Luiz Roberto de Souza Queiroz, o Bebeto ([email protected]), volta a este espaço novamente com uma história sobre a época em que trabalhou no Estadão. Os bichos dos jornalistas           O maior mico que já passei foi na rua do Ouro, em Lisboa, quando descobri que cinco escargots subiam pelo meu paletó, carregando as conchas nas costas e deixando um rastro de gosma brilhante no tecido.           A história vem à mente por causa do Wanderley Midei, que contou na comunidade eXtadão do Facebook que quando foi a Itapecerica da Serra comprar um sítio para criar chinchilas acabou cobrindo a descoberta de uns garotos que pintavam um caminhão com as cores do Exército para o Lamarca [Carlos], que dias depois fugiu com vários fuzis do 4º RI de Quitaúna e se tornou guerrilheiro. A notícia valeu, mas a criação de chinchila não deu certo e nem daria, porque o bicho é complicado, toma banho de talco ou de pó de calcário, não lembro bem.           O relato me lembrou da criação de coelhos que Táta [Gago Coutinho] e eu mantivemos em Mairinque. Chegamos a oito mil coelhos, nos matávamos de trabalhar, era dureza vender os bichos para a Merenda Escolar, as professoras tinham que dizer que era frango ou os alunos não comiam de pena dos bichinhos, era preciso vender as patinhas em formol para o pessoal de Aparecida fazer chaveirinho e o mercado dos coelhos era praticamente um monopólio do Nagi Nahas, por meio da empresa Seleta, com as consequências esperadas.           A Adelia Lopes lembrou, também no eXtadão, que gastou um dinheirão em galinhas ?em sociedade com um sujeito que disse entender do assunto; na primeira semana, mil ovos apodreceram; na segunda, gastei uma grana com ventiladores para os poleiros, pois o calor estava matando as galinhas em penca e ia comprar uma revista especializada, mas não deu tempo, porque o sócio sumiu?.           O mico em Lisboa, porém, não teve maiores consequências. Um repórter da Sala de Imprensa da Prefeitura de São Paulo me convenceu a criar escargots, que não existiam no Brasil, e fomos incentivados pelo chefe de reportagem do Estadão José Natal Sartoreto. Indo a Vouzela, nas montanhas ao Leste do Porto, em Portugal, fiquei encantado com os caracóis nativos que se banqueteavam numa horta de alface e não hesitei: enfiei meia dúzia no bolso. Devia bastar, pensei, pois afinal o molusco é hermafrodita, se enraba a si mesmo, dizia o manual que comprei (não exatamente nesses termos). O problema é que, em Lisboa, eles migraram do bolso do paletó para a lapela. Passei por americano louco, circulando na área mais chique com aqueles adendos pendurados, mas não desisti. Os escargots chegaram a São Paulo, onde acabaram comidos por um bem-te-vi, dentro do cercadinho que bolei para eles e onde nunca se reproduziram. Acho que não tinham tesão por si próprios, certamente um problema de carência de autoestima, que Freud explica. 

O Grupo O Povo anunciou mudanças em seu Núcleo de Negócios a partir de fevereiro: Jocélio Leal assumirá como editor-executivo e manterá coluna semanal no segmento; Neila Fontenele passará a titular da coluna Vertical S/A no lugar dele e permanecerá como âncora do programa Mercado & Negócios da rádio O Povo-CBN. Leal continuará a dividir o comando do Anuário do Ceará com Fábio Campos e seguirá com o programa Vertical S/A na TV O Povo, flashes na Calypso FM e assumirá outros projetos do Grupo. Lisiane Mossmann, atual editora-adjunta do Núcleo, despede-se da empresa e vai tocar outros projetos em Teresina. Em breve, a também editora-adjunta Helaine Oliveira entrará em licença-maternidade. Ainda por lá, Ciro Câmara ([email protected]) assumiu em 19/1 o blog Gol em O Povo Online, em substituição a Fernando Graziane, que saiu após dez anos de casa. O espaço ganhou nova assinatura: Gol, por Ciro Câmara (blog.opovo.com.br/gol). Com a estreia, Câmara passa a atuar em todas as mídias do Grupo: na tevê, apresenta os programas É Gol e Studio News; na rádio, participa do Toque Esportivo e do Trem Bala, além de atuar como comentarista nas transmissões de jogos; e permanecerá como redator da coluna Bola Cultural, veiculada aos sábados no caderno Esportes do jornal. Câmara está em O Povo desde 2004, em que foi repórter e editor-adjunto do Núcleo Cotidiano, que inclui Esportes. No ano passado, escreveu e editou, junto com Cláudio Ribeiro, o livro PV ? Biografia de uma paixão: corpo, alma e coração do Estádio Presidente Vargas, produzido por Fundação Demócrito Rocha e Prefeitura de Fortaleza em homenagem aos 70 anos do estádio.

No R7, o editor de Tecnologia Felipe Maia deixou o portal e para a sua vaga foi promovido Rafael Calixto. Anteriormente, havia saído Rafael Sampaio, da editoria de Vestibular, e para a vaga dele subiu Luciana Sarmento. Também deixaram o portal Amanda Dias (da Home), João Varella (repórter de Tecnologia) e Marcos Rogério Lopes (sub de Esportes) e, no início do mês, Claudia Barcellos (de Economia), Letícia Casado e Vinícius Albuquerque (de Internacional) e Dayane Mikevis (que era sub de Internacional mas estava na Home). Com uma equipe hoje integrada por mais de 500 pessoas, 200 delas na redação, as demissões no R7 têm causado um certo desconforto e chegado ao mercado como ?uma estratégia da empresa de cortar custos e salários a conta-gotas para não chamar a atenção da opinião pública?. A empresa estaria ?congelando vagas, trocando profissionais experientes por recém-formados e estagiários e outras medidas dessa natureza?. Mesmo de férias, Douglas Tavolaro, diretor Geral de Jornalismo, disse a Jornalistas&Cia que se tratam de pequenos ajustes na equipe. Suas palavras: ?O canal continua firme e forte, é um sucesso comercial, de audiência como emissora segmentada e de projeto jornalístico ? abrilhantado recentemente por Heródoto Barbeiro, Ricardo Kotscho, Nirlando Beirão e demais colunistas?. O diretor Geral do R7, Antonio Guerreiro, desmentiu que esteja em curso um processo de corte dissimulado de pessoal na empresa e que exista por lá uma guerra de egos entre o estafe editorial, como se insinuou. ?Estamos em festa e uma redação com ?guerra de egos? não apresenta um crescimento como o nosso. O ano de 2011 fechou e o R7 foi o portal que mais cresceu, de acordo com dados do Ibope NetView ? o meio internet cresceu 8,73% (janeiro a dezembro/11), UOL 11,18%, Terra 3,85%, Globo 9,15%, iG 1,76% e R7 112,12%?. Além dele, integram o estafe do R7 Aline Sordili, na Direção de Conteúdo, Luiz Pimentel na Chefia de Redação, Lígia Braslauskas, na Gerência de Jornalismo ? atualmente implementando o R7 Cidades ?, Carol Juliano e Celso Fonseca, no comando de News, e Cláudio Melqui, na Gerência de Entretenimento.