O Prêmio Vladimir Herzog realiza a cerimônia de premiação de sua 34ª edição na próxima 3ª.feira (23/10). Serão homenageados no palco do Tuca, em São Paulo (rua Monte Alegre, 1.024), a partir das 19h30, os ganhadores: Letícia Duarte, de Zero Hora, pela reportagem Filho da rua, da categoria Especial (todas as mídias), com menção honrosa à reportagem Direito à infância: crianças abandonadas à própria sorte, de Cleomar Almeida, para o jornal A Redação, de Goiânia;Fernando de Castro Lopes, do Correio Braziliense, pela matéria Defesa falha com as vítimas, na categoria Arte;Francisco França, pela foto O amor é o dom maior, publicada no Jornal da Paraíba, com menção honrosa à imagem Mutilado na guerra do crack, de Severino Silva, para o jornal O Dia;Camila Rodrigues, do UOL, pela matéria Depois que comecei a estudar, não vejo mais grades, na categoria Internet, com menção honrosa para Um navio estacionado na porta de casa, de Yan Boechat, do portal iG;Murilo Rocha, de O Tempo, pela reportagem Quando a ditadura entrou em campo, na categoria Jornal, com menção honrosa a Dossiê Curió, de Ismael Machado, do Diário do Pará;Maíra Heinen, da Rádio Nacional da Amazônia, pela matéria Crimes contra indígenas na ditadura, na categoria Rádio, com menção honrosa à reportagem À espera de um lar, de Renata Colombo, da Rádio Gaúcha;Débora Prado, de Caros Amigos, com o Especial Comissão da Verdade, na categoria Revista, com menção honrosa para Guarani-Kaiwá: O genocídio silencioso de um povo, de Sandra Alves, da revista O Mensageiro de Santo Antônio, de Santo André (SP);Conchita Rocha, pelo programa Crimes da Ditadura, da TV Brasil, que também levou menção honrosa com Mão de obra escrava urbana, de Bianca Vasconcellos, ambas na categoria Documentário;Miriam Leitão, pela reportagem O Caso Rubens Paiva: Uma história inacabada, da Globo News, na categoria TV, com menção honrosa a Liberdade Aprisionada, de Eliana Victório, da TV Tribuna, de Pernambuco. Mais informações com Maurício Pizani (11-3817-7957 e [email protected]) e Mariangela Morenghi (3817-7946 e [email protected]).
Plínio Fraga começa no Segundo Caderno de O Globo
Plinio Fraga chegou em 8/10 à reportagem do Segundo Caderno do Globo. Ele começou a carreira na Folha de S.Paulo, ali passou 20 anos e foi repórter especial, editor de Brasil, secretário da Primeira Página e chefe de Redação da sucursal do Rio. Foi também editor de Política do Jornal do Brasil, em 2001, na gestão de Mário Sérgio Conti. Por último, esteve na revista piauí, e cursa atualmente pós-graduação em Mídia e Mediações Culturais na UFRJ. Entra na vaga de Luiz Fernando Vianna, que aceitou convite para coordenar a área de internet do Instituto Moreira Salles, e lá começou em setembro. Entre as funções de Vianna estão editar o site e atualizar o blog da entidade, digitalizar o acervo disponível e programar as ações virtuais. Ele substituiu a Flávio Moura, hoje editor na Companhia das Letras.
Rede Bom Dia reestrutura operações
Com jornais próprios em Bauru, Sorocaba, Rio Preto, Jundiaí e ABCD, e edições licenciadas em Itatiba, Marília, São José dos Campos e Taubaté, a Rede Bom Dia passou na última semana por uma nova reestruturação de operações que implicou o corte de 12 postos de trabalho. Segundo Fernando Miziara, que em abril assumiu a direção geral da rede e do Diário de S.Paulo, ambos integrantes do Grupo Traffic (leia-se J.Hawilla), o motivo foi ampliar a sinergia entre os veículos. Esta já havia começado com a incorporação da estrutura da Central de Edição Compartilhada (CEC) do Bom Dia ao Diário. ?Antes, a CEC produzia o conteúdo nacional da rede e as redações cuidavam do noticiário local?, diz Miziara. ?Agora, a CEC é o próprio Diário de S.Paulo. Os ajustes dos últimos dias não tiveram motivação financeira, pois o Diário está no azul desde o início do ano e a Rede Bom Dia está perto de atingir o equilíbrio. Eles foram no sentido de ampliar essa sinergia, tendo atingido as áreas de circulação e publicidade e, pontualmente, as redações?. Nestas, J&Cia confirmou as saídas de dois integrantes das equipes fundadoras da rede, há sete anos: Djalma Luiz Benette, o Deda, que era editor-chefe em Sorocaba (Marcelo Macaus ocupa interinamente o posto); e Cristina Camargo, que era editora, mas com funções de repórter especial, em Bauru. Deda foi anteriormente do Cruzeiro do Sul, também de Sorocaba, e Cristina ([email protected] e 14-9101-2923) esteve antes na TV TEM, igualmente do grupo de Hawilla, por quatro anos. Entre os outros que saíram estão os fotógrafos Clodoaldo de Silva (Jundiaí) e Gilson Hanashiro (Sorocaba) e o diagramador Altrigo Prestes (Sorocaba). Desde a saída do diretor de Redação Márcio ABC, em agosto do ano passado, a Rede Bom Dia opera sem essa função e com redações cada vez mais enxutas. E mais… Em A Cidade, de Ribeirão Preto, Thiago Roque está assumindo como editor-executivo. Ele esteve no Bom Dia desde o início de suas atividades, em 2005, tendo sido, entre outros, coordenador de rede e, por último, editor-chefe em Bauru.
Repórter ligado a movimentos sociais é encontrado morto no PR
O corpo do repórter e cinegrafista Anderson Leandro da Silva, que estava desaparecido desde o dia 10/10, foi encontrado nesta 5ª.feira (18/10) em Quatro Barras, região metropolitana de Curitiba. Ele era sócio de uma produtora de vídeo e desenvolvia trabalhos ligados a movimentos sociais. Em 2008 chegou a ser ferido por policiais que faziam a desocupação de uma área onde viviam sem-tetos. O registro em vídeo da agressão ? realizado pelo próprio Anderson ? levou o Governo do Estado a afastar dois comandantes da PM responsáveis pela ação. Não se sabe se houve correlação entre os fatos pois, antes de sumir, Anderson alegou que iria a uma reunião discutir um roteiro, mas família e amigos acreditam numa emboscada.O caso está sendo investigado pelo Ministério Público do Paraná e pelo Tigre, grupo tático especial da Polícia Civil do estado.
Seguem incertezas sobre fim do Jornal da Tarde
A exemplo do que ocorreu na semana passada, a redação do Jornal da Tarde se surpreendeu na manhã desta 3ª.feira (16/10) com novos elementos de preocupação sobre o futuro do jornal. Desta vez o que provocou consternação e revolta nos profissionais foi a cópia de uma mensagem interna, pretensamente enviada da área de Circulação para a Publicidade, informando que o jornal deixaria de circular a partir de 2/11 (ironicamente, Dia de Finados); que um filme de tevê seria veiculado de 29/10 a 2/11 para informar ao público sobre as mudanças que isso implicaria (entre elas a incorporação do semanal Jornal do Carro ao Estadão); e que assinantes e anunciantes estariam sendo informados da decisão no próprio dia 29. J&Cia apurou que, também pego de surpresa, o editor-chefe Décio Trujilo Júnior teria buscado explicações junto ao diretor de Conteúdo Ricardo Gandour, que prometera um esclarecimento até o final do dia. À tarde, enquanto este não chegava, circularam na redação informações de que outros setores da empresa já estariam sendo informados oficialmente do fechamento, o que tornou ainda mais pesado o clima, com acusações de ?falta de respeito? da empresa para com os profissionais. Gandour confirmou a J&Cia que despachou com Trujilo à tarde (?como, aliás, faço todos os dias?), mas disse que o motivo da conversa foi ?como lidar com mais esse boato?. E seguiu negando veementemente qualquer decisão sobre o fim do jornal. Categórico, afirmou: ?Nada está decidido. Fizemos vários estudos, com diferentes alternativas, inclusive simulações operacionais, entre elas acabar com as edições aos domingos, mudar o formato para tabloide, até mesmo o fim do jornal, mas não batemos o martelo em nenhuma. Aparentemente, alguém ? não sei com que propósito ? vazou uma dessas simulações. Reafirmo: não há nenhuma decisão tomada?. Na semana passada, ele havia dito que a empresa tem vários planos para o JT e está estudando as melhores alternativas dentro do portfólio do Grupo Estado para fortalecer e alavancar a marca. Confraternização ? Em meio a essa tempestade, Mário Marinho, que por muitos anos foi editor de Esportes do JT, organiza a quinta edição de Jornal da Tarde sempre, confraternização anual que reúne ex-integrantes (e até alguns atuais) de redações do jornal desde a sua fundação, em 1966. O encontro será em 10/11, na churrascaria Ponteio, em São Paulo (av. Jaguaré, 1.600, próximo à marginal do Pinheiros), das 12h30 às 16h30. O preço, R$ 95 por pessoa, inclui estacionamento, rodízio, salada, uma sobremesa por pessoa, água, suco, cerveja, café e caipirinha com a cachaça Espírito de Minas, cortesia de Gilberto Mansur. O pagamento será feito na hora. Até a última 2ª.feira (15/10), somavam 71 as inscrições, pelo [email protected]. Mário diz que o clima pesado no jornal não deve interferir na festa, pois ?o JT que celebramos morreu faz muito tempo?.
Esso anuncia finalistas
A ExxonMobil anunciou nesta 3ª;feira (16/10) os trabalhos escolhidos para disputar a final do Prêmio Esso, cujos vencedores serão anunciados em 12 de dezembro. Foram 38 os jurados das Comissões de Seleção para avaliar 1.302 trabalhos, um novo recorde de inscrições. Indicaram 70 finalistas, dos quais 35 de texto, 15 de criação gráfica, dez de fotografia e dez de telejornalismo, num total de 12 categorias. Todos os materiais inscritos foram avaliados por, pelo menos, três jurados na primeira fase de seleção. Para as reportagens de texto que atingiram a segunda fase, novas análises foram executadas por grupos de quatro, seis e até 13 jurados. O sistema de múltiplas aferições fez com que cada trabalho chegasse a ser examinado mais de quatro vezes. A categoria Fotografia é escolhida pela internet, por uma Comissão Especial de 50 jurados. Os finalistas, por categoria Os trabalhos considerados os melhores de 2012, divididos por categoria, em ordem de inscrição, foram: Fotografia – Guito Moreto e Pablo Jacob, ambos de O Globo; Alan Marques e Luiz Carlos Gomes, ambos da Folha de S.Paulo; Márcio Silva, de A Crítica; Weimer Carvalho, de O Popular; Francisco França, do Jornal da Paraíba; Mateus Bruxel, do Diário Gaúcho; Léo Corrêa, João Laet e Fernando Souza, de O Dia. Educação – Letícia Duarte, de Zero Hora; Leilane Menezes, do Correio Braziliense; Antonio Gois, Chico Otávio, Efrém Ribeiro, Odilon Rios, Letícia Lins e Carolina Benevides, de O Globo; Leianne Correia e Rosa Falcão, do Diário de Pernambuco; Fábio da Câmara, do Pioneiro, de Caxias do Sul. Informação econômica – Henrique Gomes Batista e Liane Thedim, de O Globo; Eduardo Salgado, Mariana Segala, Luciene Antunes, Patrick Cruz, Lucas Vettorazzo, Daniel Barros, Angela Pimenta, Lucas Amorim e Tatiana Gianini, da revista Exame; Paulo Henrique Lobato e Luiz Ribeiro, do Estado de Minas; Demitri Túlio, Cláudio Ribeiro, Andreh Jonathas, Jocélio Leal, Ranne Almeida, Hébely Rebouças e Luar Maria Brandão, de O Povo, de Fortaleza; Claudia Safatle e Ribamar Oliveira, do Valor Econômico. Informação científica, tecnológica ou ambiental – Cristiane Segatto, da revista Época; Vinicius Sassine, do Correio Braziliense; Carlos Ratton, do Diário do Litoral, de Guarujá (SP); João Antônio Barros, Pâmela Oliveira e Fabiana Sobral, de O Dia; Silvia Bessa, do Diário de Pernambuco. Primeira página – Álvaro Teixeira da Costa, Carlos Marcelo Carvalho, Renata Neves, Ney Soares F., Janey Costa e Rafael Alves, do Estado de Minas; André Hippertt e Ramiro Alves, de O Dia; Edgar Gonçalves Jr., Aline Fialho e Fabiana Roza, do Jornal de Santa Catarina, de Blumenau; Sérgio Costa, do Correio, de Salvador; Antonio Amaro Silva Jr., Ana Dubeux, Carlos Alexandre, Plácido Fernandes, Marcelo Agner, Luís Tajes, Saulo Santana, do Correio Braziliense. Criação gráfica jornal – Carolina Cavaleiro, Deni Martins e Júlio Maria, de O Estado de S. Paulo; Alessandro Alvim, Renato Carvalho, Michelle Rodrigues e Kamilla Pavão, de O Globo; Amaurício Cortez, Gil Dicelli, Luciana Pimenta e Pedro Turano, de O Povo; Maurenilson Freire e Tiago Mota, do Correio Braziliense; Anderson Miranda, do Correio Braziliense. Criação gráfica revista – Rafaela Ranzani, Camila Durelli, Manuela Alcântara e Fernando Luna, da TPM; Fabio Bosque Ruy, Giovana Moraes Suzin, Paulo Zocchi, Fabio Volpe, Mariana Bonfim, Thereza Venturolli, Fabio Sasaki, Fabio Bosquê, Estúdio Multi e Bruno Santos, do Almanaque Brasil; Bernardo Borges (com dois trabalhos finalistas), Victor Bianchin, Luiz Iria, Marcelo Garcia, Eber Evangelista, Fabricio Miranda, Diego Sanches e Marcel Nadale, da Mundo Estranho; Thiago Melo, Thiago Machado, Valéria Mendonça, Armando Antenore, Daniel Klajmic, Dani de Lamare, Theo Carias, Renata Miwa, Renan Goulart e Gisele Kato, da revista Bravo. Norte/Nordeste – João Valadares e, com outro trabalho, Verônica Almeida, ambos do Jornal do Commercio, do Recife; Leianne Correia e Rosa Falcão, do Diário de Pernambuco; Demitri Túlio e Cláudio Ribeiro, em uma equipe com Ana Mary Cavalcante, Émerson Maranhão, Fátima Sudário e Erick Guimarães, e em outra equipe com Andreh Jonathas, Jocélio Leal, Ranne Almeida, Hébely Rebouças e Luar Brandão, de O Povo. Centro-Oeste – Daniela Arbex, da Tribuna de Minas; Sandra Kiefer, Daniel Camargos, Bertha Makaaroun, Maria Clara Prates, Alessandra Mello, Luiz Ribeiro, Josie Jerônimo, Edson Luiz, Larissa Leite, Denise Rothenburg, Renata Mariz e Gabriel Mascarenhas, do Estado de Minas; Alana Rizzo, Juliana Braga e Luiz Ribeiro, e em outra equipe João Valadares, Júnia Gama, Ricardo Taffner, Lilian Tahan, Adriana Caitano, Karla Correia e Renata Mariz, e ainda mais outra com Renata Mariz e Helena Mader, todos do Correio Braziliense. Sul – Letícia Duarte, e mais a dupla Adriana Irion e José Luís Costa, e ainda Carlos Etchichury com Joice Bacelo, todos de Zero Hora; Mauri König, Diego Ribeiro, Felippe Aníbal e Albari Rosa, da Gazeta do Povo; Mônica Foltran, do Diário Catarinense. Sudeste – Leonêncio Nossa, Celso Junior, Eduardo Barella, Fábio Sales, Wilson Pedrosa, João Batista Ferreira e Cícero Machado, de O Estado de S. Paulo; Leonel Rocha, Eumano Silva e Leandro Loyolla, da revista Época; Luciana Garbin, Diego Zanchetta, Adriana Ferraz, Juliana Deodoro e J.F. Diorio, também do Estadão, assim como Fausto Macedo e Felipe Recondo; Filipe Coutinho, Julio Wiziack, Leandro Colon, Rodrigo Mattos e Sérgio Rangel, da Folha de S.Paulo. Telejornalismo – Gustavo Costa, Marco Aurélio Melo, Antonio Gilberto, José da Silva e Gustavo Duarte, da Rede Record; Gustavo Costa, Adriana Araújo, Cátia Mazin, Markus Bruno e Jéssica Nolte, também da Record, assim como Mario Rezende, Henry Ajl e Markus Bruno, e mais Michael Keller; Eliete Albuquerque, Edvander Silva, Josenildo Tavares aparecem em duas equipes da Band, uma com Sandro Barboza, Juliana Maciel e Carlos Rodrigues, e outra com Fábio Pannunzio, Rosângela Marques, Luiz Pessoa Jr., Ubaldino Mota e José Antônio Peres; Fernanda Balsalobre, Gustavo Minari, Bianca Vasconcellos, Jorge Carvalho, Décio Ciappini, Nilton de Martins, Alessandra Valenti, Luciana Lajus e Fernanda Longatto, da TV Brasil; do SBT, Fábio Diamante e Leandro Calixto aparecem em duas equipes, uma com Diego Bento, Claudenir Puga, Agamenon Tomé, Viviana Macedo e Fernando Capelari, e outra com Rodrigo Hornhardt, Ronaldo Dias, Cristian Mendes, Mônica Dalfonso, Guilherme Zwetsch e Dênis Urdiale; e ainda do SBT, Roberto Cabrini, Bruna Estivalet, Kallyna Galinari, Thais Olenk, Angélica Pires, Márcio Ronald e Daniel Vicente; e Giovani Grizotti, da RBS TV.
Selma Nunes lança projeto-piloto sobre Carandiru
Selma Nunes, ex-repórter do Diário Popular, de São Paulo, lançou no último dia 3/10 o projeto-piloto Primeira Página ? Carandiru 20 anos. Trata-se da prévia de livro e vídeo ? este feito em parceria com a Gaza Filmes, de Gil de Jesus ? que serão lançados no início do ano que vem sobre a cobertura da rebelião no Complexo Penitenciário do Carandiru, em outubro de 1992, que deixou ? oficialmente ? 111 detentos mortos. Em entrevista ao Portal dos Jornalistas, Selma conta o que a motivou a produzir o material, o trabalho como repórter de Polícia e a importância da cobertura do caso em sua carreira. Portal dos Jornalistas ? Como começou na editoria de Polícia? Selma Nunes ? Caí de paraquedas. Eu me formei em 1978 e comecei como revisora do Estadão. Fui para outras editoras pequenas, jornal de bairro, depois montei uma agência de notícias, a Agência Informa, e trabalhei com ela nos Suplementos da Folha. Fiz também revistas especializadas em agropecuária e imobiliária, mas nunca tinha feito nada de Polícia. Quando saí de agropecuária, fui indicada por amigos do Diário Popular a uma vaga para cobrir Polícia Federal. Eu não fazia ideia de como era a cobertura, se havia sala de imprensa etc., mas precisava trabalhar, então topei. Peguei um período bacana, em que houve aquelas denúncias do Pedro Collor… Eu andava muito para cobrir os diversos setores da PF, que é uma instituição muito fechada. Tinha que ir costurando as informações, e foi ali que aprendi a fazer Jornalismo. Na pauta de polícia ? por não ser aberta ? o que se tem é o Boletim de Ocorrência, com informações básicas. A partir dele é preciso ir atrás de endereço, vítimas, parentes. Fora que não se pode falar qualquer coisa, esbarra o tempo todo no que é legal e no que não é legal. Era preciso ter segurança absoluta sobre o que estava escrevendo e confiança nas suas fontes. Portal dos Jornalistas ? E como foi sua participação na cobertura da rebelião? Selma ? Na 6ª.feira (2/10/1992), eu estava na Polícia Federal. Tinha duas chefias diretas: a Maria Angélica Nery, em Cidades, e o Paulo Breiten e o Gilberto Lobato, em Polícia. A Angélica me ligou, já no final de tarde, dizendo: ?Selma, estão acontecendo coisas lá na Casa de Detenção, o negócio é grave, a gente não sabe a proporção ainda, mas a situação não é tranquila, não é uma rebelião qualquer. Nós precisamos de informações, lá dentro não se consegue nada. Sabemos que policiais da Federal foram para lá também?. Eu fui checar, mas ninguém ainda cogitava aquela situação. No dia seguinte, estava de plantão e entrei às 6h da manhã, junto com o Inácio França [hoje vivendo em Recife]. Comecei a fazer a checagem no IML [que era de praxe]. Até então, tínhamos a confirmação de oito mortos, que foi o apurado no dia anterior. Já havia acontecido tudo e nós ainda estávamos procurando as informações. O fim de semana era de eleição e o Fleury [Luiz Antonio Fleury Filho, governador de São Paulo na época] fechou tudo até acabar a votação. Segui fazendo a ronda do IML e notei que relutavam em falar do número de mortos. Tínhamos que apertar para eles falarem que eram do Carandiru. Fui confirmando vários corpos em diferentes IMLs, aí pronto: o negócio virou. Liguei para o Giba [Gilberto Lobato] e ele mandou chamar todo mundo ? quem estava de folga, de férias ? à redação. E ali nós fizemos uma cobertura pesada, completa, com vários fotógrafos em todos os cantos em que poderia haver informação, mais os repórteres. Muito dessa cobertura e do sucesso do Diário Popular se deve ao Jorge de Miranda Jordão. Ele era um diretor de Redação que você não encontra por aí. Tinha um olhar para essa coisa popular, pegou o Diário Popular na ?bacia das almas? e entregou um foguete na mão da Globo [para quem o jornal foi vendido em 2001]. Ele [Miranda] tem uma peculiaridade muito grande ao dirigir uma redação e todos nós que trabalhamos com ele reconhecemos isso. Não há quem não se curve à excelência do trabalho dele. Nós sabíamos que, trazendo o material, conseguiríamos a primeira página. Éramos os únicos que fazíamos cobertura de Polícia daquele jeito. Pegávamos uma saída de banco e transformávamos aquilo num grande material. Essa cobertura do Carandiru ficou na primeira página do jornal ? por isso o nome do livro ? por 15 dias. É muito difícil você manter, segurar uma capa durante 15 dias. E com manchetes internas de duas páginas, com várias matérias, fotos. Portal dos Jornalistas ? E como surgiu a ideia de fazer o vídeo e o livro? Selma ? Fiquei no Diário até 2001, cobri o julgamento do Ubiratan [Guimarães, o único coronel julgado pelo caso] e fiquei mais próxima da área de justiça, já que nesse meio tempo me formei em Direito [em 1996]. O Diário lançou uma página de Justiça e eu fazia com edição do Giba. Quando terminou o julgamento do Ubiratan, fiz anotações de como era aquela cobertura e da importância do daquele julgamento, porque era inusitado ter um coronel daquela patente no banco dos réus. Ano passado comecei a pesquisar sobre o que já havia sido feito sobre o Carandiru e coletar material. Percebi que ainda não havia nada sobre a cobertura da imprensa, sobre como a imprensa trabalhou naquele ambiente totalmente inóspito, em que não havia nenhuma tecnologia que favorecesse o fluxo rápido de informações. No início deste ano, pensei que não poderia deixar passar ? com o tanto de material que tenho ? os 20 anos do caso. No entanto, não daria tempo de produzir o material do jeito que eu gostaria. Resolvi, então, fazer um evento de apresentação do piloto para marcar a data e lançar o material completo com a retomada do julgamento [de outros PMs envolvidos, marcado para janeiro de 2013]. Portal dos Jornalistas ? Foi a cobertura mais importante de sua carreira? Selma ? Foi. A importância dessa pauta na minha vida tem uma peculiaridade porque ela sintetiza as minhas duas carreiras. Nesse sentido, é a pauta mais importante. Não por eu ter trabalhado diretamente nela. Trabalhei nos bastidores, sustentando informação, mas o envolvimento que todos nós tivemos com essa pauta naquela época foi uma coisa que ? pela grandiosidade dela ? não teve outra. O que me mais toca nesse projeto é conseguir passar isso. Ao ver o vídeo, você olha e fala ?nossa!?. E foi assim que as pessoas que nunca tinham tomado contato com esse material ficaram na apresentação que fizemos na livraria. Era um silêncio. As pessoas ficaram imóveis, não levantavam das cadeiras. Ficaram: e o resto, o que vai ter mais? Portal dos Jornalistas ? E o que muda do projeto-piloto, que tem 15 minutos, para o que você pretende fazer como produto final? Selma ? O grande barato desse videolivro é fazer as pessoas se lembrarem daquele momento. Nós temos aqui depoimentos muito importantes. O Gazeta, por exemplo, que era o fotógrafo, diz assim: ?Eu não sei quem estava comigo, mas o repórter que estava comigo entrou no carro e disse: mais de cem mortos. E eu disse ?puxa vida, mais de cem mortos??. O Antônio Carlos não lembrava que estava com o Gazeta, mas se lembrava dos fatos. Então, é uma colcha de retalhos. E eu até acho que o retrato final ? para todos nós que participamos e que vimos ? vai ser interessante: ver o que o outro viu e eu não vi, apesar de estarmos trabalhando juntos todos os dias. O final dele para nós ainda é uma surpresa. O que sabemos é que todas as pessoas-chave serão ouvidas, inclusive os repórteres que acompanharam os velórios e os enterros coletivos, que foi outro momento. E vamos ter também os repórteres de Política, que estiveram à frente das reportagens de eleição. Então, são três momentos: o fato, a dor da família diante de uma situação como essa e a política, pois polícia e política estiveram lado a lado até o fim nesse episódio. Portal dos Jornalistas ? Já tem patrocínio? Selma ? Nada. O piloto tem também essa função. E uma coisa temos na cabeça: será feito. Como, ainda não sei. Se precisar pedir dinheiro emprestado, faremos. É importante o registro desse material.
TV Brasil exibe série sobre Operação Condor
O Repórter Brasil, telejornal da TV Brasil que vai ao ar às 21h, está exibindo durante essa semana a série Operação Condor, com reportagens que confirmam a existência do esquema de atuação conjunta dos regimes militares de Brasil, Uruguai, Paraguai, Argentina, Bolívia e Chile, para reprimir militantes revolucionários. As reportagens foram produzidas a partir do levantamento de documentos no Arquivo Nacional de Brasília e também dos que estão em posse de pesquisadores sobre o tema. Esses documentos explicam o funcionamento da operação, registram a troca de informações e evidenciam as ações conjuntas das polícias desses países. A série também apresenta documentos, depoimentos e informações que recolocam suspeitas sobre a morte de João Goulart. A equipe de reportagem, coordenada pela repórter Ana Graziela Aguiar, foi até a Argentina para apurar os casos de trocas de presos e, em especial, o processo aberto na Justiça daquele país para investigar a morte do ex-presidente brasileiro. A série de reportagens também conta histórias de militantes brasileiros e de outros países do Cone Sul que desapareceram em ações da Operação Condor e o drama das famílias, que até hoje buscam a informação oficial sobre o que aconteceu. Entre os casos está o da uruguaia Lilian Celiberti, que foi presa pelas polícias brasileira e uruguaia no Rio Grande do Sul e escapou de ser levada ao Uruguai e morta pela intervenção de dois jornalistas que denunciaram o caso. A equipe de reportagem conta ainda com os repórteres cinematográficos André Rodrigo e Gilvan Alves, edição de texto de Jonas Valente, edição de Imagens de Fernando Watanabe, e arte de André Felipe Gatto e Dinho Rodrigues.
Jornal Hoje lança quadro participativo Jovens do Brasil
Foi ao ar nesta 3ª.feira (16/10) o primeiro bate-papo do projeto Jovens do Brasil, novo quadro semanal do Jornal Hoje, comandado por Evaristo Costa, que atualmente divide a bancada do vespertino da TV Globo com Sandra Annenberg. Na nova atração, que começa logo após o término jornal, às 14h, o apresentador comanda um chat, com meia hora de duração, debatendo temas variados de interesse do público jovem, como sexo, educação, trabalho, games, namoro, internet, amigos etc. A partir desse debate, são definidas as pautas a serem apresentadas nas edições seguintes do próprio Jornal Hoje, além da possibilidade de selecionar participantes como personagens para as reportagens. A interação com o público se dá pela página do Jornal Hoje e pelas redes sociais, com o apoio das produtoras Olívia Henriques, responsável pela interação com público pelo twitter (@JHoje), e Mariana Garcia, que monitora a página no facebook (facebook.com/JornalHoje).
Car and Driver lança Guia de Compras
A Editora Escala lança o Guia de Compras Car and Driver (C/D), que avalia todos os modelos de veículos leves à venda no País, incluindo comerciais. São 304 modelos de 45 marcas, seguindo o padrão Buyers’ Guide da C/D americana, destinado ao mercado de 0 km. “O que distingue a publicação dos guias tradicionais é que todos os veículos receberam avaliação e respectivas notas dos editores da Car and Driver”, diz Luiz Guerrero, diretor de Redação da revista. A publicação é a segunda de uma série de três especiais da revista neste ano. O primeiro foi o Supercarros (ver Auto 164), que circulou em junho, e o terceiro será a edição do prêmio Ten Best, que revelará os dez melhores carros eleitos pela C/D e circulará na segunda quinzena de dezembro. O guia tem 122 páginas e poderá ser encontrado em bancas, livrarias e supermercados na segunda quinzena de outubro.






