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terça-feira, dezembro 9, 2025

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DCI muda para o Centro de São Paulo

O Grupo DCI (composto por DCI, Shopping News e portal PanoramaBrasil) deixou o bairro do Brooklin, zona sul da capital paulista, onde permaneceu por nove anos, e começou nesta 2ª.feira (10/10) a funcionar em nova sede, no Centro da cidade, ocupando três andares na rua Major Quedinho, 90. No 6º andar ficam os departamentos de Marketing, Comercial e Telemarketing; no 7º, as redações de DCI, Shopping News e PanoramaBrasil; e no 8º, a diretoria do diário. Vale lembrar que tanto o jornal quanto o imóvel ? que já abrigou as redações de Estadão e Diário de S.Paulo e dos extintos Diário Popular e Gazeta Mercantil ? são de propriedade das Organizações Sol Panamby, controlada pela família do falecido governador e senador Orestes Quércia. O prédio estava desocupado desde abril passado, quando o Diário de S.Paulo se mudou para o complexo onde fica sua gráfica, na divisa com Osasco (ver J&Cia 791). O telefone continua sendo 11-5094-5200.

Fábio Santos deixa o comando do Destak no final do mês

Depois de cinco anos e meio na Direção Editorial do gratuito Destak, que ajudou a criar em 2006, Fábio Santos deixa o jornal no próximo dia 31/10, conforme negociação que fechou com a empresa já há algumas semanas. Ainda não há definição sobre sua substituição, mas a J&Cia ele afirmou que o desligamento se dá por acordo mútuo e que já havia sido considerado no início deste ano. Responsável pelo lançamento do diário também no Rio (2008), em Brasília (2010) e, agora, no início de outubro, em Campinas (ver J&Cia 814), ele diz considerar ter encerrado um ciclo e que parte em busca novos campos de atuação: ?Saio do Destak certo de que deixo uma equipe competente à frente do jornal. Também tenho certeza de que este novo segmento do meio jornal, que ajudei a implantar no País, veio para ficar e tem um futuro garantido se as empresas que nele atuam souberem, como têm sabido, conciliar a necessidade de fazer um produto low cost com o respeito pelo leitor, entregando-lhe um jornal que tenha qualidade e credibilidade. No momento, apesar de algumas possibilidades profissionais interessantes, não tenho nada fechado e vou aproveitar para curtir meus filhos gêmeos que nasceram prematuros em 31 de maio e que, depois de mais de 80 dias no Hospital Albert Einstein, estão em casa há pouco mais de um mês?. Antes do Destak, Fábio foi editor do Primeira Leitura e passou por República, Folha da Tarde e Agência Folha, entre outros veículos. Seu e-mail pessoal é [email protected].

Prêmio J&Cia/HSBC – Troféu reforça a versatilidade do vidro

O troféu que os vencedores do Prêmio Jornalistas&Cia/HSBC de Imprensa e Sustentabilidade receberão na festa do próximo dia 26/10, na EcoHouse, em São Paulo, feito com 60% de vidro reciclado e 40% de vidro novo, é uma obra de Elvira Schuartz, artista plástica que tem se destacado como um dos nomes mais reconhecidos na arte em vidro no Brasil e no exterior.Seus trabalhos ? tanto de escultura como de design ? são expostos em galerias de arte em vidro de Nova York, Paris, Londres, Frankfurt e Luxemburgo, onde foi premiada pela obra Amantes.Autora do livro Através do vidro, objetos e poemas e do Manual de vidraria artesanal, Elvira está à frente do Espaço Zero (www.espacozero.com.br), em São Paulo, centro de arte que reúne loja, galeria, escola e atelier de restauração. Ela já formou mais de três mil jovens artistas vidreiros na América do Sul. A lista completa dos finalistas ao Prêmio J&Cia/HSBC de Imprensa e Sustentabilidade você confere no endereço: https://www.portaldosjornalistas.com.br/noticias-conteudo.aspx?id=24.

Memórias da Redação – Como explicar o inexplicável?

Nora Gonzalez, gerente de Relações Públicas para a América Latina da Fico, volta a colaborar com este espaço trazendo os bastidores de um episódio que marcou para sempre a biografia do falecido presidente Itamar Franco.   Como explicar o inexplicável? Era o carnaval de 1994 e a redação do Estadão estava, como sempre nesse tipo de feriado, meio às moscas, com praticamente a metade da equipe ? a outra metade folgaria na Semana Santa, num dos dois grandes feriados que tínhamos (os outros eram Natal e Ano Novo). Em São Paulo, naquele 14 de fevereiro, estávamos quase todos em função do fechamento de Cidades. As matérias analíticas, os pingue-pongues, o caderno de Economia, tudo já estava adiantado, aguardando apenas as fotos e os textos que viriam da sucursal do Rio. Nem jogo de futebol tem nesses dias para não atrapalhar as ? vá lá o clichê ?, festas momescas. Em clima de morgação (afinal, se no Brasil tudo começa depois do carnaval, o que iria acontecer numa redação de jornal durante o próprio?), era hora de colocar o papo em dia, somente esperando as fotos que viriam da Marquês de Sapucaí, que não deveriam ser muito diferentes daquelas publicadas em anos anteriores. Os destaques eram mais ou menos os mesmos e, em tempos pré-BBB, as personalidades e pseudopersonalidades eram também as mesmas de anos anteriores. Tudo muito previsível. Ou assim pensávamos, até que toca o telefone do Mesão. Era o pessoal da sucursal do Rio. O então presidente Itamar Franco (para os que não se lembram dele, aquele do topete) resolveu mostrar sua até então reservada vida particular em pleno camarote da Liga das Escolas de Samba do Rio. Ele estava ao lado de Lilian Ramos, que ficou conhecida como ?primeira dama de ocasião? e havia desfilado pouco antes como destaque da Viradouro, de tanga e com os seios à mostra, o que já não era pouco para uma acompanhante de presidente. Entre a dispersão e a aparição no camarote, apenas duas coisas diferenciavam a Lilian Ramos que estava ao lado do presidente daquela que havia desfilado: uma camiseta e… nada de tanga! E aí veio o momento de glória da neocelebridade, que levanta os braços, se abraça a Itamar e mostra… bem, tudo. Os fotógrafos estava postados bem abaixo do camarote, no nível do chão, e ela ali, bem acima deles… Alguns fotógrafos clicaram o inigualável momento, entre eles o do Estadão, que, rapidamente enviou as fotos ao prédio do bairro do Limão. Aí o pessoal da primeira página foi acometido de uma terrível dúvida: publicar ou não publicar? A Folha, pelo que me lembro, não tinha a foto, mas provavelmente a compraria de O Globo, que era o outro jornal que a tinha. Nenhum de nós achava que a Folha deixaria de publicar a foto. Mas, e nós? Carlinhos Oliveira decidiu ligar para o dr. Júlio [Mesquita Neto, proprietário do jornal], pois ninguém queria arcar com o peso de uma decisão daquelas. Eu só ouvi um lado da conversa, mas foi o suficiente para entender o contexto. Depois dos cumprimentos de praxe, hesitante, Carlinhos explicou que nosso fotógrafo tinha clicado a acompanhante do presidente da República, em pleno camarote, abraçada ao mandatário, com apenas uma camiseta e sandálias.  Explicou que era apenas uma camiseta, mas diante da dúvida do outro lado, disse que não havia mais nada de roupa, mesmo e que, bem, dava para ver a …, a…, a …. Provavelmente tão surpreso como nós estava o dr. Júlio, conhecido pela sisudez. Carlinhos não teve opção exceto ser mais explícito e, baixando a voz, disse, finalmente: ?Bom, vamos dizer que dá para ver os grandes lábios?. Claro que o jornal não publicou a foto como fora tirada. Alguns veículos da imprensa a estamparam na primeira página, mas, seguindo as diretrizes do dr. Júlio, o Estadão não foi um deles. Impressionante, e divertida, foi a precisão do Carlinhos ao explicar o inexplicável ao dr. Júlio.

Marcelo Rech apresentará case de Zero Hora em congresso da WAN

Para demonstrar como os jornais podem ampliar a repercussão de seu conteúdo em um ambiente multimídia, Marcelo Rech, diretor-geral de Produto do Grupo RBS, apresenta na Semana Mundial de Jornais, em Viena, neste sábado (15/10), a série de reportagens Brasil de Bombachas, assinada pelo repórter Carlos Wagner e veiculada em Zero Hora. O case de ZH revela como uma reportagem, feita pelo mesmo repórter em duas edições de mesmo teor, com 16 anos de diferença entre a primeira e a segunda, teve sua repercussão ampliada graças às novas plataformas e à interatividade com o público. As duas séries retrataram, em 1995 e no início de 2011, como vivem agricultores gaúchos que deixaram o Estado nas décadas de 1970 e 1980 para estabelecer novas fronteiras econômicas e culturais no Brasil e em países vizinhos. O trabalho que Rech apresentará compara a tecnologia, a forma de apuração e a disseminação das informações e imagens nos dois momentos. ?A reportagem de Carlos Wagner já era excelente em 1995, quando ganhou um Prêmio Esso Regional. Agora, pela coincidência de tema e de repórter com tantos anos de diferença, as duas séries viraram um caso excepcional para evidenciar as vantagens da multimídia a serviço do bom jornalismo?, destaca Rech. A série de reportagens foi selecionada para integrar o painel Olhando além da notícia, durante o 18º Fórum Mundial de Editores, que ocorre simultaneamente ao 63º Congresso Mundial de Jornais da WAN (Associação Mundial de Jornais) e à IFRA Expo 2011, exposição mundial relacionada ao meio. A Semana Mundial de Jornais deverá reunir mais de 1,5 mil publishers, dirigentes e fornecedores de jornais em Viena, e o fórum de editores, mais de 500 chefes de redação de todo o mundo.

Entrevista: João Anacleto pilota a vida bem ao gosto brasileiro

Samba, futebol e carro formam uma trilogia perfeita na vida de João Anacleto, editor-executivo da revista Carro Hoje (Motorpress Brasil). Para ele, assim como para boa parte dos brasileiros, esse conjunto de coisas marca presença no cotidiano, seja nas horas vagas ou no expediente de trabalho. Portal dos Jornalistas – Um carro inesquecível? João Anacleto – Porsche GT3. Fiz um teste em 2009 nas cercanias da Floresta Negra alemã, com um trecho de 70 km em Autoban. Foi a primeira vez que andei acima dos 300 km/h. Não dá pra esquecer! PJ – Um momento automotivo que marcou sua vida? João – O lançamento do novo VW Gol, em 2008. Eu tinha uns seis meses na revista Carro e fui incumbido de fazer a cobertura. Matéria que todo mundo queria ler, afinal era a reformulação do carro mais vendido do País. Foi a primeira vez que tive um misto de medo e excitação, fundamental para o jornalista passar certa emoção ao leitor. PJ – Onde iniciou suas atividades nessa área? João – Em 2003, na revista Auto&Técnica. Fiquei na redação por oito meses e vim para a Motorpress Brasil, onde estou desde 2004. Comecei na revista Max Tuning, onde estive até 2007, até me transferir para o Carro Online. Depois, entre 2008 e 2010, fui editor da Carro e desde o início do ano estou dedicado ao projeto da Carro Hoje, publicação que chegou ao mercado em agosto. PJ – O que mais o impressiona na imprensa automotiva? João – A quantidade de profissionais que trabalha para ficar perto da sua paixão automotiva, deixando um pouco do jornalismo de lado. É mais conhecimento automotivo do que jornalístico. Nada contra, mas acho que a proporção neste setor é dispare com relação a outras editorias. PJ – Um profissional da imprensa automotiva para homenagear o segmento? João – Fernando Calmon. Eu o respeito demais. É o engenheiro que mais faz jornalismo neste setor, com notícias de bastidores e de interesse público, fato raro entre nós. E, desde que entrei neste segmento, sempre o vi tratando todos da mesma forma, sem nunca julgar cada qual pela posição no expediente da publicação. PJ – Livro de cabeceira? João – Guia Cult para a Copa do Mundo. Sou fanático por Geografia e Geopolítica e comprei este livro num sebo. Fala sobre os países que tiveram seleções na disputa da Copa do Mundo de 2006, mas aborda temas culturais, históricos e, claro, geográficos dos países. É coisa de quem é curioso mesmo e não precisa que você siga um roteiro para ler. Já li e reli umas oito vezes.   PJ – Time de coração? João – Time não. Corintianismo é religião… PJ – O que mais gosta de fazer nos momentos de descanso? João – Literalmente nada! No máximo uma corridinha na Sumaré. PJ – Algum hobby especial? João – Dizem que jogo futebol bem… Pelo menos duas vezes por semana. PJ – Tipo de música que mais aprecia? João – Gosto de samba. Samba mais antigo e samba-enredo. Sempre que posso estou na quadra da Rosas de Ouro, que frequento desde os 13 anos. PJ – Na televisão, qual programa predileto? João – Gosto de coisa de povão e adoro jornalismo de tevê. Curto demais os jornais da Globo News e coisas como A grande família, Pânico, Gol, o grande momento e A Liga. Também assisto o Provocações, dependendo do entrevistado. PJ – Quais os jornais e revistas de que mais gosta? E sites especializados? João – Leio o Estadão desde pequeno. Minha mãe sempre fez questão de ter jornal em casa e eu cresci lendo sobre tudo. Entre as revistas, a que eu compro com gosto é a piauí. Mas sou do tipo que lê qualquer revista que apareça na frente. De Ana Maria a Economist.  Entre os sites, gosto muito do autoblog.com, internacional, e do Carro Online. O Interpress Motor, o Blog Auto e o Auto Esporte também são referências de informação. PJ – Um sonho por realizar? João – Cobrir uma guerra por uma rede de televisão internacional.

Fernando de Barros e Silva deixa a Folha e assumirá piauí em janeiro

Após dois anos como titular da coluna São Paulo, da Folha de S.Paulo, Fernando Barros e Silva deixou o jornal no final de setembro e a partir de janeiro assumirá a Diretoria de Redação da piauí, revista que comemora este mês seu 5º ano de fundação.

Ele entra na vaga de Mario Sérgio Conti, indicado para substituir Marília Gabriela no Roda Viva. Com a saída de Barros, que antes foi editor de Política e crítico de tevê do jornal, Hélio Schwartsman passou a assinar a coluna desde o último dia 4/10.

Também filósofo, ele está na Folha desde 1998, em que foi, entre outros, editor de Mundo e de Opinião e ultimamente integrava o corpo de articulistas.  Hélio vai escrever a coluna todos os dias, exceto às 2ªs e 5ªs, quando o espaço fica a cargo de, respectivamente, Vinícius Mota, secretário de Redação (Produção), e Ricardo Melo, produtor-executivo da TV Folha. Roda VivaConti, salvo imprevistos, estreia no comando do Roda Viva em 17 de outubro.

O planejado era que ele entrasse no ar já nesta 2ª.feira (10/10), mas problemas técnicos com a montagem do novo cenário forçaram o adiamento. O ?novo? Roda Viva retoma a proposta original, com o convidado ficando no centro da roda e os entrevistadores e convidados, um nível acima.

De malas prontas

Três colegas, dois do Estadão e um do Valor Econômico, anunciaram na última semana seus novos rumos não apenas profissionais, mas também de praça de trabalho. Embarcam nos próximos dias para a Espanha Vitor Hugo Brandalise e Priscila Machado, para uma temporada de estudos naquele país. Brandalise deixou o Estadão no último dia 30/9 e segue para La Coruña, onde vai cursar o Master em Edição Jornalística da Universidade de La Coruña. Sai de licença e fica afastado da redação até novembro de 2012. Nesse período, porém, continuará colaborando para o próprio Estadão, com reportagens para diversas editorias e de diversos pontos da Europa. Ele é repórter do caderno Metrópole/Cidades há quase quatro anos. Começou por lá em janeiro de 2008, após ser aprovado em 1° lugar no programa de trainee do jornal. Seu e-mail de contato é o [email protected]. Já Priscila, que até então era repórter de empresas do Brasil Econômico, irá cursar o Master em Estudos Internacionais pela Universidade de Barcelona e estará disponível para frilas pelo [email protected]. Também do Estadão Flávia Tavares anunciou depois de cinco anos e meio de casa, sua mudança para Brasília. Nesse período passou pelos cadernos Aliás, Política e mais recentemente Metrópole, além de ter integrado o time de repórteres especiais do jornal. Antes foi também repórter de Negócios da IstoÉ Dinheiro e da equipe da Panorama (revista corporativa da GM), Flávia deve assumir novas responsabilidades profissionais na Capital Federal. Até lá estará disponível para frilas pelo [email protected], ou no 11-8269-3933, até sua mudança.

Desrespeito profissional

Coincidência ou não, três episódios recentes envolvendo jornalistas de Economia e órgãos governamentais no Rio, irritaram ? e muito ? os que foram convocados para os eventos. Governo do RJ ? Rio Capital da EnergiaNo primeiro caso, os veículos receberam um aviso de pauta sobre o encontro no Palácio Guanabara a respeito do tema Rio Capital da Energia. Vários jornalistas compareceram na hora marcada, 18h, pois além do governador Sérgio Cabral estariam o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, e Eike Batista, entre outros empresários. Lá chegando, foram proibidos de entrar no Anexo (o Palácio está fechado para obras) e ficaram na rua, na chuva. Depois, puderam entrar numa pequena sala, mas vigiados por seguranças para não verem a saída dos executivos. Ramona Ordoñez, do Globo, pergunta: ?Se era uma reunião fechada, por que o aviso de pauta? E por que esse tratamento com a imprensa??. Valéria Blanc, coordenadora de Imprensa do Governo do Rio admite o erro. Cobrou providências da equipe e disse que essa exceção à regra da conduta de atendimento e da boa relação com os colegas não se repetirá.   Prefeitura do RJ – Internacional World EnergyPoucos dias depois, no Palácio da Cidade, houve um seminário sobre Internacional World Energy. A organização exigiu credenciamento antecipado mas, ao querer assistir ao seminário, a imprensa foi proibida de entrar no salão. Do lado de fora havia mesas e cadeiras, e solicitaram gentilmente aos jornalistas que não ficassem lá. Esperaram, então, fora do Palácio, a saída do presidente da Petrobras e do ministro Lobão. Puderam entrar rapidamente para falar com eles, e depois tiveram que sair outra vez. Rafael Lisboa, que coordena o atendimento à imprensa na Prefeitura do Rio, informou que esta apenas cedeu o Palácio, e não teve participação no evento, organizado por Eletrobrás e World Energy.   Estaleiro MauáHouve ainda uma terceira situação de mal-estar, quando da palestra do ex-presidente Lula no Estaleiro Mauá, em Niterói. Toda imprensa estava lá, soube que não teria acesso à palestra, e esperou na rua. O evento fora organizado pela assessoria do ex-presidente e pelo Sinaval, instituição que representa os estaleitos brasileiros instalados em diversas regiões do País. Mas, para surpresa geral, não era uma palestra para um grupo de empresários e executivos do setor naval. Os jornalistas souberam depois que Lula falou para uma plateia de cerca de dois mil metalúrgicos, dentro do estaleiro. Mais uma vez, por que esse tratamento com a imprensa? Se era um evento fechado, por que avisaram a imprensa sobre sua realização? Os setoristas de Economia acreditam que uma coisa é ficar à porta de alguma grande empresa ou órgão público, sem serem convidados, por decisão do veículo. Outra bem diferente é receberem avisos de pauta e serem proibidos de entrar num local onde estão milhares de pessoas. Esses fatos não costumavam acontecer no Rio.

Brasil Econômico: dois anos de vida e a liderança como meta

Em outubro de 2009, após alguns meses de estudos, viagens, múltiplos contatos, o Grupo Ongoing desembarcava no Brasil, representado pela Ejesa e pela acionista Maria Alexandra Mascarenhas, para lançar um novo diário de economia, no vácuo deixado pela Gazeta Mercantil. Elegeu Ricardo Galuppo para implantar e comandar toda a operação editorial do jornal e emprestou ao País alguns de seus diretores portugueses, para ajudar no start-up da operação.

Tudo foi construído do zero e em poucos meses, com uma equipe de dezenas de profissionais, combinando experiência e juventude, o jornal chegou ao mercado em formato berliner, com muitas apostas. Algumas vingaram, como o próprio formato, os especiais aprofundando determinados temas; e outras não, como o suplemento cultural. No meio do caminho, surgiu a compra do Grupo O Dia, do Rio de Janeiro, e, com isso, a Ejesa ampliou tanto a sua atuação geográfica quanto o seu escopo editorial. Tentou emplacar uma versão paulista do carioca Meia Hora, mas desistiu em pouco tempo, desanimada com os resultados.

Galuppo, hoje transformado em publisher do Brasil Econômico, tem agora responsabilidades ainda maiores sobre os destinos do jornal. Mas, pela conversa que teve com este Jornalistas&Cia, não mostra nenhum temor em relação ao êxito do empreendimento. Ao contrário. Garante que o jornal chega até o final do ano à circulação de 50 mil exemplares e que a meta é em alguns anos alcançar a liderança do mercado, feito dos mais difíceis, face à consolidação, à retaguarda e ao prestígio alcançados pelo Valor Econômico em mais de uma década de vida.

Galuppo falou a J&Cia, em entrevista que você confere a seguir:

Jornalistas&Cia – Qual o balanço que pode ser feito do Brasil Econômico nesses dois anos de vida? Sua evolução comercial e de circulação atingiram, superaram ou ficaram aquém das expectativas?

Ricardo Galuppo – A avaliação é positiva e se tiver que resumi-la em uma palavra, seria sucesso. Nos orgulhamos da história do jornal. Os dois anos foram de muito trabalho, sobretudo porque ele não existia. Não era um produto que estava sendo reciclado. Construído a partir do zero, já está sólido o suficiente para partir para a segunda etapa, que é busca da liderança do mercado. Nossa evolução comercial e de circulação superou a expectativa inicial.

J&Cia – Qual o atual patamar de circulação (entre assinaturas, venda em bancas e distribuição dirigida)?

Galuppo – O Brasil Econômico trabalha com a meta firme de uma tiragem diária de 50 mil exemplares (chegaremos a esse patamar no final do ano), com forte concentração no Sudeste, no Sul e no Distrito Federal. Por se tratar de um jornal destinado a um nicho muito específico, a venda em bancas tem impacto marginal na circulação. Ela representa, com boa vontade, no máximo 5% de nossas vendas. A receita é composta por publicidade legal, assinaturas e publicidade, como é praxe nesse segmento. E, também, pelos projetos especiais. Por enquanto, ainda somos o 2º jornal de economia do País. O público do Brasil Econômico é formado por 95% de AB e apenas 5% de C. Não podemos nos esquecer que, em 2010, a atividade da Ejesa foi marcada pelo desafio de integrar o Brasil Econômico, fundado em 2009, com os jornais do grupo O Dia, do Rio de Janeiro. Isso, claro, gerou exigências específicas. A empresa fez investimentos vultosos, de mais de R$ 100 milhões no ano passado, e era nossa obrigação voltar nossas atenções para esse aspecto.

J&Cia – O relacionamento com as demais empresas jornalísticas voltou a um patamar de normalidade, ou a empresa continua desfiliada da ANJ, após a pressão feita pela instituição contra a Ejesa, questionando seu controle acionário?

Galuppo – Da nossa parte, nunca houve problema. As vemos como concorrentes, mas não temos nenhum problema com nenhuma delas. A Ejesa, não é segredo, posicionou-se contrária à postura adotada pela ANJ, que fez questionamentos indevidos a respeito de nossa legalidade. Por isso, optou por desfiliar-se de uma entidade que, na nossa opinião, faz distinções entre seus associados. Somos uma empresa brasileira e 100% dentro da lei. Ponto final. Ela tem entre os acionistas o grupo português Ongoing, nos limites estabelecidos pela Constituição. Pessoalmente, falando como cidadão brasileiro, eleitor, reservista, contribuinte, com carteira de vacinação em dia, sou contra o limite de investimentos estrangeiros nos meios de comunicação. É a minha posição pessoal. Mas como executivo da Ejesa e publisher do Brasil Econômico, tenho dito que a empresa cumpre a legislação nos mínimos detalhes. E, por essa razão, se considera sob a proteção da Constituição brasileira.

J&Cia – Essa, aliás, já é uma questão superada para a Ejesa?

Galuppo – Sim. Mas enquanto a ANJ continuar a nos atacar, não há possibilidade de voltarmos a nos filiar. A Ejesa foi criada para ser um novo player no mercado jornalístico brasileiro, que há tempos não recebia novos investimentos como os que estamos fazendo.

J&Cia – A criação do cargo de publisher, que você agora ocupa, tem quais objetivos institucionais e de mercado? Aliás, quais os planos da Ejesa para o Brasil Econômico em 2012?

Galuppo – A função de publisher é nova e mal compreendida na imprensa brasileira. A mudança se deu após uma série de conversas com os acionistas sobre a necessidade de expandir o alcance do Brasil Econômico. Na verdade, acrescentei algumas funções às que já desempenhava, como a representação do jornal e a validação de alguns projetos comerciais. Para 2012, a meta é a liderança.

J&Cia – Um dos objetivos da Ejesa para o jornal, revelado quando de sua implantação no Brasil, era a aposta na internet, de modo a transformar o título num jornal nacional de fato, sem as limitações do papel, Isso evoluiu? Os planos permanecem?

Galuppo – Os jornais e revistas estão se tornando cada vez mais multiplataforma e isso significa que, além da versão impressa, precisam ter um portal, versões para iPad, iPhone e mobile. O presente, não mais o futuro, é multiplataforma. O Brasil Econômico já nasceu multiplataforma. Precisamos avançar nesse aspecto e isso está em nossos planos.

J&Cia – O líder do mercado, Valor Econômico, a propósito, fez um importante investimento com o objetivo de consolidar sua presença na web. Foram várias contratações, inclusive fora de São Paulo, apenas para produzir conteúdos específicos para o site. O Brasil Econômico terá também equipes para as edições online?

Galuppo – Não temos informações específicas sobre os planos do concorrente e, por essa razão, prefiro esperar pelos resultados para comentar esses movimentos. Nossa ideia, no entanto, é um pouco diferente do que está descrito em sua pergunta. Mas ficando apenas na pergunta, posso dizer que sonho com o dia em que não existam mais barreiras entre plataformas. O jornalista produz o conteúdo de qualidade e a empresa o embala, no momento e na forma mais adequada a cada uma delas, naquela que for mais conveniente. Recentemente, os sites da Ejesa passaram a ser abrigados pelo portal iG. Isso tem ampliado nossa audiência. O objetivo agora é tornar o site ainda mais ágil, quente e dinâmico. Com a exploração adequada dos meios de comunicação.

J&Cia – E quanto aos investimentos em tecnologia mobile “tablets, celulares etc.”

Galuppo – Estamos investindo nos conteúdos para iPad e iPhone. O conteúdo para iPad do Brasil Econômico é composto pela edição impressa em e-paper, além de oferecer a possibilidade de acesso às últimas notícias, índices de bolsa e outros conteúdos. Estamos atentos a tudo isso.

J&Cia – Outra aposta do jornal era em priorizar algumas coberturas, para aprofundar a abordagem de temas em que a redação apostasse, sem a preocupação de levar para suas páginas um noticiário extensivo. Como isso evoluiu?

Galuppo – No ano passado publicamos 35 suplementos sobre temas relevantes, que demandaram uma análise mais aprofundada, como Fórum Econômico Mundial, Previdência Privada, Relações com Investidores, Especial Eleições e Sustentabilidade. Neste ano, o número será ainda maior.

J&Cia – O jornal trouxe profissionais experientes para suas hostes, mas ao longo do curso de dois anos também perdeu, outros. Como avalia o perfil do mercado, hoje, para profissionais especializados em Economia? Há forte demanda por eles? Os salários estão sendo puxados pra cima?

Galuppo – As redações são dinâmicas e, assim como a nossa, outras estão sendo obrigadas à reciclagem imposta pelo aquecimento do mercado. Isso é positivo, claro. Nossa ideia é, na medida do possível, trazer profissionais experientes e, ao mesmo tempo, profissionais jovens e sem vícios, que possam ser treinados por nós. Nossa principal contratação, este ano, foi a de Joaquim Castanheira [ver J&Cia 808]. Trabalhamos juntos cerca de 15 anos atrás, na revista Exame e eu sempre fui um admirador do trabalho do Joaquim. Outras virão antes de dezembro.

J&Cia – Qual é o tamanho da equipe editorial atual, incluindo sucursais?

Galuppo – Não quero falar em números pois o que vale hoje não serve para amanhã. Mas o ideal é uma equipe que tenha em torno de 70 jornalistas, sem contar os fotógrafos e o pessoal da arte. Tem que ser uma equipe nem tão grande que, em caso de solavancos, precise ser reduzida com um programa de demissões em massa, nem tão pequena que falte gás para fechar o jornal. Essa é a meta.

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