O Prêmio Cristina Tavares, que reconhece os melhores trabalhos da imprensa pernambucana, divulgou na última semana as matérias vencedoras. Durante a cerimônia de entrega foram homenageados Evaldo Costa e Fernando Menezes e a família de José Hipólito de Araújo, que morreu há cinco anos e fazia parte da Comissão de Ética da Fenaj. Segue a lista de vencedores: Texto Reportagem e Reportagem com desdobramento: A Melhor Reportagem do Mundo, de André Duarte (Diário de Pernambuco)Séries, Coberturas Especiais, Reportagens Especiais, Reportagens Especiais e Cadernos Especiais: O Paraíso às Avessas, de Ciara Carvalho (Jornal do Commercio)Jornalismo Impresso Foto Isolada: Cara a Cara, de Alexandre Gondim (Jornal do Commercio)Foto Sequência e Ensaio Fotográfico: A Carne que Comemos, de Teresa Maia (Diário de Pernambuco)Criação Gráfica: O Paraíso às Avessas, de Andréa Aguiar (Jornal do Commercio)Desenho para Imprensa: Cartum Mr. Billy Paul, de Humberto de Araújo (Jornal do Commercio)Charge: Lixo Hospitalar, de Jarbas Domingos (Diário de Pernambuco) RadiojornalismoCartas à Tia Marisa, de Micheline Américo Silva (Rádio Folha/PE) Telejornalismo Documentário: Meu Time, Minha Torcida, Minha Paixão, de Adulccio Charles MeloReportagem, Série e Reportagem Especial: As Marias, de Fabiana Maranhão, Vanessa Cortez, Alissa Sobral, Sebastião Monteiro e Ulisses Brandão (TV Jornal)
O Globo anuncia mudanças em sua equipe de correspondentes
Mudança no aquário de O Globo: a editora-executiva Helena Celestino deve ser a nova correspondente do jornal em Londres. Fernando Duarte, que ocupava o posto, teve uma proposta do jornal para voltar ao Rio, mas não aceitou, fato que alguns na redação lamentaram por considerá-lo o único correspondente que entendia de esporte, num ano de Jogos Olímpicos em Londres. Sílvia Fonseca, atual editora de País, está cotada para substituir Helena no aquário. Ainda sobre os estrangeiros, Flávia Barbosa foi anunciada como correspondente em Washington em substituição a Fernando Eichenberg, transferido para Paris. Flávia vem da Economia, na sucursal em Brasília. No Rio, destaque para Marília Martins, que deixa o jornal. Correspondente em Nova York até o final de 2010, ela voltou para ser editora do suplemento Rio Show.
Repórter de IstoÉ resgata história de assassinato de Carlos Marighella
Assim como Lucas Ferraz, que recuperou a história sobre o autor da famosa foto montada de Herzog ?enforcado? numa cela do DOI-Codi , Alan Rodrigues também publicou na última edição de IstoÉ uma matéria com o fotógrafo da extinta revista Manchete responsável pela imagem do corpo de Carlos Marighella estirado no banco de trás de um fusca, estacionado no bairro dos Jardins, em São Paulo. Sérgio Vital Tafner Jorge, hoje com 75 anos, diz que o registro também foi montado por policiais, que o impediram e a outros colegas de tirarem fotos até que se terminasse de ?arrumar? a cena. O texto de Rodrigues afirma que o fotógrafo também está decidido a prestar seu apoio à Comissão e ?já foi pensando nisso que, no mês passado, com a ajuda de um amigo que serviu de modelo e um fusquinha emprestado, Jorge procurou reproduzir numa nova foto exatamente o que presenciou no dia 4 de novembro de 1969?. A reportagem de IstoÉ ainda não causou manifestações públicas de militares, mas a proximidade da instalação da Comissão deixa o clima na caserna cada vez mais tenso. Segundo nova reportagem de Lucas Ferraz, desta vez com João Carlos Magalhães, publicada na Folha desta 3ª.feira (6/3), a Polícia Federal foi designada para investigar ameaças de morte a testemunhas da Guerrilha do Araguaia. A ordem foi expedida pela juíza Solange Salgado, também responsável pela sentença que condenou a União a buscar os corpos de guerrilheiros na região amazônica. Há indícios fortes de intimidação a pelo menos quatro pessoas e suspeitas de que um dos responsáveis seria um major que liderou a repressão ao episódio. Outro depoimento que agitou o tema foi publicado pela agência Pública em 9 de fevereiro. No texto de Marina Amaral, José Paulo Bonchristiano, delegado aposentado do Dops paulista, relembra sem constrangimento das torturas, humilhações e assassinatos de presos políticos, embora sem se colocar como liderança ou agente direto daqueles atos. Em determinado trecho, questionado sobre a Comissão, o ex-policial afirma: ?Não vou depor. Acho bobagem. Nunca pratiquei irregularidades, mas não sou dedo duro e não vejo utilidade nessa comissão?. A agência, que tem apoio da Fundação Ford e da Open Society Foundation, trabalha atualmente com três linhas de apuração ? Direitos Humanos, Copa do Mundo e Amazônia ? e acabou de lançar um concurso de bolsas de R$ 4 mil a interessados em colaborar com a equipe. Na mesma linha de atuação, o ministro da Defesa Celso Amorim determinou a criação do Serviço de Informação ao Cidadão (SIC), que deve prover a população com informações mantidas em arquivos oficiais sobre as instituições militares. Mesmo documentos sigilosos podem ser pesquisados. Uma portaria publicada nesta 2ª.feira (5/3) instruiu a criação de SICs na sede do Ministério da Defesa e nos comandos de Marinha, Exército e Aeronáutica, na Escola Superior de Guerra e no Hospital das Forças Armadas. O prazo máximo para a inauguração do serviço é 6 de abril.
Feridas não cicatrizadas
Militares das mais diversas patentes, integrantes de clubes das Forças Armadas e oficiais da reserva andam em polvorosa com a formação iminente da Comissão da Verdade, que iniciará as apurações sobre crimes cometidos por agentes do Estado durante o período de 1946 a 1988.
Desde a sanção, pela presidente Dilma Rousseff, do texto que cria o órgão e da Lei de Acesso à Informação, em 18/11, diversas manifestações em blogs e sites ligados aos militares ou em depoimentos à imprensa questionam a validade da decisão. A mais recente foi a do general-de-brigada Luiz Eduardo Rocha Paiva em entrevista a Miriam Leitão, publicada no jornal O Globo e veiculada no especial “Uma história inacabada, da GloboNews”.
Em suas declarações, Rocha Paiva duvida reiteradamente da responsabilidade do Estado pelo assassinato de personalidades como o deputado federal Rubens Beirodt Paiva e o jornalista Vladimir Herzog. “Há controvérsias. Quem disse que ele foi morto pelos agentes do Estado? Ninguém pode afirmar”, questiona o militar sobre Vlado.
A reportagem gerou uma nota de repúdio do Instituto Vladimir Herzog, “Como se a Justiça do Brasil já não houvesse reconhecido oficialmente, há 33 anos, em decorrência de processo movido pela viúva Clarice Herzog e seus filhos, que Vladimir Herzog foi preso, torturado e assassinado nos porões da ditadura, por agentes do Estado”, diz o texto da entidade, postado no blog da entidade em 4/3.
O caso Vlado sofreu reviravolta recente devido a reportagem de Lucas Ferraz publicada na Folha de S.Paulo de 5/2, na qual o episódio é relembrado pelo autor da famosa foto montada de Herzog “enforcado” numa cela do DOI-Codi de São Paulo.
O autor, Silvaldo Leung Vieira, tinha 22 anos à época e era estudante de fotografia. Localizado nos EUA, ele confirmou os indícios de armação da cena e disse que viveu sob pressão do episódio e dos militares enquanto morou no Brasil.
Em depoimento a este Portal dos Jornalistas, Vieira colocou-se à disposição da Comissão da Verdade para vir ao Brasil e ajudar nas investigações: “Vou colaborar com o que eu puder, estou disponível. Tenho fé em que tudo vai se esclarecer para que esse tipo de coisa não mais aconteça”.
Vinícius Dônola completa 25 anos de carreira e lança site
Prestes a completar 25 anos de carreira, em 4/4, o correspondente da TV Record nos Estados Unidos Vinícius Dônola acaba de reunir em um novo site parte do material que gravou e levou ao ar nesse período. Nele, o internauta terá acesso a cerca de 1,5 mil reportagens produzidas em 15 diferentes países.
Para Dônola, o site estabelece uma ponte com o telespectador, bem como facilita meu trabalho como correspondente, já que nos Estados Unidos o acesso a entrevistados e determinadas instituições depende, e muito, da apresentação do currículo do jornalista estrangeiro. Natural de Rio Claro, no interior de São Paulo, Dônola começou a carreira aos 17 anos na TV Metrópole (hoje TVB Campinas), na época afiliada da Rede Manchete. Em 1994 foi contratado como repórter especial da TV Globo, tendo trabalhado para os programas Globo Repórter, Jornal Nacional e Fantástico.
Com atuação marcante no jornalismo investigativo, fez reportagens sobre tráfico de drogas, problemas de infraestrutura no País e violência, tendo ganhado diversos prêmios, como Tim Lopes e Vladimir Herzog. Em uma de suas reportagens mais perigosas, Um batalhão contra o crime, no Rio, ele e sua equipe chegaram a ser alvo de tiros. No começo de 2009 foi contratado pela TV Record, onde é repórter especial e correspondente em Nova York.
Canal Rural estreia nova grade de programação
Desde 2ª.feira (5/3), os programas jornalísticos do Canal Rural estão com novos cenários, sendo ancorados da redação cenográfica de São Paulo. Um dos destaques é o Painel Rio+20, novo programa sobre sustentabilidade apresentado pelo ex-ministro da agricultura Roberto Rodrigues. Sempre às 2as.feiras, às 20h30, ele receberá convidados nos estúdios do canal para discutir a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que será realizada em junho no Rio de Janeiro. O Bom Dia Campo, que ganhou novos espaços e quadros, continua a ser transmitido de 2ª a 6ª, mas muda para a faixa das 7h da manhã. Outra atração que muda de horário é o diário Técnica Rural, que passa a abrir a programação do canal às 6h, levando aos produtores rurais informações sobre agricultura, pecuária, gestão e inovação, sempre de forma didática e explicativa. Já Grandes Fazendas, exibido às 12h de sábado, passa a ser apresentado por Ricardo Cunha. A segunda edição diária do Mercado & Cia agora tem maior duração ? das 12h20 às 14h ?, sob o comando de João Batista Olivi. O principal telejornal da emissora, Rural Notícias, também passa a ser ancorado a partir de São Paulo, com Marcio Fernandes se unindo a Alessandra Mello e aos comentaristas Miguel Daoud, Irineu Guarnier Filho e Ricardo Alfonsin. O Canal Rural oferece 18 horas diárias de jornalismo, entretenimento e shopping rural, e pode ser assistido pelos canais 135 da NET, 105 da SKY, 112 da Claro TV (antiga Via Embratel), pelas operadoras NEO TV, pela parabólica (banda C) ou em tempo real na internet, no www.ruralbr.com.br/canalrural.
Raul Juste Lores será correspondente da Folha em NY
Raul Juste Lores despede-se nas próximas semanas do comando do Caderno Mercado da Folha de S.Paulo, a caminho de Nova York, onde, em junho, assumirá o posto de correspondente do jornal. Até lá, fará um curso de especialização com bolsa de estudos que ganhou. Com a indicação de Raul, a Folha volta a ter em NY um correspondente sênior, abrindo mão da vaga de correspondente bolsista, atualmente ocupada por Verena Fornetti. A nova editora de Mercado será a editora de Treinamento Ana Estela de Sousa Pinto, que fica no cargo atual até 2/4 e assume a nova função em 30 de abril. Nessa fase, Gitanio Fortes, editor-adjunto de Mercado, ficará como interino. Editora de Treinamento desde 1997, período em que formou quase 400 profissionais, Ana será sucedida interinamente por Izabela Moi, que é sua assistente. Vale registrar que a própria Ana entrou no jornal na primeira turma de treinamento. Sua prática inicial foi no caderno Negócios, que naquela época era diário, editado por Nélson Blecher, com apoio de Sandra Muraki. Depois disso, Ana passou por várias editorias e funções do jornal.
Juiz ofende Lúcio Flávio Pinto pelo Facebook
Após inúmeros recursos, contando um agravo que bateu (e voltou) no STJ em Brasília, Lúcio Flávio Pinto vive novo capítulo em sua batalha cotidiana contra um processo de ofensa moral cujo autor está morto desde 2008 ? e que, segundo apuração da Polícia Federal, era realmente culpado pelo que o acusava o jornalista. O juiz Amilcar Guimarães, titular da 1ª Vara Cível de Belém (PA), que proferiu a sentença original contra Lúcio, escreveu no Facebook que pensou em bater no jornalista: ?Pensei em dar-lhe uns sopapos, mas não sei brigar fisicamente; pensei em processá-lo judicialmente, mas não confio na Justiça (algo que tenho em comum com o pateta do LFP)?. Adiante, desafia o jornalista a enfrentá-lo desportivamente: ?Mas se o Lúcio for realmente MACHO [destaque do autor] e honrar as calças que veste, está desafiado para resolver nossas pendências em uma partida de tênis?. E ainda acrescentou: ?Eu quero me aposentar. Bem que esse otário do LFP poderia fazer uma reclamação no CNJ. Juro que não me defendo e aceito a aposentadoria agora. Me ajuda, babaca!!!!!!?. À Folha, que destacou o caso na edição desta 3ª.feira (6/3), o TJ-PA comentou que considera as declarações pessoais e, por isso, não se pronunciaria a respeito.
Públicos é o novo blog do Portal Estadão
Portal Estadão lançou no último dia 27/2 o blog Públicos, com o objetivo ser um espaço sobre política e transparência baseado na Lei de Acesso à Informação, que entrará em vigor em maio. A nova lei obriga todas as esferas de Governo a prestar informações aos cidadãos que as solicitarem sem que haja uma justificativa prévia.
O espaço será atualizado por Fernando Gallo e Daniel Bramatti, repórteres de Nacional do Estadão, que sugerem em seu primeiro post: “Faça um teste. Vá à Assembleia Legislativa de seu Estado pedir acesso às notas fiscais apresentadas pelos senhores deputados para ressarcimento pela verba indenizatória de gabinete. Vá à Prefeitura de sua cidade pedir informações detalhadas sobre as reclamações feitas pelos moradores sobre a coleta de lixo, problemas com iluminação ou poda de árvores. Vá até a delegacia mais próxima e peça para ver um boletim de ocorrência qualquer”.
Site Jezebel estreia versão brasileira
Chega ao Brasil nesta 5ª.feira (8/3), Dia Internacional da Mulher, o site feminino Jezebel, um dos principais do segmento nos EUA. A escolha da data funciona como um manifesto e propõe uma reflexão sobre haver ou não motivos para comemorar. ?A personagem histórica Jezebel tem muito em comum com a mulher dos dias atuais?, diz Livia Deodato, editora-chefe do Jezebel no Brasil. ?É um site para mulheres inteligentes, que não seguem ou acreditam em padrões impostos. É um espaço para se divertir com boas sacadas?. Livia tem o apoio da subeditora Anna Carolina Lementy. A produção de conteúdo, áreas administrativa e comercial da versão brasileira está a cargo da OF451 ? também responsável pelos sites Jalopnik, Tazio Autosport, Trivela, Gizmodo, Kotaku, Ztop e Extra Time ?, que adquiriu o direito de representação. Por aqui, Jezebel seguirá a mesma linha editorial da versão norte-americana, com linguagem informal e bem humorada e abordando temas dos mais triviais aos mais complexos. Para José Wilson Fonseca, diretor-geral da °F451 e ex-presidente-executivo da MTV, este novo projeto reforça a missão da empresa: ?Estamos entusiasmados porque temos certeza de que não há nada similar hoje no mercado brasileiro. É uma abordagem inteligente e ousada, diferente de tudo que temos por aqui. O Jezebel tem um estilo com muita espontaneidade e irreverência, que são a essência dos brasileiros?.