do Instituto Reuters indica aumento do uso de IA nas redações brasileiras

O Instituto Reuters para o estudo do jornalismo, da Universidade de Oxford, divulgou no mês passado o seu Relatório de Notícias Digitais 2025, que traz análises, dados e as principais tendências do mercado do jornalismo e da comunicação ao redor do globo. No caso do Brasil, um dos destaques do relatório foi o aumento no uso de Inteligência Artificial (IA) nas redações.

O estudo explicou que a IA tem sido cada vez mais utilizada em diferentes frentes dentro das redações brasileiras, como na tradução de artigos; em converter conteúdo escrito em vídeos curtos; e na produção de insights a partir de grandes quantidades de dados não estruturados. Um exemplo citado pelo relatório é o do jornal O Globo, que publicou uma série de reportagens baseadas em 600 mil discursos proferidos na Câmara dos Deputados e no Senado entre 2001 e 2024. Durante quatro meses, os jornalistas de O Globo utilizaram Inteligência Artificial para avaliar e analisar mais de 255 milhões de palavras e expressões utilizadas nesses discursos.

O relatório destaca, porém, que o uso desta tecnologia por parte dos veículos jornalísticos é sempre feito de forma limitada, controlada e sob supervisão humana direta. Alguns dos principais grupos de mídia do País, como o Grupo Estado e o Grupo Globo, publicaram diretrizes sobre o uso da tecnologia.

Outro recorte destacado pelo Instituto Reuters é o aumento do uso de chatbots como fonte de informação no Brasil. Cerca de 9% dos brasileiros utilizam tecnologias do tipo para buscarem informações. Em 2025, o meio mais utilizado pelos brasileiros para buscar informação são veículos digitais, utilizados por 78% dos participantes da pesquisa. Na sequência, aparecem as redes sociais, que servem como fonte de informação para 54% dos brasileiros. E cerca de 45% dos participantes se informam via grandes emissoras de TV.

Destaque para a queda dos veículos impressos como fonte de informação no Brasil. Em 2025, apenas 10% dos brasileiros utilizam o impresso para se informarem. Um grande contraste em relação aos dados de dez anos atrás, em 2015, quando 45% dos brasileiros se informavam com jornais impressos.

O estudo identificou que o índice de confiança na imprensa entre os brasileiros é de 42%. Os números seguem uma tendência dos últimos três anos, nos quais foram registrados índices de confiança em 43% nas notícias publicadas pela imprensa brasileira. Além disso, 42% é um índice maior do que a média de confiança global na imprensa, que ficou em 40%.

Confira mais dados do relatório aqui.

E leia mais sobre o Relatório de Notícias Digitais 2025 em MediaTalks by J&Cia.

Primeiro turno dos 100 +Admirados Jornalistas Brasileiros termina em 24/7

Um dos mais relevantes e prestigiados projetos da história do Jornalistas&Cia, o prêmio Os 100 +Admirados Jornalistas Brasileiros, receberá indicações para sua primeira fase até 24 de julho. A iniciativa retorna em 2025 como parte das celebrações de 30 anos da newsletter.

Nesta etapa, jornalistas e profissionais de comunicação poderão indicar livremente até dez nomes de sua admiração, de qualquer veículo, plataforma e região do País. Os mais citados classificam-se para o segundo turno, em que os eleitores poderão escolher os cinco profissionais de sua preferência, do 1º ao 5 º colocado.

“Mais do que uma premiação, o 100 +Admirados é um gesto coletivo de reconhecimento a quem honra diariamente a missão de informar com ética, coragem e profundidade”, destaca Eduardo Ribeiro, diretor deste Jornalistas&Cia e idealizador do projeto. “Num momento em que o jornalismo enfrenta ataques, descrédito e transformações profundas, celebrar os profissionais mais admirados do País é também afirmar, com todas as letras, que sem imprensa livre não há democracia possível”.

Realizada nos anos de 2014 e 2015, a eleição consagrou em suas duas primeiras edições Ricardo Boechat como o +Admirado Jornalista do Ano. Apesar do hiato de dez anos, ela deu origem nessa última década a sete premiações segmentadas: +Admirados da Imprensa Automotiva; Imprensa de Economia, Negócios e Finanças; Imprensa de Tecnologia; Imprensa Esportiva; Imprensa do Agronegócio; Imprensa de Saúde, Ciência e Bem Estar (com patrocínio exclusivo do Hospital Israelita Albert Einstein); e Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira (em parceria com os sites 1 Papo Reto e Neomondo e a Rede de Jornalistas Pretos pela Diversidade na Comunicação).

Participe, dê seu voto e seu apoio ao Prêmio Os 100+ Admirados Jornalistas Brasileiros. Vote aqui!

Uber será a transportadora oficial dos homenageados

Em uma parceria inédita, a Uber será a transportadora oficial dos jornalistas homenageados na eleição, e que residem em São Paulo, para se locomoverem ao Clube Homs, local da festa de premiação. A empresa junta-se à Syngenta como patrocinadora do prêmio, que também conta com as colaborações da Cogna e JTI.

Empresas interessadas em apoiar a iniciativa podem entrar em contato com Vinicius Ribeiro (vinicius@jornalistasecia.com.br).

O adeus a Antônio Graça

O adeus a Antônio Graça

Por Alzira Rodrigues

Generoso, de humor irreverente, bom amigo, gente boníssima, excelente jornalista. Esses são alguns dos adjetivos atribuídos por amigos ao jornalista Antônio Graça, que nos deixou nesta terça-feira, 16 de julho, às 11h30.

Nascido em Belém do Pará em 14 de agosto de 1950, Graça – como era conhecido por todos – fez jornalismo na Cásper Líbero, em São Paulo, atuando nos principais jornais do Estado, em diferentes editorias, de Cidades à Economia. Também teve passagens importantes em assessorias de imprensa, dentre as quais as da IBM e da Telefônica.

Teve uma carreira brilhante ao longo de quase cinco décadas, ocupando o cargo de editor de Economia no Jornal da tarde nos anos 1990, onde também atuou como revisor e sub-editor. Nos anos 1980, trabalhou na Folha de São Paulo, em várias editorias, incluindo as de Educação e Cidades.

Como disse Ulisses Capozzoli ao saber de sua morte, o Graça justificou seu nome com a gentileza/delicadeza com a qual tratava a todos que estavam em seu redor. Com um humor refinado e uma inteligência que chamava a atenção de todos, discorria sobre os mais variados temas, de medicina à política ou literatura, sempre com competência.

Adorava cinema e, como recorda a jornalista Rosane Pavam, que trabalhou com ele na Folha de São Paulo entre 1985 e 1988, adorava a Shiley McLaine. Para falar sobre ele, não faltaram bons adjetivos por parte de todos que lamentaram sua morte.

O jornalista Fábio Steinberg, com quem trabalhou na IBM, resumiu  Graça em poucas mas expressivas palavras: um bom amigo, cara generoso, ótimo jornalista, íntegro e bom caráter.

Como diz a também jornalista Denise Lima, uma criatura culta, de humor irreverente, “que às vezes surpreendia ouvindo de Cole Porter a Ritchie, ou declamando Edgard Allan Poe”.

Deixa saudades em todos que com ele conviveram, seja profissionalmente ou pessoalmente. Vá em paz.

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